Os apagões do PT, os pitos da soberana, os raios, os ventos, a conversa mole

No dia 10 de novembro de 2009, um apagão deixou às escuras nove estados, incluindo toda a Região Sudeste do país. O problema começou em Furnas. Até hoje, não se conhece o real motivo. O governo federal, como deixa claro o vídeo abaixo, tentou culpar os raios, os ventos e as chuvas. Certo! Não havendo nenhum desses fatores intervenientes, tudo funciona bem. Que bom!
A versão do “raio” foi desmoralizada pelo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. E ficou o dito pelo não-dito. Abaixo, segue um vídeo em que a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (pré-banho eleitoral), aparece dando pito em jornalista e tentando explicar o inexplicável. Vinte e uma horas depois! Vejam. Volto depois.
No dia 17 de novembro daquele ano, escrevi um post a respeito. É curtinho. Reproduzo e volto em seguida.
Ah, não foi raio? Não foi curto-circuito? Bem que a gente desconfiava…
Pois é…
Ainda bem que o Tio Rei não entende nada de energia elétrica, como os petralhas disseram. Eu não! Nadica! Mas, de lógica, eu entendo. E tenho certa sensibilidade para identificar quando alguém está mentindo.
O tal Operador Nacional do Sistema (ONS) veio a público para dizer que, bem…, é provável que não tenha sido, não, um curto-circuito o responsável pelo apagão, como disseram Edison Lobão e Dilma Rousseff. Não só isso. Disseram e ainda decretaram: “Caso encerrado!!!” O ministro (ele já sabe a diferença entre uma tomada e Tablete Santo Antônio?) não se conformou só em dar a explicação oralmente: emitiu uma nota!!!
No dia do apagão, sabe-se agora, Itaipu já estava com problema. E não há evidência de curto-circuito em Itaberá. Pois é… Vejam a diferença entre a experiência política — e a esperteza macunaímica — e a patetice. Lula, ele mesmo, não se comprometeu com aquela cascata de raio. É claro que ele vai aproveitar, de algum modo, para atacar a oposição, mas sentiu cheiro de problema. Lobão, para tentar sair da reta, deu a primeira desculpa que encontrou. Sem saber o que dizer, Dilma preferiu endossar  a tese do raio e ainda  dar bronca.
Pois é… Não entendo nada de energia elétrica. Um monte de supostos “engenheiros” petralhas entraram aqui para anunciar: “Ah, claro que é; as características são de curto, e você só está fazendo política”. É??? Vão falar com a ONS. Abaixo, reproduzo um post do dia 13, que remete a um do dia 12, quando sustentei: “O governo está blefando”. É o post em que transcrevia trecho do relatório do INPE, que dizia com todas as letras: não houve raio na região de Itaberá capaz de parar a usina. Pois é. Ao texto:
Que gente cômica, não?
Na madrugada de quarta, Edison Lobão tinha a causa do apagão: um raio.
Na tarde de quarta, depois de 20 horas de silêncio, a resposta oficial: foi um raio mesmo.
Na quinta, Dilma sai do silêncio para voltar a culpar as intempéries. Lula chegou até a evocar Freud – o de Viena, não o de São Bernardo – para tratar da ameaça ancestral que a natureza representa para o homem. Sei lá com quem ele andou conversando…
Na própria quinta, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), cujos técnicos se respeitam, foi obrigado a dizer: não, raio não pode ter sido. Os havidos, naquele dia, na região de Itaberá, se deram a 10 km da linha de transmissão e a 30 km da subestação. E as ocorrências não teriam força para desligá-la, como aconteceu, ainda que tivessem caído em cima da dita-cuja.
Mais: tivemos um dito curto-circuito que não deixou rastros.
Afirmei ontem aqui: “é blefe”. E, nesta sexta, Lula confirmou: era blefe. Até agora, ninguém tem a mais remota noção, confirma-o o próprio presidente, do que realmente aconteceu. E é por isso que ele sustenta que, se Deus assim o desejar, haverá novo apagão.
Até parece que Deus se mete nessas coisas. Que eu saiba, a frase famosa do Altíssimo é bem outra: “Fiat lux” – ele deve tê-la pronunciado em hebraico ou aramaico, mas ela se tornou universalmente famosa em latim. Sob a gestão do PT, parece, Deus pode optar por outra “Fiat tenebras”. É por isso que o povo diz que Deus só ajuda quem se ajuda.
Desde o primeiro dia, observei que a desculpa era de tal sorte ridícula que escondia ou a mais absoluta ignorância sobre o que aconteceu ou a verdadeira causa, que, não obstante, não pode ser revelada. Essa segunda hipótese não deixa de superestimar essa gente. Acho que é ignorância na cabeça mesmo.
Fiat lux!!!
Volto a 2012Em 2010, como se vê, Dilma tentou provar que os apagões da gestão petista apagões não eram. Afinal, isso era coisa de FHC… Ela preferia o nome “blecaute”.
Ah…
O que é um “apagão”? É apagar tudo? É! Então se tem é agora, não antes. Em 2001, houve um contenção do consumo — podem até chamar de “racionamento” de quiserem —, mas o país não ficou à escuras. Sim, lamentável, sim! A revista que eu dirigia, “Primeira Leitura” (que os petralhas ajudaram a fechar mobilizando todas as agências de publicidade contra a publicação), deu a primeira capa anunciando o que viria, com meses de antecedência. Na gestão tucana e na petista, só a verdade me interessava e me interessa.

Por Reinaldo Azevedo em seu blog 
26/10/2012
 às 15:53

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