PRIMEIRA EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA, 13/6/2019

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
A troca de mensagens atribuídas ao então juiz Sérgio Moro e procuradores, agora envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, não alteram o que determinou a condenação do ex-presidente Lula, seus lugares-tenente José Dirceu e Antonio Palocci e outros ladrões fisgados pela Lava Jato: as abundantes provas materiais e testemunhais, incluindo a confissão de corruptores e corrompidos.
A troca de mensagens não anula os R$56 milhões auferidos por Lula em um ano de “palestras”, nem seu saldo bancário de R$10 milhões.
A troca de mensagens não faz sumir as provas mostrando que Lula recebeu o tríplex do Guarujá e obras no sítio em Atibaia como propina.
A troca de mensagens não desfaz o “pacto de sangue” entre Lula e Emílio Odebrecht, em troca de R$350 milhões, revelado por Palocci.
A troca de mensagens apenas alimenta o que o ministro do STF Luís Roberto Barroso chamou de “euforia dos corruptos”.
Alvo de 50 mil reclamações anuais em razão da falta de sinal ou sinal ruim, operadoras de celular têm sido achacadas nos municípios para instalar novas antenas. Estão pendentes, hoje mais de 5 mil autorizações, diz a Anatel. 
Projeto do senador Major Olímpio (PSL-SP) altera a “Lei das Antenas” e institui o “silêncio positivo”. A antena será instalada se a prefeitura não se manifestar até 60 dias. A revolucionária tecnologia 5G exigirá infraestrutura e menos burocracia, alega Olímpio.
De fiscais a prefeitos, grande parte dos municípios cria dificuldades para facilitar autorização de novas antenas de telefonia celular.
O Brasil tem hoje 90 mil antenas instaladas, o mesmo número da Itália, país com tamanho demográfico equivalente ao Rio Grande do Sul.
Somente na cidade de São Paulo há mais de dois anos nenhuma nova antena pode ser instalada, e a lei sancionada vetou o “silêncio positivo”.
A tentativa de desqualificar o ministro Luiz Fux tem a ver com seus votos independentes no Mensalão e no Petrolão, apesar de nomeado pelo PT, e pelo seu veto à entrevista do presidiário Lula na cadeia.
O governador Romeu Zema (Novo), deu os números desesperadores da previdência de Minas: o rombo anual soma R$18 bilhões, crescendo até R$3 bilhões por ano. Deveriam ser processados por crime de lesa-pátria os parlamentares que lutam para excluir os estados da reforma.
O senador Álvaro Dias (Pode-PR) afirmou que a Lava Jato é vítima de conspiração constante. 
“A invasão criminosa para desqualificar acusadores e julgadores”, diz, “afronta a nossa inteligência”.
Ter ex-capitão na presidência e general na vice, além de militares no governo, levou muitos a procurarem um cargo no Exército. Segundo levantamento do GranCursos, a procura cresceu 60,6% em 2019.
Jair Bolsonaro foi o primeiro presidente que, em entrevista ao argentino La Nación, admitiu a Operação Condor, consórcio de repressão política de ditaduras sul-americanas nos anos 1970. Lula, por exemplo, calou.
Mandou bem o presidente da Câmara Legislativa do DF, Rafael Prudente (MDB): cancelou a compra de cinco carrões para a mesa diretora, mandou leiloar os carros oficiais de parlamentares e usará o dinheiro para comprar medicamentos para a Secretaria de Saúde.
O ministro Sérgio Moro (Justiça) destacou a impressionante redução de 23% de homicídios e mortes violentas no Brasil, no primeiro bimestre, em relação a 2018. Mas boas notícias não ganham manchetes.
…para evitar a tal “greve geral” era só transferir para sábado a estreia do Brasil na Copa América.

NO O ANTAGONISTA
“Uma campanha aberta contra a Lava Jato”
13.06.19 06:46
Carlos Alberto Sardenberg publicou uma coluna exemplar em O Globo.
Ele diz:
“Há, sim, uma campanha aberta contra a Lava Jato. Fazem parte os corruptos já descobertos e os que temem ser apanhados; os políticos que estavam acostumados a se servir do poder; a esquerda que quer livrar Lula, o comandante da operação toda; a direita que quer a farra de volta.
E também estão nesse esforço advogados, por razões óbvias, e juízes. Por que juízes? Porque para muitos deles a Lava Jato é a prova viva de quantos crimes deixaram passar ou não quiseram ver.
A divulgação das conversas Moro/Dallagnol faz parte disso. E o que tem ali é, sim, uma certa coordenação formal de trabalho. Legítima.
Não republicanas são as relações entre magistrados, advogados, políticos e réus, mantidas a festas e jantares e viagens na corte brasiliense.
E o pessoal do site Intercept não faz jornalismo. É pura militância.”

Os defensores da causa lulista
13.06.19 06:36
O UOL entrevistou uma professora de Direito da UNB sobre as mensagens roubadas à Lava Jato.
Seu nome é Beatriz Vargas.
Ela disse que os processos de Lula devem ser declarados nulos e que o chefe da ORCRIM poderá se candidatar no ano que vem, porque Sergio Moro atuou como “defensor de causa”.
O que o UOL se esquece de dizer é que a professora da UNB integra o Comitê Nacional Lula Livre.
Sim, uma parte da imprensa defende essa causa.

In Gilmar we don’t trust (*)
13.06.19 06:18
“A chamada ala garantista do STF quer usar o julgamento de um pedido de habeas corpus da defesa do ex-presidente Lula para declarar a suspeição de Moro no processo que levou o petista à prisão”, diz a Folha de S. Paulo.
“O julgamento estava parado desde dezembro na Segunda Turma e foi agora marcado para o dia 25 pelo ministro Gilmar Mendes, expoente dos garantistas e crítico contumaz dos métodos da Lava Jato.”
(*) Tradução pelo editor do Blog do Estênio: "Em Gilmar não confiamos."

Lula 2020
13.06.19 06:06
O UOL já conta com a candidatura de Lula em 2020:
“Além do processo que resultou na condenação em três instâncias no caso do tríplex do Guarujá, outras duas denúncias contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aceitas por Moro, correm risco de nulidade. Se isso acontecer, Lula voltaria a ter direitos políticos e poderia, por exemplo, ser candidato nas eleições de 2020.”

Feito sob medida
Quarta-feira, 12.06.19 22:38
O Intercept acaba de publicar na íntegra as mensagens trocadas entre Deltan Dallagnol e Sergio Moro que embasaram as matérias que já havia publicado.
Agora tem até link para as fontes primárias do que é citado como referência nas mensagens.
Tudo feito sob medida para a defesa de Lula entregar a coisa bonitinha a Gilmar Mendes — e, assim, o ministro, que ontem deu opinião favorável sobre a possibilidade de utilizar provas ilegais, construir o seu voto no julgamento sobre o pedido de suspeição de Moro.
Mais contextualizadas, porém, as falas do então juiz da Lava Jato são bem mais técnicas do que fazem supor as matérias originais do Intercept.

A ironia do ‘In Fux We Trust’ (*)
12.06.19 22:19
Considerando que seja verdadeira a conversa em que Deltan Dallagnol narra a Sergio Moro um encontro com Luiz Fux, é mais provável que o então juiz tenha sido irônico ao responder ao procurador com a expressão “In Fux We Trust”.
A troca de mensagens é de 22 de abril de 2016, mais de três semanas depois da decisão plenária que manteve a investigação de Lula no Supremo e que determinou a anulação do polêmico áudio entre Lula e Dilma – no qual combinavam a nomeação do petista para a Casa Civil.
Naquele julgamento, Fux foi voto vencido ao defender que o processo ficasse com Sergio Moro. O ministro já havia se manifestado favoravelmente à Lava Jato em outras ocasiões, sendo considerado praticamente o único interlocutor do Ministério Público no STF.
Ele nada pôde fazer para mudar o resultado e a investigação do caso do triplex só retornou para as mãos de Moro em junho, por decisão do mesmo Teori Zavascki que havia retirado os autos de Curitiba em março.
Fux era um aliado isolado. “Confiar” no ministro era, portanto, um consolo.
Confira a cronologia:
* Em 16 de março, Sergio Moro tira o sigilo dos áudios de Lula, que estava sendo investigado. Um deles é uma conversa em que Dilma combina a nomeação dele para a Casa Civil, a fim de protegê-lo da Lava Jato. No mesmo conjunto de áudios, estava aquele em que Lula dizia que o STF estava acovardado.
A repercussão do caso inviabilizou a nomeação de Lula. * * No dia 18 de março, Gilmar Mendes acatou pedido de liminar apresentado por PSDB e PPS para suspender o ato presidencial. E ainda manteve a investigação com Moro.
* No dia 22 de março, a pedido da defesa de Lula, o ministro Teori Zavascki decide suspender a investigação e determina o envio dos autos para o Supremo. Ele também anulou o ato de divulgação do áudio.
* No dia 31 de março, o plenário do STF decidiu por ampla maioria manter a investigação de Lula no Supremo. Luiz Fux foi voto vencido. “É um procedimento que não tem nenhuma ligação com a presidente da República, que não estava sendo investigada”, disse Fux em seu voto.
* No dia 20 de abril, o Supremo previa julgar recurso contra a liminar que suspendeu a nomeação de Lula. Mas o julgamento foi adiado – dias antes a Câmara havia iniciado o processo de impeachment. O caso seria retomado em junho, já sem efeito prático.(*) Tradução pelo editor do Blog do Estênio: "Em Fux nós confiamos."

Petrobras muda política de preços da gasolina e do diesel
12.06.19 20:56
A Petrobras informou que sua diretoria executiva aprovou a revisão na periodicidade de reajustes nos preços do diesel e da gasolina vendidos em suas refinarias, registra O Globo.
A partir de agora, os reajustes dos preços desses combustíveis serão realizados sem periodicidade definida. Antes, o diesel era reajustado a um período não inferior a 15 dias, e o preço da gasolina em até 15 dias.
Segundo a estatal, a partir de hoje, os combustíveis serão reajustados conforme as “condições de mercado e da análise do ambiente externo, possibilitando à companhia competir de maneira mais eficiente e flexível”.

Bolsonaro fala em ‘reforçar investigação’ da PF sobre Adélio
12.06.19 20:37
Jair Bolsonaro abordou, em conversa com Sergio Moro e Maurício Valeixo, a possibilidade de a PF “reforçar seu trabalho” em relação ao atentado de que foi vítima, afirmou seu porta-voz, Otávio do Rêgo Barros.
Pelo menos dois relatórios da PF, comandada por Valeixo e subordinada a Moro, apontaram que Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho ao esfaquear o então candidato Bolsonaro em Juiz de Fora, em setembro do ano passado.
“O presidente entende que a Polícia Federal tem total capacidade de, aprofundando as investigações, deliberar o mais rápido possível conclusões efetivas do caso. É nesse sentido que o presidente trabalhou o seu diálogo com o doutor Valeixo”, disse o porta-voz, conforme o relato do UOL.
Adélio está detido em um presídio federal e foi considerado inimputável, por problemas mentais, pela Justiça Federal em Minas Gerais.

Podcast: Bolsonaro perto da primeira derrota no STF
12.06.19 20:22
Em podcast, Renan Ramalho conta sobre um julgamento, ainda em andamento, no qual o STF pode impor a primeira derrota a Jair Bolsonaro, atrapalhando o plano do governo de acabar com mais de 2 mil conselhos sociais que trazem gastos e aumentam o tamanho da máquina pública.
Mas ainda há chance de amenizar o dano, e isso depende de Gilmar Mendes e Dias Toffoli.
Ouça AQUI o podcast exclusivo de O Antagonista+.

Bolsonaro acompanha ‘com serenidade’ caso de Moro, diz porta-voz
12.06.19 20:19
O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, afirmou que Jair Bolsonaro acompanha com “serenidade” o caso da divulgação de mensagens privadas trocadas entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol, registra O Globo.
Rêgo Barros acrescentou que o presidente tem se relacionado com o titular da Justiça “num ambiente de sã camaradagem e de confiança”, assim como com os outros ministros.

Defesa de Lula pede suspeição de procurador
12.06.19 20:02
A defesa de Lula solicitou ao TRF-4 a suspeição de um dos procuradores da República que subscreveram a denúncia do processo do sítio de Atibaia, informa o G1 RS.
O petista, já preso por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, foi condenado a 12 anos e 11 meses no processo do sítio, em primeira instância, em fevereiro deste ano.
Os advogados de Lula alegam que o procurador Diogo Castor de Mattos é irmão do advogado Rodrigo Castor de Mattos, que atuou na negociação da delação premiada de Mônica Moura e João Santana.
A defesa do petista afirma ainda que os depoimentos de Santana e Mônica foram “expressamente utilizados” para amparar a hipótese que embasou a condenação de Lula.

Relator da Previdência confirma idade mínima
12.06.19 19:38
O relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB), antecipou ainda que a idade mínima definida no relatório ficou assim: homens aos 65 anos e mulheres aos 62 anos.

Capitalização fora da reforma da Previdência
12.06.19 19:38
Como previsto, o sistema de capitalização ficou fora do relatório da reforma Previdência que irá a plenário na Câmara.
O anúncio foi feito por Rodrigo Maia.

Maia confirma retirada de estados e municípios de texto da Previdência
12.06.19 19:34
Rodrigo Maia convocou coletiva de imprensa com líderes partidários para falar sobre o texto final do relatório da nova Previdência.
Ele acaba de confirmar que estados e municípios foram retirados do documento, conforme O Antagonista antecipou.

‘In Fux we trust’, diz supostamente Moro em novo trecho vazado
12.06.19 19:28
A Rádio Bandeirantes divulgou agora há pouco mais um suposto trecho das conversas pessoais de Sergio Moro e Deltan Dallagnol ilegalmente vazadas – parte delas foi publicada pelo site The Intercept, que forneceu uma transcrição à rádio.
Na passagem, datada de abril de 2016, o procurador fala no grupo do Telegram dos procuradores que havia conversado com o ministro do Supremo, Luiz Fux, sobre a repercussão do levantamento do sigilo da conversa telefônica entre Lula e Dilma Rousseff – na qual ambos combinavam a nomeação do ex-presidente para protegê-lo da Lava Jato.
Em seguida, ainda segundo o site, o procurador encaminha um print de suas mensagens ao então juiz Sergio Moro, que responde: “Excelente. In Fux we trust.”
Leia abaixo o trecho:
(*) Tradução pelo editor do Blog do Estênio: "Em Fux nós confiamos."

O uso do caso Moro-Dallagnol para parar a Lava Jato e botar criminosos (Lula) na rua. LEIA AQUI

“Diálogos inteiros podem ter sido forjados pelo hacker”, diz força-tarefa da Lava Jato
12.06.19 19:15
A força-tarefa do MPF no Paraná divulgou mais uma nota à imprensa sobre as “investidas criminosas contra celulares” de integrantes da Lava Jato.
O comunicado faz referência ao recente ataque de um hacker que invadiu grupo de discussão de membros do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
“Distorcendo fatos, o hacker enviou mensagens com o objetivo claro de desacreditar a imagem de integrantes da força-tarefa, estimulando ainda que seu interlocutor as compartilhasse com o viés de ‘queimar a imagem’ dos integrantes do MPF.”
Confira:
"A divulgação de supostos diálogos obtidos por meio absolutamente ilícito, agravada por esse contexto de sequestro de contas virtuais, torna impossível aferir se houve edições, alterações, acréscimos ou supressões no material alegadamente obtido. Além disso, diálogos inteiros podem ter sido forjados pelo hacker ao se passar por autoridades e seus interlocutores. Uma informação conseguida por um hackeamento traz consigo dúvidas inafastáveis quanto à sua autenticidade, o que inevitavelmente também dará vazão à divulgação de fake news.
Após a divulgação do primeiro comunicado da força-tarefa na noite do último domingo (9), também há notícia de ataques a jornalistas, a integrantes do Poder Executivo e do Poder Judiciário e a conselheiros do CNMP. Os relatos dos fatos foram incluídos nas investigações em curso, e a força-tarefa, em virtude da continuidade dos ataques, redobrou as cautelas de segurança.
O ataque em grande escala, em plena continuidade, envolvendo integrantes do Ministério Público, Poder Judiciário, Poder Executivo e imprensa, revela uma ação hostil, complexa e ordenada, típica de organização criminosa, agindo contra as instituições da República. É necessário não apenas identificar e responsabilizar o hacker, mas também os mandantes e aqueles que objetivam se beneficiar desses crimes a partir de uma ação orquestrada contra a operação Lava Jato.

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