QUARTA EDIÇÃO DE 14-3-2017 DO "DA MÍDIA SEM MORDAÇA"

NO BLOG DO FAUSTO MACEDO
Veja Lula no banco dos réus na Lava Jato
Ex-presidente prestou depoimento nesta terça-feira, 14, como réu em ação penal na qual é acusado de ser o mandante de uma operação para viabilizar pagamentos ao ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró e evitar que o executivo firmasse um acordo de delação premiada com a Lava Jato
Fabio Fabrini e Julia Lindner, de Brasília
Terça-feira,14 Março 2017 | 13h10
Num interrogatório de 45 minutos, prestado à Justiça Federal em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou nesta terça-feira, 14, as acusações de que atuou para “comprar” o silêncio do ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró e, com isso, obstruir investigações da Operação Lava Jato.
Em tom de desabafo e demonstrando um certo nervosismo no início do depoimento, o petista afirmou que, nos últimos três anos, tem sido “vítima de um massacre”, com insinuações diárias, pela imprensa, de que será delatado por empresários e políticos supostamente envolvidos em corrupção.
“O senhor sabe o que é levantar todo dia achando que a imprensa está na porta de casa porque vou ser preso?”, questionou. “Tenho dito: duvido, antes, durante e depois, os que estão presos e os que vão ser presos, que tenha um empresário ou um político que tenha coragem de dizer que um dia me deu R$ 1 mil ou que tenha coragem de dizer que um dia o Lula pediu cinco centavos para ele”, acrescentou.
O interrogatório foi o primeiro de Lula numa ação penal relacionada à Operação Lava Jato.
O ex-presidente apresentou sua versão para a acusação de que foi o mandante de uma operação para viabilizar pagamentos ao ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró e, assim, evitar que ele firmasse um acordo de delação premiada com a Lava Jato. A suposta participação de Lula no esquema foi descrita pelo ex-senador Delcídio Amaral (sem partido, ex-PT-MS) em colaboração fechada com o Ministério Público Federal (MPF) depois de ser preso. O ex-congressista relatou que a ordem de Lula para evitar a confissão do ex-dirigente da estatal foi dada em reunião no Instituto Lula, em São Paulo.
Segundo a denúncia do MPF, Cerveró revelaria como recursos desviados de um contrato da estatal com a Schahin foram usados para pagar empréstimo fraudulento, contraído pelo pecuarista José Carlos Bumlai para financiar o PT. Também réu na ação, Bumlai é compadre do ex-presidente e tinha livre acesso ao Palácio do Planalto na gestão dele.
O ex-presidente disse que fica chateado com “ilações” do ex-senador Delcídio, declarou que as acusações dele são falsas e que, se há um brasileiro que “deseja a verdade”, é ele próprio. Explicou que não tinha nenhum motivo para temer as declarações de Cerveró, com quem não tinha contato, e que o ex-congressista era quem, na verdade, tinha uma “relação histórica” com ele.
“Certamente, depois de preso, as pessoas procuram um jeito de sair da cadeia e botar a culpa nos outros”, justificou, em referência a Delcídio.
Lula disse que tinha uma relação institucional com Delcídio, que era líder do governo no Senado, e que discutia vários assuntos com ele. Alegou, no entanto, nunca ter tratado da situação de Cerveró com o ex-senador, embora o assunto Lava Jato possa ter surgido nas conversas. “Lava Jato, no Brasil, a gente fala no café da manhã, no almoço, na janta e até depois da novela.”
Lula disse que era amigo de Bumlai, mas não tinha conhecimento do empréstimo feito pelo pecuarista com a Schahin, tampouco do contrato firmado pela Petrobras com a empresa, mais tarde, supostamente para que o valor débito fosse considerado pago. “Fiquei sabendo que o Bumlai tinha feito o empréstimo pela imprensa”, sustentou Lula.
Pesquisa 
O ex-presidente dedicou boa parte de seu discurso a exaltar realizações de seu governo num tom, por vezes, semelhante ao de um discurso político. Citou conquistas sociais e reiterou que os órgãos de investigação tiveram mais estrutura e autonomia durante os seus oito anos de mandato. Previu que, apesar do volume de notícias de cunho negativo a seu respeito, seu desempenho em sondagens eleitorais continuará incomodando opositores. “Vou matar eles de raiva, porque em todas as pesquisas vou aparecer na frente”, declarou.
Lula afirmou que o ofende “profundamente” a acusação de que o PT é uma organização criminosa. Argumentou que o partido é o mais importante já criado no País e que trabalhou para o fortalecimento das instituições, entre elas a Polícia Federal.
“No meu governo, a PF tinha de fiscalizar, tinha de investigar, teve dinheiro para a inteligência e os delegados sabem como é que eles foram valorizados. Eu dizia só tem um jeito de ninguém mais ser preso: é ser honesto”.
O ex-presidente voltou a criticar integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba por, supostamente, fazerem “pirotecnia com as pessoas”, mas afirmou ser a favor das investigações. “Tem gente que acha que eu sou contra a Lava Jato. Pelo contrário, quero que ela vá fundo. Sou contra tentar criminalizar a pessoa pela imprensa, e não pelos autos”, justificou.
No princípio do depoimento, o ex-presidente também foi questionado sobre dados pessoais, entre eles a renda. Afirmou que ganha remuneração de anistiado político, de cerca de R$ 6 mil, mais ao menos R$ 20 mil de benefícios da ex-primeira dama Marisa Letícia, morta no mês passado, em decorrência de um AVC, além de rendimentos de sua empresa de palestras, a LILS.
“Pode botar uns R$ 50 mil, estou tentando chutar”, disse Lula, avisando que seus advogados poderiam enviar tudo, em detalhes, por escrito.
Antes de deixar a sala de audiências, Lula agradeceu ao juiz federal substituto, Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara, pela oportunidade de falar. “Quero agradecer a oportunidade de prestar depoimento, pois estou com muita coisa engasgada”, declarou em uma de suas falas.
O juiz abriu dez dias de prazo para que a defesa e o MPF façam, eventualmente, pedidos de diligências que considerem necessárias. Em seguida, será aberta a fase para que os dois lados apresentem as alegações finais. Depois disso, uma decisão já poderá ser tomada. O procurador Ivan Cláudio Marx, que representou o MPF, afirmou que o depoimento transcorreu conforme o esperado.
A audiência provocou mudanças no trânsito no entorno da Justiça Federal, na Asa Norte, em Brasília, e também no interior do edifício. Além da sala de audiências, o depoimento foi transmitido simultaneamente por vídeo em outro andar do edifício para a imprensa.
Desde o início da manhã, a rua que dá acesso ao prédio ficou interditada para o tráfego de veículos. Ao final da audiência, um grupo de cerca de 20 pessoas fez uma manifestação ao lado de fora a favor do ex-presidente.

NO DIÁRIO DO PODER
ROUBO AINDA MAIOR
TCU ENCONTRA NOVO PREJUÍZO DE US$ 33,8 MILHÕES NA COMPRA DE PASADENA
NEGOCIATA DA REFINARIA DE PASADENA CUSTOU R$107 MILHÕES A MAIS
Publicado: terça-feira,14 de março de 2017 às 11:23 - Atualizado às 11:51
Redação
O Tribunal de Contas da União (TCU) detectou um novo prejuízo na compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Auditores da Corte e o MP apontam pelo menos quatro ex-executivos da Petrobras como responsáveis pelas perdas de US$ 33,8 milhões, equivalentes a R$107,1 milhões.
Ainda segundo os auditores da Corte, a Astra Oil, ex-sócia no negócio, deve responder pelo débito. Uma decisão sobre o caso será tomada pelo tribunal amanhã.
Por outro lado, o TCU concluiu que outro prejuízo, de US$ 39,7 milhões, apurado em 2014, não ocorreu e, por isso, não deve ser cobrado.
O tribunal concluiu em 2014 que houve dano ao erário de US$ 792 milhões na compra de Pasadena, feita em duas etapas - uma em 2006 e outra em 2012. Na ocasião, os auditores entenderam que 14 executivos deram causa às perdas, determinando que eles respondessem às tomadas de contas - processos que visam ao ressarcimento.
Dez deles estão com os bens bloqueados, incluindo o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli e os ex-diretores, Paulo Roberto Costa (Abastecimento), Nestor Cerveró e Renato Duque (Serviços).
O aval para a compra de Pasadena foi dado pela então chefe do Conselho de Administração da Petrobras, Dilma Rousseff. Ela diz que se baseou num parecer falho, elaborado por Cerveró, que omitia cláusulas prejudiciais do negócio. Do contrário, assegurou, não votaria a favor. O ex-diretor, preso na Lava Jato, é hoje um dos delatores da operação.

NO O ANTAGONISTA
Quem massacrou quem, Lula?
Brasil 14.03.17 14:11
Vamos repetir: o departamento de "operações estruturadas" da Odebrecht movimentou, entre 2006 e 2014, 3 bilhões e 390 milhões de dólares. Desse total, segundo um dos delatores da empreiteira, 500 milhões de dólares foram para pagar propina dentro e fora do Brasil.
Quem massacrou quem, Lula?
A leitoinha de Fabinho do apê seduziu Temer
Economia 14.03.17 14:00
Andréia Sadi noticia que Michel Temer avalia criar um ministério ou uma secretaria com status de Ministério do Saneamento para entregar à ala mineira do PMDB na Câmara.
A intenção é acalmar a turma de Fabinho do apê e garantir a aprovação da PEC da Previdência.
A outra lista Janot
Brasil 14.03.17 13:59
O Vem Pra Rua está em campanha contra o voto de lista.
E faz muito bem.
O voto de lista, ou lista fechada, é a vitória do caciquismo, porque os partidos passam a escolher quem é eleito e quem não é.
Isso garante o foro privilegiado aos denunciados da Lava Jato, pois eles podem voltar ao Congresso Nacional mesmo que percam todos os eleitores.
O apelido do Instituto Lula
Brasil 14.03.17 13:41
Em um dos momentos em que passou a questionar o juiz, Lula perguntou:
"Você sabe qual era o apelido do Instituto Lula? Sabe? Era Posto Ipiranga. Porque todo mundo fala: 'Tem problema em tal lugar? Posto Ipiranga.'"
Lula afirmou ter orgulho dessa referência. Resta saber se o posto também ficará orgulhoso.

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