Helio Fernandes
Só um homem como Carlos Lacerda lançaria um jornal entre o Natal e o Ano Novo. Não é demérito nem depreciativo, apenas a realidade indiscutível. Pela convivência que tive com ele a partir da belíssima Constituinte de 1945/46, posso dizer: Lacerda queria mais um palanque do que um jornal, foi o que ele montou na Rua do Lavradio.
Na Constituinte, éramos 17 jornalistas credenciados. Eu era da revista O Cruzeiro, semanal, então escrevia um artigo com meu nome e vários com pseudônimo. Os fatos aconteceram durante 7 meses, foi a melhor Constituinte, ultrapassou em muito a de 1891 e a de 1934. Com 24 anos de idade, foi meu melhor trabalho, que fazia com paixão.
Aí fiz grandes relacionamentos, incluindo Carlos Lacerda. Ele escrevia quase toda a segunda página do Correio da Manhã. O título geral da sua matéria era: “Da tribuna da imprensa”. Significava que dessa tribuna ele “via” o mundo, opinava mais do que informava. E na verdade a vocação de Lacerda era mais de editorialista do que de repórter.
Por causa dessa vontade de “editorializar”, foi demitido do Correio da Manhã. Atacou duramente os negocistas (do petróleo, já naquela época) e irmãos Soares Sampaio, os maiores amigos de Paulo Bittencourt, dono do Correio da Manhã.
Em 15 de janeiro de 1947, Lacerda se elegeu vereador na mais brilhante e importante Câmara Municipal (50 vereadores, 19 do Partido Comunista, 12 da UDN, 11 do Partido Trabalhista Brasileiro. Os outros 8, de partidos pequenos. Quando o PCB perdeu os registros e os mandatos, em 1948, Lacerda renunciou, não havia mais debate diário. Em 1949, do nada, Lacerda lançou o jornal, que o manteria e o elegeria governador. Mas isso é outra história.
A PALAVRA “INIBE”, SOBRE
PARTIDOS, A ÚNICA QUE EXISTE?
O projeto inspirado, aprovado e determinado por Dona Dilma, para frustrar os partidos de Dona Marina e do Paulinho da Força, apenas um objetivo: deixá-los sem legenda para 2014, Ela sabe que com muitos candidatos haverá na certa segundo turno,, e “segundo turno é outra eleição”.
Só que além do sobressalto e do solavanco, tão exuberantes no linguajar de Dona Dilma, surgiu essa predileção e superioridade da palavra INIBE. Contra ou a favor, todos se utilizam dela. Ontem, ma Primeira de O Globo e da Folha, lá está ela. Há dias, nas rádios, televisões, nos jornais, o dicionário é privativo do INIBE.
Quer dizer que todos se copiam, se imitam, não se dão ao trabalho de sair dessa rotina? Por que não falar que o projeto INIBE a criação de partidos? E outros fora desse chatíssimo INIBE.
O PT VOLTOU AO BOM SENSO
POLÍTICO NO ESTADO DO RIO
Quando o PT do Estado do Rio, por unanimidade, indicou o bravo e resistente Vladimir Palmeira como candidato ao governo, logo ele apareceu como favorito. Isso provocou a raiva e os ciúmes da cúpula do PT (dito nacional). Fizeram intervenção, perderam um quadro magnífico e não ganharam o governo.
QUASE REPETIRAM A BURRICE
COM LINDBERGH FARIAS
Lançado, o senador logo assustou Sergio Cabral e Eduardo Paes. Começou a chantagem e a intimidação, “Dilma não pode ter dois palanques no Rio”. Por que não poder? Dois é melhor do que nenhum. Lindbergh resistiu, foi confirmado, está referendado por Lula, mas seguro do que por Dona Dilma.
RECONTAGEM DE VOTOS
NA ELEIÇÃO (?) DA VENEZUELA
A comissão designada para “recontar” votos de Maduro e Capriles comunicou oficialmente: “No dia 6, mas será apenas parcial”. Resumindo e confirmando o que escrevi: Maduro será altamente beneficiado, deve aparecer com mais votos do que antes.
SERRA NÃO DESENCARNOU
E SONHA COM A PRESIDÊNCIA
Sabe muito bem que o PSDB acabou para ele, mas não deixou ainda de ser presidenciável pela terceira vez. Tem até legenda, do recém-formado MD, Mobilização Democrática. Sair do PSDB, do qual é fundador (1988), nenhum sofrimento.
A grande dúvida do ex-prefeito, ex-governador, ex-senador: sair, tudo bem. Mas sair sozinho? Mesmo os mais íntimos e até os que lhe devem tudo ou quase tudo (tipo Andrea Matarazzo, que foi ministro e depois embaixador na Itália para retomar contatos com ancestrais, que palavra) não dizem sim ou não, esperam. E Serra tem que esperar também.
QUEREM SEDUZIR SERRA COM
A VICE PARA O SENADOR ALOYSIO
O encarregado de conversar com Serra foi o próprio FHC. Estava autorizado por Aecio, fez a proposta: “Aecio quer o teu grande amigo Aloysio Nunes Ferreira para vice na chapa dele, mineiros e paulistas unidos”.
SERRA NÃO DISSE NADA,
O SENADOR DESDENHOU DO CARGO
Já tendo sido vice de Fleury, o senador nem falou com Serra, disse publicamente: “Vice é chatíssimo, já fui, prefiro continuar senador. Desprendimento. Podia disputar a vice, se não ganhasse, continuaria senador. Ainda há desdobramento. Sem Serra, Aecio não ganha. E com ele?
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PS – A Conmebol, com Leoz ou sem ele, farsa e fraude. Antes de sair, deixou suspensão de 6 jogos para Luxemburgo. O técnico do Grêmio foi agredido, jogado no chão, e agora punido?
PS2 – No jogo da volta, o Real Madri entrou como precisava: vibrante, dominador, decisivo. A estratégia visível era fazer um gol “imediatamente”, e com 10 ou 15 minutos, antes do intervalo, fazer o segundo. Chegou a ter 70 por cento da posse de bola, mas não saiu do zero a zero.
PS3 – Sabia então que seu objetivo era conseguir em 45 minutos o que estava programado para 90. Só que o Borussia voltou mais agressivo, Lewandowski perdeu dois gols “feitos”, o Real, nenhum. Aos 30 minutos do segundo tempo,o jogo decidido, o Borussia jogava para ganhar, mesmo de 1 a 0, não queria dar a impressão de que a vitória anterior fora “acidente de percurso”.
PS4 – Mas quem fez o seu gol foi o Real Madri, aos 83 minutos. Kaka colocou Benzema em condições de não desperdiçar, e não desperdiçou. Parecia tarde, mas aos 87 minutos Ramos fez o segundo, aí era emoção pura, todos esperavam o “milagre” do terceiro gol.
PS5 – Tendo feito 2 gols em 4 minutos, 83 e 87, os 5 minutos da prorrogação ou descontos alimentavam todas as mentes. Mas não deu, o real ficou a um gol de ir para os pênaltis.
PS6 – Quem ficou animado foi o Barcelona. Joga hoje contra o Bayern, precisando de 4 gols. Se o Real fez 2 gols em 4 minutos, por que não fazer 4 em 90 minutos? Depois de Sarney e FHC serem presidentes, quem pode duvidar de alguma coisa?
Da Tribuna da Imprensa de 1º-5-2013.
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