PRIMEIRA EDIÇÃO DE 25-4-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
TERÇA-FEIRA, 25 DE ABRIL DE 2017
O Grupo Odebrecht já enfrentava dificuldades financeiras, agravadas pela Lava Jato, quando decidiu propor acordos de delação premiada de todos os executivos com papel relevante na negociação ou pagamento de propina. As investigações apontavam para o declínio e deterioração irreparáveis da empresa, com passivo várias vezes superior aos ativos. Mas a Odebrecht, agora, poderá culpar a Lava Jato por sua crise.
Alguns executivos da Odebrecht estavam relutantes quanto à delação, mas a empresa os premiou com dinheiro para que colaborassem.
Em 2015, a receita da Odebrecht caiu 12%, para US$ 39 bilhões, com prejuízo líquido de R$ 298 milhões.
A crise provocou demissões na Odebrecht. Os 181.556 funcionários em 2013 foram reduzidos para a 128.486 em 2015.
Emílio Odebrecht tentou salvar a empresa e tirar o filho Marcelo da prisão, ao trabalhar para que 77 executivos optassem pela delação.
O Comandante Braga, amigo do ex-presidente Lula delatado pela Odebrecht como intermediário no recebimento de propina pelo contrato bilionário da compra de submarinos franceses, após sair da Marinha se tornou negociante de açúcar entre o Brasil e o norte da África, fazendo negócio inclusive com o ex-governador Miguel Arraes, que vivia asilado na Argélia. Chamado de “Almirante Braga” na Odebrecht, trata-se do capitão de corveta aposentado Carlos Henrique Ferreira Braga
Milionário, dono de quinze empresas, o “Almirante Braga” chegou a emprestar um avião à campanha presidencial de Lula, em 1989.
O ex-executivo da Odebrecht, Luiz Eduardo Soares disse que a propina para o “Almirante Braga” seria de um grupo de viúvas de almirantes.
O contrato de R$ 31 bilhões para a compra de submarinos, incluindo R$ 3,3 bilhões para a Odebrecht, era a fonte do propinoduto.
Interpelado pelo “Jornal Nacional, terça-feira (18), o coordenador do programa do submarino brasileiro, almirante Max Hirschfeld, afirmou que “inexiste” um “almirante Braga” na Marinha. Mas Hirschfeld, tanto quanto os cabeços de portos, sabem que o Comandante Braga existe.
Ex-presidente da OAS Léo Pinheiro confirmou ao juiz Sérgio Moro a interpretação da Lava Jato: a empreiteira contratava “palestras” de Lula para lavar a propina materializada pela reforma do tríplex do Guarujá.
O ministro Raul Jungmann (Defesa), deputado pelo PPS-PE, divulgou estudos para instalar a indústria de defesa em Pernambuco, a começar por unidades da Taurus, acusada de produzir armas que disparam acidentalmente, e a Ruag suíça, fabricante de pólvora e cartuchos.
Paulão (PT-AL) é honrosa exceção no triste show de deputados que furam a fila no embarque, no aeroporto de Brasília, para viagens semanais a Alagoas. Ele se submete à fila, democraticamente.
No primeiro bimestre de 2017, o polo de Manaus faturou R$11,8 bilhões, mais de 12% de crescimento em relação a 2016. Em dólar, o faturamento cresceu 45%, saltando para US$3,8 bilhões.
A Comissão Mista de Orçamento sai esta semana, ainda que o líder do PMDB não indique seu presidente, como lhe compete. Renan Calheiros retirou a escolha de Rose de Freitas (PMDB-ES) após ouvi-la afirmar que a oposição dele ao governo Michel Temer era pessoal.
Luiz Feral, do grupo que controla a agência Talk2, garante “completa lisura, transparência e respaldo da lei” na licitação da Embratur, de R$ 9 milhões, para contratar uma empresa de comunicação digital.
O presidente do governo da Espanha, Mariano Rajoy, que visita o País, nasceu no mesmo dia, mês e ano e na Santiago de Compostela da jornalista Maria del Carmen Tamanini, radicada em Brasília há anos.
...o futuro do PT deve ser tentar eleger apenas ex-BBBs.

NO DIÁRIO DO PODER
AÇÃO CONTRA DILMA-TEMER
APÓS CINCO HORAS DE DEPOIMENTO, JOÃO SANTANA E MÔNICA MOURA DEIXAM TRE-BA
MÔNICA MOURA REVELA NEGOCIAÇÃO DE CAIXA 2 DIRETAMENTE COM DILMA
Publicado: segunda-feira, 24 de abril de 2017 às 16:32 - Atualizado às 20:32
Redação
Após mais de cinco horas de depoimentos, o publicitário João Santana e a empresária Mônica Moura saíram da sede do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), sem falar com a imprensa.
De acordo com Moura, houve acerto de pagamentos ao caixa 2 da campanha de reeleição diretamente com a então presidente Dilma, no Planalto, e ficou definido que as tratativas seriam conduzidas pelo ex-ministro Guido Mantega.
Mônica Moura e João Santana são testemunhas em ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, que venceu as eleições em 2014. O casal foi responsável pelo marketing da campanha e revelou que foram cobrados R$ 105 milhões ao todo, sendo R$ 70 milhões de forma oficial e R$ 35 milhões ilegalmente no caixa 2.
O depoimento foi transmitido por videoconferência a membros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mesmo com a presença do ministro Herman Benjamin, relator do processo que veio a Salvador somente para a oitiva das testemunhas.
Mônica Moura foi a primeira a falar e depôs durante quase três horas. Já a oitiva de João Santana durou cerca de duas horas.
O casal chegou ao TRE, acompanhado por seus advogados, por volta das 9h de hoje (24), em um veículo de luxo que ficou estacionado na área destinada a veículos de funcionários do Tribunal, para evitar contato com a imprensa.
Processo
As contas da campanha da chapa Dilma-Temer foram aprovadas por unanimidade, embora com ressalvas, pelo TSE em dezembro de 2014. Pouco depois, no entanto, foi aberta uma ação de investigação, a pedido do PSDB – partido do segundo colocado, Aécio Neves –, para apurar o eventual abuso de poder político e econômico pela chapa vencedora.
Em caso de condenação, o TSE pode tornar inelegíveis tanto Dilma Rousseff como Michel Temer, que pode ainda ser afastado da Presidência da República.
A campanha de Dilma Rousseff nega qualquer irregularidade e sustenta que todo o processo de contratação das empresas e de distribuição dos produtos foi documentado e monitorado. A defesa do presidente Michel Temer sustenta que a campanha eleitoral do PMDB não tem relação com os pagamentos suspeitos. (ABr)

CINCO PALESTRAS
LÉO REVELA QUE OAS PAGOU MAIS DE US$1 MILHÃO POR 'PALESTRAS' DE LULA
REFORMA DO TRÍPLEX FOI PAGA COM "PALESTRAS" DE LULA E PROPINA
Publicado: segunda-feira, 24 de abril de 2017 às 15:41 - Atualizado às 17:00
Redação
O empresário Léo Pinheiro, da OAS, disse que a empreiteira "pagou mais de US$ 1 milhão" ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por palestras no exterior. Ao todo, disse o ex-presidente da OAS, foram cinco eventos, ou US$ 200 mil por palestra. No interrogatório a que foi submetido pelo juiz Sérgio Moro na quinta-feira, 20, Léo Pinheiro falou das palestras quando explicava detalhes até então desconhecidos da Lava Jato sobre o triplex do Condomínio Solaris, no Guarujá - cuja propriedade a força-tarefa do Ministério Público Federal atribui a Lula, o que é negado por sua defesa.
"A relação com o ex-presidente era minha, a relação com o Paulo Okamotto (presidente do Instituto Lula) era minha. Estive com o Paulo Okamotto e o João Vaccari (ex-tesoureiro do PT, preso na Lava Jato desde abril de 2015), como nós íamos operacionalizar isso, mas a reforma já tinha sido feita e gasta", afirmou Léo Pinheiro.
O empresário disse que "avisou" o ex-tesoureiro do PT. "Eu avisei o João Vaccari, eu não posso continuar, um investimento muito alto. Para ter uma ideia, só para esclarecer um pouco mais o que estou dizendo, o lucro daquele empreendimento praticamente estava indo embora na reforma que estava fazendo em um apartamento só, eram cento e tantos, tinha que ser dada uma solução e foi dada a solução."
Neste trecho do depoimento, Léo Pinheiro revelou a origem dos recursos que, segundo ele, a OAS teria investido nas obras do triplex. Ele incluiu contratos da empreiteira com a Petrobras no âmbito da Refinaria Abreu e Lima (Renest), em Pernambuco - primeiro grande contrato da estatal petrolífera que a Polícia Federal apontou irregularidades na Lava Jato.
"A OAS Empreendimentos não teve prejuízo na reforma porque foi paga através da Renest da obra da Petrobras, num encontro de contas, dela e de outras obras."
"Eu procurei o João Vaccari algumas vezes, ao Paulo Okamotto, de como iríamos operacionalizar para passar no nosso nome. Tínhamos um elo entre o Instituto Lula com várias doações feitas, estão aí todas declaradas. E as palestras no exterior, fizemos, senão me falha a memória, cinco palestras. Só a OAS pagou em palestras mais de um milhão de dólares", revelou o empreiteiro.
"Foram dadas as palestras?", questionou o criminalista Cristiano Zanin Martins, defensor de Lula.
"Foram dadas, ninguém está falando o contrário", respondeu Léo Pinheiro. "Existia um vínculo comercial que poderia ser resolvido isso, já existia um hábito, transações comerciais entre a OAS, o Instituto Lula e as palestras, mas nunca foi resolvido esse assunto."

CARTAS EMBARALHADAS
Por Carlos Chagas
Terça-feira, 25-4-2017
Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra não penduraram as chuteiras, mas estão fora de campo. É possível que se componham, mas não mais em torno da candidatura de um deles, como se planejava. Não há tertius entre os três, mas por que não um quartus? No caso, João Dória Júnior, que já não nega com tanta ênfase a possibilidade. O PSDB tem consciência de permanecer uma força partidária expressiva, em especial porque o PMDB continua, e mais continuará, sem candidato. Quanto ao PT, se perder o Lula para o juiz Sérgio Moro, dará adeus ao sonho de voltar ao palácio do Planalto.
A operação Lava Jato embaralhou as cartas e faz emergir uma série de pretendentes sem partido, ou quase isso, tipo Ciro Gomes, Marina Silva, Jair Bolsonaro, Álvaro Dias, Joaquim Barbosa, Ronaldo Caiado e outros.
Dentro do quadro partidário, porém, os tucanos estão no jogo. Só que com Aécio, Alckmin e Serra não dá mais. Por isso eles poderiam apoiar o atual prefeito de São Paulo.
Meirelles seria ideal para o PMDB, se sua política econômica desse certo, mas como parece cada dia mais difícil, o ministro da Fazenda fica no banco. Só entrará no gramado caso consiga conquistar o meio campo. Traduzindo: aguarda um milagre.
Em suma, assim pode ser imaginadas as preliminares da sucessão de 2018, ainda que as cartas se encontrem embaralhadas. Acresce que o curinga não apareceu. Poderá surpreender.

NO BLOG DO JOSIAS
Imitando Lula, Dilma reivindica o papel de boba
Josias de Souza
Segunda-feira, 24/04/2017 20:36
Dilma Rousseff frequenta a cena político-policial em constrangedora posição. De um lado, delatores da Odebrecht informam que injetaram dinheiro sujo de corrupção nas arcas da campanha vitoriosa na disputa presidencial de 2014. Na outra ponta, o casal João Santana e Mônica Moura, responsável pelo marketing do comitê petista, admite ter recebido da construtora, por baixo da mesa, verbas de má origem. Uma parte foi depositada em conta secreta na Suíça. No meio disso tudo, Dilma nega o inegável.
A ex-presidente petista reivindica o papel de cega. Ou de boba. Repetindo: aquela senhora que chegou à Presidência com a fama de supergerente infalível pede para ser vista como uma tola, incapaz de farejar os milhões que passaram sob suas narinas. O mais irônico é que Dilma se desconstrói num esforço para desmentir João Santana, o mago do marketing que construíra sua imagem de mulher maravilha.
Dilma imita Lula. O sucesso de sua defesa dependerá do talento dos seus advogados para desmoralizá-la. A essa altura, aceitar a versão de Mônica Moura, que disse ter informado pessoalmente à ex-presidente sobre os depósitos da Odebrecht na Suíça, é uma homenagem à inteligência que Dilma diz não ter.


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