SEGUNDA EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA, 31/10/2019

NO BR POLÍTICO
MP do Rio desmente depoimento de porteiro no caso Marielle 
Quarta-feira, 30/10/2019
 
Por Vera Magalhães 
Bolsonaro reagiu duramente à reportagem que afirmou que um dos acusados de matar vereadora dera endereço de sua casa no dia do crime.
Corda esticada 
Uma reportagem do Jornal Nacional exibida na noite de terça-feira, 29, levou o presidente Jair Bolsonaro a reagir duramente contra a Globo e o governador do Rio, Wilson Witzel, apontando uma ação deliberada se ambos para destruí-lo, inviabilizar seu governo e comprometer sua família. Na reportagem, a emissora tornou público o depoimento de um porteiro do condomínio em que Bolsonaro mora no Rio, segundo o qual um dos suspeitos da morte de Marielle Franco, Élcio Queiroz, esteve no local no dia 14 de março de 2018, data do assassinato, e deu o endereço da casa de Bolsonaro. A reportagem já informava que Bolsonaro estava em Brasília nesse dia, mas dizia que alguém em sua casa autorizara a entrada, e que o porteiro identificou a pessoa como sendo o "seu Jair".
Indignação 
Bolsonaro reagiu prontamente. Numa live de mais de 20 minutos, em tom exaltado, desferiu as primeiras acusações contra Witzel e a Globo. Ambos responderam com notas em que lamentavam o tom do presidente. O imbróglio ganhou novos desdobramentos ao longo da quarta-feira, 30. Parlamentares do PSOL passaram a exigir que o STF investigasse o caso. Carlos Bolsonaro exibiu no Twitter imagens que mostravam o registro da portaria no dia da morte de Marielle e indicavam que Élcio desde o início disse que ia à casa 65, onde morava Ronnie Lessa, outro acusado de matar a vereadora.
MP 
A informação do filho do presidente foi confirmada pelo Ministério Público do Rio, que disse, inclusive, que já fora realizada uma perícia nos áudios do condomínio que mostrara que o porteiro mentiu em seu depoimento. A reportagem mereceu declarações ou notas de repúdio de ministros de Bolsonaro e o presidente recebeu inclusive o apoio do procurador-geral da República, Augusto Aras, que disse que ele era a "vítima", e não suspeito de nada.
Imprensa 
O episódio jogou lenha na guerra entre bolsonaristas e a imprensa, sobretudo a Globo. Fez com que o presidente avançasse o sinal e ameaçasse com a não renovação da concessão da emissora em 2022, algo que nada deveria ter a ver com o conteúdo de uma reportagem. A emissora, é importante que se diga, não fez nenhuma acusação a Bolsonaro, informou desde o início que ele estava em Brasília e não inventou os depoimentos - eles de fato existiram.
STF 
A contenda com a imprensa não foi a única a ganhar novos contornos. O assessor da Presidência, Filipe G. Martins foi chamado, no âmbito do super inquérito aberto para apurar ameaças ao Supremo e a seus ministros, a prestar esclarecimentos sobre postagem em que reafirmava o conteúdo de vídeo postado e depois apagado por Bolsonaro no Twitter em que instituições como o STF eram comparadas a hienas dispostas a dar o bote num leão, que seria o presidente. 
Exorbitâncias 
Por mais que seja execrável a pregação anti-instituições e anti-STF feita pelo bolsonarismo sob os auspícios do presidente, parece excessivo convocar alguém a prestar esclarecimentos na Justiça por uma postagem em redes sociais em que não comete nada próximo a um crime. Que os Poderes estiquem, cada um de um lado, a corda do tecido institucional e a deixem se esgarçar é sinal preocupante para a sociedade e a democracia.
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Da Vera: Quem é que manda?
O episódio do vídeo das hienas seria só mais um mal-entendido grotesco da comunicação virtual bolsonarista não fosse o fato de que esses mal-entendidos não têm nada de acidentais. Leia mais
Doria diz que não será candidato à reeleição
Cotado para ser candidato à Presidência da República em 2022, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta quarta-feira, 30, que é contra a reeleição, e que não tentará um segundo mandato à frente do governo do Estado. Leia mais

Diretor do Ibama não descarta hipótese de que óleo seja do pré-sal
Nesta terça-feira, 30, data em que os primeiros registros de óleo vazado no litoral nordestino completam dois meses, o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olivaldi Alves Borges Oliveira, disse que não descarta a possibilidade de que o óleo vazado seja proveniente do pré-sal. Leia mais

NA COLUNA DO WILLIAM WAACK
Bolsonaro e os demônios
Os fatos que atrapalham o presidente não são excepcionais, não fossem demônios
Por William Waack, O Estado de S.Paulo
Quinta-feira, 31 de outubro de 2019 | 03h00
Jair Bolsonaro sente-se e age como homem cercado. Em parte, os motivos para essa autopercepção são práticos e “palpáveis”. Em parte, sente-se acuado por demônios de criação própria – em geral, a combinação dos dois leva os personagens da política a cometer erros. É real o cerco que sofre no Judiciário. O filho Flávio é investigado pelo conhecido esquema das “rachadinhas”; uma série de inquéritos faz menções a ligações do clã Bolsonaro com milícias no Rio; o TSE está tratando da acusação do envio de mensagens durante a campanha eleitoral de 2018. Porém, trata-se de dores de cabeça que, tomadas isoladamente, até aqui não são arrasadoras. 
Como é perfeitamente normal em sistemas políticos abertos, atribulações com o Judiciário são fartamente utilizadas por adversários. Que agem segundo o habitual método (nem foi a Lava Jato que inventou isso) dos vazamentos de inquéritos ou, nos últimos dias, de divulgação de áudios de figuras como Fabrício Queiroz, essa espécie de assessor “faz-tudo” que é muito útil no dia a dia dos políticos e muito perigoso pelo o que podem dizer. 
Note-se que adversários, nesses casos mais recentes, não são apenas a oposição composta por correntes políticas antagônicas, empenhadas como em qualquer outro lugar em atrapalhar o governo. Os ex-companheiros de luta do próprio presidente são hoje seus mais ferozes críticos, e os mais raivosos ao prometer vinganças. É o resultado comum de ondas disruptivas como as das eleições de 2018: depois da vitória, os diversos componentes dela vão disputar o poder entre si, e Bolsonaro sempre favoreceu seu clã em detrimento do resto. Fatos concretos levaram o “Mito” a criar fortes laços de dependência em relação a duas instâncias políticas que ele, como candidato, jurou que desprezaria ou transformaria radicalmente. A primeira é o âmbito do STF, através sobretudo da figura de seu presidente, ministro Dias Toffoli, visivelmente empenhado em aliviar dores de cabeça políticas e pessoais de Bolsonaro. Mas, se quiser, pode aumentá-las substancialmente. A segunda é a esfera da “política tradicional”, à qual Bolsonaro se dedica agora de forma tácita, porém não declarada, pois admitiu com perigosa lentidão que não governa sem ela. 
O desarranjo de suas próprias forças, ilustrado no episódio das brigas do PSL, tem como óbvia consequência a necessidade incontornável de se apoiar e depender de outros grupos, a exemplo do que já acontecia com a liderança do governo no Senado. Com um pouco de distanciamento percebe-se que esse contexto acima nada tem de excepcional, muito menos as brigas de Bolsonaro com setores da imprensa (pode-se dizer que há décadas a história política do Brasil está recheada desse tipo de conflito entre governantes e grupos de mídia). Ocorre que os verdadeiros donos de sabedoria política tratam de exercitar a serenidade e o cálculo frio, essenciais para se navegar em águas turbulentas – mas o que Bolsonaro está exibindo é a caricatura de um personagem consumido no caldeirão fervente de seus próprios demônios, às vezes chamados de “hienas”. Ele prefere enxergar sobretudo conspirações e inimigos ocultos (seu ídolo, Donald Trump, fala sempre de um “deep state”) mancomunados para derrotá-lo em sua missão divina e tornada possível por um milagre (sobreviver à facada), num tipo de visão de mundo que inclui mesmo o resto do mundo (conspirações ou forças do mal arquitetando-se no Chile, Argentina, óleo nas praias, Amazônia, etc.). 
Lutando contra seus demônios, vai sendo engolido pelo “buraco” (a expressão é do próprio Bolsonaro) no qual está um País estagnado, recuperando-se muito lentamente da mais brutal recessão da sua História, habitado por milhões cujas expectativas não atendidas crescem tanto quanto sua impaciência – isto sim, é diabólico.


NO BLOG DO AUGUSTO NUNES
No quesito ladroagem, o time de Dilma já perde por 5 a 0 da equipe de Bolsonaro
E a goleada será muito mais desmoralizante se o técnico e dono do time tiver juízo, tratar os craques com mais desvelo e livrar-se dos bisonhos incuráveis
Do R7
Quarta-feira, 30/10/2019-10h04 (Atualizado em 30/10/2019- 10h05)
O balanço dos primeiros dez meses de governo informa que a equipe de Jair Bolsonaro tem vaga garantida no G4 que agrupa os times escalados pelos presidentes da República eleitos pelo voto direto ressuscitado em 1989. O time escalado por Fernando Collor de Mello foi merecidamente punido com o rebaixamento. Fernando Henrique Cardoso fez bonito ao apostar na geração de economistas, até então apenas promissores, que revolucionaram o combate à inflação com o Plano Real. As substituições escancararam as carências do elenco, mas o conjunto da obra colocou FHC anos-luz à frente de Collor.
Lula fez algumas escolhas corretas - Henrique Meirelles no Banco Central, por exemplo - até decidir transformar o ministério num ajuntamento de representantes dos bandos, disfarçados de partidos, que produziram o escândalo do Mensalão e depois forjaram o maior esquema corrupto de todos os tempos. A safra de nulidades delinquentes foi tão portentosa que sobrou gente para infeccionar o segundo e o terceiro escalões, empresas estatais, fundos de pensão e centenas de salas do cofre ao alcance das gazuas federais. Começou com Lula o vergonhoso 7 a 1 contra o povo brasileiro que Dilma Rousseff consumou com a impetuosidade de centroavante rompedor.
Nestes dez meses, o desempenho da equipe ministerial justificou a confiança da torcida nos dois craques do time: Paulo Guedes e Sergio Moro. O artilheiro que comanda a área econômica exibe na sala de troféus a reforma da Previdência, a lei de liberdade econômica, acordos econômicos internacionais, além de outras conquistas — e está pronto para colocar em campo os avanços estruturais prometidos por todos os governantes desde Tomé de Souza. O ministro da Justiça e Segurança Pública, apesar da violência homicida dos adversários e da omissão repulsiva de companheiros de equipe, vai mostrando no combate às grandes organizações criminosas a extraordinária competência exibida no cerco aos corruptos da classe Executiva.
Sim, há titulares que falam mais do que jogam, outros que vivem chutando contra o próprio gol e alguns que parecem confundir a bola com o pau de escanteio. Mas revelações como Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infra-Estrutura, garantem a boa performance coletiva. 
A equipe de Dilma está para a de Bolsonaro como o Jabaquara esteve para o Santos de Pelé. E a diferença cresce exponencialmente quanto o quesito avaliado é a taxa de roubalheira. O ministro do Turismo, Álvaro Antonio, dificilmente escapará de disputar o campeonato da população carcerária. Mas o fato é que, dez meses depois da entrada do time em campo, nenhum dos escalados foi expulso por corrupção.
No mesmo período, Dilma foi forçada pela indignação nacional a livrar-se de cinco gatunos que presenteara com gabinetes no primeiro escalão. O desfile da bandidagem desempregada por safadeza explicita foi aberto em 7 de junho de 2011 por Antonio Palocci, chefe da Casa Civil. Prosseguiu em 6 de julho com Alfredo Nascimento, ministro dos Transportes. A ele seguiram-se Wagner Rossi (Agricultura, devolvido ao lar em 17 de agosto) e Pedro Novais (Turismo, demitido em 14 de setembro). O cortejo de 2011 se encerrou com Orlando Silva, afastado das verbas do Ministério do Esporte em 26 de outubro.
Em matéria de ladroagem, portanto, a equipe de Dilma está perdendo por 5 a 0 da atual seleção. Não é pouca coisa. E a goleada será muito mais desmoralizante se o técnico e dono do time tiver juízo, tratar os craques com mais desvelo, livrar-se dos bisonhos incuráveis e, sobretudo, antecipar-se aos juízes no afastamento dos que vão tornando inevitável o cartão vermelho. Pense nisso, presidente. O Brasil que presta não merece decepcionar-se com quem escolheu para sepultar de vez a Era PT — a mais sórdida de toda a nossa História.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Quinta-feira, outubro 31, 2019
A FORÇA FENOMENAL DE JAIR BOLSONARO. DEPOIS DE UMA NOITE INSONE O PRESIDENTE PROFERE UMA EXCELENTE PALESTRA EM EVENTO EMPRESARIAL NA ARÁBIA SAUDITA.

https://youtu.be/Lm8_yHEyx90
Depois de perder a noite ocupado na produção de um vídeo em que respondeu à reportagem fajuta da Rede Globo e que está postado aqui no blog, o Presidente Jair Bolsonaro discursou fazendo uma apresentação do Brasil no evento Future Investment Initiative, em Riad, na Arábia Saudita.
Não deixa de ser impressionante a vitalidade e a garra do Presidente Jair Bolsonaro, haja vista que foi submetido a quatro cirurgias que lhe salvaram a vida depois que sofreu aquele atentado a faca em Juiz de Fora, Minas Gerais, já na reta final da campanha para a presidência. Além disso, o Presidente Jair Bolsonaro ainda carrega no interior de seu abdome um tela destinada a evitar aderências.
Apesar disso tudo e do fato de ter passado a noite sem dormir, o Presidente Jair Bolsonaro cumpriu rigorosamente sua agenda proferindo uma palestra excelente focada no Novo Brasil, agora já livre da canga comunista que mergulhou nosso País numa crise econômica brutal. Aliás, o Presidente Bolsonaro fez questão de mencionar isso à platéia de empresários, referindo-se ao projeto econômico de seu governo cujos efeitos já podem ser medidos pela reação do mercado, com a Bovespa batendo recordes, o Real se valorizando e o nível de emprego reagindo positivamente. E tudo isso acontece nesses primeiros 10 meses de seu governo.
De sorte que vale a pena ver o vídeo acima cujas cenas iniciais mostram o Presidente Jair Bolsonaro detonando a Rede Globo. Ato contínuo, o Presidente Bolsonaro já aparece na tribuna onde inicia sua palestra para o empresariado do mundo árabe.
O vídeo foi produzido pelo canal Folha do Brasil no Youtube.


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