TERCEIRA EDIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, 12/6/2019

NO O ANTAGONISTA
A Globo responde aos ataques de Greenwald, revelando os bastidores de como ele tentou emplacar as mensagens roubadas na emissora
12.06.19 14:37
Glenn Greenwald, o cúmplice de hackers, atacou a Globo na entrevista que deu a um blog de esquerda e depois reproduzida por outros blogs. A emissora rebateu os ataques de Greenwald em nota enviada a quem publicou a entrevista, contando que ele ofereceu as matérias com mensagens roubadas à Globo, mas sonegou informações básicas para a prática de um jornalismo minimamente sério.
Leia a nota que a emissora enviou aos blogs:
“Glenn Greenwald procurou a Globo por e-mail no último dia 29 de maio para propor uma nova parceria de trabalho. Em 2013, a emissora já havia dividido com ele o trabalho sobre os documentos secretos da NSA referentes ao Brasil. Uma parceria que mereceu elogios dele pela forma como foi conduzido o trabalho.
Greenwald ficou ainda mais agradecido por um gesto da Globo. Nas reportagens que a emissora divulgou, em algumas frações de segundo era possível ver nomes de funcionários da agência americana, que não trabalhavam em campo, mas em escritório. Mesmo assim, tal exposição poderia levá-lo a responder a um processo em seu país natal, os Estados Unidos. A Globo, então, assumiu sozinha a culpa, declarando que, durante a realização da reportagem, Greenwald se preocupava sobremaneira com a segurança de seus compatriotas. Tal atitude o livrou de qualquer risco.
Ao e-mail do dia 29 de maio seguiram-se alguns telefonemas na tentativa de conciliar agendas (ele estava viajando) para um encontro, finalmente marcado. Ele ocorreu na redação do Fantástico no dia 5 de junho. Na conversa, insistindo em não revelar o tema, ele disse que tinha uma grande ‘bomba a explodir’ e repetiu que queria voltar a dividir o trabalho com a Globo, pelo seu profissionalismo. Mas, antes, gostaria de saber se a emissora tinha algo contra ele, sem especificar claramente os motivos da pergunta, apenas dizendo que falara mal da Globo em algumas ocasiões. Provavelmente se referia a um artigo que seu marido, o deputado David Miranda, do PSOL, tinha publicado no Guardian com mentiras em relação à cobertura do impeachment da presidente Dilma Rousseff. O artigo foi rebatido por João Roberto Marinho, presidente do Conselho Editorial do Grupo Globo, fato que deu origem a comentários desairosos do próprio Greenwald.
Na conversa de 5 de junho, ele afirmou que ‘tudo estava no passado’. Prontamente, ouviu que jamais houve restrição (de fato, David Miranda já foi inclusive convidado para entrevista em programa da GloboNews). Greenwald ouviu também, com insistência, por três vezes, que a Globo só poderia aceitar a parceria se soubesse antes o conteúdo da tal ‘bomba’ e sua origem, procedimento óbvio. Greenwald se despediu depois de ouvir essa ponderação.
A Globo ficou aguardando até que, na sexta-feira à tarde, Greenwald mandou um e-mail afirmando que não recebeu nenhuma resposta da Globo e que devia supor que a emissora não estava interessada em reportar este material. Como Greenwald, no e-mail, continuava a sonegar o teor e origem da ‘bomba’, não houve mais contatos. Não haveria como assumir qualquer compromisso de divulgação sem conhecimento do que se tratava.
No domingo, seu site, o Intercept, publicou as mensagens atribuídas ao ministro Sergio Moro e procuradores da Lava-Jato, assunto que mereceu na mesma noite destaque em reportagem de mais de cinco minutos no Fantástico (e depois em todos os telejornais da Globo).
Na segunda, uma funcionária do Intercept sugeriu que o programa Conversa com Bial entrevistasse um dos editores do site para um debate sobre jornalismo investigativo. Como o próprio site anunciou que as publicações de domingo eram apenas o começo, recebeu como resposta que era conveniente esperar o conjunto da obra, ou algo mais abrangente, antes de se pensar numa entrevista.
Por tudo isso, causam indignação e revolta os ataques que ele desfere contra a Globo na entrevista publicada na Agência Pública. Se a avaliação dele em relação ao jornalismo da Globo e a cobertura da Lava-Jato nos últimos cinco anos é esta exposta na entrevista, por que insistiu tanto para repetir “uma parceria vitoriosa” e ser tema de um dos programas de maior prestígio da emissora? A Globo cobriu a Lava-Jato com correção e objetividade, relatando seus desdobramentos em outras instâncias, abrindo sempre espaço para a defesa dos acusados. O comportamento de Greenwald nos episódios aqui narrados permite ao público julgar o caráter dele.”

Procurador diz ter sido vítima de hacker: “Queriam que eu falasse mal da Lava Jato”
12.06.19 12:00
Por Diego Amorim
O procurador regional da República José Robalinho Cavalcanti disse a O Antagonista que um hacker tentou fazer com que ele caísse em uma armadilha na noite de ontem.
“Eu não percebi na hora, mas depois vi que era uma armadilha, uma armadilha para que eu falasse mal da Lava Jato.”
Por volta das 23h, Robalinho recebeu uma mensagem no Telegram como se fosse do procurador militar Marcelo Weitzel, atualmente um dos conselheiros do CNMP.
“Ele disse que tinha conseguido um áudio vazado e queria minha opinião. Eu ouvi o áudio e, ainda sem perceber que era uma armadilha, disse que não tinha visto nada demais no áudio. Depois, ele se revelou como hacker. Era uma armadilha, queriam que eu falasse mal da Lava Jato como ex-presidente da ANPR [Associação Nacional dos Procuradores da República] e candidato a procurador-geral da República.”
Quando Robalinho ligou para Weitzel para contar o ocorrido, o procurador militar já sabia, pois outras pessoas também teriam sido contatadas pelo suposto hacker.

Hacker invade grupo do CNMP
12.06.19 14:35
Um hacker invadiu o grupo privado de membros do Conselho Nacional do Ministério Público no Telegram, informa Bela Megale, no Globo.
Diante de mensagens de tom duvidoso enviadas em nome do procurador militar Marcelo Weitzel, um dos integrantes do grupo perguntou se era ele mesmo o autor.
“Hacker aqui. Adiantando alguns assuntos que vocês terão de lidar na semana, nada contra vocês que estão aqui, mas ninguém melhor que eu para ter acesso a tudo né”, escreveu o invasor.
A PGR acionou a Polícia Federal para investigar o caso.

“Lava Jato não é suscetível de qualquer retrocesso”, diz Fachin
12.06.19 14:57
Relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin disse hoje que a operação “é uma realidade” e que não acredita que “venha a ser afastada por qualquer circunstância conjuntural”.
“A operação trouxe um novo padrão normativo, jurídico, portanto, e também de natureza ética ao Brasil e à administração pública. Tenho confiança plena que isso não é suscetível de qualquer retrocesso”, disse, ao chegar à Corte.

Como cada senador da CCJ votou sobre o decreto de armas
12.06.19 14:09
A CCJ do Senado votou para derrubar o decreto que flexibiliza o porte de armas por 15 a 9 votos.
Votaram contra o decreto:
Renan Calheiros (MDB)
Esperidião Amin (PP)
Veneziano Vital do Rêgo (PSB)
Cid Gomes (PDT)
Fabiano Contarato (Rede)
Alessandro Viera (Cidadania)
Otto Alencar (PSD)
Antonio Anastasia (PSDB)
Eduardo Girão (Podemos)
Rose de Freitas (Podemos)
Rodrigo Cunha (PSDB)
Humberto Costa (PT)
Renilde Bulhões (Pros)
Rogério Carvalho (PT)
Rodrigo Pacheco (DEM)
A favor do decreto:
Ciro Nogueira (PP)
Luis Carlos Heinze (PP)
Marcos do Val (Cidadania)
Angelo Coronel (PSD)
Arolde Oliveira (PSD)
Oriovisto Guimarães (Podemos)
Juíza Selma (PSL)
Marcos Rogério (DEM)
Jorginho Mello (PL).

Senado aprova indicação de ex-chanceler de Dilma para ser embaixador no Egito
12.06.19 12:04
A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou o nome de Antonio Patriota, ex-chanceler de Dilma Rousseff, para ser o novo embaixador do Brasil no Egito e na Eritreia.
Patriota ocupou o cargo de ministro das Relações Exteriores no governo petista entre 2011 e 2013.
Ele teve o nome indicado por Jair Bolsonaro. A sabatina durou mais de uma hora, e Patriota foi aprovado pela comissão por unanimidade.

Caixa anuncia devolução de R$ 3 bi, e Guedes fala em governo “fraterno”
12.06.19 11:51
Paulo Guedes participou nesta quarta-feira do anúncio da devolução de R$ 3 bilhões da Caixa Econômica Federal ao Tesouro — como pagamento de empréstimos feitos no governo de Dilma Rousseff. Aos jornalistas, o ministro da Economia falou em “fraternidade” da atual gestão.
“O que é importante é que um governo mais eficiente pode ser mais fraterno. A fraternidade é permitida exatamente pela maior eficiência. É isso o que estamos fazendo. Com a eficiência, você garante a fraternidade. Sem eficiência, você quebra e não consegue ser fraterno”, disse Guedes.
Paulo Guedes aproveitou para defender a reforma da Previdência.
“A Nova Previdência vai garantir mais fraternidade. É para garantir as aposentadorias.”

“Encontraram um motivo para tentar abafar o furacão da Lava Jato”
12.06.19 11:24
O senador Chico Rodrigues (DEM), vice-líder do governo no Senado, disse a O Antagonista acreditar que Sergio Moro e a Lava Jato sairão “ainda mais fortalecidos” do episódio dos vazamentos.
“A Lava Jato é inquestionável. Esses vazamentos, no meu entendimento, não têm nenhuma implicação na questão central, que é o trabalho da Lava Jato. O que fizeram foi encontrar um motivo para tentar abafar o furacão da Lava Jato. Mas a operação é infinitamente maior do que um vazamento.”

Passagem de ciclone faz 300 mil deixarem suas casas na Índia
12.06.19 11:14
Quase 300 mil pessoas tiveram de deixar as suas residências nesta quarta-feira, no litoral oeste da Índia, em função da aproximação do ciclone Vayu, que vem ganhando força e deve atingir a região nos próximos dias.
Em comunicado, o Departamento de Meteorologia da Índia informa que a previsão é de que as rajadas de vento cheguem até a 170 quilômetros por hora entre o estado de Gujarat e a ilha de Diu.
O pior ciclone que já atingiu essa região da Índia foi registrado em 1998. Mais de 4 mil pessoas morreram.

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