TERCEIRA EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA, 26/9/2019

NA COLUNA DO ALEXANDRE GARCIA
Bolsonaro foi contundente sem ser agressivo. E Alcolumbre?
Por Alexandre Garcia
[Quarta-feira, 25/09/2019] [22:49]
Por 68 a 10, o Senado Federal aprovou a indicação feita pelo presidente Jair Bolsonaro do novo procurador-geral da República, que entra no lugar de Raquel Dodge. É Augusto Aras, que não estava naquela lista tríplice levada corporativamente pelo pessoal do Ministério Público.
Nem todos os procuradores estão presentes nessa escolha da lista tríplice, porque é feita uma eleição interna. Depois eles levam ao presidente. Isso era feito do governo Lula para cá, mas não há nenhuma disposição legal a respeito disso. Aras passou na sabatina na Comissão de Constituição e Justiça e agora é o novo procurador-geral da República.
Alcolumbre vai a Toffoli
Davi Alcolumbre, presidente do Senado, foi ao presidente do STF, Dias Toffoli, pedir que anule a liminar concedida pelo ministro Luís Roberto Barroso, que autorizou busca no gabinete do senador Fernando Bezerra Coelho, líder do governo no Senado.
No dia em que houve a busca, o senador entregou o cargo à Presidência da República. O presidente Bolsonaro não aceitou e, inclusive, afirmou que já sabia que ele estava sendo investigado e o escolheu mesmo assim. Portanto, vai esperar o fim dessa história. Vai esperar a conclusão para saber se realmente existe alguma ilicitude ao fim das investigações.
A Polícia alega que pegou um registro digital intitulado “doações ocultas”. De qualquer forma, isso ocasionou o adiamento da votação da reforma da Previdência para semana que vem. Alcolumbre alega que em primeiro lugar vem a defesa do Legislativo, por isso ele foi ao Supremo pedir anulação disso tudo.
Vetos derrubados
O resultado do adiamento da reforma da Previdência foi a votação dos vetos do presidente na Lei de Abuso de Autoridade. De 33 vetos presidenciais, 15 permaneceram, mas 18 foram derrubados.
Quem festejou isso foi o autor dessa lei, que é o senador Renan Calheiros (MDL-AL). Ele não era o autor inicial, mas fizeram tantas mudanças que ele se tornou o autor. Essa lei pegou carona no projeto inicial do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Se a gente ler como ficou a lei, ela se tornou o abuso do criminoso investigado. Porque ameaça o juiz, o Ministério Público e a Polícia. Qualquer coisa que ele fizer virou crime e corre o risco de ir para a cadeia. Alguns exemplos:
Mostrar parte do investigado. Fazer algum interrogatório com o preso no horário em que ele devia estar dormindo. O juiz decretar prisão que não era devida ou de bloquear bens muito acima do que seria razoável. Se fizer algo do tipo, o juiz corre o risco de “pegar uma cadeia”.
Contundente sem ser agressivo
O presidente Jair Bolsonaro, entrevistado pelo Correio Braziliense, disse: 
- “Tínhamos que ser contundentes, mas não agressivos”. Na verdade, ele foi bem contundente sem ter sido agressivo.
Eu tenho falado com as pessoas, e se eu fizesse uma enquete daria quase 100% de apoio. Eu vou voltar a dizer e é claro que os eleitores de Haddad certamente não aprovam a fala presidencial na Assembleia Geral da ONU.
Mas as pessoas em um auditório em que eu estava - que são médicos e administradores de hospitais - aprovaram inteiramente o discurso e ainda disseram que aquele foi um discurso de estadista. Um discurso forte, mas que mostrou que o Brasil tem dono: os brasileiros.
Há uma convicção sobre aquilo que foi decidido nas eleições de outubro. O discurso foi uma espécie de prestação de contas que Bolsonaro fez na ONU perante os seus eleitores.
Sobre a Amazônia
O governo está preparando um projeto de lei para tratar sobre mineração em reserva indígena. Porque a Constituição diz que o subsolo é propriedade da União. A reserva é a superfície, mas o subsolo é propriedade da União.
Isso vai tirar a cobiça externa e deixa tudo mais claro. Vão fazer uma lei para regulamentar isso, inclusive envolvendo os índios no assunto. Pelo menos aqueles que estiverem desfrutando a Reserva.

NO BLOG DO RODRIGO CONSTANTINO
A ESQUERDA JURÁSSICA SOBREVIVE, POIS SEMPRE HAVERÁ ASNOS A ENCANTAR
Quinta-feira, 26 de setembro de 2019
Há uma esquerda mais moderna, civilizada, que não cospe no capitalismo, no mercado. Ela tenta se vender como liberal, mas na verdade é “progressista”, abraça bandeiras “descoladas” no campo dos costumes, leva a sério paranoia ambiental, ideologia de gênero e outras coisas do tipo.
Ao menos não detona o sistema capitalista. É o caso dos tucanos social-democratas, por exemplo, ou de Luciano Huck, que se move de olho em 2022, e se reuniu com Marcos Lisboa no Insper recentemente, segundo fontes.
Mas há, também, a esquerda jurássica, petista, socialista, que vive aprisionada nos tempos da Guerra Fria, e não suporta o fato de que seu lado perdeu. É uma turma radical, que ainda abraça baboseiras como “luta de classes” e outras ideias marxistas.
Às vezes esses dinossauros se pintam com cores modernas também, mas a essência ultrapassada permanece visível. Mesmo que a forma seja moderada, o conteúdo é extremista, cheira a naftalina. E vou dar dois exemplos hoje.
Um deles é velho conhecido, e fazia tempo que eu não dedicava alguma atenção para suas colunas. Era falta de Plasil no meu estoque. Com remédio renovado, fui encarar a coluna de Veríssimo hoje no GLOBO. Tive que dobrar a dose.
O “simpático” socialista usa novo livro do esquerdista Piketty para detonar o capitalismo, que nos levará, profetiza, a um desastre. Marxistas aguardam essa tragédia há pelo menos um século. O socialista vibra com a receita apresentada no livro:
O novo Piketty foi publicado, por enquanto, só na França. Sairá em Inglês em março. Sua mensagem é a mesma do outro livro: o capitalismo, do jeito que vai, caminha pra um desastre. Como evitar o desastre? Taxar mais os mais ricos. Mudar as leis de sucessão que só favorecem fortunas herdadas etc. Piketty não é comunista. Se declara um social-democrata no modelo europeu, só disposto a levar o social e o democrático um pouco mais longe. Um bom exemplo.
Social-democrata, mas quer taxar os “ricos” (leia-se classe média) em nome da igualdade? E é aplaudido por marxistas? Sei…
O outro caso é o “encantador de asnos”, cujo apelido no mercado financeiro era “fanfa”, de fanfarrão. Eduardo Moreira vem ladeira abaixo faz algum tempo, flertando cada vez mais com a esquerda radical, petista mesmo.
Aproximou-se de Ciro Gomes, o nacional-desenvolvimentista, mas não se deu por satisfeito. Precisava ir à raiz do extremismo, descer mais fundo no poço, e depois abrir o alçapão e cair mais ainda. Foi o que fez, ao se encontrar com Belluzzo em frente à prisão onde se encontra o bandido Lula:
O sujeito só pode estar de olho no nicho jurássico da política, demonstrando todo seu oportunismo eleitoral. E o espantoso é que figuras como Belluzzo ainda tenham seguidores! Ninguém vai lhes cobrar explicações sobre o fracasso dilmista, claro. O socialismo é mesmo uma seita ideológica, uma espécie de religião secular.
Não importa quantas experiências comprovem aquilo que as boas teorias já mostravam, que o socialismo é um retumbante fracasso: sempre haverá crentes dispostos a ignorar os fatos e a lógica para ficar com a fé.
E figuras como Veríssimo e Moreira exploram isso, claro. Sabem que os dinossauros políticos jamais serão extintos, não importa quantos meteoros caiam sobre seus experimentos sociais. Vamos taxar os ricos! O capitalismo vai nos levar a um desastre! A escatologia apocalíptica e a inveja alimentam a seita. E sempre haverá asnos prontos para se encantar com a baboseira…
Por Rodrigo Constantino

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