TERCEIRA EDIÇÃO DE 12-4-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA VEJA.COM
Paes recebeu R$ 15 mi para ‘facilitar’ contratos nas Olimpíadas
Na planilha da Odebrecht, ex-prefeito do Rio é retratado sob o codinome de "Nervosinho"
Por Rodrigo Rangel, Daniel Pereira, Robson Bonin, Laryssa Borges, Marcela Mattos, Felipe Frazão, Hugo Marques, Thiago Bronzatto
Terça-feira, 11 abr 2017, 23h54 - Atualizado em 12 abr 2017, 01h00
O ministro relator do Petrolão no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, determinou a abertura de inquérito para investigar o ex-prefeito no Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o deputado federal Pedro Paulo Carvalho. Ambos são do PMDB do Rio. Paes é acusado de intermediar caixa dois para a campanha de Pedro Paulo, o ex-secretário acusado de agredir a ex-esposa, e ainda de receber dinheiro da Odebrecht em troca de facilitação de contratos das Olimpíadas para a empresa. Três delatores da Odebrecht narraram as negociatas envolvendo Eduardo Paes.
Em 2012, segundo o delator Benedicto Barbosa, a Odebrecht repassou 15 milhões de reais para Eduardo Paes, “ante seu interesse na facilitação de contratos relativos às Olimpíadas de 2016”. Dessa quantia, 5 milhões de reais foram entregues ao prefeito por meio de contas no exterior.
Em sua delação, Benedicto apresenta documentos para corroborar suas informações e em seus relatos há menção aos nomes de Leonel Brizola Neto e Cristiane Brasil como possíveis destinatários de valores. Segundo o delator, em 2014 Pedro Paulo recebeu 300.000 reais de maneira oculta, durante a campanha eleitoral. O ex-prefeito do Rio é acusado de solicitar pagamento de 3 milhões de reais para a campanha de Pedro Paulo a deputado federal em 2010. A transação foi “facilitada” por Eduardo Paes, segundo a delação premiada. Há registros de diversos pagamentos para Eduardo Paes no sistema da propina da Odebrecht. Lá, o ex-prefeito é identificado como “Nervosinho”.
O ministro Fachin levantou o sigilo do processo e determinou o envio dos autos para a Polícia Federal, para as diligências necessárias. Três juízes que auxiliam Fachin no STF ficarão responsáveis pela investigação de Eduardo Paes e Pedro Paulo.

Rodrigo Maia será investigado por corrupção e lavagem de dinheiro
Presidente da Câmara recebeu pelo menos 950 mil reais da Odebrecht
Por Rodrigo Rangel, Daniel Pereira, Robson Bonin, Laryssa Borges, Marcela Mattos, Felipe Frazão, Hugo Marques, Thiago Bronzatto
Terça-feira,11 abr 2017, 20h53 - Atualizado em 11 abr 2017, 21h53
Um dos inquéritos derivados da chamada delação do fim do mundo vai investigar o atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) por ter pedido e recebido pelo menos 950.000 reais da Odebrecht em 2008 e 2010. O pai dele, o ex-prefeito do Rio César Maia, também será investigado.
De acordo com o despacho do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, em 2008 Rodrigo pediu 350.000 reais à Odebrecht a pretexto de utilizar o valor na disputa eleitoral. O problema, ressalta o despacho, é que naquele ano nem Maia nem o pai dele foram candidatos. O dinheiro usado pela Odebrecht para atender o pedido saiu do Setor de Operações Estruturadas, como era chamada a divisão da empresa encarregada de distribuir propinas.
Em 2010, Rodrigo Maia pediu um novo repasse, desta vez para a campanha de Cesar Maia. A Odebrecht, novamente, atendeu o pedido e liberou 600.000 reais. Desse valor, 400.000 reais saíram do departamento de propinas. No sistema Drousys, que registrava secretamente os subornos pagos pela empreiteira, aparecia como destinatário do dinheiro o nome de um assessor de Rodrigo Maia que, de acordo com os investigadores, atuou como intermediário das operações.
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Os delatores descrevem outros pagamentos ao deputado. Entre eles, repasses feitos para que ele ajudasse a aprovar uma medida provisória de interesse da empreiteira e contribuições para a campanha de 2014.
O inquérito contra Rodrigo e César Maia vai investigar os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.
Confira a nota de posicionamento do presidente da Câmara Rodrigo Maia:
“O processo vai comprovar que são falsas as citações dos delatores e os inquéritos serão arquivados. Eu confio na Justiça e vou continuar confiando sempre. O Ministério Público e a Justiça vão fazer o seu trabalho de forma competente, cabe ao Congresso cumprir seu papel institucional de legislar. Há separação dos Poderes”.
(...)

Gleisi recebeu R$ 5 mi por medida que beneficiava Odebrecht
Gleisi também recebeu repasses da Odebrecht nas eleições de 2008, 2010 e 2014
Por Rodrigo Rangel, Daniel Pereira, Robson Bonin, Laryssa Borges, Marcela Mattos, Felipe Frazão, Hugo Marques, Thiago Bronzatto
Terça-feira, 11 abr 2017, 21h16 - Atualizado em 11 abr 2017, 21h50chat_bubble_outlinemore_horiz
(Divulgação/Divulgação)
Candidata à presidência do Partido dos Trabalhadores (PT) e ré na Operação Lava-Jato, a senadora Gleisi Hoffmann recebeu 5 milhões de reais no ano de 2014 como contrapartida à abertura de um crédito de 50 milhões de reais relacionado à linha de financiamento à exportação de bens e serviços entre Brasil e Angola. A proposta beneficiaria o Grupo Odebrecht e, por isso, delatores como Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Marcelo Odebrecht e Valter Luis Arruda Lana, contaram em detalhes como abasteceram os cofres da petista.
Nos acordos de delação premiada, os colaboradores também narraram a ocorrência de pagamentos, a pedido do então Ministro de Estado, Paulo Bernardo Silva, em favor de campanhas de Gleisi tanto em 2008, quando ela concorreu à prefeitura de Curitiba, em 2010, quando se candidatou e venceu a disputa pelo Senado Federal, e em 2014, quando foi derrotada na corrida pelo Governo do Estado do Paraná.
(...)

Renan e Jucá receberam R$ 5 mi por aprovação de MP, diz Odebrecht
Delatores dizem que os peemedebistas receberam recursos para garantir a aprovação de uma medida provisória exatamente nos moldes dos interesses da Odebrecht
Por Rodrigo Rangel, Daniel Pereira, Robson Bonin
Terça-feira, 11 abr 2017, 18h36 - Atualizado em 11 abr 2017, 21h16
Segundo três delatores da Odebrecht que prestaram depoimento ao Ministério Público em troca de benefícios judiciais, a empreiteira pagou 5 milhões de reais em propina ao líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e ao líder do governo na Casa, Romero Jucá (RR), em troca da aprovação da MP 627/13. A medida provisória representava um duro embate entre o Palácio do Planalto e construtoras. O texto criava um novo sistema de tributação dos lucros obtidos por empresas multinacionais brasileiras a partir das suas controladas no exterior, mas a então presidente Dilma Rousseff vetou um trecho aprovado pelo Congresso em que as empreiteiras eram blindadas do aumento imediato da tributação de grandes obras no exterior.
No departamento da propina, a transação envolvendo os senadores e recebeu o apelido de “exportação”, uma referência ao conteúdo da medida provisória.
Confira o que diz o senador Renan Calheiros (PMDB-AL):
“A abertura dos inquéritos permitirá que eu conheça o teor das supostas acusações para, enfim, exercer meu direito de defesa sem que seja apenas baseado em vazamentos seletivos de delações. Um homem público sabe que pode ser investigado. Mas isso não significa condenação prévia ou atestado de que alguma irregularidade foi cometida. Acredito que esses inquéritos serão arquivados por falta de provas, como aconteceu com o primeiro”
Confira o que diz o senador Romero Jucá (PMDB-RR):
“Nas minhas campanhas eleitorais sempre atuei dentro da legislação e tive todas as minhas contas aprovadas”
(...)

Collor recebeu 800 000 reais da Odebrecht
Ele recebeu
Por Da Redação
Terça-feira, 11 abr 2017, 19h11 - Atualizado em 11 abr 2017, 19h59
O ministro Edson Fachin autorizou abertura de inquérito contra o senador Fernando Collor de Melo. De acordo com os delatores Fernando Reis e Alexandre Barradas, Collor recebeu 800 000 reais da empresa para ajudar em projetos na área de saneamento básico. Mas o dinheiro foi para a sua campanha ao Senado em 2010. O apelido de Collor no sistema da empresa era “roxinho”.






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