DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 03-5-2013

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO


Confusão generalizada nos Poderes

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Está tudo muito complicado de se entender. Na Praça dos Três Poderes, os ditos cujos andam às turras, buscando avançar uns sobre o terreno dos outros, preocupados em delimitar seus respectivos territórios institucionais. No Congresso, os petistas – que, convém lembrar, estão no poder - atuam com a desenvoltura de oposicionistas filiados a partidos nanicos: falam o que querem, aprovam o que desejam, e não dão a mínima pelota aos desejos e instruções do Governo do qual fazem parte. Há quem diga que nasceram mesmo para ser oposição. Falação, megafone, e pronto! Tanto é assim que quando há algo sério na agenda a ser enfrentado, quem é chamado pelo Governo é sempre o PMDB! No Planalto, ninguém mais sabe o que fazer para fazer o País crescer. Os resultados econômicos, macro e micro, não são nada animadores. Caem as exportações, sobe a inflação, patina a economia. E o pior, a racionalidade tende a declinar na medida em que cheguemos mais parte do ano eleitoral de 2014. São variáveis demais na equação do poder, e as certezas se tornam mais tênues. Exceto para os marqueteiros do governo, que continuam com suas campanhas bilionárias falando do extraordinário salto que estaremos dando no futuro. Evitam explicitar para onde nos levará esse salto. Leia o artigo do jornalista e embaixador Pedro Luiz Rodrigues.



Longe da realidade

Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), o discurso da presidenta Dilma no Dia do Trabalho foi um “elogio em boca própria”, com a mesma fala ufanista de sempre. “O país não é o paraíso que Dilma tenta construir”.

Rumo à ditadura

Do líder do PSB, Beto Albuquerque, sobre a pressão do governo para liquidar o tempo de TV e fundo partidário de novos partidos: “Daqui a pouco vão impedir a criação de novas igrejas, sindicatos, associações”.

Te cuida, Lula

O ditador Kim Jong-un é sério concorrente de Lula no New York Times: escreve sobre selos, erradicação do analfabetismo e o “renascimento” da Coreia do Norte, numa revista em inglês para audazes “turistas”.

Reformas bancárias afastam os bilionários de paraíso fiscal europeu

O principado de Liechtenstein já foi muito procurado pelas pessoas mais ricas do mundo pelas leis de sigilo bancário. Entretanto, a nação que fica nos Alpes europeus foi pressionada pelos EUA e pela União Europeia e revogou tais leis há quatro anos. Como conseqüência, o país vem perdendo clientes para outras localidades. Apesar de o gerente da Autoridade do Mercado Financeiro, Mario Gassner, dizer que o país representa “segurança fiscal” e não “paraíso fiscal”, ele confirma que no passado os clientes traziam o dinheiro para o país. “Após 2008, nossos intermediários passaram a fazer prospecção de clientes”, completa. Mesmo assim, o microestado continua atraindo os bilionários de todo o mundo.

NO BLOG DO NOBLAT

Após feriado, apenas 5% dos parlamentares comparecem ao Congresso

O Globo
Um dia depois do Dia do Trabalho, deputados e senadores resolveram esticar um pouco mais a folga do feriado. Nesta quinta-feira, a Câmara dos Deputados contou com apenas 23 dos 513 parlamentares. O número equivale a 4,5% do total de deputados federais do país. No Senado, foram cinco dos 81 senadores, ou seja, aproximadamente 6%.
O pequeno quorum no Congresso Nacional também pode ser explicado por causa das sessões não deliberativas (destinada a debates). Nesse caso, a presença dos parlamentares não é obrigatória, sendo assim, não há desconto na folha salarial. Deputados e senadores recebem hoje R$ 26.723,13. Em 2010, eles tiveram a remuneração equiparada às recebidas pelos ministros do Supremo Tribunal Federal, presidente e vice-presidente da República e ministros de Estado.



Fraudes no RS: polícia investiga repasse para campanha do PCdoB

Veja
Grampos telefônicos realizados pela Polícia Federal durante a Operação Concutare, que investiga um esquema de venda de licenças ambientais no Rio Grande do Sul, mostram que o ex-secretário de meio-ambiente do estado Carlos Fernando Niedersberg – uma figura influente do PCdoB gaúcho – pediu dinheiro para um instituto suspeito de envolvimento nas fraudes.
Os diálogos revelam que o valor seria usado para vitaminar a campanha eleitoral de uma correligionária, Jussara Cony (PCdoB), que se candidatou a vereadora em 2012 e acabou sendo eleita. A informação foi revelada pelo jornal gaúcho Zero Hora, que afirma ter obtido cópia de uma decisão judicial que autorizou a deflagração da operação, na segunda-feira.



Somália:fome matou 133 mil crianças menores de 5 anos

Estadão
Uma decisão tomada por extremistas islâmicos de proibir a entrega de ajuda alimentar à população civil e uma "banalização da crise" que anestesiou os doadores internacionais fizeram do centro-sul da Somália o lugar mais perigoso do mundo para ser criança em 2011.
O primeiro estudo profundo das mortes por fome na Somália em 2011, divulgado nesta quinta-feira, estima que 133 mil crianças com menos de cinco anos perderam a vida durante a crise. Em algumas comunidades, a taxa de mortalidade atingiu 20% da população infantil. O cálculo baseia-se em estimativa de que 6,5 milhões de pessoas viviam no centro-sul da Somália na época.



NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Os profissionais e os amadores. Ou: Desse mato, sai tucano? Ou: Um pouco de memória de quanto o PT era oposição

Eles são profissionais, isso é inegável. E seus adversários, sem um Plano Real como eleitor, são bisonhamente amadores. A quem estou me referindo? Respectivamente, ao PT e ao PSDB. Por que isso? Vou lhes contar como eram as coisas.
Entre 1992 e 1996, fui editor-adjunto de Política da Folha de S. Paulo e coordenador de Política da Sucursal de Brasília — fim do governo Collor, governo Itamar e os dois primeiros anos do primeiro mandato de FHC. Vou lhes contar como eram as coisas no tempo em que o PT ainda era um partido pequeno — bem menor do que o PSDB é hoje.
Bastava o pronunciamento oficial de qualquer um desses presidentes (Collor já não contava porque não mais se pronunciava, apenas estalava os olhos), e o telefone não demorava muito a tocar. Era alguém da direção do PT avisando que o partido tinha em mãos dados que demonstravam que o que o presidente acabara de falar era “menas” verdade. Em breve, diziam, o partido emitiria uma nota etc e tal. E, sim, lá vinha uma nota com contestações políticas e técnicas.
Vira notícia quem se faz notícia. Se um presidente da República faz um pronunciamento oficial e se o principal partido de oposição contesta o que foi dito, a obrigação do jornalismo é noticiar.
Muito bem! Dilma ocupou alguns bons minutos na TV, em rede nacional, no 1º de Maio. Para não variar, não se tratou de um “pronunciamento à nação”, mas do mais descarado palanquismo, a exemplo do que já fizera com o anúncio da energia mais barata.
Não! Eu não esperava encontrar alguma contestação já no dia seguinte porque tucanos não são aves notórias pela agilidade no voo. Ao contrário até, né? É pássaro garboso, mas meio pesadão. Quem sabe, então, neta sexta… Mas quê… Nada! Nadica! Parece que ninguém teve a ideia de pegar a íntegra, submeter aos “universitários” do partido com uma ordem: “Desmontem isso aí…” Ainda que Dilma só tivesse falado verdades factuais, na disputa pelo poder, há as verdades políticas. “Uma verdade política é uma verdade factualmente mentirosa, Reinaldo?” Claro que não! Uma verdade política é aquela que ficou escondida sob o dado eventualmente virtuoso que foi adrede selecionado.
Nada! Zero! Silêncio sepulcral!
Em vez disso, o que entra no ar no dia seguinte, nesta quinta? O horário político do PT, com Dilma e Lula repetindo, agora em linguagem escancaradamente publicitária, os mesmos dados que a presidente desfilou em horário nobre no dia anterior, num feriado que caiu numa quarta-feira gorda — com um bom ibope, portanto.
Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, ao menos encontrou o seu “é possível fazer mais”. Dispensa-se de ter de evidenciar essa ou aquela mistificações e ainda pode apontar: “E isso ainda é muito pouco!” O PSDB, até agora, é uma gaveta à espera de um conteúdo!
Para não dizer que a coisa passou em brancas nuvens, o senador Aécio Neves (MG), futuro presidente do partido e provável candidato da legenda à Presidência, acabou caindo numa espécie de armadilha e se disse contra a indexação dos salários. Tinha de ser contra, claro! Mas, no Dia do Trabalho, ser levado a fazer esse discurso não chega a ser um exercício nem de sorte nem de esperteza.
Então é isto: Dilma vai ao ar na quarta, diz o que bem entende, e não se lê uma vírgula questionando seus supostos sucessos. Na quinta, aí como propagandista explícita, repete o discurso.
É difícil sair um coelho desse mato. E tucano, será que sai? Com essa agilidade, acabará havendo uma fuga em massa de tartarugas.
Por Reinaldo Azevedo


Balança comercial tem pior déficit da história para o mês de abril

Na VEJA.com:
A balança comercial brasileira registrou déficit de 994 milhões de dólares no mês passado, informou nesta quinta-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o pior desempenho para abril da história do comércio exterior brasileiro. O déficit é resultado de um volume de 21,626 bilhões de dólares em importações descontados os 20,632 bilhões de dólares em exportações.
Mesmo com os esforços do governo para proteger a indústria brasileira, as importações cresceram em ritmo bem superior às vendas ao exterior. Os brasileiros compraram 12,9% a mais em abril na comparação com março, enquanto as exportações aumentaram em 7%. O déficit, contudo, não surpreendeu os analistas do mercado financeiro, que já esperavam um resultado negativo de até 1 bilhão de dólares na balança de abril.
Em março, a balança comercial havia registrado superávit de 161 milhões de dólares. Com o déficit comercial registrado em abril, a balança comercial brasileira passou a acumular saldo negativo de 6,150 bilhões de dólares nos primeiros quatro meses do ano, muito pior do que o superávit de 3,299 bilhões de dólares visto um ano antes.

Em matéria de Lewandowski, bom mesmo é o do Borussia Dortmund

Este Lewandowski é leal às regras do jogo. E marca gols a favor…
Lewandowski por Lewandowski, os que gostam de futebol, como gosto, preferem o do Borussia Dortmund. O nosso, do STF, faz muito gol contra e chuta a bola pro mato. Em breve, também os apreciadores da ciência do direito vão preferir o jogador polonês, que nasceu em Varsóvia, em 1989. Afinal, joga de acordo com as regras.
Por que isso? Os advogados dos mensaleiros não querem que Joaquim Barbosa seja o relator daquilo que apresentaram, impropriamente chamado de “embargos de declaração”. Escrevo “impropriamente” porque nunca antes na históriadestepaiz se viram embargos como aqueles. O que a banca está pedindo é a anulação do julgamento.
Lewandowski, vice-presidente do tribunal e revisor do processo do mensalão, foi indagado pela imprensa a respeito. Até como deferência ao colega, que está sendo contestado de maneira um tanto bucéfala, deveria ter-se calado. Bastaria que dissesse: “Só me manifesto em plenário”. Ele até disse algo parecido. Mas aí veio a vontade brilhar…
Este Lewandowski parece mais vaidoso do que o seu homônimo goleador. Os holofotes parecem atraí-lo ainda mais. E deitou falação, segundo leio na Folha, em texto de Felipe Seligman e Márcio Falcão:
“Só vou me manifestar em plenário. É uma matéria que vai ser discutida em plenário. Se for alegada, terá de ser examinada. Ele pode até eventualmente decidir monocraticamente, mas de toda decisão monocrática cabe sempre agravo regimental [recurso] ao plenário, como nós todos sabemos”.
Comento
Trata-se de um absoluto despropósito. Em primeiro lugar, não quero entrar em minudências, há, sim, decisões que cabem ao presidente. De toda sorte, não cabe ao vice-presidente do tribunal ficar cantando o jogo ou mesmo, como é o caso, ficar dando dicas à defesa. Nota-se pela fala que, desde já, o nº 2 se coloca como o contraponto do nº 1, a quem se refere como “ele”. Muito bem! E se algum ministro, agora, discordar de Lewandowski? Deve também dar a sua opinião? Vai se fazer o debate de plenário na imprensa? Um despropósito total!
Mas prestem atenção a este outro trecho da matéria, que aponta para manobras procrastinadoras. Se a objetividade é a marca do Lewandowski goleador, a do nosso ministro parece ser o toquinho para o lado, quem sabe a bola sempre passada para trás. Segue trecho da Folha em vermelho:
Segundo Lewandowski, o relator terá que definir se os recursos apresentados pelos 25 condenados serão analisados em conjunto ou de forma isolada. Barbosa tem indicado que dele levar ao plenário de forma conjunta. “Tecnicamente é possível julgar separadamente, não há nenhuma razão técnica que obrigue a julgar todos os embargos de uma vez só”, completou Lewandowski.
Então tá. Vou aqui aplicar o que costumo chamar de leitura “borgeana” do texto — referência a Jorge Luis Borges: com alguma frequência, uma mensagem pode dizer o contrário do que pretendeu o emissor. Se, segundo o nosso emérito goleador do contra, “não há nenhuma razão técnica que obriga a julgar todos os embargos de uma vez só”, há de se concluir que não, por óbvio, que também “não há nenhuma razão técnica que obrigue a votar os embargos separadamente”, certo?
Eu conheço a boa terra de São Bernardo, onde LewandowskI se formou intelectualmente. Também há lógica por lá. Em algum momento, o ministro e ela se cruzaram, tenho certeza.
Encerro
“Peguem no pé de Lewandowski”, gritava inutilmente José Mourinho, técnico do Real Madri, especialmente no primeiro jogo. “Pare de pegar no pé de Lewandowski”, protestam os petistas, que sempre o têm como a última esperança de um gol contra a punição dos mensaleiros. Não estou pegando no pé de ninguém. O que não é possível é ele, como membro do tribunal, querer dividir os holofotes no mesmo palco em que estão os advogados dos mensaleiros. Estes, afinal de contas, cumprem o seu papel, ainda que, a meu juízo, não primem por um desempenho exemplar no que concerne à arte da representação do direito. Mas Lewandowski, o ministro, está fora do lugar.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

Antes de fingir que escreve para o jornal The New York Times, Lula fingiu ter escrito o prefácio de um livro de Aloizio Mercadante. A fraude é comentada no post republicado na seção Vale Reprise. Leia abaixo.

Nunca antes neste país houve um presidente que incapaz de ler sequer orelhas de livro e de escrever pelo menos anotações em agendas. Lula foi o primeiro. Com tempo de sobra desde 1980, não estudou porque não quis. Jamais escondeu a aversão a leituras ─ ou porque dão azia, no caso dos jornais, ou porque são mais estafantes que exercício em esteira, se o texto passa de 10 centímetros. Ninguém jamais o viu empunhando uma caneta nem dedilhando um teclado de computador para produzir meia dúzia de linhas sobre o que quer que seja.
Há sete anos e meio em Brasília, ele não sabe se existe alguma estante na Granja do Torto, nem procurou saber onde fica a biblioteca do Palácio da Alvorada.  E sua letra foi vislumbrada pela primeira vez em 1982, zanzando sem bússola num recado tatibitate ao sobrinho que fazia aniversário. De lá para cá, não rabiscou lembretes em folhas de papel, nada registrou em algum diário, não mandou cartas, e-mails, nem mesmo bilhetes ordenando a Gilberto Carvalho que o acordasse mais tarde. Não escreveu coisa alguma.
Começou agora, anunciou o senador Aloízio Mercadante em 13 de Junho do Ano de Graça de 2010: “Entreguei um exemplar do meu novo livro ‘Brasil, a construção retomada’ ao presidente Lula, que fez o prefácio”, garantiu a mensagem transmitida pelo twitter do Herói da Rendição. A notícia embutia uma segunda descoberta igualmente assombrosa: como ninguém escreve o prefácio sem ter lido o livro, Lula ─ entre um derrapagem no Oriente Médio e um fiasco no Irã ─  encontrara tempo para ler, com a atenção exigida de um prefaciador, outro filhote do prolífico Mercadante.
Desde novembro passado, os interessados na compreensão da saga republicana aguardam, justificadamente ansiosos, a  divulgação de quase 700 bilhetes enviados por Getúlio Vargas a Lourival Fontes, chefe da Casa Civil do governo constitucional. Redigidos entre o começo de 1951 e agosto de 1954, deverão chegar às livrarias junto com o catatau do senador. Os manuscritos de Vargas podem jogar mais luz sobre uma tragédia. O prefácio pode ser jogado no lixo: é só outra farsa. Claro que Lula apenas garatujou a assinatura no palavrório que alguém escreveu.
Por ação ou omissão, os intelectuais companheiros se tornaram cúmplices da celebração da ignorância. O que houve com os brasileiros que estudaram ou estudam para engolirem sem engasgos alguém incapaz de desenhar um com o fundo da garrafa?, pergunta a gente sensata. O que faz um país promover a inimputável um chefe de governo incapaz de produzir um único registro escrito sobre os anos vividos no coração no poder? Conversa de elitista, recita o ensaísta Antônio Cândido, que não fez outra coisa na vida além de lidar com palavras. Quem tem popularidade não precisa saber nada, ensinam cronistas federais e humoristas amestrados.
“Acho que os historiadores do futuro terão dificuldade em entender o contraste entre essa quase unânime reprovação do Lula pela grande imprensa e sua também descomunal aprovação popular”, escreveu Luis Fernando Verissimo. “O que vai se desgastar com isto é a ideia da grande imprensa como formadora de opinião”. É muito cinismo, estariam berrando os intelectuais independentes e os estudantes livres de cabrestos ideológicos ─ se ambas as espécies não estivessem em extinção no país cada vez mais parecido com um grande Clube dos Cafajestes. O que os historiadores do futuro custarão a entender é a vassalagem prestada por escritores estatizados ao chefe que encarna a Era da Mediocridade.
A julgar pela comédia ensaiada por Mercadante, o rebanho agora quer promover o pastor a homem de algumas letras. É tarde. O espaço reservado a Lula no Museu da República não terá nenhuma gaveta ocupada por cartas, diários, anotações, rascunhos, recados, mensagens, canetas, lápis, boletins escolares, composições à vista de uma gravura ─ nada. Se algum curador oportunista fizer de conta que prova de fraude é documento histórico, e expuser à visitação pública as páginas que abrem o livro de Mercadante, tomara que não fiquem ao lado dos bilhetes de Getúlio.
Os manuscritos permitirão que se contemple com mais nitidez o ocaso perturbador de um presidente que saiu da vida para entrar na História. O prefácio que Lula não escreveu desnuda a cabeça primitiva de um oportunista que caiu na vida sem entrar na História.

Publicado originalmente em 
19/06/2010
 às 21:12 \ Direto ao Ponto

Depois da 'conferola' e da 'serpentola', o que mais o criador da 'caxirola' vai inventar?

Aos olhos de gente sem avarias na cabeça, a caxirola é um caxixi ─ aquele chocalho que acompanha o berimbau ─ que o músico Carlinhos Brown pintou de verde e amarelo. Aos olhos de Dilma Rousseff, a malandragem pareceu suficientemente assombrosa para transformar seu criador num  Santos Dumont de turbante. Lançada com pompas e fitas no Palácio do Planalto, imediatamente promovida a símbolo da Copa de 2014 pelo Ministério do Esporte, a caxirola se preparava para incluir o inventor de araque e os fabricantes da esperteza na lista dos milionários da revista Forbes quando a torcida do Bahia descobriu que, vista de perto, aquela coisa era uma arma com entrada livre em todos os estádios do país.
Depois do que aconteceu na Fonte Nova, a caxirola foi condenada a morrer sem ter nascido: sinais emitidos pela cartolagem da Fifa informam que a maluquice será proibida de entrar em campo na Copa das Confederações e na Copa do Mundo. Surpreendido pelo fiasco, o que fará Carlinhos Brown para recuperar a auto-estima e o dinheiro que gastou por conta dos lucros imaginários? No comentário abaixo transcrito, o leitor Jacob Samuelson garante que o inventor preferido de Dilma Rousseff já tem pelo menos duas balas na agulha:
Como não para de criar, o genialíssimo Carlinhos Brown já guarda na cabeça duas invenções para animar o Carnaval de 2014:
1. CONFEROLA. Rodelinha de papel pintada de verde e amarelo. Os foliões devem encher as mãos com conferolas armazenadas num saquinho e arremessá-las uns nos outros.
2. SERPENTOLA. Fita de papel estreita, comprida e colorida, pintada com as cores da bandeira nacional, enrolada em discos que se desenrolam em arremesso.
As espantosas novidades confirmam que a criatividade de Carlinhos Brown é tão inesgotável quanto o baú de besteiras que abastecem os discursos de Dilma Rousseff. O timaço de comentaristas está convocado para adivinhar o que mais pode ser parido pelo gênio da raça que agora é parceiro do neurônio solitário. Na segunda-feira, as melhores ideias serão agrupadas em outro post. Ao teclado, amigos.






‘Direito autoral ou censura?’, editorial do Globo

PUBLICADO NO GLOBO DE 02-5-2013
Um dos gêneros mais nobres da literatura é a biografia. Antes da era dos documentários, era a única maneira de se conhecer com alguma profundidade a vida dos grandes homens. Assim, lemos até hoje as “Vidas paralelas” em que Plutarco pôs lado a lado personalidades da Grécia e da Roma antigas. Pouca coisa, na literatura inglesa, é tão sedutora quanto a vida de Samuel Johnson escrita por Boswell. Escritores franceses modernos, como André Maurois, fizeram fama e carreira escrevendo uma grande biografia atrás da outra — de Balzac, de Victor Hugo, de Chateaubriand. Num outro plano, para o mundo moderno, foi importante conhecer histórias terríveis como a de Hitler, a de Stalin, a de Mao Tse-tung, para poder avaliar os falsos caminhos seguidos pelas mentes autoritárias.
Nada disso seria possível no Brasil de hoje, a julgar pelos obstáculos legais que se criaram para quem tenha a pretensão de biografar alguém.
A Constituição brasileira garante a liberdade de expressão. Mas o Código Civil, em seu artigo 20, que pretende proteger a “imagem” de cada indivíduo, abre uma brecha para coisas que são o mais puro retrato de uma mentalidade autoritária.
Também há, nisso, interesses comerciais — como os de parentes de pessoas famosas que pretendem ganhar dinheiro administrando esse tipo de herança. Assim passaram por verdadeiros purgatórios os que quiseram escrever a vida de um Garrincha, ou de um Guimarães Rosa.
É diferente em países desenvolvidos como os Estados Unidos. Ali, onde as biografias ocupam espaço importante nas estantes particulares ou das livrarias, existe a chamada “biografia autorizada”. Mas isto não significa que esteja vedado o caminho para outras biografias. Sobretudo no caso de pessoas mortas, sequer existe o conceito de “difamação” que aqui é brandido por qualquer advogado desejoso de satisfazer o seu cliente.
No Brasil, o terreno da biografia tornou-se campo minado. E, por causa disso, não existe, por exemplo, biografia competente de uma figura como Mário de Andrade. Familiares de Manuel Bandeira, de Cecilia Meireles, de Guimarães Rosa criam outras tantas fortalezas em torno do que consideram ser de sua propriedade.
Roberto Carlos chegou ao ponto, recentemente, de estender essa postura à própria história da Jovem Guarda, de que ele evidentemente faz parte.
Um projeto de lei destinado a consertar esses abusos passou incólume pela Comissão de Constituição de Justiça da Câmara e já estava a caminho do Senado quando foi barrado por um recurso do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), determinando que o texto seja antes debatido no plenário da Câmara. Sua argumentação: biografias podem prejudicar políticos em campanha. É o que basta para mostrar como, nesse assunto, fomos nos afastando da essência do problema.


NO BLOG DO JOSIAS



A Câmara indicou dois deputados para participar do grupo de trabalho que irá rever a PEC 37 –aquela proposta de emenda constitucional que proíbe procuradores e promotores de realizar investigações criminais. Um deles, Bernardo de Vasconcellos Moreira (PR-MG), que adota o nome parlamentar de Bernardo Santana, é réu numa ação penal que corre no STF. Leva o número 611. Envolve crimes ambientais, receptação, uso de documento falso e formação de quadrilha.
O deputado Bernardo tentou brecar a ação, originária do município mineiro de Várzea da Palma. Uma de suas alegações foi a de que as apurações realizadas pelo Ministério Público de Minas Gerais deveriam ser anuladas. Curiosamente, o réu frequenta os embates da Câmara na trincheira dos que defendem a tese de que apenas as polícias federal e civis podem fazer investigações.
Em decisão liminar (provisória) datada de 27 de dezembro de 2010, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais determinara o trancamento do processo. O diabo é que, dez dias antes, Bernardo havia sido diplomado deputado federal. Além do mandato, ganhara o foro privilegiado. Seu processo subiu à Procuradoria-Geral da República, em Brasília. Dali, escalou os escaninhos do STF, que cassou a liminar e reabriu a encrenca. O relator do caso é o ministro Luiz Fux.
À espera de julgamento, o deputado-réu ainda não pode ser tachado de culpado. A propósito, ele nega as acusações. Porém, parece absurda a ideia de que um personagem que guerreia no STF contra o Ministério Público possa participar de um grupo de trabalho sobre uma emenda que proíbe o Ministério Público de investigar. Composto também de delegados e procuradores, o grupo reúne-se pela primeira vez na próxima terça (7). A participação do doutor Bernardo é a mais recente prova de que De Gaulle realmente deveria ter dito a frase que dizem que ele disse –mas que na verdade não disse– segundo a qual o Brasil não é um país sério.


NO BLOG UCHO.INFO

Falta de planejamento e incompetência do governo do PT fazem o Brasil refém do caos

Tiro pela culatra – Quando oucho.info afirma que os integrantes do governo do PT desconhecem a mais rasa definição da palavra planejamento, a esquerda verde-loura entra em polvorosa e parte para as retaliações de subterrâneo. Coisa típica de quem não sabe fazer outra coisa, que não a briga de rua, o jogo rasteiro.

Para provar que nossa teoria é verdadeira e chegou às raias da prática, retomamos um tema que já caiu no esquecimento da opinião pública e também da imprensa amestrada, aquela que costumeiramente passa no caixa do Palácio do Planalto. Horas depois que o então presidente Lula, em dezembro de 2008, apelou para que os brasileiros se atirassem no consumo como forma de reverter a crise internacional, na ocasião classificada como “marolinha”.
Afirmamos, contra a vontade dos palacianos, que o pedido de Lula era uma ode à irresponsabilidade e que em quatro anos a conta não fecharia. Como de fato aconteceu e continua acontecendo. O primeiro setor a ser beneficiado pela desoneração tributária foi o de automóveis, até porque para o PT um país desenvolvido é aquele em que o pobre tem carro e um carnê maior que o porta-malas, não o que permite ao rico usar o transporte público.
A frota de carros aumentou assustadoramente nos últimos anos, sem que qualquer investimento prévio tenha sido feito para absorver essas enxurradas de novos automóveis. E não foi por falta de aviso. A situação é tão crítica, que o Brasil continua importando petróleo e combustíveis para atender à demanda interna. Essa operação absurda prevê a venda subsidiada da gasolina, o que impediu a disparada da inflação e proporcionou a corrosão financeira da Petrobras.
Mas o escárnio não para por aí. Eleito no vácuo do discurso mentiroso de que foi maior e melhor ministro da Educação da histórica nacional, o petista Fernando Haddad ainda não assumiu de fato o cargo de prefeito da maior cidade brasileira, tamanha é a sua inoperância. A situação do transporte público beira o caos na capital dos paulistas, mas o Palácio do Planalto continua a comemorar os recordes seguidos de venda de automóveis. Na quinta-feira (2), em uma das mais movimentadas avenidas da cidade, um leitor aguardou uma hora por um ônibus, que não chegou. Acabou desistindo de ir à faculdade por falta de transporte.
Essa estratégia obtusa de patrocinar o desmonte do Estado para dar passagem à implantação de um regime totalitarista é conhecida de longa data. O único problema está no comodismo da sociedade, que assiste a tudo como se fosse o melhor dos modelos políticos.

Economia está desmoronando em capítulos, mas Dilma ousa dizer que está tudo bem e sob controle

Fio trocado – Os discursos de Dilma Vana Rousseff, a presidente inoperante, estão perdendo o prazo de validade. Além de ufanistas, esses palavrórios oficiais trazem afirmações que são desmentidas por números, muitas vezes do próprio governo.

No pronunciamento que fez em alusão ao 1º de Maio, Dilma garantiu aos incautos que a inflação está sendo combatida com firmeza pelo governo e que a economia há de crescer nos próximos meses. Conversa fiada da pior qualidade, que qualquer estreante em Economia sabe identificar.
Não há como controlar a inflação sem a adoção de medidas estruturais, impopulares e definitivas. E por conta do projeto de reeleição a presidente Dilma procurará empurrar o problema até onde der, não importando o que aconteça com o País, desde que consiga permanecer mais quatro anos no Palácio do Planalto depois de 2014.
A crise avança a passos largos, a ponto de colocar o Brasil à beira do despenhadeiro, mas Dilma prefere ignorar os dados do Ministério do Desenvolvimento, que nesta quinta-feira (2) informou o resultado da balança comercial no mês de abril: déficit de US$ 994 milhões, o pior resultado para os meses de abril desde o início da série histórica.
Esse cenário explica o processo de desindustrialização pelo qual passa o País, situação que foi comunicada pelo ucho.info ao governo do então presidente Lula em 2005. Como à época os palacianos estavam empenhados em abafar o escândalo do Mensalão do PT, o assunto foi deixado de lado e a nós coube o rótulo de loucos que torcem contra.
O quadro econômico perde a visão do horizonte quando analisada a infraestrutura do País. E essa radiografia, a cada dia pior, tem servido para afugentar investidores estrangeiros, que têm levado o dinheiro para outros destinos.
Para se ter ideia do que nos espera em termos de desenvolvimento nos próximos anos, a temporada de chuva acabou e o nível de água nos reservatórios das hidrelétricas é o mais baixo desde 2001. De acordo com informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as represas das hidrelétricas do sistema Sudeste/Centro-Oeste, responsáveis por pela geração de 70% da energia que abastece o País, fecharam o mês abril (dia 30) com 62,4% de armazenamento de água. O dobro do nível registrado em 2001, quando houve racionamento de energia, mas muito pouco para sustentar a bolha de virtuosismo lançada por Lula.
Como sempre afirmamos, Dilma pode dizer o que bem entende não por causa do status do cargo que ocupa, mas pelo fato de o Brasil ainda ser uma democracia, mas não se pode contrariar números da balança comercial e muito menos o nível das represas das hidrelétricas. Com esses números, qualquer previsão entusiasmada sobre o crescimento da economia em 2013 é caso para internação no hospício mais próximo.
Sem infraestrutura não há geração de empregos. Sem novos postos de trabalho não há consumo. Sem consumo não há arrecadação de tributos e muito menos reaquecimento da economia. Mas a mentira continuará sendo embalada até 2014, pois o PT não quer e sequer pode perder essa mamata milionária em que se transformou o poder central. E para que Brasília se transforme na versão verde-loura de Caracas não será preciso muito tempo. Até porque, candidatos a ditador é o que mais sobra na esquerda tupiniquim.

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