DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 07-8-2014

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Sem conseguir cumprir as obrigações financeiras junto à Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2013, o calote brasileiro já soma mais de R$ 380 milhões. De acordo com o último relatório sobre a saúde financeira da ONU, o Brasil é o quinto maior devedor entre 196 países-membros que contribuem para o financiamento das missões de paz, mas estamos em segundo lugar geral na lista de inadimplentes.
Do total da dívida, R$ 122 milhões são referentes às missões de paz da ONU que o Brasil sempre teve o orgulho de fazer parte e até liderar.
Candidato a deputado federal, Andrés Sanchez abandonou o barco do Corinthians tão logo viu o Itaquerão registrar colossal prejuízo mensal. Ele sabe que a rigor o estádio logo deixará de pertencer ao Corinthians, e não quer estar por perto quando isso for anunciado. Segundo fonte da Caixa, o Itaquerão foi dado como garantia do próprio financiamento, e o Corinthians não tem condições financeiras de pagar as parcelas.
Após fazer a “fiel” acreditar que finalmente tinha casa própria, Sanchez deixará na conta da diretoria do Timão a eventual perda do Itaquerão.
Andrés Sanchez acha que terá votação “milionária” para deputado. Mas a rejeição do PT em São Paulo pode obrigá-lo a descer do sapato alto.
O ex-diretor Jorge Zelada fez parecer na CPMI da Petrobras que foi a coisa mais natural do mundo a estatal pagar US$ 360 milhões por metade da refinaria dos EUA, que valia US$ 42,5 milhões, assim como a briga societária que a “obrigou” a pagar US$ 1,3 bilhão pelo mico.
Após o passagem do ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada pela CPI Mista, ontem, jornalistas e parlamentares de oposição ficaram inseguros sobre se o depoimento foi também combinado.
O PSDB desistiu de mandado de segurança para afastar o relator da CPI da Petrobras, José Pimentel (PT-CE). O partido teme que uma negativa do STF prejudique a denúncia do escândalo.
Pesquisas em São Paulo mostram grande rejeição a Dilma, ao PT e, até mesmo a Lula, mostrando algo novo e revelador. Aécio acredita que a batalha final vai ser em São Paulo, para onde direciona sua campanha.
Segundo vice-presidente da Câmara, Fábio Faria (PSD) divulgou nas redes sociais uma fotografia de campanha jogando sinuca em Macau (RN), durante pleno dia de esforço concentrado dos parlamentares.
A disposição do PT em impedir votações nesta semana foi tamanha que o partido pediu verificação de quórum para derrubar até aquela sessão em que deputados aproveitam para se exibir para a TV Câmara.


NO BLOG DO NOBLAT
Vinicius Sassine, O Globo
O governo da presidente Dilma Rousseff fez uma pressão inédita junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) e conseguiu adiar a decisão sobre a indisponibilidade dos bens da presidente da Petrobras, Graça Foster.
Pela primeira vez, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, compareceu ao tribunal para fazer a sustentação oral num processo em plenário, um gesto do Palácio do Planalto para evitar a repercussão de uma decisão no sentido de bloquear os bens da presidente da maior empresa brasileira.
 
Pela primeira vez, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, (à esq.) compareceu ao tribunal para fazer a sustentação oral num processo em plenário. Foto: Givaldo Barbosa / O Globo

Gabriel Castro, Veja
O secretário-executivo da Secretaria de Relações Institucionais, Luiz Azevedo, admitiu ontem ter participado das negociações para montar um plano de blindagem da Petrobras na CPI do Congresso destinada a investigar a estatal. Ontem, foi revelado que Azevedo participou da operação montada para proteger a Petrobras.
A manobra incluía o treinamento de representantes da estatal e o compartilhamento de perguntas que seriam feitas por parlamentares. A Secretaria de Relações Institucionais tem a função de negociar com o Congresso temas de interesse do governo. O ministro é o petista Ricardo Berzoini.
 
Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Foto: Agência Senado

Josette Goulart, Estadão
O calote da dívida argentina vai afetar a poupança dos carteiros que contribuem para a aposentadoria por meio do Postalis, o fundo de pensão dos Correios. Nesta semana, a fundação foi comunicada de uma perda de R$ 200 milhões em um fundo de investimentos, administrado pelo banco BNY Mellon, que tinha aplicações em títulos privados argentinos.
As perdas se referem não somente ao fato de a Argentina ter suspendido o pagamento de sua dívida, mas também por causa de algumas operações que podem ter sido superfaturadas em US$ 79 milhões. Há suspeita de fraude no fundo.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Que gente exótica. Luiz Azevedo, braço-direito do ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, veio a público por meio de uma nota oficial para admitir que atuou, sim, na tramoia para fraudar qualquer resultado eventualmente honesto que pudesse ter a CPI da Petrobras no Senado. A VEJA revela a conspirata na sua mais recente edição. A Folha desta quarta informa que Azevedo fez parte da linha de frente do imbróglio. O governo tentou negar que estivesse envolvido até o pescoço no rolo. A presidente Dilma disse a respeito coisas incompreensíveis (vejam post). Mas não dava mais para disfarçar.
E não é que Azevedo, em sua nota, parece ungido por Deus para cumprir uma missão? É… O homem não trabalha na Petrobras. O homem não trabalha no Senado. O homem não é assessor de parlamentar petista. Mesmo assim, ele revela o que parece ser uma tarefa passada pelo próprio Deus na sarça ardente da empulhação petista: “evitar o uso político eleitoral da CPI”. Quem é esse para se considerar protagonista de tal missão? A sua nota é o retrato de um tempo. Eu a reproduzo na íntegra. Volto em seguida.
"Presidência da República
Secretaria de Relações Institucionais
Sobre matéria publicada na Folha de São Paulo – Ação na CPI da Petrobras foi combinada com assessores do Planalto
A respeito da matéria publicada nesta quarta-feira (6), no jornal Folha de São Paulo, esclareço: enquanto funcionário da Secretaria de Relações Institucionais, possuo duas atribuições fundamentais no tocante à CPI da Petrobras – relação com a estatal, para que a mesma atenda de forma organizada as demandas da Comissão com transparência e eficiência; e com os parlamentares da base e da liderança do governo.
Atuo em ambas as frentes para que todos os esclarecimentos, dados e fatos sejam prestados pela empresa, visando assegurar a qualidade das informações, evitando, dessa forma, o uso político eleitoral da CPI.
Por se tratar de uma ação investigativa do parlamento envolvendo uma empresa estatal, evidentemente a articulação política do governo não deve se omitir de participar dos debates com parlamentares, inclusive para a formação do roteiro e da estratégia dos trabalhos. Trabalhos esses que foram, desde o início, boicotados pela oposição, que agora se utiliza de oportunismo para explorar politicamente o factoide criado.
Em nenhum momento nossa atuação feriu as atribuições e soberania do parlamento, que preserva suas prerrogativas com denodo e independência.
Luiz Azevedo
Secretário Executivo da Secretaria de Relações Institucionais"
Volto
Trata-se de uma notável coleção de absurdos. A nota já começa estupidamente errada quando este senhor afirma: “enquanto funcionário da Secretaria de Relações Institucionais, possuo duas atribuições fundamentais no tocante à CPI da Petrobras”. Como é que é? Este cara não tem de ter papel nenhum na comissão. Se tem dois, então é uma barbaridade duplicada.
Sem vergonha, sem constrangimento, ele diz quais são esses papéis:
1: atuar pra que a empresa forneça todos os dados;
2: fazer uma articulação com a base de apoio.
Eis um caso notável em que não se distinguem partido, empresa, Estado e governo. Tudo acaba submetido à mesma lógica e à mesma hierarquia. Ainda que ele estivesse bem intencionado, a Petrobras tem de fornecer as informações porque deve satisfações ao público, mormente porque é uma empresa de capital aberto. Um dos papéis de um secretário-executivo de Relações Institucionais é manter uma interlocução com o Congresso, com o Poder Legislativo, não apenas como uma fatia dele. Até porque não se trata de um trabalho de convencimento em favor de um projeto de lei ou de uma medida do Executivo. Ao contrário: o que se fez, de forma clara, arreganhada, explícita, foi tentar encabrestar o Parlamento.
Essa gente perdeu a noção do ridículo. Agora, assessor de segundo escalão se acha no direito de emitir nota pública com críticas à oposição… Alguém elegeu esse cara para alguma coisa? Ele já se submeteu ao crivo popular? Além de ser pego fora do lugar, fazendo o que não deve, arvora-se também em ombudsman da oposição.
Vai levar muitos anos para que o País se recupere da degradação institucional a que o submeteu o PT. Mas será preciso começar em algum momento. Antes tarde do que nunca. Um Zé Mané arrogante acha que pode dar pito na oposição. Dilma perdeu o que nunca teve: o controle do governo.

Por Gabriel Castro e Laryssa Borges, na VEJA.com:
A participação da presidente Dilma Rousseff na sabatina organizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), nesta quarta-feira, em Brasília, expôs o desgaste dela com o setor. Dilma teve uma recepção fria da plateia de empresários do ramo agrícola e nem mesmo usou todo o tempo destinado a sua apresentação.
A petista foi a terceira e última candidata a falar. Eduardo Campos (PSB), o primeiro, foi aplaudido por quinze vezes. Aécio Neves (PSDB), ainda mais – e de pé, no fim de sua fala. Dilma ouviu apenas cinco aplausos. Ela nem mesmo preencheu os 30 minutos destinados a sua exposição inicial: acabou seu discurso, lido, quando faltavam mais de sete minutos para o fim do tempo. E, mesmo informada de que poderia continuar sua apresentação optou pelo início da fase de perguntas.
Nessa etapa, novamente, Dilma parecia não ter muito o que dizer. Em um dos casos, a apresentadora que conduzia a sabatina avisou: “A senhora ainda tem três minutos e 41 segundos”. Dilma respondeu: “Mais do que isso eu não tenho o que falar não, viu?”. Depois, acabou improvisando um complemento à resposta. Dilma apresentou um apanhado das realizações e promessas de seu governo para o setor. Mencionou o aumento do crédito agrícola e as obras de logística, como a construção de 2.000 quilômetros de ferrovias. Disse que herdou um passivo tão grande que é impossível extinguir em quatro anos. A presidente também afirmou que a BR-163, o principal eixo de escoamento da soja no país, “está sendo duplicada em toda sua extensão”, o que não é verdade. As obras incluem um pequeno trecho da estrada, que tem uma parte considerável onde nem mesmo o asfalto chegou.
Na categoria das promessas reeditadas, está a de licitar a construção de 900 quilômetros da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), de Lucas do Rio Verde (MT) a Campinorte (GO). O início das obras era um compromisso do primeiro mandato, mas não aconteceu. A presidente falou pouco de ideias para um segundo mandato. Uma delas é a aproximação com a CNA: “Proponho a criação sistemática de um diálogo permanente, um grupo ou uma mesa de diálogo com a CNA para aprofundar o debate em torno das propostas que nos foram apresentadas”, disse ela. Dilma também admitiu fragilidades: “Eu assumo aqui o compromisso de melhorar nossa defesa agropecuária. Ela está aquém da necessidade do país”, afirmou.
A candidata à reeleição levou o vice, Michel Temer, e seis ministros à sabatina. Quando esteve na CNI, na semana passada, ela estava acompanhada de sete ministros. Isso motivou o PSDB a apresentar uma representação à Justiça Eleitoral. A presidente também concedeu uma entrevista coletiva depois da sabatina. Confrontada com as críticas feitas pelos adversários sobre a tímida reforma agrária de seu governo, ela recorreu ao expediente de somar os números de seu governo com os de Luiz Inácio Lula da Silva: “Nós fizemos a maior reforma agrária do Brasil”, afirmou.

NO BLOG DO CORONEL
Escândalo da Petrobras: PT institui a corrupção com comunhão de bens no país.
A Petrobras é uma empresa estatal que compete no mercado. Deveria, desta forma, ter uma gestão profissional e livre de aparelhamento político. Não é o que acontece desde que o PT chegou ao poder. A empresa virou um antro de corrupção e de mal feitos. O que estamos assistindo é o desmonte da maior empresa brasileira. De 2008 para cá, perdeu dois terços do valor. Perdeu U$ 200 bilhões de dólares. É escândalo em cima de escândalo.
A compra da Refinaria de Pasadena é apenas a cereja podre do bolo abatumado e mofado em que transformaram a Petrobras. O prejuízo causado por Dilma Rousseff, como presidente do Conselho de Administração, junto com toda a camarilha diretiva aboletada dentro da estatal, ultrapassa R$ 2 bilhões. O Senado tentou abrir uma CPI e ela foi aparelhada pelo Governo. O Congresso tentou abrir outra CPMI e o Governo aparelhou de novo. Agora explode o escândalo: funcionários da Dilma, junto com funcionários do PT, junto com funcionários da Petrobras, combinavam as perguntas, definidas sempre por relatores do PT, com as respectivas respostas, com todos os investigados que compareciam às audiências.
Antes disso, o TCU estava prestes a enquadrar Dilma Rousseff como a responsável final pelo escandaloso negócio de Pasadena. Foi feita, então, uma pressão jamais vista sobre aquele tribunal, usando o Ministro da Justiça, o Advogado Geral da União e até mesmo o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O TCU foi pressionado a mudar o relatório, mas pelo menos tornou indisponíveis os bens dos diretores envolvidos. 
Pois o governo federal, a mando de Dilma, foi novamente a campo para, pasmem!!!, defender os suspeitos e não o Tesouro Nacional. Dilma não quer e está irritada com a indisponibilidade prevista para os bens de Graça Foster, a protegida presidente da Petrobras. E novamente a pressão sobreo TCU está sendo feita de forma escancarada. Ontem mesmo o Advogado Geral da União, Luiz Adams, que deveria defender os contribuintes brasileiros foi ao TCU defender os suspeitos de causarem um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões aos cofres públicos. 
O que estamos assistindo é um padrão novo de corrupção. A corrupção com comunhão de bens. O colega corrupto pratica a falcatrua e os demais colegas corruptos saem em sua defesa. Todos se protegem e agora ficamos sabendo que a Petrobras paga um estupendo seguro para que, em caso de perda de bens, os diretores punidos recuperem, às nossas custas, o seu patrimônio. E que 650 advogados contratados a mais de R$ 200 milhões por ano vão fazer a defesa até mesmo dos demitidos por incompetência, gratuitamente! Azar do patrimônio nacional. Azar dos brasileiros. Azar do Brasil.

Investidores estrangeiros cobram mais caro para aplicar no Brasil do que no México, Chile, Peru e Colômbia. Motivo: ninguém acredita na contabilidade criativa da Dilma.
Caiu a máscara da política econômica da Dilma. A maquiagem dos números espanta os investidores.

Reticentes com o cenário econômico, investidores têm cobrado mais caro do Brasil do que de vizinhos na América Latina para aplicar no país. Até 2012, o Brasil pagava prêmios de risco similares aos de alguns mercados da região. Desde então, as taxas descolaram.
Analistas argumentam que, enquanto alguns países latino-americanos reforçaram os fundamentos econômicos por meio de reformas estruturais nos últimos anos, o Brasil percorreu caminho oposto, apresentando, por exemplo, piora nas contas públicas e externas e no comprometimento com a meta de inflação. Ainda que o custo de algumas captações externas tenha diminuído recentemente, o país continua tendo que oferecer taxas mais atrativas aos investidores.
Prêmio de risco do Brasil piora em relação à AL 
A diferença de percepção do mercado pode ser vista nos spreads dos contratos de seguro contra calotes - "credit default swap" (CDS), na expressão em inglês. No caso do Brasil, eles estão sendo negociados em patamares bem mais elevados que os da média das principais economias da América Latina. Esse tipo de contrato é uma medida de risco. Cada 100 pontos-base significa que o credor vai pagar o equivalente a 1% da sua carteira de investimento pela proteção oferecida pelo vendedor do CDS.
O CDS do Brasil com vencimento em cinco anos era negociado ontem com spread de 166 pontos-base, bem acima dos prêmios pagos pelo Chile (77), Colômbia (93), México (86) e Peru (94), de acordo com dados da consultoria Markit. Além disso, a diferença entre o prêmio do Brasil e a média desses quatro países saltou de sete pontos-base em 2010 para 72 pontos agora. No fim do ano passado, chegou a 99 pontos.
"Essa diferença aumentou quando começaram a ficar evidentes as manobras contábeis do governo para ocultar o descumprimento das metas fiscais", explica Rodolfo Oliveira, da consultoria Tendências. Os títulos da dívida externa brasileira também estão pagando spreads mais altos. Na última emissão, o país contratou taxa mais alta que as do México, Colômbia e Peru. (Valor Econômico)

Lula vira banqueiro e demite quatro do Santander.
Lula, vitorioso, obrigou o Santander a demitir quatro funcionários por terem feito uma análise correta sobre a economia brasileira.

O Banco Santander demitiu quatro funcionários --e não apenas um, como se imaginava até agora-- por causa do polêmico informe distribuído a clientes VIPs em julho, no qual descreve a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) como uma ameaça à economia do país. Enviada a correntistas de alta renda, a análise provocou reações agressivas do governo e do PT, que falaram em terrorismo eleitoral e em boicote contra o banco. O Santander assumiu ter cometido um erro e pediu desculpas publicamente.
No mercado financeiro, passou-se a especular que a direção do banco teria cedido a pressões e promovido as demissões para acalmar Dilma e seu partido. "Não recebemos, nem aceitaríamos, qualquer tipo de pressão externa para adotar as medidas que tomamos" disse à Folha Marcos Madureira, vice-presidente de Comunicação, Marketing, Relações Institucionais e Sustentabilidade do Santander.
O executivo não quis falar sobre o número de demitidos apurado pela Folha. Mas disse que foram dispensados por "desrespeitar" o código de conduta interno, que proíbe os funcionários de fazer "análises e posicionamentos com conteúdo político ou partidário" em nome do banco. "O descumprimento dessa diretriz nos colocou no centro de um debate político, que não nos cabe", afirmou Marcos Madureira.
Os quatro demitidos eram da área Select, focada nos clientes com renda acima de R$ 10 mil por mês. A autora da análise --enviada com o extrato dos clientes-- foi a gerente de investimentos. O trecho crítico dizia que, se Dilma melhorasse nas pesquisas, os juros e o dólar subiriam e a Bolsa cairia.
Sinara, demitida por ordem do Lula.

Os outros três colegas perderam o emprego porque deixaram o texto passar desse jeito. A mais graduada era Sinara Polycarpo Figueiredo, superintendente da área. A Folha não conseguiu localizar os demitidos. À revista "Exame" Sinara disse: "Minha trajetória é impecável e bem-sucedida. Portanto, jamais poderá estar associada a qualquer polêmica".
AGRESSIVIDADE
No mercado financeiro, houve surpresa com a reação do governo e a agressividade do PT. Em sabatina promovida pela Folha em parceria com o portal UOL, o SBT e a rádio Jovem Pan, Dilma disse que o episódio era "lamentável" e "inadmissível". O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que a responsável pela análise não entendia nada do Brasil: "Pode mandar ela embora e dar o bônus dela para mim".
A Folha conversou com os presidentes de dois bancos e de um fundo de investimentos estrangeiros. Eles pediram para não ter seus nomes publicados, mas disseram que o governo teria usado o episódio para explorar politicamente o papel de vítima do mercado financeiro. Afirmam que o episódio os deixou inseguros e, por isso, aumentaram os filtros sobre as análises que produzem, para torná-las "menos enfáticas", como disse um deles.

NO BLOG DO JOSIAS
Saiu a primeira parcial das arcas eleitorais de 2014. No primeiro mês da campanha, o “caixa um'' dos onze presidenciáveis somou R$ 31,2 milhões. O grosso, 91%, saiu da caixa registradora das empresas. Outra parte, 6%, veio do seu bolso, caro contribuinte — é dinheiro público, borrifado na eleição via Fundo Partidário. Apenas 3% foram providos por pessoas físicas.
Quer dizer: como ocorre em toda eleição brasileira, o baronato não mexe no próprio bolso. Prefere “doar” aos candidatos o dinheiro dos acionistas de suas empresas. Crítico desse fenômeno, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, que já presidiu o TSE um par de vezes, costuma dizer:
“Não temos altruísmo no Brasil. E o troco que é cobrado sai muito caro para a sociedade brasileira. Será que essas doações são feitas por uma ideologia, pela adesão a este ou aquele partido? A resposta é desenganadamente negativa.”
Nesta primeira escrituração, divulgada no site do TSE, três logomarcas respondem por 65% das pseudo-doações: JBS, dona da marca de carnes Friboi; Ambev, companhia de bebidas; e a empreiteira OAS. Operam em ramos distintos. Mas têm em comum a proximidade com o Estado.
Sozinha, a JBS despejou na eleição presidencial, por ora, R$ 11 milhões —ou 35% do total da prestação de contas inaugural. Guiando-se pelo pragmatismo, a empresa igualou Dilma Rousseff a Aécio Neves, apostando R$ 5 milhões em cada. Para não correr riscos desnecessários, investiu R$ 1 milhão em Eduardo Campos, lanterninha do primeiro escalão.
Sob Lula, o dinheiro público do BNDES começou a ser empurrado para dentro do balanço do megadoador no ano de 2009. Deu-se em três lances. Num, o JBS-Friboi, maior produtor de carne bovina do planeta, recebeu aporte de R$ 3,2 bilhões. Noutro, o bancão oficial injetou R$ 2,5 bilhões no frigorífico Bertin, adquirido pelo Friboi.
Num terceiro movimento, a pretexto de cruzar as fronteiras do disputado mercado dos Estados Unidos, a casa de carnes emitiu R$ 3,4 bilhões em debêntures. E o BNDES adquiriu 99,9% do papelório.
A Ambev também diversificou seus investimentos eleitorais. No total, desembolsou R$ 6,7 milhões subtraídos dos acionistas. Distribuindo-os entre Dilma, Aécio e Campos. Ás voltas com gastos que superam a arrecadação, a pasta da Fazenda anunciou em maio um ajuste na tabela de tributação das bebidas, com impacto médio de 2,25% sobre os preços de cervejas, refrigerantes, isotônicos e refrescos. A mordida vigoraria a partir de 1º de junho. Foi adiada para setembro. E pode ser parcelada em três vezes.
A OAS, empreiteira das mais notórias, que extrai seus lucros principalmente de canteiros de obras públicas, dividiu seus mimos eleitorais de R$ 2,6 milhões entre Aécio e Campos. Para a “mãe do PAC”, por enquanto, nada! Mas não faltarão oportunidades. Na sucessão de 2010, a primeira prestação de contas correspondeu a apenas 8% da totalização final das “doações'', feitas depois da abertura das urnas.
Curiosamente, Aécio, ainda num distante segundo lugar nas pesquisas, lidera o ranking das “doações''. Até aqui, o tucano beliscou R$ 11 milhões. A conta exclui R$ 4 milhões que o PSDB reteve em seu caixa central, mas pode transferir para o comitê do candidato. Dilma vem a seguir, com R$ 10,1 milhões. E Campos, abaixo dos 10% nas sondagens eleitorais, coletou notáveis R$ 8,2 milhões.
Dos três presidenciáveis mais bem-postos na disputa, Campos foi o que mais recebeu doações de pessoas físicas: R$ 690 mil. As contribuições mais generosas vieram de personagens vinculados à vice Marina Silva. Por exemplo: sócio da Natura e companheiro de chapa de Marina na eleição de 2010, Guilherme Leal pingou R$ 400 mil. Parceira de Marina na construção da Rede Sustentabilidade, Maria Alice Setúbal, do Itaú, compareceu com R$ 200 mil.
Como em toda campanha, os candidatos frequentam a cena prometendo realizar a reforma política. Aécio e Campos afirmam que cuidarão da matéria nos primeiros dias de seus eventuais governos. Um bom começo seria coibir as “doações” de empresas e estimular as contribuições de indivíduos. Pode não resolver 100% dos problemas. Mas talvez reduza aquilo que o ministro Marco Aurélio chama de “troco”.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM

O senador Aécio Neves voltou a criticar a farsa montada pelo governo e por assessores do PT que transformou a CPI num teatro.

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, desistiu de se licenciar do mandato de senador durante a campanha. Nos últimos meses, o tucano havia planejado se afastar das atividades parlamentares para se dedicar exclusivamente à corrida eleitoral, mas o potencial bélicofarsa engendrada pelo governo e pelo PT na CPI da Petrobras o fez mudar de ideia.
“Optei por não me licenciar do mandato de senador da República. Até porque nós vivemos mais uma tentativa de aviltamento do Congresso Nacional como algo que se caracterizou como uma grande farsa, onde algo extremamente sério que é uma CPI que busca investigar gravíssimas denúncias contra a Petrobras foi transformada numa grande encenação com perguntas e respostas combinadas”, disse o senador nesta quarta-feira.
Apesar de se manter à frente do cargo, Aécio abrirá mão de todos os salários como parlamentar – de cerca de 26.700 reais – durante todo o período eleitoral.
Aécio foi um dos parlamentares a recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para assegurar que uma CPI da Petrobras fosse instalada no Congresso. Nesta quarta, ele voltou a criticar a farsa montada pelo governo e por assessores do PT no Senado para combinar perguntas e respostas de depoentes. “Foi uma tentativa da situação de impedir as investigações. Nós nos fixamos na criação e na instalação da CPMI [formada por deputados e senadores], e é nessa que nós estaremos atentos para impedir que o Congresso Nacional seja submetido de forma acintosa aos interesses do governo e daqueles que não querem ver nada apurado em relação aos desvios que sucessivamente são denunciados dentro da maior empresa brasileira”, afirmou. Do site de Veja

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