PRIMEIRA EDIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, 23 DE JANEIRO DE 2019

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUARTA-FEIRA, 23 DE JANEIRO DE 2019

Com a mania europeia de dar lição de moral, sobretudo a países que não têm essa moral toda, o embaixador da Alemanha em Brasília, Georg Witschel, teve a ousadia de ir ao Palácio do Planalto dar palpites sobre como o governo brasileiro deve se comportar diante de vários temas. Intromissão assim faz os governos chamarem o embaixador petulante às falas. Mas, indagado sobre isso, o Itamaraty fez opção pelo silêncio.

Witschel disse ainda que o governo brasileiro “causa apreensão”, mas, convenhamos, alemães entendem de causar apreensão na Europa.

A atitude de Witschel lembra a grosseria da primeira-ministra, logo da poluidora Noruega, dando pito em Michel Temer sobre meio ambiente.

Talvez o embaixador preferisse o Brasil presidido por presidiário sem moral, dócil, disposto a reproduzir o que preconiza, em fóruns europeus.

O silêncio do Itamaraty talvez decorra de dificuldade de contato com o chanceler Ernesto Araújo, que acompanha o presidente a Davos.

O presidente do Porto de Suape, Carlos Vilar, finalmente foi demitido, mas não ficou sem boquinha no governo de Pernambuco, onde manda muito o seu padrinho, o notório deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), citado em incontáveis escândalos. Vilar voltou a presidir outra estatal da área, o Porto do Recife. Foi demitido de Suape após esta coluna revelar a nomeação de netas do ex-deputado Pedro Corrêa, preso por corrupção. Mas ele achou pouco e nomeou até a ex-mulher do padrinho.

Camila Queiroz Campos, a ex de Dudu da Fonte, virou “assessora da presidência” de Suape, nível DAS-1, ganhando R$9.800 por mês.

O Palácio do Planalto anda intrigado com a mudança do Coaf antes da posse de Bolsonaro, deixando para trás vinte anos de eficiência e discrição. Agora desmoraliza primeiro, para o MPF perguntar depois.

Presidente do Inmetro há anos, Carlos Augusto Azevedo continua ocupando o cargo, apesar de seus críticos acusarem ligações ao PT. Por isso cresce no Planalto o movimento para sua imediata exoneração.

NO O ANTAGONISTA
Os acertos de Bolsonaro
Quarta-feira, 23.01.19 07:28
O Globo aprovou o discurso de Jair Bolsonaro em Davos.
Diz o editorial:
“Na primeira viagem internacional, há 20 dias da posse, o presidente Jair Bolsonaro mostrou um perfil distante daquele candidato radical da campanha, e assumiu posições diferentes de teses ultranacionalistas defendidas por ministros seus.
Foi um discurso curto, objetivo, sobre temas da agenda dos investidores estrangeiros: reformas, meio ambiente, corrupção, respeito aos contratos, combate à burocracia, também para melhorar o ambiente de negócios e assim por diante (…).
O presidente não demonstrou qualquer restrição à globalização, que seguidores de teses hiper-nacionistas, como Araújo, acusam de ser responsável pelo ‘globalismo’, posição política abjurada pela extrema direita nacionalista (…).
Bolsonaro, com acerto, se referiu ao meio ambiente, à agricultura e à pecuária, temas sensíveis também ao mundo dos negócios, fazendo a defesa da compatibilidade entre preservação ambiental e atividades produtivas.
O presidente mencionou três ministros — Ernesto Araújo, Paulo Guedes e Sérgio Moro —, tornando-os referências no seu governo, e, na prática, assumiu compromissos com a agenda liberal na economia, o que também significa proteger sua administração de certos cacoetes da agenda mundial da extrema direita. Será avaliado pelo que disse em Davos.”

Zero propaganda
23.01.19 07:45
Banco do Brasil e Caixa ainda não desembolsaram um centavo em propaganda em 2019, segundo a Veja.
O Antagonista espera que continuem assim.

A poltrona de Bolsonaro
23.01.19 07:17
Durante a viagem para Davos, Jair Bolsonaro, “apesar do desconforto por usar uma bolsa intestinal, recusou-se a se deitar na única cama do avião.
Se todos dormiriam em uma poltrona, ele não poderia viajar com mais conforto, alegou. Um comandante não abandona a sua tropa, tem de dar o exemplo, repetiu ele”.
O episódio foi citado por Maria Cristina Frias, dona da Folha de S. Paulo, para dizer que “o mesmo raciocínio estaria por trás da inclusão de militares na reforma da Previdência”.
Jair Bolsonaro argumenta que eles têm de dar o exemplo.

Um dos melhores nomes para a vaga de Moro
23.01.19 07:04
O juiz Luiz Antonio Bonat é um dos melhores nomes para a vaga de Sérgio Moro, segundo as fontes de O Antagonista.
Ele é extremamente técnico, não tem pena de dar canetada e não é político. É bem centrado, não sofre de 'juizite' e não costuma dar moleza para os criminosos. Ele é calmo e é o próximo da lista para virar desembargador. Deve ser promovido em um ano ou dois, assim a Lava Jato volta para a juíza Gabriela Hardt.

Pátrio poder
23.01.19 06:36
“É hora de Bolsonaro exercer seu pátrio poder”, diz José Nêumanne.
Leia aqui:
“Não será possível deter o desgaste político do governo se não for dada uma explicação plausível para o que foi noticiado sobre Flávio, principalmente depois da publicação pelo Globo de que abrigou em seu gabinete a mãe e a mulher do foragido Adriano Magalhães da Nóbrega, capitão PM acusado de ser o homem forte da organização criminosa Escritório do Crime, acusada de ter participado da cruel execução da vereadora Marielle Franco.
Até viajar para Davos com o filho Eduardo, Bolsonaro teve a companhia permanente de outro filho, Carlos, no gabinete. A partir de fevereiro, poderá recorrer apenas ao pátrio poder para domar o triunvirato familiar, que não contribui para sua paz, governabilidade e simpatia popular. Eduardo poderá ser útil num trabalho de formiguinha para evitar pautas-bomba na Câmara de Rodrigo Maia. Flávio também será providencial se conseguir impedir punhaladas de Renan Calheiros no Senado. E Carlos tem de cumprir o seu dever de vereador no Rio conflagrado.”

O anti-Moro
23.01.19 06:17
Renan Calheiros “tenta se viabilizar como o candidato ‘anti-Moro’, que promete fortalecer o Congresso e blindar os colegas”, diz o Estadão.
O Antagonista nunca teve a menor dúvida sobre isso.
O outro anti-Moro está na cadeia.

“Aqui tem 23 trilhões de dólares. O Brasil só precisa de 10% disso”
Terça-feira, 22.01.19 21:51
Durante jantar em Davos, Jair Bolsonaro arrancou risos de autoridades e empresários ao dizer de quanto deles o Brasil precisa.
“Aqui tem 23 trilhões de dólares. O Brasil só precisa de 10% disso”, disse o presidente.
Na fala, repetiu que o País vive um novo momento, sem “populismo” e “comunismo”, com respeito a contratos e a intenção de fazer o “dever de casa”: a reforma da Previdência.

Palocci procurou ‘empresas da Lava Jato’ para patrocinar filme de Lula
22.01.19 21:20
Antonio Palocci disse ter procurado representantes de pelo menos quatro empresas enroladas na Lava Jato para patrocinar a cinebiografia de Lula, revela Crusoé.
Entre essas empresas estão a OAS e a Odebrecht.
(...)

CRUSOÉ, EXCLUSIVO: PALOCCI DELATA ROBERTO D’ÁVILA
22.01.19 19:27
Em um dos depoimentos de sua delação premiada, Antonio Palocci acusou o jornalista Roberto D’Ávila de se oferecer para atuar como “laranja”, revela Crusoé, para arrecadar dinheiro para o filme “Lula, o Filho do Brasil”.
Leia a reportagem completa em Crusoé.

ROBERTO D’ÁVILA: "DELAÇÃO DE PALOCCI É MENTIRA DESLAVADA"
22.01.19 20:11
Ouvido por Crusoé, o jornalista Roberto D’Ávila chamou de “mentira deslavada” a acusação de Antonio Palocci de que ele teria se oferecido para ser laranja do filme “Lula, o Filho do Brasil”.
“Eu não fui laranja nenhum, eu fui produtor do filme. (…) Fizemos a produção do filme e várias empresas contribuíram. Era 2008 e o Lula tinha 90% de aprovação. Aquilo era um negócio para nós”, disse D’Ávila.

‘Por ora’, Brasil fica no Acordo de Paris, confirma Bolsonaro
22.01.19 19:22
Na saída de um jantar com empresários em Davos, Jair Bolsonaro disse que o Brasil ficará ”por ora” no acordo do clima de Paris, informa o Valor.
Com isso, o presidente confirma o que seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse uma semana atrás, apesar da oposição ao acordo dentro do governo.
Fontes presentes ao jantar promovido por Klaus Schwab, o fundador do Fórum de Davos, disseram ao jornal que Bolsonaro “foi genérico, e as próprias perguntas também, com os participantes mais interessados na direção que o governo vai tomar”.

Governo Bolsonaro quer cortar até 30% na área de comunicação
22.01.19 18:32
O porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, informou que o governo quer reduzir 30% do pessoal da Secom (Secretaria de Comunicação Social) até o fim do mês, registra a Folha.
Segundo o porta-voz, os números ainda estão em estudo.
O jornal paulistano lembra que, desde a campanha, Jair Bolsonaro anunciou que faria mudanças na estrutura de comunicação do governo.
Ele desvinculou da Secom, por exemplo, o atendimento à imprensa – o secretário, Floriano Barbosa de Amorim Neto, cuidará apenas de contratos de publicidade e da comunicação institucional.
Rêgo Barros, que já chefiou a comunicação do Exército, é subordinado diretamente ao gabinete de Bolsonaro.

Álvaro Dias também disputa presidência do Senado
22.01.19 21:13
O Podemos lançou hoje, oficialmente, a candidatura de Álvaro Dias à presidência do Senado, registra Crusoé.
Segundo o partido, o assunto foi objeto de consulta a 110 mil filiados.

Simone liga para Renan e diz que é candidata
22.01.19 18:15
Simone Tebet ligou para Renan Calheiros e informou oficialmente ao colega de MDB que é candidata à presidência do Senado.
“Ele entendeu. Agora já posso pedir voto”, disse a senadora a Crusoé.

Exclusivo: O ‘escritório paralelo’ de Lula
22.01.19 17:53
Por Claudio Dantas
À Polícia Federal, o motorista Carlos Pocente disse também que levou Antonio Palocci em diversas oportunidades a um hotel na Rua Sena Madureira, em São Paulo, “onde Lula costumava despachar semanalmente”.
“E lá já presenciou Palocci encontrar-se com Lula e com Bumlai”, afirmou, em referência ao operador e pecuarista José Carlos Bumlai.
O hotel a que Pocente se refere é o Grand Mercure, que recebia eventualmente alguns eventos do PT.
O motorista de Palocci também levou o ex-ministro várias vezes ao prédio do Banco do Brasil na Avenida Paulista, então escritório da Presidência em São Paulo – O Antagonista sabe que as câmeras do edifício foram retiradas pela gestão petista.
Pocente, que se comprometeu a entregar celulares com trocas de mensagens, contou também que levou Palocci para encontros com Lula e Dilma no espaço reservado do Aeroporto de Congonhas.
(...)

Freixo, Ceciliano e Queiroz
22.01.19 17:48
Em 12 de junho de 2015, o então deputado estadual, Marcelo Freixo, orientou a bancada do PSOL a votar a favor do texto de um projeto de lei – de autoria do petista André Ceciliano e depois vetado pelo governador Luiz Fernando Pezão – que incluía o “vale-transporte para os familiares e visitantes de detentos comprovadamente necessitados”.
“Parabéns ao autor. Tem a votação de toda a bancada do PSOL”, disse Freixo, depois de argumentar que “a família é decisiva para que essas pessoas” – os criminosos presos – “possam ser reinseridas na sociedade”. (A transcrição da sessão no Diário Oficial pode ser lida aqui.)
Hoje, o agora deputado federal eleito chamou a atenção no Twitter para o fato noticiado pela imprensa de que “a mãe e a mulher” de um miliciano “foram assessoras do deputado” Flávio Bolsonaro, seu rival durante anos na Alerj.
Já a defesa de Fabrício Queiroz, como registramos, repudiou “qualquer tentativa espúria” de vinculá-lo a milícias, mas confirmou a alegação de que o ex-assessor de Flávio foi o responsável pela indicação, alegando ainda que a contratação foi um ato de solidariedade com a família, “que passava por grande dificuldade, pois à época ele [o miliciano Adriano Nóbrega] estava injustamente preso, em razão de um auto de resistência”.
Regada a dinheiro público, a generosidade de Freixo e dos agora investigados Ceciliano e Queiroz com parentes de bandidos é mesmo comovente.


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