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Mostrando postagens de setembro 14, 2012

DEPOIS DA MORTE

Introdução Vi, deitadas em suas mortalhas de pedra ou de areia, as cidades famosas da antiguidade: Cartago, em brancos promontórios, as cidades gregas da Sicília, os arrabaldes de Roma, com os aquedutos partidos e os túmulos abertos, as necrópoles que dormem um sono de vinte séculos, debaixo das cinzas do Vesúvio. Vi os últimos vestígios das cidades longínquas, outrora formigueiros humanos, hoje ruínas desertas, que o sol do Oriente calcina com suas carícias ardentes. Evoquei as multidões que se agitaram e viveram nesses lugares: vi-as desfilar, diante do meu pensamento, com as paixões que as consumiram, com seus ódios, seus amores e suas ambições desvanecidas, com seus triunfos e reveses – fumaças dissipadas pelo sopro dos tempos. Vi os soberanos, chefes de impérios, tiranos ou heróis, cujos nomes foram celebrados pelos fastos da História, mas que o futuro esquecerá. Passavam como sombras efêmeras, como espectros truanescos que a glória embriaga uma hora, e que o túmulo cham
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O Hotel de JK Sebastião Nery Na fronteira de Goiás com Mato Grosso, entre o gordo rio Araguaia e o magrinho Javaé, há uma ilha muito comprida e toda verde, selvagem paraíso tropical de caça e pesca: Ilha do Bananal. Seu nome lembra outro que virou sinônimo da arrancada nacional para a integração dos infinitos planaltos além de Brasília: JK. Foi Juscelino quem fez da Ilha de Bananal um posto avançado da conquista do Oeste. Lá, na pequena vila de Santa Isabel do Morro, a FAB plantou um posto com aeroporto. E lá construiu um modesto hotel de dois pisos: Hotel Juscelino Kubitschek, Hotel JK. Até que um dia os homens que deram o golpe de 1964 e tomaram o poder em toda a Nação também tomaram o poder na meiga Santa Isabel do Morro e decidiram apagar da história nacional aquele nome que lhes comia os preconceitos e as cívicas frustrações. E determinaram que o branco hotelzinho da vila de Santa Isabel do Morro não mais se chamaria Hotel JK ### SNI Mas e os pratos, as xícaras,
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Doutor Advogado e Doutor Médico: até quando? Por que o uso da palavra “doutor” antes do nome de advogados e médicos ainda persiste entre nós? E o que ela revela do Brasil? ELIANE BRUM in Share 142 | | Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de um romance -  Uma Duas  (LeYa) - e de três livros de reportagem:  Coluna Prestes – O Avesso da Lenda  (Artes e Ofícios),  A Vida Que Ninguém Vê  (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e  O Olho da Rua  (Globo). E codiretora de dois documentários:  Uma História Severina  e  Gretchen Filme Estrada . elianebrum@uol.com.br @brumelianebrum  (Foto: ÉPOCA) Sei muito bem que a língua, como coisa viva que é, só muda quando mudam as pessoas, as relações entre elas e a forma como lidam com o mundo. Poucas expressões humanas são tão avessas a imposições por decreto como a língua. Tão indomável que até mesmo nós,

DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 14-9-12

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JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE DESVIO DE VERBAS Decretadas novas prisões em Trairi Deste vez, a Justiça expediu sete ordens de prisão preventiva. Os acusados haviam sido detidos há uma semana Pela segunda vez em apenas uma semana, o Ministério Público Estadual (MPE) e a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) realizaram, ontem, uma nova operação na cidade de Trairi, no litoral Oeste do Estado (124Km de Fortaleza) com o objetivo de prender gestores públicos acusados do desv... MANDADO DE SEGURANÇA STJ afasta novamente Sávio Pontes da Prefeitura de Ipu O prefeito de Ipu, Sávio Pontes, foi novamente afastado do cargo no município, que fica a 394Km de Fortaleza. Em decisão liminar, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) atendeu ao mandado de segurança do vice-prefeito Luiz de Gonzaga Timbó Correia, decidindo pelo afastamento de Sávio Pontes da Prefeitura de Ipu, bem como da quebra de sigilo bancários e da indisponibilidade dos bens do gestor e dos demais acusados. <img