SEGUNDA EDIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, 21 DE JANEIRO DE 2019

NO O ANTAGONISTA
“É ligado ao PT, mas é correto”
Segunda-feira, 21.01.19 11:28
Jorge Tadeu Jatobá Correia, ouvidor agrário nacional exonerado do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) “é ligado ao PT, foi indicado ainda no governo deles. Depois ficou no governo Temer. Mas é correto e isento.”
Foi o que disse a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a Andréia Sadi.
A exoneração de Correia foi publicada hoje no “Diário Oficial da União”. A ouvidoria tem as missões de prevenir e mediar conflitos agrários e de articular, nas várias esferas de governo, a garantia dos direitos humanos e sociais dos envolvidos, além de receber e encaminhar as denúncias de violência no campo e irregularidades no processo de reforma agrária.
Tereza Cristina contou que o secretário especial de Assuntos Fundiários da pasta, Luiz Antônio Nabhan Garcia, está trocando funcionários “por gente mais alinhada ao governo Bolsonaro” e que Francisco José Nascimento, presidente do Incra em exercício, também será substituído.

“Tudo bem por aqui!”, escreve Bolsonaro, a caminho de Davos
21.01.19 11:07
O avião com Jair Bolsonaro e a comitiva brasileira está a caminho da Suíça.
No Twitter, o presidente respondeu a provocações de quem desejou que o avião caísse.
Medo de Lula freou investidores estrangeiros
21.01.19 10:19
Em 2018, o Brasil atraiu 59 bilhões de dólares, 9 bilhões de dólares a menos do que em 2017.
“As incertezas pré-eleitorais podem ter freado os investidores estrangeiros no Brasil”, disse um relatório da ONU, divulgado nesta segunda-feira.
Medo de Lula. Medo do PT.

“Movimentar não é receber”
21.01.19 09:49
O advogado de Fabrício Queiroz disse que movimentar 7 milhões de reais não é receber este valor:
“Eu já fiz as contas de modo superficial e isso dá uma média de 50 mil reais por mês, além da remuneração dele e da família. 50 mil reais é muito diferente de 7 milhões, especialmente para o leigo e o homem médio que não é afeito a essas questões e acaba entendendo que ele teria recebido 7 milhões de reais.”
Leia aqui na Crusoé.

O Amigo do Paulistinha
21.01.19 09:14
O laudo pericial da PF sobre os repasses da Odebrecht a Lula, Edison Lobão e Delfim Netto rastreia os pagamentos realizados pelo doleiro Álvaro Novis, o Paulistinha…
A PF pode aproveitar e rastrear também o pagamento que Paulistinha fez diretamente ao Amigo, o codinome de Lula. Até hoje, ninguém explicou esse ponto das planilhas da empreiteira.
Releia aqui.

A beleza de Dilma em Nova York
21.01.19 08:19
“Quem esteve no badalado Federico Salon & Spa, em Nova York, frequentado por celebridades como Michael Douglas e Catherine Zeta-Jones, foi a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff”, segundo O Globo.
No Palácio do Planalto, o cabeleireiro de Dilma Rousseff era pago por João Santana, com propina da Odebrecht.
Quem está pagando agora?

NO BLOG DO JOSIAS
Flávio Bolsonaro cultiva estranha aversão à TED
Por Josias de Souza 
Segunda-feira, 21/01/2019 | 04h21
Pendurado nas manchetes de ponta-cabeça, o senador eleito Flávio Bolsonaro concedeu um par de entrevistas para restabelecer "a verdade" sobre o pedaço do seu movimento bancário que o Coaf considerou suspeito (...). 
O primogênito do presidente da República brandiu documentos. Mas se negou a entregá-los.
O Coaf farejou na conta do neo senador 48 depósitos no valor de R$ 2 mil entre junho e julho de 2017, totalizando R$ 96 mil. 
Flávio declarou que a verba tem duas origens: rendimentos que obteve como empresário e a venda de um apartamento que teve parte do valor liquidado em dinheiro vivo. Os depósitos foram feitos no caixa eletrônico de uma agência bancária que funciona no prédio da Assembleia Legislativa do Rio, onde o agora senador exerceu o mandato de deputado estadual. 
Segundo Flávio Bolsonaro, o fracionamento foi necessário porque o caixa eletrônico do banco não aceita depósitos superiores a R$ 2 mil. Faltou explicar por que diabos a transação não foi feita no interior da agência, onde inúmeros caixas de carne e osso recebem depósitos integrais. Faltou também uma justificativa para essa estranha predileção pela forma mais primitiva de transferência de valores. No mundo das pessoas convencionais, ninguém sai carregando grana graúda pelas ruas de uma cidade como o Rio de Janeiro. Noutros tempos, havia o bom e velho cheque. Hoje, como sabem até as crianças de cinco anos, existe a TED, sigla que identifica a 'Transferência Eletrônica Disponível'. Trata-se da forma mais rápida e segura de enviar valores de uma conta bancária para outra. Com uma vantagem: o nome do depositante aparece nos registros oficiais, reduzindo as chances de órgãos como o Coaf e o Banco Central enxergarem indícios de má-fé e lavagem de dinheiro nas transações financeiras. 
Além dos depósitos picados, o Coaf mencionou em relatório entregue ao Ministério Público do Rio de Janeiro pagamento de R$ 1.024 milhão feito por Flávio à Caixa Econômica Federal. Segundo o filho mais velho de Jair Bolsonaro a cifra se refere ao financiamento para a compra de um apartamento. O mesmo imóvel que ele venderia depois por R$ 2,4 milhões — parte em moeda sonante. A propósito, o ativismo imobiliário é uma marca do senador. Flávio recusou-se a exibir as suas "provas" sob a alegação de que a imprensa não é o foro adequado. Disse esperar que o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo, decida se ele deve se explicar aos promotores do Rio ou à Procuradoria-Geral da República, em Brasília. Lorota. Em verdade, o novo senador busca o escudo do foro privilegiado e sonha com uma decisão da Suprema Corte que anule as evidências colecionadas pelo Ministério Público contra ele e seu ex-assessor Fabrício Queiroz. 
Nas palavras de Flávio, o que ocorre no Ministério Público fluminense não é uma investigação, mas uma "perseguição". Busca-se, segundo ele, "atingir o presidente da República." Mantido esse discurso, será difícil distinguir o filho de Jair Bolsonaro de encrencados como Michel Temer, Aécio Neves e Lula. Na era do dinheiro transportado em malas, mochilas e caixas eles têm em comum a mesma aversão à TED e uma certa mania de perseguição. Exibem também uma idêntica presunção de que falam para um país de bobos.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Segunda-feira, 21 de janeiro de 2019
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Membro do Comitê Executivo do
Movimento Avança Brasil

Muito além do Flávio Bolsonaro
Vazamentos de sigilos bancários de parlamentares e seus assessores não devem ter uma motivação legal apenas...
Veja a lista completa dos deputados estaduais do RJ cujos assessores movimentaram altas somas de dinheiro:
André Ceciliano (PT) R$49,3 Milhões
Paulo Ramos (PDT) R$30,3 Milhões
Márcio Pacheco (PSC) R$25,3 Milhões
Luiz Martins (PDT) R$18,5 Milhões
Dr. Deodalto (DEM) R$16,3 Milhões
Carlos Minc (PSB) R$16,0 Milhões
Coronel Jairo (PSC) R$10,2 Milhões
Marcos Müller (PHS) R$7,8 Milhões
Luiz Paulo (PSDB) R$7,1 Milhões
Tio Carlos (SD) R$4,3 Milhões
Pedro Augusto (MDB) R$4,1 Milhões
Átila Nunes (MDB) R$2,2 Milhões
Iranildo Campos (SD) R$2,2 Milhões
Márcia Jeovani (DEM) R$2,1 Milhões
Jorge Picciani (MDB) R$1,8 Milhões
Eliomar Coelho (PSOL) R$1,7 Milhões
Flávio Bolsonaro (PSL) R$1,2 Milhões
Waldeck Carneiro (PT) R$0,7 Milhões
Benedito Alves (PRB) R$ 0,5 Milhões
Marcos Abrahão (Avante) R$0,3 Milhões
A mídia extremista só deu destaque ao caso do motorista de Bolsonaro.

NO PUGGINA.ORG
OUVIR O QUE PENSAM E FAZER O CONTRÁRIO
Por Percival Puggina 
Artigo publicado sábado, 19.01.2019
Quando estamos discutindo o novo decreto sobre a posse de armas, o mais importante é saber o que pensam os atores da Globo, os jornalistas da Folha, da Veja, da Época e o aparelho político da esquerda. São opiniões decisivas para se fazer, com segurança, o contrário. Eles têm irresistível vocação para estar do lado errado e a sociedade já percebeu isso. No entanto, há 15 anos, esses mesmos protagonistas foram capazes de convencer, a muitos, de um completo disparate: era preciso abrir mão do direito de defesa da vida para garantir vida.
Em Zero Hora deste último fim de semana (19/01), um articulista afirma, argumentando contra o decreto que regula a posse de armas: “Na medida em que a sociedade foi-se estruturando, atribuindo poder ao Estado e restringindo o comportamento humano, segurança pública, saúde e educação passaram a ser dever do Estado e direito do cidadão”. 
Para o autor, a posse de armas pelo cidadão se torna um perigo em razão “da forte polarização político-ideológica cumulada pelo fundamentalismo religioso”... E acrescenta que “a delegação ao indivíduo, em pleno século 21, da responsabilidade por sua própria segurança, não se harmoniza com os valores conquistados pela Humanidade ao longo do processo civilizatório”. As frases e a tese mereceriam uma assinatura-presente da Folha de S. Paulo e uma homenagem no Memorial de Luiz Carlos Prestes.
A campanha pelo desarmamento foi intensa em 2003. O beautiful people carioca, promovendo revoadas de pombinhas brancas e pedindo paz, desfilava pelo Leblon. “Por que não desfilam no morro do Alemão, na Linha Vermelha ou no Pontal do Paranapanema?”, perguntei, num artigo que escrevi, à época, para o Correio do Povo. Meses mais tarde, a lei foi aprovada, os rolos compressores começaram a destruir as armas tomadas dos cidadãos de bem e os bandidos brasileiros ganharam oficialmente, e festejaram, o direito de tomar, em maior segurança, o pão produzido com o suor do nosso rosto.
No mundo em que eu e o os leitores destas linhas vivemos, há uma guerra aberta entre o mundo do crime e o mundo do trabalho. Até bem pouco, enfrentando a criminalidade com interpretações sociológicas, o Estado era um “corpo estendido no chão”, inerte e reduzido à impotência. Assim, ampliou-se enormemente a parcela da população vivendo à custa do labor alheio e usando armas para essa coleta. A sociedade produz e eles arrecadam. É o dinheiro do bolso, a carga do caminhão, o gado no pasto, o automóvel na esquina. Serve para essa rapinagem infame até o vale transporte de quem está na parada esperando o ônibus para ir trabalhar.
É um estado paralelo, mas não ataca quartéis porque lá tem arma de fogo e de lá vem chumbo grosso. Eles querem precisamente o que lhes vínhamos oferecendo, um self-service inesgotável e seguro, certificado pela lei que nos desarmou.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
REPRESSÃO BRUTAL CONTRA CRISTÃOS
Por Nina Shea & Bob Fu na Fox News
12 de Dezembro de 2018
A Igreja de Sião, em Pequim, é a maior igreja no crescente underground protestante Chinês. Em setembro, essa igreja foi fechada pelo governo.
Qual seu crime? O pastor da igreja, Dr. Ezra Mingri Jin, graduado no Seminário Teológico Fuller, em Pasadena, Califórnia, rejeitou uma intolerável diretriz do Partido Comunista Chinês, para montar câmeras de reconhecimento facial no púlpito, apontadas para a congregação. Por sua recusa, o pastor, e praticamente todos os 1.500 membros da Igreja de Sião foram detidos, revistados e interrogados pela segurança pública – alguns mais de uma vez.
E o pior ainda está por vir. Os registros policiais deles agora serão usados no novo sistema Orwelliano de crédito social para dificultar seu acesso a serviços públicos, como trens, aviões, escolas, pensões e outros benefícios.
Os mais de 100 milhões de protestantes e católicos chineses estão se preparando para ter sua fé severamente testada em uma firme e dura repressão geral.
A repressão do governo contra as igrejas está sendo feita em nome da campanha de “sinicização” do Presidente Xi Jinping, com objetivo de fortalecer a cultura chinesa. Porém, o que cada vez mais parece é que ela busca remover a Bíblia e seus ensinamentos do cristianismo chinês.
Mais cedo neste ano o presidente Xi emitiu novas e fortes regulamentações para questões religiosas e incumbiu o oficialmente ateu Partido Comunista para reforçá-las. Tecnologia sofisticada, combinada com um policiamento de punho de ferro, agora estão sendo usados para suprimir as crescentes igrejas protestantes e católica.
Estima-se que o surpreendente número de 100.000 ou mais cristãos foram presos este ano, em contraste com 3.700 em 2017, de acordo com a ChinaAid, uma organização de direitos humanos que promove a liberdade religiosa e o Estado de Direito na China. Maioria destes casos, como na Igreja de Sião, envolvidos em detenções de curto prazo.
Particularmente perseguidas são as chamadas igrejas “underground”, que não estão registradas no governo chinês, principalmente porque tais cristãos não querem o controle e a vigilância que vêm com o registro. Enquanto escrevemos este artigo, surgiram rumores de que algo em torno de 100 cristãos do movimento underground da Igreja Aliancista da Chuva Serôdia, em Chengdu, foram reunidos e detidos. Alguns acusam “estupros e abusos” por parte da polícia.
O pastor Ezra é parte do underground protestante, que um notável expert sobre a China, da Universidade de Purdue, estima que seja a fé de pelo menos 30 milhões dos 93 a 115 milhões de protestantes no país. Ele e mais de 400 outros pastores protestantes underground, assinaram uma declaração corajosa, publicada pela ChinaAid. Nela, eles afirmam sua resolução de enfrentar esta perseguição que se desenrola, com uma resistência pacífica e fiel, dizendo em parte: “pois quando igrejas se recusam a obedecer leis más, isto não ocorre por qualquer agenda política, nem por ressentimento ou hostilidade; isto é consequência apenas das demandas do Evangelho e do amor pela sociedade chinesa”.
Apesar do acordo entre Pequim e o Vaticano acerca do apontamento de bispos, em setembro deste ano, aproximadamente doze sacerdotes católicos foram presos desde sua assinatura. Em novembro, o bispo Peter Shao Zhumin, de Wenzhou, foi submetido a duas semanas de doutrinação e interrogação estatal – foi sua quinta detenção em dois anos.
Alguns cristãos chineses passam anos na prisão. O bispo católico James Su Zhimin, de Boading, ficou preso por 20 anos, depois de conduzir uma missa sem permissão do governo, e o governo se recusa fornecer quaisquer informações sobre ele.
Um residente americano está entre os prisioneiros religiosos da China, o pastor John Sanqiang Cao, da Carolina do Norte, foi sentenciado em março, a sete anos de cadeia por “organizar travessias ilegais da fronteira” depois de abrir escolas e entregar auxílios humanitários em Burma. Notícias informam que ele compartilha a cama com 12 prisioneiros e perdeu 22 quilos.
Menores agora são proibidos de entrar em qualquer igreja, vendas on-line de Bíblias são bloqueadas, o catecismo católico é censurado, as igrejas alegam que suas cruzes e outros símbolos cristãos foram derrubados e em algumas vezes, trocados por imagens de nada menos do que o próprio presidente Xi.
Desde fevereiro, milhares de igrejas foram forçadas a fechar. É particularmente aterrorizante saber que muitas das 10.000 igrejas protestantes que fecharam em uma província eram aprovadas pelo governo. Ainda agora em setembro, a Igreja Católica do Sagrado Coração, em Henan, aprovada pelo governo, viu seu padre ser detido e excomungado pela Associação Católica Patriótica, que recebe dinheiro do Estado, pelo que indicam fontes, por organizar grupos de comunhão para a juventude e para os anciãos.
Como mostram estes exemplos, a repressão não é limitada às igrejas underground. Estes incidentes sinalizam que o presidente Xi quer reduzir todas as várias comunidades cristãs da China, ou mesmo eliminá-las.
Basta olharmos para o sofrimento dos muçulmanos uighur chineses – dos quais um milhão foi confinado em campos de doutrinação – para que tenhamos certeza de que o presidente Xi está, sem piedade, lançando uma nova era de intensa perseguição religiosa.
A eloquente afirmação da declaração dos pastores deveria ser, ao mesmo tempo, um aviso e uma inspiração para nós: “As igrejas cristãs da China estão ansiosas e determinadas a trilhar o caminho da Cruz de Cristo, e estão mais do que dispostas a imitar passadas gerações de santos que sofreram e foram martirizados por sua fé”.
Enquanto cristãos ao redor do mundo celebram o nascimento de Jesus Cristo dois mil anos atrás, estes novos cristãos e todos os outros, perseguidos por sua fé na China, não podem ser esquecidos.
Deveríamos influenciar nossos líderes políticos e religiosos a falar sobre eles urgentemente, e tenazmente pressionar o presidente Xi para que respeite a liberdade religiosa. Click here to read in English
Fox News, 12 de Dezembro de 2018
Tradução: Samuel Kultz
Revisão: Andrey Costa

NO INSTITUTO MILLENIUM
NEM ÁTILA
Por J.R. Guzzo
Domingo, 20/01/2019
É realmente uma canseira, mas não tem outro jeito. A cada vez que você vai escrever ou falar alguma coisa sobre a imprensa no Brasil, é preciso explicar direitinho, se possível com desenho e quadro-negro, que o autor não é ─ repetindo: não é, de jeito nenhum, nem pensem numa coisa dessas ─ contra a liberdade de imprensa. Não está pedindo a volta da censura, mesmo porque seria legalmente impossível. Não quer a formação de uma polícia para fazer o “controle social dos meios de comunicação”. Não está “a favor dos militares e contra os jornalistas”. Não acha, pelo amor de Deus, que é preciso fechar nenhum jornal, revista, rádio, televisão, folheto de grêmio estudantil ou seja o que for. Não lhe passa pela cabeça sugerir aos donos de veículos e aos jornalistas que publiquem isso ou deixem de publicar aquilo; escrevam em Grego, se quiserem, e tenham toda a sorte do mundo para encontrar quem leia. Com tudo isso bem esclarecido, então, quem sabe se possa dizer que talvez haja um ou outro probleminha com a imprensa brasileira de hoje. Um deles é que a mídia está começando a revelar sintomas de Alzheimer ou de alguma outra forma de demência ainda mal diagnosticada pela psiquiatria.
É chato lembrar esse tipo de coisa, mas também não adianta fazer de conta que está tudo bem quando dizem para você dia e noite, 100 mil vezes em seguida, que o novo governo brasileiro provou ser o pior que a Humanidade já teve desde Átila, o Huno. Não faz nexo. Até Átila precisaria de mais de duas semanas de governo para mostrar toda a sua ruindade ─ e olhem que ele foi acusado de comer carne humana e andava cercado de lobos, em vez de cachorros, sendo que nenhum dos seus lobos era bobo o suficiente para chegar perto do dono quando sentiam que o homem não estava de muito bom humor naquele dia. 
Além disso, errar em tudo é tão difícil quanto acertar em tudo. Talvez fosse mais racional, então, recuar para uma antiga regra da lógica: as ações devem ser julgadas pelos resultados concretos que obtêm, e não por aquilo que você acha delas. Um governo só pode ser avaliado depois de se constatar se as coisas melhoraram ou pioraram em consequência das decisões que colocou em prática. O número de homicídios, por exemplo ─ aumentou ou diminuiu depois de doze meses? A inflação está em 2% ou em 20%? O desemprego caiu ou subiu? E por aí vamos.
Mas essa lógica não existe no Brasil de hoje. Está tudo errado, 100% errado, porque é assim que decretam os estados de alma dos proprietários dos veículos e dos jornalistas que empregam ─ e não porque mediram algum resultado concreto. Ou seja: ainda não aconteceu, mas o governo já errou. A condenação começou no dia da posse de Bolsonaro e dali até hoje não parou mais. Os jornalistas, denunciou-se já nos primeiros minutos, não receberam instalações à altura da sua importância para a sociedade. Donald Trump não veio. O discurso de estreia foi ruim ─ embora não tivessem publicado uma sílaba de algum discurso presidencial anterior, para que se pudesse fazer uma comparação. Há generais em excesso no governo ─ e qual seria o número ideal de generais no governo? As médias das administrações de Sarney para cá? A média mundial? O que é pior: o general A, B ou C ou os ministros Geddel, Palocci ou Erenice? Há poucos nordestinos. O ministro do Ambiente acha que esgotos, por exemplo, ou coleta de lixo, são problemas ambientais sérios. Conclusão: ele vai abandonar a Amazônia para os destruidores de florestas.
Como o doente que repete sem parar a mesma coisa, não consegue descrever o que vê pela janela, e esquece tudo o que lhe foi demonstrado 1 minuto atrás, a imprensa travou. A prisão do terrorista Cesare Battisti foi uma “derrota” para Bolsonaro; imaginava-se que teria sido uma derrota para Battisti, mas a mídia quer que você ache o contrário. O acesso à armas de fogo para que um cidadão (só aquele que queira), tenha a chance de exercer o direito de legítima defesa antes de ser assassinado, vai desencadear uma onda de homicídios jamais vista na História. Como as armas de fogo são caras, denuncia–se que a medida é “pró-elites”. E se vierem a baixar de preço? Passarão a ser melhores? Quando alguém começa a escrever coisas assim, e faz isso o tempo todo, é porque parou de pensar; o cérebro não está mais ligando Zé com Zé. É um problema. Os leitores, cada vez mais, estão percebendo que a imprensa é inútil. Não só eles. No dia em que o governo descobrir que não precisa mais prestar atenção à mídia, vai ver que está perdendo uma montanha de tempo à toa.
Fonte: “Veja”, 19/01/2019
Leia mais de J.R. Guzzo:


NO BLOG DO GABEIRA
LIÇÕES DO TERROR
Segunda-feira, 21.01.2019 EM BLOG
Calor absurdo aqui no interior do Mato Grosso do Sul. Coisas do marxismo internacional. Acabo de ler o livro de Afonso Arinos, graças às longas viagens de avião: 1.780 páginas.
De tantos pedaços da História, discursos internacionais, personalidades, tenho espaço apenas para destacar uma frase da neta de Arinos. A mulher dele disse que ele andava triste. A menina resolveu consolá-lo:
— Vovô, não fique triste, o senhor tem sua casa, seus filhos, a sua bengala…
Livros como o de Arinos e Joaquim Nabuco me reconciliam com o Brasil. Fico orgulhoso de me dedicar ao estudo do País.
Em Fortaleza, vi um homem com um carrinho de pequenas frutas amarelas ao longe e disse: seriguelas. O homem se aproximou e, ao passar por nós, perguntei: que fruta é essa? Seriguelas, respondeu.
Fiquei feliz como um menino que passa na prova. Deveria ser um pouco mais sério porque estava cobrindo precisamente a onda de ataques no Ceará.
Acontece que estou reavaliando um pouco minha noção de jornalismo. Nossa tendência é dramatizar ataques, cortar as imagens de forma que o fogo e a destruição se destaquem.
Quando examino mais de perto, os ataques, na verdade, são feitos em lugares desertos e em altas horas da noite. Um exemplo disso foi a dinamite que apareceu no metrô. Não tinha detonante, seu objetivo era assustar.
Não quero dizer que o tema não seja grave. As cadeias estão superlotadas. As organizações criminosas cresceram muito, não apenas no Ceará. E um grande número de jovens sem emprego ou escola é atraído para as facções.
Há alguns anos li um livro sobre um congresso ligado à ONU cujo tema era diplomacia preventiva — como atuar para evitar conflitos, sobretudo aqueles que realmente podem ser evitados.
Na época, falou-se também rapidamente no jornalismo preventivo. Nos anos 1960, tínhamos cadernos teóricos e talvez me dedicasse a escrever sobre essa nova forma de jornalismo.
Mas, como as tarefas aumentaram, resta-me tentar aplicar a ideia na prática. Os puristas podem objetar: prevenir? O jornalismo não previne, não evita, nem provoca: apenas informa.
Mas é de informação de que se trata. Informar significa também colocar num contexto um pouco mais amplo.
Um pouco de estudo militar mostra que ofensivas são um momento delicado: os atacantes se expõem e costumam sofrer grandes perdas.
Com quase 400 pessoas presas, parece que aconteceu com as organizações criminosas do Ceará.
Em Fortaleza, há agora um centro de inteligência para todo o Nordeste. Eu visitei o centro, mas não pude entrar porque precisava de licença especial, essas coisas. Imagino que tenham aproveitado esse momento de ofensiva e muitas prisões para entender um pouco mais das organizações criminosas.
O que torna o problema do Ceará mais sério ainda é o fato de que muitas de suas coordenadas estão presentes em outros estados.
A simples enumeração de ataques, grande parte deles em lugares remotos e escuros, no fundo, é, involuntariamente, o jogo que interessa aos líderes das organizações criminosas.
Eles precisam de um tipo de cobertura para difundir o medo. Mas chega um momento, e isso vale também para o terror político, que é preciso vencer o medo coletivo e encarar a vida com normalidade, mostrar que as coisas seguem, apesar deles.
Artistas locais fizeram uma campanha intitulada Quero Meu Ceará de Volta, evocando todas as coisas boas numa cidade tão simpática como Fortaleza: andar nas ruas, ter cadeiras na frente de casa.
A ideia, creio eu, estava numa direção correta. Mas era preciso mais que isso: era preciso retomar as ruas com firmeza. Isso seria também uma tarefa para políticos. Mas eles andam meio escondidos. Exceto os que têm de tratar diretamente do tema pela responsabilidade de governo, os outros são muito discretos, para usar um termo leve.
De qualquer forma, creio que os episódios do Ceará surgiram e sumiram sem que houvesse uma discussão mais detalhada sobre eles.
Minha impressão é que já é tempo de avaliarmos as relações de jornalismo e terror. Minha sugestão não é, absolutamente, a de omitir episódios atemorizantes.
Em muitos casos, informar com mais profundidade e exatidão pode abrir caminho para que a sociedade compreenda o que se passa e retome as rédeas de seu cotidiano.
(Artigo publicado no jornal O Globo em 21/01/2018)

NO JORNAL DA CIDADE ONLINE
O que se escondia por trás da fraternal amizade entre Delfim Netto e Lula
Por Rafael Rosset (Advogado)
Domingo, 20/01/2019 às 21:43
Em 2008 Delfim Netto, o todo poderoso ministro do milagre econômico do regime militar, chamou Lula de "o único economista que presta no Brasil".
Em 2012 creditou a Lula e somente a Lula "o grande avanço social e econômico do Brasil".
Em 2017 Lula foi flagrado ao telefone com Alexandrino Alencar, da Odebrecht (hoje preso), reclamando da possível retirada de sigilo de contratos do BNDES. Alexandrino tratou de tranquilizar o molusco, fazendo referência a um artigo assinado por Delfim Netto que seria publicado "dando o cacete" dia seguinte no Valor Econômico.
No artigo, que foi de fato publicado, Delfim propalava o seguinte:
“(...) É abusivo dizer que o BNDES é uma ‘caixa preta’ e é erro grave afirmar que deve dar publicidade às minúcias das suas operações, o que, obviamente, revelaria detalhes dos contratos de seus clientes que seriam preciosas informações para nossos concorrentes e, portanto, contra o Brasil”.
Delfim defendia o sigilo de operações em Angola, Cuba e Venezuela.
Em março de 2018, Lula mais uma vez foi flagrado num grampo afirmando que não podia permitir que Delfim fosse indiciado. Porque amizade verdadeira é assim: um amigo protegendo o outro desinteressadamente.
Hoje, com a delação de Antonio Palocci, sabemos que Lula pediu R$ 15 milhões de propina a Delfim por conta da atuação deste na formação do consórcio vencedor de Belo Monte, dos quais R$ 4 milhões chegaram a ser efetivamente pagos.
Só podemos adivinhar quantos milhões mais não foram pagos pela "consultoria" prestada pelo "professor" em outros projetos petistas.
Durante anos lemos artigos de Antonio Delfim Netto na imprensa imolando o que lhe restava de credibilidade na defesa dos governos do PT, imaginando de onde viria a improvável e tardia amizade entre o Ministro da Fazenda de Costa e Silva, que assinou o AI-5, e o sindicalista pelego de São Bernardo que organizava greves gerais e foi preso pela ditadura.
Aparentemente, não existe no mundo nenhuma desavença ideológica que alguns milhões não possam resolver.


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