DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 03-4-2013

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO


Em Fortaleza,
Dilma ignora o
ex-aliado Campos

A reunião da Sudene, em Fortaleza, serviu para a presidenta Dilma sinalizar preocupação com a força da candidatura do presidenciável Eduardo Campos no Nordeste. Ela agradou o anfitrião, Cid Gomes, que se opõe a Campos no PSB, e alfinetou à vontade o pernambucano, que ainda passou pelo constrangimento de ouvir seu pupilo, ministro Fernando Bezerra (Integração), caprichar na bajulação à presidenta.

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Último a saber

Eduardo Campos escafedeu de cara amarrada: foi o último a saber o teor do saco de bondades de Dilma e Fernando Bezerra para o Ceará.


César Borges será o 
ministro, mas quem
manda é Belchior

O verdadeiro ministro de Transportes tem nome e é mulher: Mirian Belchior. É ela, ministra do Planejamento e gestora do PAC, quem despacha com o diretor-geral do DNIT, general Jorge Ernesto Pinto Fraxe, e determina as obras no setor dos Transportes, que por acaso estão devagar, quase parando. Indicado para o cargo, o ministro baiano Cesar Borges será pouco mais que uma rainha da Inglaterra.

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Cautela

Dilma concordou em devolver o Ministério dos Transportes ao PR sob a condição de manter a chave do cofre com a ministra Mirian Belchior.

Grana na veia

Alvo de frequentes suspeitas de irregularidades, o Ministério dos Transportes tem um apetitoso orçamento anual: R$ 20 bilhões.

Au revoir

O governador Sérgio Cabral deveria dar um tempo nas viagens a Paris: a imprensa francesa foi impiedosa com a barbárie contra o turista francês e a namorada. Na TV de lá, o Rio é  “barril de pólvora”.

Protesto

A governadora Roseana Sarney (PMDB) não foi a Fortaleza, nem mandou representante. Soube nesta coluna que Dilma anunciaria outra refinaria para o Ceará, sem tirar do papel a de Bacabeira (MA).

O que é isso, companheiros?

Curioso o ruidoso silêncio do corintiano Lula e do top-top Marco Aurélio Garcia no caso do torcedores presos na Bolívia. Eles são privilegiados interlocutores do presidente maluquete Evo Morales. O embaixador Marcel Biato foi inclusive indicado por top-top, e deverá ser substituído.

Sol quadrado

Se a “fila” andar até sexta com a revisão do voto escrito do ministro Celso de Mello no processo do mensalão, não é de todo improvável que os mensaleiros condenados passem as férias de julho...na cadeia.

Tela quente

Pressionado, o chanceler António Patriota passará aperto na Comissão de Relações Exteriores do Senado, para explicar os gastos de Dilma em Roma, a intromissão de agentes e do embaixador cubano em São Paulo, asilo de senador boliviano e denúncias de assédio moral.

Por nossa conta

O ministro Gilberto Carvalho, que nega ser católico carismático, não viajou por conta própria para o Fórum Social Mundial, na Tunísia. Arranjaram-lhe agenda de “visita oficial” para justificar a conta da viagem, afinal espetada no bolso do contribuinte.

Maduro, o cascateiro, diz que Chávez virou 'passarinho' e até cantou para ele

O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta terça-feira (2) que que sentiu a presença do ex-presidente Hugo Chávez, morto no dia 5 de março vítima de um câncer. Ele teria aparecido para Maduro em forma de "passarinho pequenino" para abençoar sua campanha eleitoral. "Senti-o aqui como uma bênção, nos dizendo: 'hoje começa a batalha. Rumo à vitória. Vocês têm nossa benção'. Eu o senti da minha alma", relatou Maduro no pátio da casa onde Chávez nasceu em Sabaneta, no estado de Barinas. Segundo ele, só a ave apareceu na manhã de hoje em uma capela católica e os dois se comunicaram por meio de assobios. "De repente entrou um passarinho, pequenininha, e me deu três voltas aqui em cima", disse apontando para sua cabeça. "[Depois o pássaro] parou em uma viga de madeira e começou a cantar, um assobio lindo. Fiquei vendo-o e também cantei para ele, então. 'Se você canta eu canto', e cantei. O passarinho me estranhou? Não. Cantou um pouquinho, deu uma volta e foi embora e eu senti o espírito dele", completou.

Pensando bem...

...como disse Hugo Chávez na ONU, é forte o “cheiro de enxofre”, com Dilma fazendo o “diabo” e “satanás” rondando o Pastor Feliciano.

Oposição acusa Ideli de viajar ao MS,
às custas do erário, a serviço do PT

A oposição no Mato Grosso do Sul pretende solicitar ao Ministério Público Federal para apurar a visita da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) a Campo Grande (MS), para participar de encontro com prefeitos. Ela foi à cidade a convite e para dar uma força na candidatura do senador Delcídio Amaral (PT-MS) ao governo do Estado. A oposição acusa Ideli de colocar o cargo a serviço de uma candidatura e também do seu partido, o PT, tanto assim que, à noite, participou de um jantar com lideranças petistas com o objetivo delarado de "discutir as eleições de 2014. Ela é acusada de viajar ao Mato Grosso do Sul às custas de dinheiro público para uma reunião interna do PT e ainda leva a tiracolo um acompanhante, com quem foi fotografa de mãos dadas.

NO BLOG DO NOBLAT

O limite da ineficiência, Merval Pereira

Merval Pereira, O Globo
Já que a principal qualificação da presidente Dilma Rousseff é a excelência gerencial, pelo menos na propaganda oficial, analisemos seu governo à luz da organização de sua estrutura administrativa, agora que mais uma secretaria com status de ministério, a da Micro e Pequena Empresa, foi criada.
São 24 ministérios, mais dez secretarias ligadas à Presidência e cinco órgãos com status de ministério, ao todo 39 ministérios, um recorde na História do país, além de uma dimensão que está dentro do que se conhece como “coeficiente de ineficiência”, definido em estudo, já relatado aqui na coluna, de três físicos da Universidade Cornell, Peter Klimek, Rudolf Hanel e Stefan Thurner, depois de analisarem a composição ministerial de 197 países.
O estudo chegou à conclusão de que os governos mais eficientes têm entre 19 e 22 membros. O Brasil estaria no mesmo nível de ineficiência ministerial do Congo (40); do Paquistão (38); de Camarões, Gabão, Índia e Senegal (36), entre outros.


O empresário Jorge Gerdau (foto), que atua como consultor do governo para melhorar sua gestão, perdeu a paciência com a situação e disse, em recente entrevista, que “tudo tem o seu limite. Quando a burrice, ou a loucura, ou a irresponsabilidade vai muito longe, de repente, sai um saneamento. Nós provavelmente estamos no limite desse período”.
Para Gerdau, o país poderia ter apenas uma meia dúzia de ministérios, que são os que realmente a presidente Dilma controla diretamente. Os demais “ministros” raramente estão com a presidente, e alguns nunca foram recebidos por ela em audiência nestes mais de dois anos de governo.
Napoleão Bonaparte concordava com Gerdau e dizia que nos altos níveis não se comanda com eficiência mais de sete subordinados.
O número de ministérios no Brasil tem aumentado a partir da eleição de Tancredo Neves, em 1985, segundo o cientista político Octavio Amorim Neto, da Fundação Getulio Vargas do Rio, um estudioso da formação de governos, e seu levantamento vale a pena ser republicado por refletir a necessidade crescente de composições políticas, acrescida da busca desenfreada de minutos de propaganda eleitoral.


Novos exames descartam câncer em Lula

O Globo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou nesta terça-feira por exames no Hospital Sírio-Libanês que detectaram que ele não tem células cancerosas.
— Foram exames de rotina, comuns para quem passou por um tratamento. Os resultados estão todos normais. Ele até começa uma série de viagens ao exterior na semana que vem — disse o oncologista Artur Katz. Quanto ao boato de que o ex-presidente estaria com câncer no pulmão, Katz assegura que jamais houve uma suspeita desse tipo.


Paulo Bernardo defende regulação da mídia

Sérgio Roxo, O Globo
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, defendeu nesta terça-feira a regulação da mídia e disse que o projeto sobre o tema pode ser apresentado até o final do governo da presidente Dilma Rousseff no próximo ano. Admitiu também usar elementos da proposta que estava sendo formulada no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva pelo ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Franklin Martins.
— (Vou) dizer o que sempre disse: sou favorável à regulação da mídia. Como qualquer outro segmento, tem que ser regulado. De acordo com o ministro, Dilma não se contrapôs à regulação.


Nicolau dos Santos Neto é condenado em definitivo

Carolina Brígido, O Globo
O ex-juiz Nicolau dos Santos Neto (foto abaixo) foi condenado nesta terça-feira em definitivo pela primeira vez. O Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu uma certidão declarando o trânsito em julgado na condenação por lavagem de dinheiro. Isso significa que não há mais possibilidade alguma de recurso judicial contra essa condenação.
O crime foi cometido na construção do Fórum Trabalhista de São Paulo. A pena fixada para o crime é de nove anos de reclusão, confisco de bens e pagamento de multa de R$ 600 mil.


Cartórios do Rio irrigam os cofres de 6 entidades de direito privado

Chico Otávio, O Globo
Os cartórios extrajudiciais fluminenses cobram, a cada serviço prestado aos usuários, uma taxa extra no valor de um décimo de Unif (Unidades de Valor Fiscal do Município), correspondente a R$ 10,86, destinada a seis entidades de direito privado.
Uma delas, a Mútua dos Magistrados, que fica com 20% do total repassado por conta da tarifa, oferece atenção integral à saúde de seus associados, juízes que têm entre as atribuições a fiscalização dos cartórios.
Desde 1969, uma sucessão de leis estaduais estabelece a cobrança adicional. Todas, afirma a Procuradoria Regional da República (PRR), são ilegais, uma vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) já firmou jurisprudência no sentido de vedar a destinação de valores recolhidos a título de custas a pessoas jurídicas de direito privado.



Senado uruguaio aprova casamento gay

O Globo
Numa discussão similar à vivida atualmente em países como França e Estados Unidos, o Senado do Uruguai aprovou nesta terça-feira a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A Lei de Matrimônio Igualitário, apoiada pelo governo do presidente José Mujica (foto abaixo) - que nos últimos meses impulsionou outras medidas consideradas polêmicas, como a legalização da maconha e a despenalização do aborto - passou no Senado por 23 votos a favor e oito contrários.
Mas a aprovação ainda não é definitiva: o projeto voltará agora para a Câmara de Deputados, por onde já passou, em dezembro, para que modificações no texto sejam revisadas.


O país imaginário de Cristina Kirchner, por Rodrigo Botero Montoya

Rodrigo Botero Montoya
Os regimes autoritários terminam criando um mundo de sonho, ao qual só chegam boas notícias. Diz-se que, durante a ditadura de Oliveira Salazar, seu círculo íntimo mandava imprimir um diário com um único exemplar para que o líder do Estado Novo pudesse apreciar o progresso de Portugal.
Os aduladores de Cristina Kirchner desenharam uma variante não menos engenhosa. Uma vez consolidado o controle político do organismo oficial de estatísticas, falsificam-se os índices de maneira vergonhosa para que produzam os resultados que a presidente deseja.
O problema da inflação é resolvido com a divulgação de um aumento de preços de cerca de um terço do real. Persegue-se judicialmente quem produz cifras de inflação fidedignas. Ao mentir acerca da inflação, o governo colhe dividendos adicionais.
O PIB aparece maior que de fato é e a proporção de pobres aparece menor. Obtém-se um ganho fiscal ao fraudar os detentores de títulos soberanos indexados à taxa de inflação. No entanto, o uso sistemático da mentira como ferramenta de governo apresenta alguns inconvenientes, como o desprestígio internacional e a perda generalizada de credibilidade.
Na medida em que o governo opta por crer em suas próprias mentiras, e atua em função desse autoengano, entra no reino da fantasia. O discurso esquizofrênico se converte em verdade oficial. Cristina Kirchner constrói um relato fictício da história da Argentina e o proclama ante auditórios selecionados para que a aplaudam. Como adverte um de seus colaboradores mais próximos: “À presidente não se fala. Se escuta.”


Assim a escola cai, por Ateneia Feijó

Uma diretora de escola de ensino fundamental é xingada de vagabunda e socada no rosto por um aluno adolescente sem causar nenhuma indignação pública. É tragédia anunciada.

Se nada for feito, os valores que orientam uma sociedade civilizada estão ameaçados de extermínio. Parece exagero, dramalhão. Mas é realmente aterrador o grau de indiferença diante do desrespeito e da banalização de violência praticados por crianças e adolescentes contra seus professores.
Pior, não é de hoje. Essa indiferença está se transformando numa insensibilidade patológica, incapacitante para a compreensão do que é certo e errado; para a definição de limites.
Poucos são os que se detêm para analisar a causa de tanta agressão e desrespeito ao professor primário. Exatamente aquele que deveria figurar como alicerce da educação.
E o que provoca, afinal, esses conflitos quase corriqueiros entre esses alunos e seus educadores? O que desencadeia as ações violentas, repentinas ou não? O que faz com que esses profissionais de educação sintam-se cada vez mais como uma classe trabalhadora de alto-risco?
Quais os verdadeiros motivos das agressões? Aparentemente, elas são “apenas” respostas de alunos revoltados por terem sido contrariados ou repreendidos. E não é raro que apareçam mães reforçando a pancadaria moral ou física contra os “repreendedores”.


Geralmente, os agressores advêm de famílias desestruturadas e violentas há mais de uma geração (ricas ou pobres). Não têm noção do significado de sala de aula, nem da função do professor. Algumas até obrigam os filhos a irem à escola unicamente para não perderem o Bolsa Família.
Por outro lado, também existem aqueles professores despreparados, desiludidos, cansados, sem paciência ou vocação.
Fica claro, portanto, que a valorização do educador depende de como o Estado o reconhece, dando-lhe incentivo, capacitação, prestígio e proteção.
A reportagem especial “Escolas do medo” (O Globo 31/03), de Vera Araújo, Carla Rocha e Maria Elisa Alves, confirma que os casos de agressão nas escolas de ensino fundamental têm aumentado. Porém, 80% deles não são registrados nas delegacias devido à burocracia, ao medo.
Não, esta situação conflituosa não tem a ver com o mundo digital que costuma dar bastante trabalho aos professores, principalmente, do ensino médio. (Embora a garotada creia que informações soltas obtidas ali no Google equivalem a conhecimento.)
Na questão da violência abordada aqui, a internet ainda não entrou em sala de aula.

Ateneia Feijó é jornalista


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Izar se elege para Conselho de Ética e derrota presidente da Câmara, que recorreu até a chantagem

Pois é… O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que agora decidiu se abraçar a Jean Wyllys (PSOL-RJ) para ver se se deixa contaminar pela boa reputação de que este goza na imprensa, é poderoso e coisa e tal, mas não consegue fazer tudo o que quer. A que me refiro?
Alves tinha prometido a presidência do Conselho de Ética ao deputado Marcos Rogério, do PDT de Rondônia. Alegou que se tratava de um acordo entre partidos políticos. Algumas legendas disseram que não tinham sido chamadas a negociar coisa nenhuma.
Bem… O deputado Ricardo Izar Júnior (PSD-SP) decidiu se lançar candidato avulso. Nem a sua própria legenda se entusiasmou, mas ele insistiu. Alves mobilizou Eduardo Cunha (RJ), líder do PMDB na Câmara, para uma ameaça: ou Izar retirava a candidatura, ou haveria retaliação. A coisa pegou mal. O PSB do governador Eduardo Campos (PE), por exemplo, resolveu apoiar o candidato alternativo.
Resultado: Izar ganhou por um voto e derrotou o presidente da Câmara e o líder do PMDB. Leiam o que informa Gabriel Castro, na VEJA.com:
Em um resultado surpreendente, o deputado Ricardo Izar Júnior (PSD-SP) foi eleito nesta terça-feira o novo presidente do Conselho de Ética da Câmara. Ele derrotou o candidato oficial, Marcos Rogério (PDT-RO), por 11 votos a 10. A disputa ganhou importância devido à perspectiva de que o colegiado tenha de se pronunciar sobre a perda de mandato dos quatro deputados condenados no processo do mensalão.
Marcos Rogério contava com o apoio declarado do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e de lideranças de PT e PMDB. Mas Izar resolveu se lançar na disputa. O pai dele, homônimo, presidia o Conselho de Ética na época do mensalão. ”A votação de hoje mostrou que o Conselho de Ética é um colegiado independente. Aqui não tem pressão de partido, pressão de liderança, e cada deputado vai votar de acordo com a sua consciência”, comemorou o novo presidente.
Izar, que não era apoiado oficialmente nem mesmo do PSD, apostava na votação secreta para obter o posto. E deu certo. Ele diz que, diferentemente das outras comissões, o conselho não costuma fazer parte dos acertos partidários. “O Conselho de Ética nunca fez parte de acordo nenhum na história da Casa”, disse ele, pouco antes da votação.
Além de deputados de oposição, Izar obteve o apoio declarado de integrantes do PSB. “Nesta casa ainda existem pessoas de bem”, comemorou Júlio Delgado (PSB-MG), após a vitória.
O líder do PDT, André Figueiredo (CE), se irritou com a derrota de seu candidato e queixou-se de traições: “É questionável esta ética que faz com que deputados declinem o voto para um candidato e votem em outro”, afirmou.
ManobraNa semana passada, a eleição foi adiada graças a uma manobra do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Ele abriu a sessão de votações em plenário – mesmo sem quórum –, o que automaticamente impediu todas as comissões, inclusive o Conselho de Ética, de realizar qualquer deliberação. Alves evitou, assim, que a votação no colegiado fosse realizada em um momento em que Izar tinha grandes chances de vitória. Mas, uma semana depois, o deputado do PSD obteve o resultado almejado.
Ricardo Izar calculava, antes da votação, ter perdido alguns apoios – especialmente do PMDB, cujo líder, Eduardo Cunha (RJ), se esforçou para isolar o candidato do PSD. Cunha disse que, se Izar fosse eleito, o partido perderia a Corregedoria da Câmara.
Os quatro condenados no processo do mensalão que ainda têm mandato na Câmara devem perder o cargo assim que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar o cumprimento das sentenças. Apesar de os ministros da corte entenderem que a cassação é automática, boa parte dos deputados acredita que a punição depende do aval da Câmara – o que dá relevância ao Conselho de Ética. José Genoino (PT-SP), João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP) foram condenados pelo STF.
Sobre os processos contra os mensaleiros, Izar foi evasivo: “Eu acho que não têm que passar pelo Conselho de Ética, porque já passaram uma vez. Mas se a Mesa Diretora encaminhar, vamos tratar como qualquer outro processo”.












NO BLOG DO CORONEL

Para Dilma, o importante é que os votos do Nordeste não sequem.

Ontem, Dilma Rousseff anunciou um pacote de maldades para o Nordeste. Nenhuma medida estruturante. Nada que faça mudar o panorama da região para a próxima seca. Mais bolsas, mais perdão de dívidas, mais carros pipa. Para os prefeitos, mais patrolas e retroescavadeiras que, neste momento, são de maior serventia para enterrar o gado morto e para fazer estradinha por onde passam os eleitores. A presidente anunciou um pacote de R$ 9 bilhões para 10 milhões de nordestinos. Uma média per capita de R$ 900. Chama a atenção que, entre os benefícios que se agregam à Bolsa Família, cujo maior benefício é de R$ 306 mensais, existe a Garantia Safra, que paga até R$ 155 mensais por família de agricultor que perdeu a plantação. E mais a Bolsa Estiagem, que oferece outros R$ 80 mensais por família afetada. Uma família pode receber até R$ 541 mensais em meio a pior seca dos últimos 40 anos. Santa Dilma! Eduardo Campos, governador de Pernambuco, pediu isenção de impostos sobre a água que não existe. Dilma ficou de estudar. Para completar, as obras emergenciais e superficiais serão feitas através do Regime Diferenciado de Contratação (RDC). Um pacote completo, pois inclui a velha e boa corrupção que eterniza a miseria do sertão. Para Dilma, o importante não é resolver a seca do semi-árido. O importante é regar os votos para 2014. Estes sim, não podem secar.


Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) sentiram, nos últimos dias, o peso da máquina pública presidencial. Especialmente o domínio que o governo petista exerce sobre as redações. Os dois candidatos simplesmente sumiram das manchetes. Enquanto isso, Dilma acelera a agenda e domina o noticiário. Depois reclamam que a popularidade da presidente esteja nas alturas. A oposição está tão apagada que a grande briga dos últimos dias foi PT x PT, no episódio de Paulo Bernardo negando a regulação da mídia. Mas nem tudo é mérito do marketing da Dilma, tão criticado por Aécio Neves. Ontem, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, esteve na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, para ser sabatinado. Disse que a inflação tem-se mostrado "mais resistente" nos últimos meses e que a instituição avalia a necessidade de adotar "outras medidas", que não especificou. Não apareceu um senador de oposição para contestar Tombini sobre o problema que mais aflige os brasileiros: a inflação. Aécio Neves poderia ter estado lá, com dados impressionantes colhidos pelo Instituto Teotônio Vilella, debatendo sobre o tema, mostrando qual o projeto tucano para manter os fundamentos macroecômicos criados pelo PSDB e que fazem parte do tão incensado legado FHC. Mas vamos parar por aqui, pois esta é a oposição que temos. Aliás, vejam o que o filho do Teotônio Vilella fazia no palanque da Dilma, ontem, no Nordeste, segundo o Painel da Folha:

Rir para não chorar

Na reunião de ontem com Dilma Rousseff, governadores do Nordeste faziam relatos da seca em seus Estados quando Teotonio Vilela (PSDB) disse que, no interior de Alagoas, há cidades nas quais "as galinhas chegam a por ovos sem nunca terem visto chuva". Ante o espanto geral, explicou que uma galinha põe ovos depois de cinco meses, e há locais onde não chove há dois anos.
-O prefeito de Jacaré dos Homens me disse que, se cair uma chuva repentina, uma galinha dessas pode morrer de infarto, sem saber o que está acontecendo...
Nem a gravidade do tema evitou gargalhada geral.

Comentário:

As galinhas morreriam de infarto se vissem este governador tucano levando a sério o seu trabalho e fazendo oposição ao PT. Lembram que, depois da derrota de 2010, Alagoas sediou a primeira e única reunião de governadores tucanos para tratar de ações comuns? É possível que a gargalhada geral tenha sido motivada não por galinhas, mas sim por tucanos.










NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

A entrada de Lula no velório-comício inventado pelo criador do governo do Além e pelo zelador de cadáver bom de voto

Na melosa mensagem aos participantes do Foro de São Paulo reunidos em Caracas, gravada em 6 de julho de 2012, o ex-presidente Lula incluiu o aviso aos eleitores venezuelanos: todos tinham o dever de premiar Hugo Chávez com mais um mandato. O bolívar-de-hospício merecia continuar no poder, explicou, tanto pelos serviços prestados ao país quanto pela inestimável contribuição à modernização política e econômica do continente. Só o próprio Chávez, preveniu o amigo brasileiro, poderia completar o serviço ainda em andamento.
“Nossos países ainda são marcados pela pobreza e pela desigualdade”, explicou Lula no vídeo republicado na seção História em Imagens. Essa frase vale só para os outros, deveria ter ressalvado o falastrão que jura de meia em meia hora ter acabado com a pobreza em 2005, com a injustiça social em 2007 e com a crise mundial em 2009 ─ o que lhe permitiu parir o Brasil Maravilha registrado em cartório no fim de 2010. A discurseira termina com o recado olho no olho endereçado a Chávez: “Tua vitória será nossa vitória”.
Nesta segunda-feira, novamente a bordo de um vídeo, o palanque ambulante voltou a atropelar fronteiras geopolíticas e regras diplomáticas elementares para intrometer-se ostensivamente em eleições presidenciais no país vizinho ─ agora como parceiro de Nicolás Maduro. Nove meses depois da declaração de apoio a um moribundo, resolveu recomendar a permanência no Palácio Miraflores do vice que virou titular sem ter disputado uma única eleição.
(Ele sempre tem algo a dizer sobre qualquer assunto. Menos sobre o escândalo que protagonizou ao lado da Primeira Gatuna Rosemary Noronha. Faz 131 dias que a Polícia Federal desbaratou a quadrilha que, com as bênçãos do ex-presidente, transformou em esconderijo o escritório da Presidência da República em São Paulo. O protetor de Rose ainda não deu um pio sobre a lucrativa chanchada pornopolítica).
“Não quero interferir nos assuntos internos da Venezuela”, promete num trecho da gravação abaixo reproduzida. Em seguida, faz o contrário: “Uma frase resume tudo que sinto: Maduro presidente é a Venezuela que Chávez sonhou”. Se país nenhum merece ser dirigido por gente assim, essa gente decididamente se merece. Chávez inventou a posse sem empossado, o gabinete na UTI e o governo do Além. Maduro inventou o emprego de zelador de cadáver bom de voto. E Lula, para ensinar o povo a optar por um poste, transforma até câncer em cabo eleitoral.
Nenhum dos três gigolôs da morte poderia ficar fora do primeiro velório-comício da história destes trêfegos trópicos.


NO BLOG UCHO.INFO

Dilma pode fazer o diabo na eleição, mas deputada petista não aceita que Feliciano fale a palavra Satanás

Dois pesos – O Congresso Nacional está tomado por um “bom-mocismo” de ocasião que só interessa a meia dúzia de enrolados que se instalaram no poder na esteira de um cipoal de escândalos sem fim. Conhecida do grande público apenas e tão somente porque cometeu a ousadia de tentar tirar do ar uma campanha publicitária estrelada pela modelo Gisele Bündchen, a deputada federal Iriny Lopes(PT-ES) protocolou na Mesa Diretora da Câmara pedido de abertura de processo disciplinar contra o pastor Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM).

Ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny se incomodou com recente declaração de Feliciano, que afirmou que antes de sua chegada a CDHM era dominada por “Satanás”.
Iriny Lopes, que presidiu a Comissão em 2006, alega que “é inaceitável que um deputado faça esse tipo de declaração, ferindo a honra e a imagem dos nobres colegas que atuam com dedicação e firmeza para a promoção e valorização dos direitos humanos”.
Em primeiro lugar é preciso lembrar que o Congresso Nacional não é um reduto de monges tibetanos, sempre bem intencionados. O que lá acontece, nos poucos dias da semana em que os parlamentares se fazem presentes, está mais para mármore do inferno do que para nuvem celestial. Iriny Lopes, como boa petista que é, não perde as chances que lhe parecem e nelas pega carona no banco do oportunismo barato.
Se usar a palavra “Satanás” para se referir a alguns parlamentares é motivo de processo disciplinar e eventual perda de mandato, Lula deveria ter sido processado durante a Assembleia Nacional Constituinte, quando abandou a labuta e afirmou que no Parlamento brasileiro existiam 300 picaretas. Anos depois, durante o escândalo do Mensalão do PT, o então deputado federal José Janene (PP-PR), agora do outro lado da vida, usou o termo “filho da puta” para se referir a Lula. E bradou o chulo termo diante de muitos parlamentares, inclusive do PT.
Considerando que Iriny Lopes tornou-se a dona da verdade suprema e a “fulanização” do moralismo barato, que a deputada capixaba, antes de qualquer ação, telefone para a companheira e ex-patroa Dilma Rousseff e cobre explicação sobre a frase “podemos fazer o diabo na hora da eleição”.
Quer dizer, Excelência, que o pastor Marco Feliciano não pode balbuciar a palavra “Satanás” enquanto estão no inferno, mas em cima de qualquer palanque a gerentona inoperante Dilma está liberada para afirmar que faz o dia na eleição.
Essa democracia de araque, deputada, que o seu partido tanto defende, é a mesma que obrigará o povo venezuelano a eleger o candidato de um defunto, cujo paradeiro ainda é desconhecido.
Se for para fazer do Congresso Nacional um picadeiro eterno, nobre parlamentar, que não gaste o suado dinheiro do contribuinte e se apresente em algum circo da sua cidade. Até porque, Dona Iriny, se o Congresso não é circo, muito menos é a casa do Senhor, como canta a banda Asa de Águia no sucesso “Xô Satanás”.



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