TERCEIRA EDIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, 21 DE JANEIRO DE 2019

NO O ANTAGONISTA
Caso Flávio Bolsonaro: o que se sabe e o que ele pode esclarecer
Segunda-feira, 21.01.19 17:01
Os casos envolvendo Flávio Bolsonaro são tecnicamente complexos e o embaralhamento de informações na imprensa, somado a defesas e ataques das militâncias nas redes sociais, inclusive aos jornalistas, potencializa a confusão.
Flávio havia dito na TV no domingo que o dinheiro (R$ 96 mil) dos 48 depósitos de R$ 2 mil feitos em 2017 em sua conta era proveniente da venda de um apartamento no Rio de Janeiro e também de sua franquia carioca de uma loja de chocolates, com a qual, segundo o senador eleito, ele ganhava muito mais do que como deputado estadual.
O comprador do imóvel, o ex-atleta Fábio Guerra, confirmou que pagou R$ 100 mil em espécie ao então deputado estadual, ou seja: R$ 4 mil a mais que o valor identificado pelo Coaf. Isto é um ponto.
O imóvel era uma cobertura em Laranjeiras, bairro da Zona Sul carioca. Flávio a havia comprado na planta, por valor declarado de R$ 1,753 milhão, com financiamento da Caixa, quitado com o pagamento de cerca de R$ 1 milhão.
Em entrevista à Record, Flávio explicou assim a transação:
“Quando você compra apartamento na planta, o financiamento fica com a construtora. Quando sai o ‘habite-se’, que é quando a Caixa pode fazer o financiamento, o que você faz? Você busca a Caixa porque ela pode fazer um juros menor. A Caixa vai, paga a sua dívida com a construtora, eu deixo de ser devedor da construtora [no caso, a PDG] e passo a ser devedor da Caixa.”
O senador eleito confirmou que, depois do pagamento feito pela Caixa à PDG, todo mês era debitado em sua conta uma parcela desse valor, para quitar sua dívida com a Caixa.
“Todo mês tem o pagamento pra Caixa depois disso?”, perguntou o entrevistador. “Tem, tem. Débito na conta”, respondeu Flávio, sem chegar a esclarecer de quanto eram as parcelas, nem a origem do dinheiro na conta capaz de sustentá-las.
O então deputado estadual se desfez da cobertura em Laranjeiras em 2017, quando fez uma permuta com Fábio Guerra, recebendo em troca uma sala comercial na Barra da Tijuca e um apartamento na Urca, além de R$ 600 mil em dinheiro.
Desses R$ 600 mil, R$ 50 mil foram pagos em cheque e R$ 550 mil sem descrição da forma de pagamento. Desses R$ 550 mil é que saíram os R$ 100 mil em espécie confirmados à Folha por Guerra, que disse ter pago a Flávio o restante por transferência bancária. Na escritura, o imóvel de Laranjeiras tinha passado a valer R$ 2,4 milhões, ou seja: este foi o valor total da permuta.
“O novo bem, na Urca, teve valor registrado de R$ 1,5 milhão – vendido depois, em maio de 2018”, segundo a Folha.
“Outro apartamento adquirido pelo senador eleito entre 2014 e 2017 foi um na Barra da Tijuca, pelo valor de R$ 2,55 milhões. Para a compra, ele também pegou uma espécie de empréstimo, dessa vez com o Itaú, pelo valor de R$ 1,074 milhão.”
“No mesmo período, o senador eleito vendeu dois imóveis, um em Copacabana e outro também na Urca, pelo valor de, somados, R$ 2 milhões. Nos registros cartoriais também figura o nome da mulher de Flávio, Fernanda Antunes Figueira.”
Embora transações em espécie não sejam exatamente ortodoxas, Flávio Bolsonaro pode dissipar qualquer suspeita sobre todas essas negociações exibindo às autoridades, como prometeu fazer, toda a documentação necessária de compras, vendas e permutas; e demonstrando que tinha renda lícita para pagar suas aquisições e/ou as dívidas com financiadores, seja com o salário de deputado, os lucros de sua loja de chocolates, as próprias vendas de imóveis, ou tudo isso junto.
O Antagonista só preferiu perguntar se o dinheiro era dos chocolates porque tem especial apreço por doces.

MP-RJ: Coaf repassou “espontaneamente” dados de Flávio Bolsonaro
21.01.19 16:19
Em entrevista à imprensa, o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, rebateu afirmação de Flávio Bolsonaro de que o Ministério Público estadual teria quebrado irregularmente seu sigilo bancário.
“Se alguém cometeu alguma quebra de sigilo, alguma irregularidade, definitivamente não foi o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, e sim o Coaf, que repito, encaminhou ao MP essa documentação espontaneamente, de ofício, através do protocolo que existe entre as agências de inteligência”.

Procurador-geral do Rio rebate Flávio Bolsonaro
21.01.19 15:47
O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, afirmou que Flávio Bolsonaro e os outros 26 deputados estaduais com assessores citados em relatório do Coaf são investigados na área cível, informa O Globo.
Gussem rebateu as acusações da defesa de Flávio, que, no pedido ao STF, afirmou estar sendo formalmente investigado pelo órgão. Segundo ele, nenhum dos deputados consta como investigado em procedimentos criminais.
A defesa do senador eleito afirmou ao Supremo que não incluir o nome de Flávio no rol de investigados foi um expediente do MP-RJ para manter o procedimento sob sua jurisdição.
“Não foi artifício, muito pelo contrário. Foi um cuidado com o nome desses deputados”, declarou o procurador-geral.

“Olha, não quero ser presidente do Senado”
21.01.19 14:43
Renan Calheiros acaba de postar em suas redes sociais que não quer ser presidente do Senado.
Pode rir.
Como antecipamos, a reunião do MDB está marcada para o dia 29.

Bolsonaro em Zurique
21.01.19 13:36
Jair Bolsonaro já desembarcou em Zurique, primeira parada antes de Davos, cidade suíça onde vai participar do Fórum Econômico Mundial, cujo tema deste ano é “Globalização 4.0: moldando uma arquitetura global na era da quarta revolução industrial”.
O governo destacará a importância da reforma da Previdência para as contas públicas, apresentará um roteiro de privatizações de portos, aeroportos e estradas, e tentará mostrar que o Brasil tem ambiente favorável aos negócios.
A presença de Sérgio Moro, mostrando a importância do combate à corrupção também para a economia, é uma das cartadas para atrair investimentos ao País.

Bolsonaro fará discurso “muito curto, objetivo e claro” em Davos
21.01.19 14:27
Na chegada a Davos, Jair Bolsonaro disse a jornalistas que fará um discurso “muito curto, objetivo e claro” aos participantes do Fórum Econômico Mundial.
“Nós queremos mostrar, via nossos ministros, em especial, que o Brasil está tomando medidas para que o mundo restabeleça confiança em nós. Que os negócios voltem a florescer entre o Brasil e o mundo sem viés ideológico. Que nós podemos ser um país seguro para investimentos. E em especial a questão do agronegócio, que é muito importante para nós. É nossa comodity mais cara. Queremos ampliar esse tipo de comércio. E por isso estamos aqui para mostrar que o Brasil mudou”, disse o presidente.
Informou ainda que Paulo Guedes não deverá detalhar “particularidades” sobre quais estatais o governo quer privatizar.
“Ele vai anunciar a partir do momento em que teremos certeza que faremos boas privatizações.”

O dinheiro era dos chocolates?
21.01.19 14:25
Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, movimentou R$ 7 milhões entre 2014 e 2017, segundo o Coaf.
No mesmo período, segundo a Folha, o então deputado estadual registrou a aquisição de dois apartamentos em bairros nobres do Rio de Janeiro, ao custo informado de R$ 4,2 milhões.
Ou seja: Flávio agora terá de lidar com a suspeita não comprovada de que teria usado dinheiro da conta de Queiroz para comprar imóveis.
Nas entrevistas de domingo na TV, registre-se, o senador eleito afirmou que ganha mais com sua franquia de uma loja de chocolates na Barra da Tijuca que como político, que também tinha recursos provenientes da venda de outros imóveis, que não está na vida pública por dinheiro, que teria denunciado e mandado prender seus funcionários na Alerj se soubesse de algum envolvimento em esquema de devolução parcial de salários conhecido como caixinha parlamentar ou ‘rachid’; e alegou que, em certos períodos, vários cargos de seu gabinete ficaram até vagos, o que não aconteceria se quisesse acumular recursos dessa maneira.

Mourão: decreto das armas não visa reduzir violência
21.01.19 14:22
Hamilton Mourão afirmou hoje que o decreto de flexibilização da posse de armas não é uma medida para combater a violência, mas o cumprimento de uma promessa de campanha, registra o G1.
“Não vejo [o decreto] como uma questão de medida de combate à violência. Eu vejo apenas, única e exclusivamente, como um atendimento a promessas de campanha do presidente. Vai ao encontro de anseios de grande parte do eleitorado dele”, afirmou o presidente em exercício.

Comprador confirma pagamentos a Flávio Bolsonaro
21.01.19 13:48
“O ex-atleta Fábio Guerra confirmou nesta segunda-feira que pagou cerca de 100 mil reais em dinheiro vivo ao senador eleito Flávio Bolsonaro para quitar parte da compra de um imóvel na zona sul do Rio de Janeiro”, diz a Folha de S. Paulo.
Segundo o ex-jogador de vôlei de praia, os valores foram repassados entre junho e julho de 2017, período em que o Coaf apontou depósitos suspeitos na conta do filho de Jair Bolsonaro.
“Paguei em dinheiro porque havia recebido em dinheiro pela venda de outro apartamento. Como recebi aos poucos, fui pagando aos poucos.”

“O Flávio vai resolver isso aí”, diz Mourão
21.01.19 12:54
Hamilton Mourão disse hoje a jornalistas, no Palácio do Planalto, quando perguntado se o caso envolvendo Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro poderá impactar nas negociações da reforma da Previdência:
“Já expliquei esse assunto, esse assunto eu não comento mais. Não vem pra cima do governo, é um problema do Flávio. O Flávio vai resolver isso aí.”

Fux dá à Justiça Federal poder de barrar candidatura de Renan
 21.01.19 13:19
Por Renan Ramalho
O ministro Luiz Fux remeteu à Justiça Federal de Brasília um pedido do MBL para impedir a candidatura de Renan Calheiros à presidência do Senado.
O MBL diz que o senador, alvo de 14 investigações, não tem idoneidade e reputação ilibada.
De plantão no STF, Fux considerou que não compete ao STF analisar o assunto, deixando Renan Calheiros sujeito a uma decisão de primeira instância.
Um eventual veto, no entanto, poderá ser revertido por meio de recursos.

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