DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 06-8-2014

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

“Que que é (sic) R$ 10 mil?”, perguntou Dilma. A coluna responde
Durante a sabatina da Folha realizada há uma semana, um dos entrevistadores perguntou a Dilma Rousseff por que guardava em casa 152 mil reais em dinheiro vivo. A resposta em dilmês arcaico adensou o mistério. Outro jornalista ponderou que, se depositasse a bolada numa caderneta de poupança, lucraria perto de 10 mil reais em um ano: “Que que é (sic) R$ 10 mil?”, quis saber a presidente, sempre impiedosa também com plurais .
Não são pouca coisa, atestam dados fornecidos pela Caixa Econômica Federal. Em maio deste ano, dos 51,6 milhões de clientes que possuem caderneta de poupança, as aplicações de 45,7 milhões (88,5% do total) eram inferiores a R$ 10 mil.
A quantia equivale a 28 cestas básicas, ao valor pago anualmente a 11 beneficiários do Bolsa Família ou a 5 ingressos da categoria 1 para a final da Copa do Mundo, vendidos a R$ 1.980 cada um. Dividido em 12 parcelas de R$ 833, a fatia mensal da soma desdenhada por Dilma ultrapassa o salário mínimo em R$ 109.
Segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo federal, são considerados pobres os brasileiros com renda familiar per capita até R$162 mensais. A classe média começa em R$ 441 e termina em R$ 2.480. A partir daí existe o que os técnicos chamam de “classe alta”, o povo qualifica de “ricos” e o PT batizou de “elite branca”.
Adicionando o salário mensal de R$ 26.700 aos R$ 152 mil que guarda embaixo do colchão, Dilma Rousseff tem cacife de sobra para alojar-se nessa tribo que reúne apenas 1% dos brasileiros. Os outros 99% sabem exatamente o que são R$ 10 mil.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
O ex-presidente Lula tem revelado grande preocupação com o impacto na campanha presidencial da denúncia de fraude na CPI da Petrobras, com a combinação de perguntas e respostas que precedeu sobretudo os depoimentos da presidente da Petrobras, Graça Foster, e do antecessor Sérgio Gabrielli. Lula disparou ordens para que deputados e senadores do PT tentem minimizar a gravidade do escândalo.
Após a ordem de Lula, políticos como o senador Humberto Costa (PT-PE) se prestaram a fazer declarações considerando a fraude “natural”.
Outros petistas, como o senador Jorge Viana (PT-AC), ignoraram o vídeo provando a fraude para atacar a revista Veja, que a noticiou.
A oposição acredita que o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI da Petrobras, sabia do teatro que protagonizou.
Pelo sim, pelo não, Vital do Rêgo chamou a Policia Federal pediu ao presidente do Senado, Renan Calheiros, para abrir sindicância.
O “media training” que foi proporcionada ao ex-diretor Nestor Cerveró reforçou a suspeita, já manifestada pela Polícia Federal, da existência na Petrobras de uma quadrilha organizada para se beneficiar de seus negócios. A gentileza a Nestor Cerveró tem explicação: autêntico “homem bomba”, ele poderia causar um tsunami no governo se contasse tudo o que sabe. O Planalto preferiu não correr riscos.
Cerveró foi indicado à Petrobras pelo seu amigo, ex-chefe e senador Delcídio Amaral (PT-MS), acusado de ajudá-lo no depoimento a CPI.
Na CPMI da Petrobras, nesta quarta, o deputado Fernando Francischini (SD-PR) acusará o PT de promover “media training de corruptos”.
Para o presidente do DEM, José Agripino (RN), está mais que evidente que a CPI da Petrobras “está a serviço dos interesses do Planalto”.
O deputado Tiririca (PR-SP), campeão nacional de votos nas eleições de 2010, estreou seu novo website de campanha. O grande destaque não são seus projetos e, sim, o que lhe deu maior fama: palhaçadas.
Após assistir de braços cruzados o PT abandonar o senador Vital do Rêgo (PMDB) para apoiar o PSB, nas eleições da Paraíba, o Planalto teme que o presidente da CPI da Petrobras agora vá à forra.
Se duvidar, o Congresso Nacional recebeu ontem – no tal esforço concentrado – mais lobistas de magistrados e promotores, que tentam aprovar novos subsídios por tempo de serviço, do que parlamentares.
Mal se nota a ausência habitual de grande parte dos 513 deputados: o plenário tem só 392 cadeiras. Menos ainda quando, na reforma, as sessões foram no auditório Nereu Ramos, com apenas 300 lugares.
Grifes de roupas, como a francesa Lacoste, investiram em coleções nas cores verde e amarela, confiando no êxito do Brasil na Copa. Agora fazem “queima” em suas lojas na Europa para reduzir o prejuízo.


NO BLOG DO NOBLAT

Gabriel Garcia
O relatório apresentado nesta terça-feira (5) pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG) recomenda a cassação do mandato do deputado André Vargas (sem partido-PR). A votação sobre a cassação ou não de Vargas foi adiada após um pedido de vista, mais prazo para analisar o parecer, dos deputados Izalci (PSDB-DF), Rosane Ferreira (PV-PR) e Sibá Machado (PT-AC).
Hoje, foi a primeira vez que Vargas se defendeu no Conselho de Ética da Câmara no processo que pode resultar na perda do seu mandato. Não poupou críticas ao relator do processo.
Chegou a pedir o afastamento de Delgado, por considerá-lo suspeito. O ex-petista alegou que o relator teria antecipado seu voto pela cassação e não lhe deu o direito de defesa.
O Conselho tentou notificá-lo inúmeras vezes. Nessa busca para encontrá-lo, funcionários da Câmara foram ao apartamento funcional de Vargas na 302 Norte, bairro nobre de Brasília, na casa localizada no luxuoso condomínio Alphaville de Jacarandá, em Londrina, e no escritório do deputado, também em Londrina. Vargas não foi localizado. A notificação se deu pelo Diário Oficial.
Acusado de tratar o assunto com interesse eleitoreiro, Delgado reagiu. Disse que faz justamente o contrário. "Quem está empurrando a decisão sobre a cassação para perto das eleições não sou eu", afirmou, em referência às tentativas do amigo do doleiro de adiar a análise do caso.
Ex-vice-presidente da Câmara, Vargas usou um jatinho pago por Youssef para passar as férias em João Pessoa (PB) com a família. Segundo a Polícia Federal, o ex-petista usava sua influência no governo em negócios de interesse do doleiro, como em um contrato de 30 milhões de reais firmado com o Ministério da Saúde. 
Pressionado, Vargas desfiliou-se do PT em abril e, dessa forma, não pode concorrer às eleições deste ano. Por isso, criticou a “pressa” para a conclusão do processo.
Deputado André Vargas (PT-PR), se defende na reunião do Conselho de Ética da Câmara - Foto: Jorge William / Agência O Globo

O Globo
Numa maratona de votações, o Senado aprovou ontem o projeto de lei complementar que abre caminho para a criação de, pelo menos, 200 novos municípios. O projeto vai à sanção da presidente Dilma Rousseff, que havia vetado outra lei facilitando a criação de novos municípios.
Os governistas votaram a favor da proposta, alegando que as regras são mais rígidas do que aquelas previstas no texto vetado pela presidente Dilma. O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), encaminhou a favor da aprovação do projeto.

Ricardo Brito, Estadão
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que determinou a abertura de uma comissão de sindicância para apurar as suspeitas de que houve uma combinação de perguntas e respostas entre integrantes da comissão e a cúpula da estatal. O caso veio à tona no último final de semana, após a revista Veja ter revelado um vídeo no qual depoentes representantes da Petrobras conversam sobre o "gabarito" das apurações.
Renan disse ter determinado a abertura da apuração interna para esclarecer todas as responsabilidades do episódio. A gravação aponta que poderiam estar envolvidos parlamentares e assessores técnicos da CPI - que negam as acusações. O presidente do Senado descartou a suspensão dos trabalhos durante as investigações.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
A esta altura, está claro que a farsa armada na CPI da Petrobras no Senado, que envolveu parlamentares do PT, o governo e o comando da Petrobras, constitui uma grave agressão à democracia, ao Poder Legislativo e ao estado de direito. Tenham clara uma coisa, leitores: da forma como se deu a tramoia, estamos diante de algo inédito. O PT desce a um novo patamar da degradação institucional a que submete o país há 12 anos. A direção do Senado mandou abrir uma sindicância para apurar o caso. Nesta terça, surgiram novas evidências de que o comando da operação esteve mesmo no Palácio do Planalto, mais especificamente aos cuidados de dois assessores diretos do ministro Ricardo Barzoini, da Secretaria de Relações Institucionais: Luiz Azevedo e Paulo Argenta. Tudo conforme denunciou reportagem da VEJA, que veio a público no sábado.
Graça Foster, presidente da Petrobras, uma das beneficiárias da tramoia e em cujo gabinete se deu uma das reuniões que cuidaram da farsa, está muda. E impressionam tanto o discurso como o comportamento indecente dos petistas nesta terça-feira. Contra todas as evidências, contra os fatos, o senador Humberto Costa (PE), líder do PT, chamou a denúncia de “ajuntamento de tolices” e afirmou ser “absolutamente natural que haja trocas de informações institucionais entre as assessorias da CPI e as lideranças dos partidos”. Trata-se apenas de uma mentira. O que se viu não foram “trocas de informações”, mas fornecimento prévio das perguntas, com gabarito e tudo. José Pimentel (PT-CE), líder do governo no Congresso e relator da CPI, repetiu a conversa mole da Petrobras e afirmou que as perguntas já estavam no plano de trabalho da CPI e eram públicas. Infelizmente para a decência do Senado, isso também é mentira.
Mas ninguém, ninguém mesmo!, ofendeu o Congresso com tanta determinação como o governador da Bahia, Jaques Wagner, também petista. Um dos investigados na CPI é José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras e hoje seu secretário. Segundo Wagner, a “CPI é cena. Não é um delegado perguntando. É um monte de deputado que sabe que está sendo fotografado e filmado e que fazer aquela pergunta-chave”. Atentando contra uma das prerrogativas do Poder Legislativo, prevista na Constituição, disse ainda o petista: “Deputado não é treinado para investigar, mas para fazer julgamento político. Quem investiga é a Polícia Federal e Ministério Público, que são treinados para isso”.
Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, também decidiu refletir. Disse: “Só haveria farsa se houvesse a impossibilidade de qualquer senador fazer a pergunta que quisesse”. É um despautério. O senador fazer a pergunta que quiser é justamente a prerrogativa da qual os farsantes abriram mão. Observem que ele nem se ocupou de negar a tramoia.
A fala de Wagner não deixa de ser emblemática do que o PT fez com as comissões parlamentares de inquérito nestes 12 anos de poder — justamente o partido que tanto se beneficiou delas no passado: transformou-as em farsas. E, a depender de Wagner, serão extintas. A menos que seja para a legenda se vingar de adversários.
E foi o que fez o PT. Decidiu se apressar para instalar a CPI do Metrô em São Paulo. Que gente! O partido pretende que a mesma maioria empregada para fraudar a CPI da Petrobras seja usada agora para atacar os tucanos. Em qualquer dos dois casos, não quer investigar nada, mas fazer baixa política. A propósito, pergunto: a CPI petista vai investigar as evidências de cartel, que estão sendo apuradas até no Cade — hoje uma repartição da legenda — na construção dos metrôs de Belo Horizonte e Porto Alegre, ambos tocados por estatais federais, controladas pelo partido?
Encerro com um enigma: o tempo dirá se o PT ainda não vai se arrepender de ter criado essa CPI do Metrô. É esperar para ver.

Um aluno de filosofia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) me manda um troço que é mesmo do balacobaco! Trata-se de uma espécie do símbolo do desastre intelectual que acomete os cursos da chamada área de “humanidades” das universidades brasileiras, especialmente das públicas. É claro que há pessoas pensando com seriedade nos corpos docente e discente instituições afora. É claro que há ilhas de excelência. Mas é evidente que essa não é a regra.
Lembram-se de Camila Jourdan, a tal professora de filosofia da UERJ que é, digamos, uma espécie de farol dos black blocs do Rio? É uma das que tiveram prisão preventiva decretada e depois revogada. Em sua casa, foram encontrados artefatos explosivos. Pelo visto, a doutora não acredita que a arma de uma intelectual seja uma… caneta, ou um livro, ou um teclado. Estão preparados? Vejam a prova que a “doutora” Camila aplicou a seus alunos. Volto em seguida.
Retomo
Seria apenas folclórico não fosse um procedimento extremamente autoritário. Obviamente, a prova da doutora induz os alunos a desfazer supostas falácias lógicas que, na prática, endossam os preconceitos da professora. Ou seja: ela quer contestar as falácias com as quais não concorda empregando como instrumento aquelas com as quais concorda. Camila não está preparada para ensinar, mas para doutrinar. É ridículo! É patético!
Esse desastre não é de agora. De forma larvar, começou com as Marilenas Chauis lá da década de 80, quando a filosofia era mero pretexto para a pregação política. Nesta terça-feira, por exemplo, milhares de alunos, professores e funcionários da USP são reféns de uma suposta greve decretada por uma minoria de extremistas que só se criam no ambiente universitário. Com dinheiro público.
Eu olho cheio de vergonha para a “prova” que vai acima. O pressuposto do pensamento é ele ser livre. Nada impede a doutora Camila de pensar o que lhe der na telha, mas que renuncie, então, ao emprego público no Estado que ela não respeita, diz ser autoritário e expressão da violência de uma classe.
Hoje, meus caros, quase tudo está ao alcance das mãos. Pesquisem. Não se pratica esse tipo de proselitismo vagabundo em lugar nenhum do mundo. A universidade brasileira não é um dos reinos da ineficiência por acaso.
A propósito: quem não concorda com a pregação da “doutora” deve fazer o quê? Pedir uma prova alternativa? O mais nefasto nessa história não é Camila ser adepta de uma prática doidivanas, mas, na condição de “mestra”, conspurcar a própria teoria.
É um desastre intelectual, sim, mas também é um desastre moral e ético!

Que homem notável este Gilberto Carvalho, uma figura meio sinistra que a própria Dilma Rousseff mantém a contragosto no Palácio do Planalto. É que ela não tem poder para desafiar Lula e mandar embora o seu espião. Nesta terça, ele foi ao Senado para tentar convencer os parlamentares de que o Decreto 8.243, aquele, dos conselhos, não passa de um mero disciplinamento da chamada participação popular, sem maiores implicações.
É mesmo? Se assim é, por que, então, tratar da questão por meio de um decreto, que não pode ser emendado pelos parlamentares, em vez de um projeto de lei, que permite que o Congresso participe do debate? Nesta terça, Carvalho estava mansinho, falava como quem quer negociar. Há pouco mais de uma semana, afirmou que o governo iria para a “guerra”. Sim, ele empregou a palavra “guerra”. Há três semanas, anunciou um segundo decreto, aí para incluir os tais conselhos no Orçamento da União. Ou por outra: Carvalho decidiu estatizar a participação popular.
O ministro foi ao Senado com a sua conversinha de cerca-lourenço, afirmando que o texto não cria nenhum conselho novo. E daí? Isso é o de menos! Mas estabelece que os órgãos federais devem passar a operar com eles — logo, a sua criação passa a ser uma diretriz legal. O texto é de tal sorte autoritário que define o que é sociedade civil — uma definição exótica, para dizer pouco — e institui uma espécie de Justiça paralela à medida que cria uma certa “mesa de negociação” que seria encarregada de mediar conflitos que envolvam questões sociais. Invasão de propriedade privada, por exemplo? Nada de liminar de reintegração de posse! Antes, uma conversinha em que invasores e invadidos sejam postos em pé de igualdade.
O ministro tentou fazer de conta que o assunto não tem grande importância e que está sendo magnificado pelos adversários do PT. Ora, se não tem, por que tanto empenho em aprová-lo, meu senhor? Permita, então, que o Parlamento brasileiro dê a sua opinião a respeito.
Carvalho quer dar o primeiro passo da República Bolivariana Brasileira, com o governo federal assaltado por milícias, disfarçadas de conselhos, que imporão no berro a sua vontade ao eleito. É uma forma de o PT se eternizar no poder mesmo sem vencer eleições, já que esses “movimentos sociais” que formam os tais “conselhos” são meras extensões do partido.
Caia na sua conversa quem quiser. Se e quando chegar a existir o esquema que Carvalho tem em mente, o Congresso brasileiro, escolhido por 140 milhões de eleitores (em 2014), perderá prerrogativas para algumas centenas de “conselheiros”, eleitos por ninguém, controlados pelo PT.
O golpe é escandalosamente explícito. Vade retro!

NO BLOG DO CORONEL
Sem dinheiro, Dilma raspa a Caixa.
O acordo da Caixa Econômica Federal com o seu controlador, o governo federal, de reduzir à metade o repasse dos dividendos sobre o lucro líquido neste ano deve ser descumprido. Por ordem do governo, a Caixa vai repassar todos os lucros previstos e, assim, ajudar a fechar as contas da União. A decisão vai na contramão do acordo entre os executivos do banco e o Ministério da Fazenda e aumenta a pressão por uma nova capitalização da Caixa em 2015.
Nos bastidores, já está configurada uma queda de braço entre o Tesouro Nacional e a Caixa. Reter apenas parte do lucro era a condição necessária para que o banco público continuasse a ampliar a oferta de crédito, mesmo sem novos aportes do Tesouro em 2014.
Com o crescimento menor da economia e a redução do ritmo de alta de arrecadação de impostos, a União, agora, não abre mão de contar com 100% dos dividendos - algo em torno de R$ 5 bilhões. Fontes da área técnica do Tesouro Nacional informaram ao Estado que um novo aporte à Caixa será "inevitável" no próximo ano. O objetivo seria dar fôlego financeiro ao banco, sobretudo depois da concessão de empréstimos bilionários do banco para socorrer o caixa da Eletrobrás e ajudar as distribuidoras de energia elétrica.
Recuo. Desde o início do ano, a Caixa tenta convencer o governo a aceitar a redução do repasse da parcela dos lucros. O banco estatal chegou a ter uma resposta favorável do Ministério da Fazenda, mas depois houve um recuo. "A vontade do controlador sempre prevalece", disse um alto dirigente do banco ao Estado. 
O governo continua a cobrar da Caixa um papel de "alavanca" para a expansão do crédito no País, mesmo sem colocar novos recursos no banco. Em 2013, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a pedir ao banco para dar prioridade a empréstimos nas linhas em que tem tradição, como o crédito às famílias e o financiamento imobiliário. 
Revogação 
Ao fim do primeiro trimestre deste ano, porém, a orientação foi revogada: o governo estabeleceu que a Caixa não poderia negar empréstimos a nenhum tipo de cliente, inclusive grandes empresas, uma vez que os bancos privados não assumiram como se esperava o papel de financiadores nas concessões. Além disso, o banco se viu pressionado a fazer desembolsos para as empresas do setor elétrico, que enfrentam grave crise em razão do encarecimento do custo da energia no mercado de curto prazo. 
Para manter o crescimento do crédito em um ritmo de 20% a 25% e não perder participação no mercado, a Caixa tinha combinado contribuir com o equivalente a metade dos dividendos. Mas a dificuldade do governo para fechar suas contas e economizar 1,9% do PIB em 2014 para cumprir a meta fiscal acabou com o trato.
Em 2013, a Caixa repassou R$ 4,7 bilhões ao governo federal, o equivalente a cerca de 85% dos ganhos distribuídos como dividendos. O governo tinha aceitado reduzir, neste ano, a contribuição para até 45%. A previsão é que o crescimento no volume de empréstimos em 2014 não ultrapasse 25%. Trata-se de uma desaceleração em relação ao ritmo de alta de 36,8% de 2013. Entre 2009 e 2012, a taxa anual média de crescimento da oferta de empréstimos da Caixa superou 50%. 
Minha Casa 
A participação da Caixa no financiamento do Minha Casa Melhor - programa de financiamento de bens de consumo duráveis a beneficiários do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida - havia sido condicionada a essa redução. A lei diz que a Caixa poderá deixar de pagar ao Tesouro até 75% do lucro líquido ajustado, índice a ser definido pelo ministro da Fazenda. A dispensa de repassar os dividendos ao governo se justifica, pela legislação, pela cobertura dos custos operacionais com o programa, além dos riscos de calotes. 
Na semana passada, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, durante o anúncio do resultado das contas públicas de junho, avisou que não haverá redução do repasse dos dividendos. E alegou não haver necessidade, já que o programa não teve perdas. "Não temos expectativa de que esse programa leve a isso (perdas)", afirmou. "Se houver prejuízo, é uma segurança para a Caixa, uma espécie de garantia. Não é um fato que já ocorreu", completou. (Estadão)

O aloprado Berzoini ataca novamente.
Dias atrás, o aloprado Ricardo Berzoini, já como ministro das Relações Institucionais da Presidência da República, mandou seus jagunços investigarem quais os prefeitos que estavam participando do movimento Aezão, no Rio de Janeiro. Objetivo: retaliação. Usou o assessor Cássio Parrode Pires. 
Agora Berzoini comandou, de dentro do Palácio do Planalto, a Operação Gabarito, para orientar e treinar os suspeitos de corrupção na Petrobras sobre como responder questões combinadas nas duas comissões parlamentares de inquérito abertas e em andamento no Congresso Nacional. Objetivo: impedir as investigações. Usou dois assessores: Luiz Azevedo e Paulo Argenta.
Na campanha de Lula, em 2006, Ricardo Berzoini era o coordenador geral. Foi demitido por Lula no famoso caso dos Aloprados, quando a cumpanherada foi pega com a boca na botija montando e comprando dossiês falsos contra José Serra, então candidato ao governo de São Paulo.
A matéria abaixo é da Folha de São Paulo:
Assessores do Palácio do Planalto coordenaram a atuação da Petrobras e da liderança do PT no Senado durante as investigações da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) criada para examinar os negócios da estatal. O encarregado do trabalho foi o número 2 do ministro Ricardo Berzoini, chefe da Secretaria de Relações Institucionais do Planalto, responsável pela articulação política do governo com o Congresso.
Segundo a Folha apurou, o secretário-executivo do ministério, Luiz Azevedo, ajudou a elaborar o plano de trabalho apresentado pela comissão em maio, que incluía um roteiro para a investigação e sugestões de perguntas. Azevedo foi o estrategista escalado pelo governo para blindar a presidente Dilma Rousseff e evitar que o trabalho da CPI atingisse a atual diretoria da Petrobras. Seu papel era fazer a interlocução com a empresa estatal e afinar a tática governista na CPI. Além de Azevedo, o Planalto destacou ainda Paulo Argenta, outro assessor de Berzoini, para evitar que a CPI saísse do controle ou causasse sobressaltos ao governo.
Para a oposição, que não participa da CPI, o roteiro de uma investigação parlamentar deveria ser definido por seus próprios integrantes, sem interferência do governo. Reportagem publicada pela revista "Veja" nesta semana diz que a presidente da Petrobras, Graça Foster, e ex-diretores da estatal receberam antecipadamente as perguntas que responderiam na CPI. A empresa afirma que só teve acesso antecipadamente às perguntas apresentadas pela comissão com a divulgação de seu plano de trabalho.
A Folha apurou que o governo também discutiu com assessores do PT no Senado e o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Barrocas, a conveniência da aprovação de requerimentos específicos da comissão. Os assessores do Planalto pediram que a CPI não votasse vários requerimentos que poderiam criar embaraço para a Petrobras e o governo.
Azevedo e Argenta tiveram acesso antecipado às perguntas que o relator da comissão, José Pimentel (PT-CE), faria aos executivos sobre contratos suspeitos aprovados pelo conselho da companhia. A Folha apurou que mais de cem perguntas preparadas para a CPI foram compartilhadas pelo PT com o governo. Os participantes da operação ouvidos pela Folha negam ter repassado as perguntas a dirigentes da Petrobras. Os lotes com as perguntas foram entregues ao Planalto por Marcos Rogério de Souza, assessor da liderança do PT no Senado.
O governo argumenta que qualquer parlamentar tem direito de inquirir depoentes e que a bancada oposicionista boicotou os trabalhos da CPI. A Secretaria de Relações Institucionais informou que faz parte de suas atribuições, "portanto dos servidores mencionados, acompanhar as atividades legislativas, inclusive as Comissões Parlamentares de Inquérito".

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