São Paulo: Mercadante e Padilha dão carteiraço e furam fila de hospital para privilegiar militante do PT.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, mobilizou a estrutura da pasta para garantir atendimento ontem a uma líder comunitária petista, a pedido do ministro Aloizio Mercadante (Educação).Ambos são apontados pré-candidatos do PT ao governo de São Paulo, em 2014. Genésia Miranda, 54, foi uma das fundadoras, nos anos 1970, de Heliópolis, que já foi considerada a maior favela de São Paulo. Desde 1995, ela milita no PT. 

Pela manhã, Genésia, que já ganhou o título de cidadã paulistana, passou a sentir dores no peito e na cabeça. Outro líder comunitário filiado ao PT, Nazareno Silva, conhecido como Buiú, foi com ela ao Hospital Heliópolis, da rede estadual, e, suspeitando de princípio de infarto, contatou Mercadante como forma de garantir uma eventual transferência. 

"Estávamos angustiados. Ela é uma pessoa muito querida. Só tentamos agilizar o atendimento", disse à Folha. Ele ligou para Mercadante, que estava ao lado de Padilha em cerimônia no Palácio do Planalto. Por mensagem de texto, o ministro pediu para que Padilha entrasse em contato com Buiú. A Folha flagrou a troca de mensagens. "Ligue para [número do telefone] pessoa chamada Buiú a pedido do ministro Mercadante. Caso de uma mulher de Heliópólis que teve infarto e está no hospital de Heliópolis. A questão é pegar os dados dela e checar necessidade de remanejamento para Unifesp ou Incor", escreveu Padilha a uma pessoa identificada como "AP".

Depois, Padilha escreve para Mercadante: "O Ministério da Saúde vai ligar agora para tomar todas as providências". O Incor é referência em cardiologia em São Paulo, e o Hospital São Paulo, ligado à Unifesp, recebe verbas federais. Mercadante, por meio de sua assessoria, admitiu a intermediação, mas disse não ter feito "nada fora da lei". "Fiz e faria de novo", disse. Segundo ele, era "uma cidadã que estava em situação difícil, e que pediu orientação ao ministro Padilha". 

Segundo Buiú, a assessoria de Padilha entrou em contato com ele, e informou que "o ministério estava à disposição". Mas os médicos, disse, acharam conveniente manter Genésia em Heliópolis, já que a suspeita de infarto não foi confirmada. Buiú afirmou ter entrado em contato com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), que, segundo ele, acionou o secretário estadual Giovani Cerri. O prefeito, por meio de sua assessoria. O Ministério da Saúde disse que Padilha "não se utiliza de seu cargo para garantir atendimento diferenciado" a ninguém, e que só pediu "informações acerca do estado de saúde e do atendimento".(Folha de São Paulo)

Do Blog do Coroneleaks

Comentários

  1. A constatação é que: no Brasil, continuamos na mesma, precisando de um "pistolão" (é o novo!) para ter um atendimento na rede pública de saúde. Lamentável. Mas, como a corrupção foi institucionalizada pelo PT nada mais nos pode causar espanto.

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