SEGUNDA EDIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, 12/11/2019

NO BR POLÍTICO
Bolsonaro fora do PSL: bom negócio?
Presidente soma polarização com Lula a desnecessária diáspora de sua base: qual o ganho?
Segunda-feira, 11 de nov. de 2019 21:30
  
Por Vera Magalhães 
Espalha-roda. No momento em que a até aqui apática oposição ganha um elemento de aglutinação, com a volta de Lula ao palanque, o presidente dobra a aposta na dispersão de sua já minguada base de apoio. Chama os pesselistas que lhe são fiéis para deixar a sigla que elegeu a ele e aos aliados e fundar uma nova. 
Cipoal burocrático. O processo de criação de um partido é lento, e as leis que regulam a divisão de tempo de TV e fundos partidário e eleitoral, além da discussão sobre a fidelidade partidária, são todos temas passíveis de infindáveis controvérsias jurídicas.
Para quê? Por que o presidente da República ocasiona uma cizânia de tal grau com a legenda que o elegeu a ponto de precisar pular do barco três anos antes da própria reeleição, mas a menos de um ano de decisivas eleições municipais, é algo que desafia a lógica tradicional da política - como de resto, quase tudo no bolsonarismo. 
Reinvenção da roda? Pouco provável. Bolsonaro trata de reforçar divisões numa direita que já é um emaranhado ideológico cujo amálgama eram o antipetismo e as redes sociais. Bem agora que Lula nas ruas poderia funcionar como uma cola na porcelana trincada dessa direita, ele trata de macerar ainda mais os caquinhos.
Enquanto isso, na economia. Paulo Guedes vai tentando combinar reformas estruturais com medidas de curto prazo para dinamizar o crescimento e a geração de empregos, que andam a passos de tartaruga. O anunciado programa Verde e Amarelo foi anunciado nesta segunda-feira, mas com apenas um dos focos previamente prometidos: os jovens. As pessoas acima de 55 anos ficaram de fora da MP lançada pela equipe de Guedes.
E no cenário externo. A renúncia de Evo Morales suscitou um infindável debate no Brasil e no mundo: foi golpe ou não? A pressão para que o presidente da Bolívia renunciasse e os métodos empregados para isso levam à resposta de que sim, mas não se tratou de uma medida de força do Exército e da Polícia contra uma franca maioria pró-Morales: ele já perdera apoio entre os setores que sempre lhe deram suporte, as eleições foram consideradas fraudulentas pela OEA e o próprio ex-presidente reconheceu apoio "cívico" à sua saída, tanto que antes de decidir deixar o poder admitira convocar novas eleições. 
 
Por Marcelo de Moraes 
Do Marcelo: Desafio do governo será blindar seu pacote de propostas. No exato momento em que o governo colocou na rua seu pacote de propostas para reformar o Estado e desengessar a economia, uma sequência de acontecimentos surge para ameaçar essa ação. 

Toffoli quer passar tranca na porta arrombada
Soou no mínimo exótica a declaração dada pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, em tom de voz de quem fala grosso, à repórter Tânia Monteiro, do Estadão. Disse ele que se houver radicalização na sociedade a Justiça saberá agir prontamente. 

Da Vera: Huck entra como 'piá de prédio'
No Sul existe uma gíria muito apropriada para se referir ao menino rico, engomado, que se muda para um prédio com área de lazer bacana e desce para se enturmar com os vizinhos e tentar entrar no campeonato de futebol: piá de prédio. 

Bebianno a Eduardo: 'Amadureça e pare de atrapalhar'
O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, também ex-presidente do PSL e ex-coordenador da campanha de Jair Bolsonaro, respondeu a um tuíte em que o deputado Eduardo Bolsonaro ironiza a ele e a outros dissidentes do bolsonarismo, comparando-os ao Tabajara Futebol Clube. 


NO O ANTAGONISTA
Condenado a 73 anos de prisão (e solto pelo STF)
Terça-feira, 12.11.19 07:09
O procurador Roberson Pozzobon, da Lava Jato, comentou a liberdade dos dois tesoureiros do PT, Delúbio Soares e João Vaccari Neto, e a do empreiteiro Gerson Almada, condenado a 73 anos de prisão:

“O desejo de soluções antidemocráticas”
12.11.19 06:49
O Estadão, em editorial, diz que a democracia brasileira pode acabar:
“Estão em luta renhida no Brasil duas poderosas forças populistas, o lulopetismo e o bolsonarismo, em busca de hegemonia – e, a julgar pelo linguajar e o comportamento dos protagonistas, pode-se antecipar que a política será ainda mais aviltada do que tem sido nos últimos anos.
O País nada tem a ganhar com isso. Ao contrário: ao se deixarem capturar por essas forças do atraso, aceitando como legítimos seus propósitos, os brasileiros podem pôr a perder todas as suadas conquistas que obtiveram desde o fim do regime militar, a começar pela própria democracia. Pois não é outro o objetivo dos brigões ora em confronto senão tornar irrespirável o ar político, abrindo caminho para a aceitação – ou mesmo o desejo – de soluções antidemocráticas.”

Lula nunca mais
12.11.19 06:36
A cela de Lula na PF, segundo O Globo, deve voltar a ser o que era antes da chegada do presidiário: um quarto para os agentes que tinham de dormir em Curitiba.
Está certo: Lula nunca mais vai voltar para a cadeia.

A alegria de Bolsonaro
12.11.19 06:27
“O Planalto obteve nos subterrâneos do Supremo uma informação que alegrou Jair Bolsonaro”, diz Josias de Souza.
“Soube-se que Dias Toffoli já dispõe de maioria para aprovar no plenário da Suprema Corte a liminar que travou processos abastecidos com dados detalhados do antigo Coaf sem autorização judicial. Confirmando-se a novidade, a investigação que corre no Ministério Público do Rio de Janeiro contra Flávio Bolsonaro e o ‘faz-tudo’ Fabrício Queiroz será transferida do freezer, onde se encontra, para a cova.”
Dias Toffoli é uma alegria.

O peso da censura
12.11.19 06:11
Celso de Mello, em evento da ANJ, defendeu a liberdade de imprensa:
--“O peso da censura, ninguém o ignora, é algo insuportável e absolutamente intolerável. Por isso, não podemos – nem devemos – retroceder nesse processo de conquista e de reafirmação das liberdades democráticas.”
O decano deveria conversar com Dias Toffoli e Alexandre de Moraes, que censuraram a Crusoé e O Antagonista.

Evo fugiu
12.11.19 05:50
Evo Morales fugiu para o México.
Ele escreveu no Twitter que “dói abandonar o país por razões políticas”.
O jatinho é da aeronáutica mexicana, e não de Luciano Huck.

Fux suspende julgamento de processo disciplinar contra Deltan
Segunda-feira, 11.11.19 20:56
Luiz Fux determinou a suspensão do julgamento de um dos processos disciplinares contra Deltan Dallagnol no CNMP, que estava previsto para esta terça-feira.
O caso envolve uma entrevista do chefe da força-tarefa da Lava Jato na qual ele fez críticas ao STF e acusou o Tribunal de tomar decisões lenientes com a corrupção.
Deltan protocolou um pedido para tentar que Fux suspenda o processo e o ministro do STF o acolheu provisoriamente, determinando que o caso seja retirado de pauta até o Supremo julgar o pleito do procurador.
Ainda há na pauta do CNMP dois processos envolvendo o procurador que podem ser julgados amanhã – um movido por Renan Calheiros e o outro, por Kátia Abreu.

Eduardo: ‘Se fosse pensar politicamente, é muito melhor o Lula solto’
11.11.19 19:52
Na sessão da CCJ, segundo O Globo, Eduardo Bolsonaro afirmou que o objetivo da proposta que libera a prisão após condenação em segunda instância não é prender Lula de novo.
--“Por mim, se fosse pensar politicamente, é muito melhor o Lula solto. O Lula solto vai reviver aquele sentimento antipetista que reuniu todo mundo nas ruas para tirar Dilma Rousseff, mas muito maior”, declarou o líder do PSL.
--“Mas para mim não é interessante fazer o vale-tudo pelo poder”, acrescentou.


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