UMAS E OUTRAS DO HELIO FERNANDES

HELIO FERNANDES - Tribuna da Imprensa de 07-8-2014

Prisão é prisão, liberdade é liberdade, a lei e a Constituição estão acima de tudo. Hoje queremos tratar unicamente da questão relacionada a José Genoino, deputado, ex-presidente do PT, condenado pelo mensalão.
De acordo com a intransigência da Lei, cumprido um sexto (1/6) da pena pode pedir, o que chama, “progresso da pena”. Traduzindo: o condenado á precisão fechada para a semiaberta, daí para aberta.
Genoino cumpriu o sexto da pena até o dia 2 de agosto. Não tenho nenhuma dúvida, Genoino irá para casa, cumprir o resto da condenação. Não tenha a menor ilusão, o pedido será deferido, mas com todas as restrições que estão na própria lei que o beneficia. Pode trabalhar, andar na rua, almoçar com amigos, ir a um cinema.
Com toda a liberdade até às 6 da tarde. A partir dessa hora, tem que estar em casa, receber amigos, mas não se afastar nem frequentar determinados lugares. Existem outras exigências.
Mas ganha uma condição que é da maior felicidade, não é superada por nenhuma outra: estará em casa, com a família, livre para qualquer reflexão sobre o passado e o presente. O futuro será definido pela própria reflexão. 
Presidenciável Campos, sem constrangimento 
A jornalista Renata Lo Petre, entrevistou os três arrogantes, ainda por cima, se julgam vencedores.
Se não fosse a repórter-comentarista, as entrevistas teriam ficado vazias ou preenchidas por afirmações desencontradas e desentrosadas. Só que ela não permitiu.
Não quero analisar o que disseram, seria como interpretar o nada. Hoje apenas os compromissos de Eduardo Campos. Recitou tantas coisas “que vai fazer”, que a jornalista se surpreendeu e perguntou: “o senhor vai ganhar?”. E ele sem constrangimento: “estarei no segundo turno, serei presidente”. Pelo menos, modéstia. Poderia afirmar, “ganharei no primeiro turno”. 
A Leia anticorrupção 
O ínclito e intocado Jorge Hage, Ministro do Corregedor Geral da União, afirmou publicamente: “Essa Lei anticorrupção, que atinge e enquadra também empresas privadas, é um avanço e um progresso”. Mesmo empresas privadas estão sempre na lista dos corruptores. O Corregedor Geral completou e concluiu, mostrando sua isenção: “Se essa Lei não precisa ser usada, será um sucesso”. E se for indispensável utiliza-la? 
A invencível corrupção 
Proporcionalmente a corrupção do Brasil é a maior do mundo, não escapa nenhum setor. O presidente da China conversando com Dona Dilma depois da reunião dos Brics, confessou: “Temos problemas, mas um dos maiores é a corrupção, apesar das penas serem duras e rigorosas”.
Transfiram o problema corrupção para Brasil, onde a impunidade é total e absoluta, e constatem as dificuldades do Corregedor Geral.
Outro acerto do obvio. Nenhum mérito do repórter. Serra lançado senador, escrevi simplesmente: “está eleito”. Baseava-me no conhecimento do fasto: o ex-ministro e governador, não faz nada sem pesquisa.
Além do mais só um candidato a enfrentar: Eduardo Suplicy, que não tem nem a simpatia ou apoio do seu partido, o PT; já quiseram até que desistisse. Como não PE caudatário sobserviente, resistiu. É senador desde 1998 até agora, 16 anos, tem direito á legenda, mas não aos votos. 
A decadência do PT São Paulo 
Lula popularizou a frase, “eu não sabia de nada”, agora nem sabe que os “postes” desapareceram. Padilha está enterrado completamente no lamaçal eleitoral. Ate o Ibope e o datafolha têm dificuldade de encontrar para ele alguns milhões (votos) em campo de centeio. E Lula não pode nem tem quem substitua esse “ex-ministro-mais-médicos”.
Como Lula fechou a questão imediatamente, “o candidato é Padilha”. E alguns que pretendiam se apresentar, não deixaram os cargos para a obrigatória desincompatibilização. Dona Suplicy, senadora até 2018, ficou como Ministra da Cultura.
Mercadante, já derrotado duas vezes para governador, pretendia a terceira candidatura, acreditou que poderia repetir próprio Lula, que só foi presidente na quarta vez, ininterrupta. Sem chance, continuou ministro.
Como no Brasil derrota é credencial, na Casa Civil age com a arrogância de um presidenciável em potencial para 2018.
AS circunstancias, ás vezes mais fortes e mais importantes do que as inconsequências, e incoerências. De qualquer maneira, São Paulo não terá um médico do PT, continuará um médico, Alckmin é anestesista. 
Arruda e Agnelo, duas surpresas 
Levaram um tempo enorme votando a lei da “ficha limpa”, foi uma suposta vitoria contra a corrupção. Apenas suposta. Um cidadão que havia renunciado ao mandato de senador para não ser cassado voltou como governador de Brasília. O fato é publico e notório, todos sabem seu nome: Jose Roberto Arruda.
Como corrupção é uma convicção, constatação e obsessão, foi flagrado recebendo dinheiro praticando atos delituosos. Destituído, preso e trancafiado na Papuda. Mas levou com ele a ambição.
Sem que ninguém saiba o que aconteceu, foi solto, ei-lo como candidato a governador, disparado na frente, grande surpresa. A outra: o governador Agnelo Queiroz, que havia assumido apesar das restrições, esta agora com 46% de REJEIÇÃO em todas as pesquisas.
É essa a “opção” que dão ao cidadão-contribuinte-eleitor de Brasília. Arruda, cassado por corrupção. Agnelo recusado ou rejeitado pela atuação. Isso é opção, é maldição política e eleitoral.
O jornalista Ricardo Noblat, publicou no blog e na coluna, entre aspas, uma afirmação de Arruda. Cassado, prisioneiro e candidato: “É uma leizinha para pegar esse ou aquele”. Noblat diz que ele debocha da lei ficha limpa.
Não só debocha, como não leva a sério o Congresso e o Supremo Tribunal que examinou exaustivamente a lei. “Esse ou aquele”, Arruda renunciou ao mandato de senador para não ser cassado. Eleito governador flagrado recebendo dinheiro espúrio, é oficialmente CORRUPTO. Disso não se livra, antes ou depois da eleição. 
PS - Acaba de sair um livro com 100 frases do Millor, selecionadas pelo amigo dele e excelente jornalista, Sergio Augusto. Como me pedem para citar sempre o Millor, vou transcrever duas frases, uma com mais de 20 anos, e outra 10, atualíssimas.
PS1 – “O futebol é o ópio do povo e o narcotráfico da mídia”. Outra mais surrealista: “A seleção brasileira é perfeita. Não bebe, não fuma e não joga”. Como acreditar que ele pensou isso no passado e não no presente?

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