QUARTA EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA, 23/01/2020

NO O ANTAGONISTA
Velloso elogia decisão de Fux e diz que juiz das garantias é ideia de quem não conhece o Judiciário brasileiro
Quinta-feira, 23.01.20 11:48
Por Diego Amorim
Carlos Velloso, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, elogiou a liminar de ontem do ministro Luiz Fux, que suspendeu a implementação do juiz das garantias até que o plenário da Corte julgue as ações que questionam o instituto.
Ele disse a O Antagonista que juiz das garantias “é algo proposto por quem não conhece o Judiciário e os juízes brasileiros”.
— “É uma excrescência, surgida sabe Deus ou o diabo porquê. Os juízes brasileiros sempre foram e são garantidores de direitos. Quero, como velho juiz, hoje advogado, cumprimentar o ministro Luiz Fux pela sua sábia decisão.”
Como mostramos aqui, a derrubada do juiz das garantias por tempo indeterminado expôs o estremecimento que há meses se comenta nos bastidores do STF na relação entre Dias Toffoli e Luiz Fux.

Vídeo: “Aí ele fica na Justiça”, diz Bolsonaro sobre Moro
23.01.20 12:23
Como noticiamos mais cedo, Jair Bolsonaro admitiu hoje a possibilidade de recriar o Ministério da Segurança Pública, desmembrando a pasta comandada por Sergio Moro.
— “Isso é estudado. Estudado com o Moro. Lógico que o Moro deve ser contra, mas estudado com os demais ministros. […] Se for criado [o Ministério da Segurança], aí ele [Moro] fica na Justiça. É o que era inicialmente. Tanto é que, quando ele foi convidado, não existia ainda essa modulação de fundir com o Ministério da Segurança.”

Bolsonaro e o abismo
23.01.20 12:51
Por Claudio Dantas
Jair Bolsonaro flerta com o abismo ao considerar a cisão do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Caso o faça, tornará praticamente inviável a permanência de Sergio Moro no governo.
Mas é pior que isso.
Bolsonaro entregará o que resta de seu governo ao DEM de Rodrigo Maia, que negocia com Luciano Huck uma ‘frente ampla’ para 2022.
Há muito tempo, Maia vem sabotando Moro. Não à toa, coordenou o esvaziamento do pacote anticrime com apoio do Centrão e da oposição (PT incluso).
Agora, volta a pressionar pela recriação do Ministério da Segurança Pública, para entregá-lo a Alberto Fraga, presidente do DEM no Distrito Federal.
Bolsonaro vê Moro como uma ameaça a seus planos de reeleição e alimenta os planos de Maia. Mas não percebe que está entregando ao presidente da Câmara e seus parceiros uma das principais bandeiras da campanha de 2022.

“Tentativa de atribuir desprestígio ao Moro é falácia”, diz deputado bolsonarista
23.01.20 13:49
Por Diego Amorim
O deputado José Medeiros (Podemos), aliado de Jair Bolsonaro, disse que a recriação do Ministério da Segurança Pública seria “reconhecimento da importância estratégica do setor para o país”.
Ele não concorda que a decisão atingiria Sergio Moro.
— “A tentativa de atribuir, novamente, qualquer desprestígio ao ministro Sérgio Moro é apenas outra falácia da esquerda, buscando atacá-lo, o que é natural, visto que jamais o perdoarão por ele ter prendido o seu bandido principal”, disse o parlamentar a O Antagonista.

NO BLOG DO POLÍBIO BRAGA
Os argentinos continuam esquecendo suas mulheres quando chegam ao Brasil.
O caso de hoje é de Entre-Ijuís, RS, nesta madrugada.
Foi num posto de combustível na BR-285, km 497.
A mulher foi esquecida no banheiro.
O motorista foi acionado pela PF, mas alegou que não tinha esquecido ninguém. Meia hora depois, arrependido, voltou e pegou a mulher.
A família - marido, mulher e dois filhos - foi para Santa Catarina.
Quinta-feira, às 1/23/2020 02:23:00 PM

O americano Glenn Greenwald, dono do site sujo The Intercept, denunciado pelo MPF como um dos personagens mais obscuros descobertos na Operação Spoofing, foi reclamar ao bispo.
Ele recorreu ao juiz federal Ricardo Leite, que decidirá se aceita ou não a denúncia do MPF. Caso aceite, o jornalista se tornará réu e poderá ir para a cadeia em caso de condenação.
A petição foi apresentada à 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal. 
Às 1/23/2020 02:03:00 PM

NO BLOG DO AUGUSTO NUNES
Cafajeste em tempo integral
Não há diferença entre o Zé de Abreu da novela e o da vida real 
Por AUGUSTO NUNES
Do R7
Quinta-feira, 23/01/2020 - 11h17 (Atualizado em 23/01/2020 - 11h30)
Ao saber que Regina Duarte fora convidada para o cargo que cobiça desde 2002, José de Abreu reagiu com uma cusparada pelo Twitter: 
“A mulher ideal para participar do governo nazista-homofóbico-miliciano”. 
A frase confirma que não há diferença entre o Zé de Abreu da telinha e o Zé de Abreu da vida real. Ambos são coadjuvantes congênitos. E nenhum dos dois vale nada.
É por isso que o ator de quinta garante a sobrevivência repetindo o mesmo papel: é sempre ele o cafajeste da novela. Os diretores nem precisam detalhar o que ele deve fazer quando vai começar a gravação. Basta recitar a frase de sempre: “— Seja você mesmo, Zé”.

NO BLOG DO RODRIGO CONSTANTINO
A esquerda nunca é esquerdista o suficiente
Por Lucas Berlanza, publicado pelo Instituto Liberal
[Quinta-feira, 23/01/2020] [11:46]
Na última segunda-feira (20), um dos rostos do Partido Democrata dos EUA mais alardeados atualmente, a socialista Alexandria Ocasio-Cortez, se queixou de que sua legenda, vejam só, não é de esquerda. O Partido Democrata, para ela, pertence ao “centro” ou ainda ao “conservadorismo de centro” (?).
— “Nós não temos um partido de esquerda nos Estados Unidos”, sentenciou, do alto de sua sabedoria. 
— “O Partido Democrata não é um partido de esquerda (…) Há membros de esquerda do Partido Democrata que estão trabalhando para tentar fazer essa mudança acontecer”. Poderia ser um jornalista ou comentarista político da Globo News, mas foi uma parlamentar do próprio país quem teve a audácia de proclamar tal estultice.
Trotskystas não achavam que stalinistas eram socialistas o suficiente. O PSTU e o PCO não acham que o PSOL e o PT são socialistas o suficiente. O PSOL não acha que o PT é socialista o suficiente. O PT não acha que o próprio PT é socialista o suficiente. Os representantes do PSDB por diversas vezes disseram que eles é que eram a verdadeira esquerda, não o PT. Manuela D’Ávila e o PCdoB não acham que a Venezuela é socialista o suficiente.
Ocasio-Cortez parece convicta de que simplesmente os dois últimos candidatos à presidência por sua sigla, Obama (eleito) e Clinton (derrotada), discípulos de Saul Alinsky, defensores de controle de armas, defensores do aborto, do aumento de gastos federais, vinculados – particularmente o primeiro – às políticas identitárias e reivindicando o lugar de fala das minorias, não eram de esquerda o suficiente.
A esquerda nunca é esquerdista o suficiente. Ela sempre precisa ser mais esquerdista ou os evangelistas da verdadeira esquerda farão questão de dizer que o problema foi a carência de vermelho. Tal desculpa sempre restará para os utopistas de ocasião.
A verdade é que Ocasio e suas amigas do “Esquadrão”, parlamentares francamente identificadas com um socialismo radical, assim como Bernie Sanders – que disputou a posição de candidato do partido à presidência com Clinton em 2016 e hoje tenta novamente, enfrentando também nas primárias a igualmente socializante Elizabeth Warren (ex-assessora de Obama que quer “refundar” o capitalismo americano) -, fariam bem em se alojar em legendas menores, abertamente adeptas do socialismo e do comunismo que, sim, existem nos EUA. Não o fazem porque, por óbvio, a estrutura do Partido Democrata – que é hoje, sim, um partido majoritariamente com alas de esquerda e de centro-esquerda, cada vez mais radical – é a única que permite dar efetiva reverberação às suas plataformas antiamericanas e antiocidentais, garantindo seu eleitorado.
Ao mesmo tempo em que compartilho com os leitores a declaração esdrúxula de Cortez, porém, trago o curioso alento de uma visão mais equilibrada, de um esquerdista que se mostra mais ajuizado – quem diria – nas plagas tupiniquins. Trata-se de um artigo publicado pelo ex-senador Cristovam Buarque, ex-PT e PDT, atualmente no Cidadania. Não se trata aqui de render loas a Buarque, minimizar seus malfeitos ou assinalar a pureza de suas intenções de político experimentado. À revelia do juízo de valor a ser feito sobre o autor, o texto é interessante porque, ao que parece, é um sintoma de que os tempos são outros.
Raramente isso ocorre, raramente isso é admitido pelas esquerdas – recordo-me aqui apenas de um raro lapso em que Lula acabou se jactando de não ter opositores de direita nas eleições -, mas Buarque não teve receio em afirmar: “Durante 26 anos, a República brasileira teve cinco presidentes de um mesmo bloco político. Apesar de partidos, ideologias e comportamentos diferentes, Itamar, Cardoso, Lula, Dilma e Temer vêm do mesmo grupo que lutou contra a ditadura e defendeu posições progressistas, em graus diferentes, na economia, na sociedade e nos costumes. Foi, portanto, ¼ de século e de República governado por democratas-progressistas”.
Não seria isso efetivamente um sinal dos tempos? Se normalmente as esquerdas sempre acreditam que quem está no poder é a direita e nunca se vivenciou a “esquerda suficiente”, Cristovam Buarque admitiu que os “progressistas” (não sou um grande fã do termo, mas é o que se consagrou) governaram o Brasil ao longo de quase toda a Nova República. Admitiu que mantiveram o país sob sua redoma ideológica. Admitiu, finalmente, que falharam, e nos últimos anos ainda mais gravemente, e disso resultou a ascensão de Bolsonaro ao poder.
Infelizmente, conquanto admita uma série de fracassos desse bloco “progressista”, como a tolerância ao Estado ineficiente e inchado e a aceitação de manobras fiscais criminosas, Buarque disparou em seu artigo que o primeiro grande erro dos “progressistas” foi “chegar ao poder como progressistas e nos acomodarmos como democratas conservadores”. Estava indo bem, mas voltamos ao ciclo: ao fim das contas, os “progressistas” brasileiros não foram “progressistas” o suficiente.
A verdade é que precisamos, americanos e brasileiros, de esquerda e “progressismo” de menos. Não há nada de ilegítimo em apostar em forças políticas que desfraldem a descentralização de poder e a descentralização administrativa, o respeito à propriedade privada e à economia de mercado, o cultivo dos valores da civilização ocidental que embasam a solidez das instituições liberais e a preocupação com a tirania ideológica nos campos da cultura e da educação. Ao contrário: precisamos desenvolvê-las, qualificá-las e assentá-las, para que alcancem o poder e, quando estiverem fora dele, atuem como sentinelas eficazes, a fiscalizar e conter o perigo.
Precisamos, por fim, de quem trabalhe por melhorar, mas não esteja sempre doentiamente insatisfeito, esbravejando contra o que a civilização foi capaz de oferecer, porque desejaria instaurar no lugar o seu regime coletivista de preferência. Como diria Carlos Lacerda, precisamos favorecer o desenvolvimento de forças políticas que prezem a “conservação da liberdade” e, rejeitando a utopia, estejam desejosas de “fazer do mundo alguma coisa capaz de melhorar e não alguma coisa com cuja perfeição (falsa) pereçam suas próprias possibilidades de melhoria verdadeira”.

NO JORNAL DA CIDADE ONLINE
A ideia de tirar a segurança de Moro jamais será efetivada, é só mais uma “pegadinha” de Bolsonaro
23/01/2020 às 15:46
Durante o governo Bolsonaro diversas ideias foram levantadas.... e nenhuma efetivada.
Sabe porque? Porque Bolsonaro trata políticos como é tratado: enrola, promete e não cumpre.
Com a ideia de tirar do Moro a segurança pública não é diferente.
Mais do que isso: ele sabe que mexer com o Moro é mexer com seus eleitores.
Bolsonaro, mais uma vez está fazendo os ratos saírem da toca pra mostrar quem realmente está preocupado com os números impressionantes da segurança pública.
Bolsonaro pode ser tudo, menos burro.
(Texto de Flavia Ferronato. Advogada. Coordenadora do Movimento Advogados do Brasil)
Da Redação


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