SEGUNDA EDIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, 07 DE NOVEMBRO DE 2018

NO O ANTAGONISTA
PT devolve o dinheiro doado para Lula
Quarta-feira, 07.11.18 11:43
O PT está devolvendo dinheiro. Deve ser a primeira vez que isso acontece.
Diz o Estadão:
“O PT está devolvendo as doações de quem colaborou com a vaquinha online para a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os doadores, segundo o partido, têm a opção de receber o dinheiro doado de volta, menos as taxas administrativas, ou transferir o montante para campanha de Fernando Haddad, derrotado nas urnas no segundo turno.”

Vidas paralelas
07.11.18 11:36
Jair Bolsonaro viajou a Brasília para preparar seu governo.
Enquanto isso, Fernando Haddad está em Curitiba para visitar o presidiário na cadeia.

“A sociedade não está disposta a pagar”
07.11.18 11:40
Ana Amélia, na CCJ do Senado, também ataca o golpe de Eunício:
“A questão é que esse reajuste representa uma sucessão de reajustes, com impacto no salário até dos deputados, senadores e vereadores de todo o País. Essa é a grande questão.”
A senadora diz que a sociedade brasileira não está disposta a pagar por isso.

PT contra o golpe de Eunício
07.11.18 11:34
Gleisi Hoffmann avisa que o PT apresentará um requerimento para que os projetos que tratam do aumento dos salários do STF sejam votados primeiro nas comissões — CCJ e CAE — antes de serem apreciados no plenário.
O PT é contra o golpe de Eunício Oliveira.

Gilmar defende aumento do seu próprio salário
07.11.18 11:34
Gilmar Mendes defendeu hoje a aprovação pelo Senado de projetos que preveem reajuste para ministros do STF e para a procuradora-geral da República, registra o G1.
Para Gilmar, o aumento da remuneração é “necessário”:
“O Supremo já havia aprovado esse projeto. Isto foi uma deliberação colegiada que se tomou ainda na gestão da presidente Cármen Lúcia. Era necessário, por conta das repercussões orçamentárias e se espera que o Congresso faça essa aprovação, fazendo então esse ajuste.”
Apresentados pelo STF e pela PGR, os dois projetos foram aprovados em 2016 pela Câmara, mas falta a análise dos senadores.

As 4 mulheres da equipe de transição de Bolsonaro
07.11.18 11:21
Pelo menos quatro mulheres devem ser nomeadas nos próximos dias para integrar a equipe de transição do governo de Jair Bolsonaro, informa o G1.
São elas:
Clarissa Costalonga e Gandour – Doutora em economia, com ênfase em desenvolvimento econômico, pela PUC-Rio;
Liane de Moura Fernandes Costa – Ex-tenente do Exército, formada em engenharia ambiental pela Fundação Universidade Federal do Tocantins e especialista em construções sustentáveis;
Márcia Amarílio da Cunha Silva – Tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal e especialista em segurança pública, que já atua na equipe de transição;
Sílvia Nobre Waiãpi – Tenente do Exército, primeira militar indígena a integrar as Forças Armadas.
A equipe de transição, que atua no CCBB em Brasília, já conta com 27 homens e pode ter até 50 pessoas nomeadas em cargos (mais aquelas que integrarão o grupo, mas não terão cargo nem remuneração). Sérgio Moro, como registramos, deve integrar a equipe também.

“Mito, mito, mito!”
07.11.18 11:17
Jair Bolsonaro foi ovacionado no STF.
O BuzzFeed mostrou imagens de servidores do Supremo gritando “mito, mito, mito”.
É o efeito Gilmar Mendes.

PT derrotado e isolado
07.11.18 10:42
Por Diego Amorim
Senadores do PPS, da Rede, do PSB e do PDT articulam a formação de um bloco parlamentar, com 11 integrantes.
O PT não está no radar do grupo, que pretende lançar um candidato à presidência da Casa.
A senadora eleita Eliziane Gama, do PPS do Maranhão, se reuniu ontem, em Fortaleza, com o também eleito Cid Gomes, do PDT do Ceará, possível candidato do bloco (foto abaixo).
Eliziane também conversou sobre o assunto, por telefone, com Leila do Vôlei, senadora eleita pelo PSB do Distrito Federal.

Toffoli já se acostumou
07.11.18 10:41
Dias Toffoli já é o melhor amigo de Jair Bolsonaro.
Depois do encontro de hoje com o presidente eleito, ele disse:
“As relações entre os Poderes são de independência, mas temos o dever da harmonia e da nossa parte estaremos sempre abertos a essa harmonia”.
Jair Bolsonaro concordou:
“Queremos cada vez mais trabalharmos juntos. Os desafios do Brasil são muito grandes e temos certeza que trabalhando nessa harmonia poderemos ter resultados, o Brasil tem desafios enormes para serem vencidos”.
Ferrou, Lula.

NA VEJA.COM
SBT tira do ar vinheta com bordão da ditadura militar e admite equívoco
Emissora afirma que 'não se atentou' para o fato de que a frase 'Brasil, ame-o ou deixe-o' remete ao período e diz que objetivo era passar mensagem de união
Por Redação
Terça-feira, 06 de novembro de  2018, 21h55 
O SBT decidiu tirar do ar uma vinheta que remetia ao período da ditadura militar brasileira e admitiu que a veiculação da mensagem, que dizia “Brasil, ame-o ou deixe-o”, foi um equívoco. Nesta terça-feira, a emissora foi bastante criticada nas redes sociais por causa da frase, associada à repressão de movimentos e ideias contrárias ao governo.
Segundo a assessoria de imprensa do canal de Silvio Santos, a veiculação da mensagem foi um “equívoco”. “A emissora não atentou para o fato de que a frase remetia ao período do regime militar”, diz. “O objetivo das vinhetas era passar uma mensagem de união e esperança ao povo brasileiro tendo em vista essa nova era, que vai entrar agora com o novo governo.” A assessoria afirma que, em relação à política, o SBT é “imparcial, sempre a favor do Brasil e do povo brasileiro, por isso decidiu veicular essas vinhetas de positivismo”.
Além da vinheta que agora foi tirada do ar, outras continuam a ser exibidas, como a que usa a canção Pra Frente, Brasil, conhecida como a música-tema da seleção da Copa do Mundo de 1970, e outra que traz o Hino da Independência do Brasil junto com a frase “Brasil, pátria amada”.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
“Onde está, fica” e outras notas de Carlos Brickmann
Não é a primeira vez que a defesa de Lula tenta libertá-lo. Mas este colunista não acredita que o Supremo mude de posição
Por Carlos Brickmann
Quarta-feira, 07 de novembro de  2018
A defesa de Lula pediu ao Supremo que ele seja libertado, alegando que, ao aceitar o convite de Bolsonaro para ocupar um ministério, o juiz Moro confirmou sua parcialidade. O ministro Edson Fachin distribuiu o pedido para a Segunda Turma, composta por ele mesmo, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Cármen Lúcia. Quais as chances?
Aparentemente, não muitas. Quando Moro condenou Lula a nove anos e meio, em 2017, ninguém via em Bolsonaro um candidato viável. O Tribunal aumentou a sentença para doze anos e um mês. E os desembargadores João Pedro Gebran, Leandro Paulsen e Victor Luíz dos Santos Laus ordenaram a Moro que prendesse Lula. Em resumo, ele não é o responsável pela prisão. Só cumpriu as determinações de seus superiores.
Não é a primeira vez que a defesa de Lula tenta libertá-lo. Uma das iniciativas anteriores foi barrada porque o assunto tinha sido debatido pelo plenário do Supremo. O STJ negou habeas corpus para Lula. E o STF indeferiu os recursos que impediriam a prisão de Lula.
Claro que tudo pode acontecer. A Segunda Turma do Supremo incluía o ministro Dias Toffoli, que hoje é o presidente do Supremo. Cármen Lúcia passou para a Segunda Turma. Estará disposta a lutar pela liberdade de Lula? Toffoli, que tinha ótimas relações com o PT, votou contra Lula. É esperar ─ mas este colunista não acredita que o Supremo mude de posição.
Um sonho impossível
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, diz que “o mundo está chocado” com a nomeação de Sérgio Moro para o Ministério da Justiça. Mas não é bem assim: de acordo com o levantamento da Paraná Pesquisas, 82.6% dos eleitores apoiaram a nomeação de Moro. Houve 24,6% que acharam errada a escolha do juiz. E 2,8% não souberam responder.
Explicando-se
Em sua primeira palestra após ser escolhido por Bolsonaro, Sérgio Moro explicou como decidiu trocar a vida de juiz pela de ministro. Palestrou anteontem na Federação das Indústrias do Estado do Paraná, disse que, quando a corrupção é sistêmica, abala a confiança dos cidadãos na democracia; entretanto, completou, o hábito da corrupção só se resolve com mais democracia “Democracia é o único regime em que esses escândalos podem vir à tona”.
Moro explicou o motivo que o fez aceitar o convite de Bolsonaro. Disse que passou diversos momentos tensos durante a Lava Jato e, em muitos deles, achou que gente poderosa iria conseguir dar um fim na operação.
“Resolvi não ficar esperando o dia em que a boa sorte da Operação Lava Jato e do juiz Moro iria acabar. Quis, numa posição de poder, junto com o Governo, Congresso e sociedade civil, avançar, em vez de temer os retrocessos. É por isso que aceitei o convite”.
Dinheiro a rodo!
O presidente eleito Jair Bolsonaro mostrou que sua campanha custou bem pouco. E o que sobrou ele mandou doar ao hospital de Juiz de Fora. Uma bela iniciativa ─ mas há dinheiro sobrando no partido de Bolsonaro, o PSL.
Por ter eleito uma belíssima bancada, o PSL recebe algo como R$ 110 milhões em recursos do Fundo Partidário, Verbas públicas, claro: dinheiro meu, seu ─ coisa feia!
Coisa grande
Quanto ganham os magistrados do Superior Tribunal Militar? Não há motivo para queixas: de 29 ministros aposentados, 21 receberam entre R$ 113.351,00 e R$ 306.644,00. Naturalmente, informa o excelente site jurídico gaúcho Espaço Vital, com os penduricalhos de praxe.
Só quatro ministros recebem algo como R$ 22 mil mensais. Exatamente o salário dos ministros da ativa que não recebem penduricalhos.
Trocando em miúdos
Bolsonaro e Temer se encontram hoje em Brasília, na primeira reunião após a eleição. Temer, gentil, ofereceu a Bolsonaro um dos palácios presidenciais. Bolsonaro preferiu optar por seu apartamento ─ o que é complicado. Será preciso cuidar da segurança ─ o que, se optasse por um dos palácios, seria mais fácil, mais barato e mais seguro. A reunião com Temer está agendada para hoje, às 16h. Seria interessante que Bolsonaro optasse por um dos palácios ─ segurança nunca é demais, especialmente numa fase política tão agressiva.
Homem certo
O governador eleito de São Paulo, João Dória Jr., escolheu o ministro Gilberto Kassab para coordenar seu governo, como chefe da Casa Civil. Uma bela escolha: Kassab é extraordinariamente hábil, conhece política, tem excelente relacionamento com os políticos em geral.

Bolsonaro deve concentrar-se no enterro da política externa da canalhice
Os governos do PT foram comparsas de Hugo Chávez e Nicolás Maduro na montagem da tragédia venezuelana
Por Augusto Nunes
Quarta-feira, 07 de novembro de  2018, 07h08
Enquanto aguarda o dia da posse, Jair Bolsonaro deveria limitar suas incursões pela política externa a assuntos efetivamente urgentes. Figura nessa categoria, por exemplo, a questão da Venezuela ─ e por vários motivos. O país vizinho é flagelado por uma ditadura ainda em trabalho de parto, a economia está em adiantado estado de decomposição, multidões de venezuelanos cruzam diariamente a fronteira com o Brasil e os direitos humanos são tratados a pauladas, fora o resto. Os governos do PT foram comparsas de Hugo Chávez e Nicolás Maduro na montagem da tragédia. Cumpre ao novo governo fazer o contrário do que fizeram os arquitetos desse crime histórico.
Se o drama venezuelano requer ações urgentes, outras questões podem esperar mais tempo. Não faz sentido, por exemplo, anunciar a transferência da embaixada brasileira em Israel de Telavive para Jerusalém sem antes examinar, cuidadosamente, os possíveis efeitos da decisão sobre as relações entre o Brasil e os países árabes. Tampouco faz sentido escorregar em palavrórios que ameacem a estabilidade das relações com a China, país que se tornou o principal parceiro comercial do Brasil. Essas trapalhadas equivalem a atravessar a rua para pisar a casca de banana estendida na calçada do outro lado.
Muito mais relevante é concentrar-se no sepultamento da política externa da canalhice, adotada pelo Brasil enquanto Lula e Dilma estiveram no poder. Para tanto, basta que o presidente eleito determine ao Itamaraty que subordine suas ações não a preferências ideológicas ou parcerias cafajestes, mas aos interesses nacionais.

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