NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Sexta-feira, 27/03/2020
O governo mobiliza suas representações diplomáticas em todo o mundo no esforço para repatriar turistas brasileiros surpreendidos pelo fechamento de fronteiras em diversos países. Até agora, já foram repatriadas cerca de 6.700 pessoas, mas ainda há aproximadamente 7.300 aguardando a oportunidade de voltar para casa. Portugal é onde há mais brasileiros tentando voltar: 1.810. Na Itália, onde a contaminação alarma o planeta, 790 brasileiros ainda aguardam a disponibilidade de voos de retorno.
27/03/2020
Um grupo de 60 brasileiros “acampou” no aeroporto de Lisboa, à espera de voo. As empresas aéreas que os levaram cancelaram os voos de volta.
27/03/2020
Há também brasileiros tentando voltar da Austrália (430), Argentina (413), África do Sul (370), Espanha (307), Tailândia (300) França (254).
27/03/2020
O Itamaraty conseguiu libertar 198 estudantes brasileiros retidos no Paraguai. Outros 203 retornaram do Marrocos em um voo charter.
27/03/2020
Caso grave ocorria no Peru, mas o Itamaraty conseguiu repatriar mais de 1.200 turistas, incluindo 66 retidos em Cusco, em dois voos da FAB.
27/03/2020
A defesa do isolamento vertical proposta pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, pode ter vindo de análise estatística relativamente simples. O Brasil é, atualmente, o 19º na lista de países com mais casos de coronavírus no mundo, mas tem o menor índice de mortalidade entre os 25 da lista. Na prática, a cada um milhão de pessoas, apenas 0,4 morre. Na China, o índice de mortalidade é cinco vezes maior, nos EUA são dez vezes mais e, na Itália, o número é surreal: 340 vezes maior.
27/03/2020
O Brasil também tem o menor índice de infectados proporcionalmente à população dos 25 países: são 14 em cada milhão de habitantes.
27/03/2020
A República de San Marino tem apenas 208 casos e 21 mortes, mas é proporcionalmente o lugar onde o vírus foi mais contagioso e letal.
27/03/2020
Até ontem, a Itália tinha 8.215 mortos, dobro da Espanha (4.145). Com 77 fatalidades, o Brasil aparece em 14º, pouco à frente de Turquia (75).
27/03/2020
Ao contrário do paulista João Doria (PSDB), o baiano Rui Costa (PT), sempre elogiado pelo equilíbrio, gravou vídeo elogiando a qualidade da reunião do presidente Jair Bolsonaro com os governadores do Nordeste.
27/03/2020
Aliás, apenas 24 horas depois de provocar um bate-boca, criticando pronunciamento de Bolsonaro em defesa do “isolamento vertical”, João Doria mudou de ideia e pediu a reabertura das indústrias.
27/03/2020
Brasileiros retidos no exterior contam apenas com os nossos diplomatas. A “agência reguladora” Anac, que deve ter feito cadastro no site só por curiosidade, é incapaz de dar ordens às “reguladas”. Nada fez para que empresas aéreas trouxessem de volta turistas que levaram ao exterior.
27/03/2020
O coronavírus abre as portas da prisão para ladrões e outros criminosos que jamais teriam essa colher-de-chá. Incapazes de soltar seus clientes por razões justas, advogados oportunistas apelam ao “risco de contágio”.
27/03/2020
A crise do coronavírus permite quase tudo. Projeto do senador Jaques Wagner (PT-BA), ex-ministro de Dilma, quer suspender todas as ações judiciais com pedido de ordem de despejo e reintegração de posse.
27/03/2020
O informe sigiloso da Abin alvo de matérias críticas a Bolsonaro, do dia 23, fez três projeções para o coronavírus no Brasil: a mais grave, linha da China e Itália, a nossa e a menos severa, da França e Reino Unido. Após três dias, 3 mil casos brasileiros colocam o País na linha de baixo.
27/03/2020
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), obriga os funcionários da Casa a chamá-lo apenas de “Davi”. É uma espécie de exigência de artista como “Madonna” ou “Cher”, sem sobrenome.
27/03/2020
Segundo o Ministério da Defesa, Exército, Marinha e Aeronáutica já empregaram 270 viaturas, 59 embarcações, 3 aeronaves e mais de 4,5 militares para ajudar no combate ao coronavírus.
27/03/2020
...só o coronavírus para transformar Eduardo Cunha em vítima.
NA CNN BRASIL
Sexta-feira, 27/3/2020
NA COLUNA DO FERNANDO MAIA
Controvérsias da crise
Quinta-feira, 26 de março de 2020
No Jornal O Estado
Em meio a pronunciamentos desencontrados e, geralmente ilógicos do presidente Bolsonaro, há controvérsias com ameaças à economia por conta da paralisação de atividades importantes. Um desses setores, responsável pelo maior volume de empregos na Capital e cidades de maior porte, é o comércio varejista, crucial para a economia cearense como um todo. Relacionado ao tema, revelou-se ontem a posição assumida pelo empresário Assis Cavalcante, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza, manifestando preocupação com o fechamento das atividades mercantis, temendo falências, e defendendo a reabertura do comércio a partir de segunda-feira, dia 30. Em suas alegações, destaca o que paira sobre as 10 mil empresas associadas à CDL, expostas a riscos gerados pelos desdobramentos do coronavírus que pode desempregar mais de 100 mil cearenses. Não se pode desprezar a lógica da posição de Cavalcante. Entretanto, é necessário dar o máximo de atenção à posição do governador Camilo Santana, em relação ao mesmo tema, quando assegura que sua prioridade é salvar vidas. Ninguém duvida do propósito de sua excelência, mas faz-se necessário rever esse processo todo. Se não trabalhar, o povo não tem feijão nem pirão.
Dom Walmor bateu leve
Ontem, sem nenhuma surpresa para ninguém, Bolsonaro aprontou mais uma decretando que lotéricas e atos religiosos são serviços essenciais para a população. O cardeal-arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira Azevedo, presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil deu, sem hesitações, o “troco” merecido, lembrando ao Presidente que a CNBB é instituição autônoma e as cerimônias católicas continuarão como estão, com ou sem a presença de fiéis.
Irresponsável
O senador Tasso Jereissati (PSDB) tem evitado se envolver em polêmicas com o presidente da República, mas não se controlou na terça-feira. Para TJ, Bolsonaro entrou na contramão do que pregam os sanitaristas, ao manifestar-se contra o isolamento, em atitude irresponsável.
Sugestões
Inserindo-se na mídia com uma boa ação, o vereador Márcio Lopes, do PSDB, sugere ao governador Camilo Santana ocupar a vasta área do Centro de Eventos do Ceará, repetindo o exemplo de São Paulo, que vai instalar um hospital de campanha no Parque Anhembi.
Leitos ociosos
Para o deputado Heitor Férrer (SD), não será necessário usar o Centro de Eventos como hospital de campanha. Seria mais prático a utilização de centenas de equipamentos ociosos em locais como o Hospital Batista, Hospital dos Arrumadores e Pronto Socorro dos Acidentados, onde os leitos já estão instalados.
Política, não!
Como reação a políticos que aceitam polemizar com o presidente Bolsonaro, Camilo Santana afirma, com todas as letras, que não é hora para disputas políticas. O Ceará, diz ele, é, hoje, destaque nacional na antecipação das ações para deter os avanços do coronavírus.
Enxergando
Em época de crise, até cego enxerga longe. É o caso da aprovação, por senadores que não gostam de trabalhar, da autorização para uso de saldos dos fundos de saúde para a luta anticovid-19. Conforme foi destacado, são pelo menos R$ 6 bi do FNS, não utilizados por estados e municípios.
Adiamento
Júnior Mano, do PL, propôs, na Câmara, adiamento do pleito de outubro para 2022, para economizar R$ 2 bi do fundo eleitoral, assim como R$ 2 bi dos custeio do pleito, e a redução de 50% dos R$ 8 bi destinados à Justiça Eleitoral.
Otimistas
No Ceará, órgãos que acompanham a situação dos empregos, como a Fiec, Sebrae e Faec, demonstram otimismo e esperança de que a “coisa” melhore. O presidente da FCDL, Freitas Cordeiro, diz que há clima de confiança na preservação dos empregos no Ceará.
“Torna-se complicado para o Brasil vencer crises como a que enfrentamos, com um presidente da República que prefere intrigas políticas”. (Ex-ministro do STF, Ayres de Britto).
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