NOUTRAS ERAS

Joias da poesia contemporânea
Revista O Consolador, Ano 6 - N° 298 - 10 de Fevereiro de 2013

 
 
 
Noutras eras 
Cruz e Souza
 
Também marchei pelas estradas flóreas,
Cheias de risos e de pedrarias;
Onde todas as horas dos meus dias
Eram hinos de esplêndidas vitórias.

Tive um passado fúlgido de glórias,
De maravilhas de ouro e de alegrias,
Sem reparar, porém, noutras sombrias
Sendas tristes, das dores meritórias.

E abusei dos deveres soberanos
Sucumbindo aos terríveis desenganos
Do destino cruel, fatal e avaro;

Para encontrar-me a sós no mesmo horto
Que deixara, sem luz e sem conforto,
Sentindo as dores desse desamparo. 

O soneto acima integra a obra Parnaso de Além-Túmulo, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier. Catarinense, o poeta Cruz e Souza nasceu em 1861 e desencarnou em 1898 no Estado de Minas. Poeta de emotividade delicada, soube, mercê de um simbolismo inconfundível, marcar sua individualidade literária.

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