TERCEIRA EDIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, 15 DE AGOSTO DE 2018

NO UOL
Lava Jato diz que Lula transformou PF em "comitê" e pede restrição a visitas de Gleisi 
Por Nathan Lopes,  do UOL, em São Paulo 15/08/2018 12h14  Atualizada 15/08/2018 14h36 
Em documento apresentado à juíza Carolina Lebbos, a força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal) na Operação Lava Jato criticou a quantidade de visitas recebidas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na prisão. Os procuradores também pedem que a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, não faça mais parte da equipe de advogados de Lula, o que hoje permite que ela o visite a qualquer momento. Por ser ex-presidente, Lula está preso em uma sala especial na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba desde 7 de abril ."Todavia, o fato de ser executada pena restritiva de liberdade em estabelecimento especial, não significa que ao apenado seja permitido, ou assegurado indiscriminadamente, receber a visita de tantas pessoas, em qualquer dia, como vem ocorrendo", escreveram os 13 representantes da Lava Jato. A petição à juíza é datada de 28 de junho, mas tem assinatura digital de terça (14), quando foi juntada ao processo. A magistrada é a responsável pela execução da pena do petista, condenado no processo do tríplex a mais de 12 anos de prisão. 
A quantidade de visitas tem relação com a candidatura de Lula a presidente da República, que será registrada nesta quarta-feira (15) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) O petista, porém, está inelegível em função de sua condenação, confirmada pela segunda instância. Os procuradores dizem que, após analisarem a movimentação no processo de execução da pena, notaram "uma série de condutas praticadas por Luiz Inácio Lula da Silva, pessoalmente ou por meio de seus defensores constituídos, que aparentemente não estão em consonância com os limites impostos pela lei de execução penal". "Atos esses que tangenciam a prática de falta disciplinar imputável ao custodiado e que, em condições outras, poderiam redundar em imposição de sanção disciplinar", diz o MPF. 
O principal ponto reclamado é a "proliferação de advogados que estão juntando procuração aos autos da execução, todos eles parlamentares ou em postos de lideranças no Partido dos Trabalhadores", aponta o documento. Desde o início do cumprimento da pena, tornaram-se advogados de Lula o secretário de finanças do partido, Emídio de Souza, o deputado federal Wadih Damous, o ex-deputado federal Sigmaringa Seixas, além de Gleisi e do ex-prefeito paulistano, Fernando Haddad, vice na chapa de Lula ao Planalto. A Lava Jato diz que Lula transformou sua cela em "comitê de campanha". "Parece haver, em realidade, uma aparente tentativa de ludibriar as regras fixadas para visitação do encarcerado, possibilitando assim a visita em qualquer dia, desde que o visitante seja advogado", avalia a Lava Jato. "A juntada de instrumento de mandato aos autos é para o exercício da defesa nos autos judiciais da execução penal e não para o exercício de atividade política, como aparenta". Os procuradores acreditam que as ações dos políticos inscritos como advogados "não se traduzem no exercício da defesa do apenado", o que, segundo o MPF, indicaria "abuso e não uso regular das prerrogativas do advogado". Eles criticam em especial a presidente do PT, que passou a visitar Lula "com frequência inusual para quem não exerce efetivamente a defesa em autos judiciais". As visitas não têm por objetivo a defesa judicial do apenado, senão a de possibilitar, por parte de Lula, a condução e a intervenção no processo eleitoral de quem materialmente está inelegível  e pede restrição a visitas de Gleisi -  A força-tarefa pede que Gleisi seja afastada da defesa de Lula sob o argumento de que a Justiça decidiu que parlamentares não podem exercer a advocacia. Damous, com recurso, conseguiu uma liberação para visitar o ex-presidente de forma limitada. Em seu perfil no Twitter, a presidente do PT disse que "jamais se viu limitar a visita de advogado ao réu".  "Nem na ditadura!", comentou na mensagem. MPF vê abuso de Lula Para a Lava Jato, há também um "aparente abuso do exercício da liberdade de expressão e comunicação" de Lula. A equipe usa a entrevista concedida por Lula neste mês ao jornal italiano "La Repubblica"  para sustentar a tese. Segundo os procuradores, "a fonte da notícia aparenta não ter sido um meio escrito, mas sim uma gravação de áudio em que é possível revelar a preocupação com as palavras que foram ditas". "Não se trata de texto jornalístico em que o responsável pela matéria, o editor ou o articulista analisa ou relata um fato com base em relato do entrevistado, mas sim, de transcrição das palavras ouvidas do entrevistado", traz a petição do MPF. À juíza, o MPF solicita que a PF informe a "relação de dia e hora das visitas de qualquer natureza e espécie" a Lula "a fim de se comprovar se houve ou não abuso de prerrogativa". Os procuradores também querem mais detalhes sobre as "visitas de caráter religioso" em dia e horário diversos da visitação comum. A Lava Jato ainda pontua que, na PF, Lula tem condições que, como regra, são negadas à maioria dos demais presos. "Eventuais privilégios a ele concedidos, como a sala especial onde está recolhido na sede da Polícia Federal, decorrem não da pessoa, mas sim para assegurar a indevassabilidade de segredos de ex-chefe de Estado", diz a força-tarefa. Não fosse por tal circunstância, Luiz Inácio Lula da Silva já deveria estar recolhido a ambiente prisional comum, junto com os demais detentos, que também violaram a lei penal", afirmam os procuradores. Não há prazo para que a magistrada se manifeste a respeito da petição da Lava Jato.

Por causa da eleição, Moro adia para novembro interrogatório de Lula no caso do sítio 
Por Nathan Lopes do UOL, em São Paulo 15/08/2018 12h42  Atualizada 15/08/2018 14h34
O juiz federal Sérgio Moro passou de setembro para novembro o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no processo do sítio de Atibaia. Moro alegou que a data inicial, 11 de setembro, coincide com o período de campanha eleitoral. Lula, agora, encontrará o juiz em 14 de novembro. 
Apesar de inelegível  pela condenação no processo do tríplex --confirmada pela segunda segunda-instancia, Lula deve registrar nesta quarta (15) sua candidatura ao Planalto. "A fim de evitar a exploração eleitoral dos interrogatórios, seja qual for a perspectiva, reputo oportuno redesignar as audiências", diz o juiz. Moro diz que "um dos acusados foi condenado por corrupção e lavagem" e "encontra-se preso por ordem do Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região, tendo a medida sido mantida pelos Tribunais Superiores". "Apesar disso, o acusado apresenta-se como candidato à Presidência da República". O magistrado também alegou que está com diversas ações penais "com acusados presos preventivamente e que ainda não foram julgadas". Ele diz que a mudança nas datas "permitirá que o Juízo foque esforços nessas ações que, por lei, têm preferência na tramitação". Em nota, a defesa de Lula disse que "um processo criminal jamais poderia ter seus atos orientados pelo calendário eleitoral". "A mudança das datas dos depoimentos, porém, mostra que a questão eleitoral sempre esteve e está presente nas ações contra o ex-presidente Lula que tramitam em Curitiba".
Lula já foi interrogado em duas oportunidades por Moro. A primeira, em maio do ano passado, foi no âmbito do processo do tríplex, pelo qual o ex-presidente foi condenado e cumpre sua pena na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba. Em setembro de 2017, Lula foi a Curitiba para ser interrogado no processo que apura o recebimento de vantagens indevidas pelo ex-presidente com um terreno para o Instituto Lula e o aluguel de um apartamento vizinho ao em que ele vivia em São Bernardo do Campo (SP). Essa ação ainda tramita na Justiça Federal no Paraná.
Lula será interrogado fora da PF 
Após ter marcado o interrogatório de Lula pela primeira vez, Moro havia expedido um ofício para que a PF tomasse as "providências necessárias para a realização de escolta" de Lula para a sede da Justiça Federal na capital paranaense, onde será realizado o interrogatório. O pedido de Moro à PF foi reforçado nesta quarta-feira (15). Essa deverá ser a primeira vez em que o ex-presidente irá deixar a sede da PF desde que foi preso, em 7 de abril. Desde que foi preso, Lula só teve uma aparição pública, em 5 de junho, em depoimento como testemunha de defesa do ex-governador Sérgio Cabral. O encontro, feito por videoconferência direto da PF, foi marcado por piadas . No processo do sítio, é investigado se Lula recebeu cerca de R$ 1 milhão das empresas Odebrecht, OAS e Schahin por meio de obras feitas na propriedade, que era frequentada por ele e sua família. O MPF (Ministério Público Federal) diz que o sítio, registrado em nome de outras pessoas, pertence, na verdade, ao ex-presidente. A defesa de Lula nega. 

NO BLOG DO JOSIAS
Transparência de Alckmin tem um quê de fumê
Por Josias de Souza
Quarta-feira, 15/08/2018 15:52
Convocado a depor no inquérito que apura o repasse de verbas do departamento de propinas da Odebrecht para suas campanhas, Geraldo Alckmin derramou-se em elogios aos investigadores e, sobretudo, aos seus próprios dotes de homem público. O “Ministério Público é uma entidade, uma instituição de grande valor”, declarou o investigado, antes de se autoconceder um 'habeas-transparência preventivo'.
“É dever de quem está na vida pública cotidianamente prestar contas, transparência absoluta”, afirmou o presidenciável do PSDB. “Vou esclarecer o que quiserem que esclareça. As minhas campanhas sempre foram modestas e rigorosamente dentro da lei”.
Alckmin costuma reagir às investigações que o assediam com um jeitão meio blasé. Seja qual for a acusação, o tucano balança as plumas, repete que continua à disposição para prestar todos os esclarecimentos às autoridades competentes e segue adiante, como se nada tivesse sido descoberto sobre ele. O eleitor permanece no escuro.
Descontados os escândalos e personagens que pululam ao redor (Siemens, Alston, merenda, Dersa, Paulo Preto, Laurence Casagrande), continuam pairando sobre a calva de Alckmin as delações dos executivos da Odebrecht. Somaram-se a elas novas acusações de representantes da CCR, concessionária de rodovias que resultou de uma sociedade da Andrade Gutierrez com a Camargo Corrêa. Em ambos os casos os depoentes mencionaram um nome: Adhemar Ribeiro.
Adhemar é irmão de Lu, a mulher de Alckmin. No inquérito da Odebrecht, o cunhado foi apontado como intermediário do grão-tucano no recebimento de parte dos R$ 10,3 milhões em verbas de má origem providos pela empreiteira. No caso da CCR, Adhemar é mencionado como coletor de algo como R$ 5 milhões.
O nome de Alckmin soou nas delações de dois executivos da Odebrecht: Benedicto Júnior, chefe do Departamento de Operações Estruturadas, eufemismo para setor de propinas, contou que a empreiteira repassou dinheiro sujo para as campanhas de Alckmin em 2010 e 2014.
O executivo Carlos Armando Paschoal declarou que, na campanha de 2010, R$ 2 milhões foram entregues ao cunhado Adhemar. “Passei a contactar o Adhemar Ribeiro, que definia locais de entrega dos recursos. As entregas foram preponderantemente feitas no escritório dele.”
Alckmin faria um bem extraordinário a si mesmo e à sua campanha se convocasse uma entrevista coletiva para revelar ao eleitorado até onde vai o seu apreço pela prestação de contas. Precisa reagir às denúncias, nem que seja fazendo uma cara de nojo. Não basta dizer que o cunhado é rico. Convém exibir a escrituração dos milhões. Ou demonstrar que os delatores mentem.
Normalmente, o direito ao contraditório é exercido no escurinho do inquérito. Mas Alckmin pede votos para ocupar a poltrona de presidente da República. Faz isso num instante em que a plateia emite sinais de intolerância à corrupção. Ou o candidato esclarece as coisas sob refletores ou sua “transparência absoluta” terá sempre um quê de fumê.

NO O ANTAGONISTA
Os “50 mil” da marcha de Gleisi
Quarta-feira, 15.08.18 15:53
Em balanço parcial, a Polícia Militar do DF contou 10 mil manifestantes na “marcha” do PT em Brasília, relata o repórter Matheus Schuch, da rádio Gaúcha.
Os organizadores do ato falavam em “30 mil”. Mas, para Gleisi Hoffmann, ainda é pouco: ela multiplicou por cinco a estimativa da PM e tascou um “50 mil” no seu Twitter oficial.
Até o fim do dia, os petistas devem começar a falar em “milhões”.

Governador petista passa longe de ‘marcha’ de Lula
15.08.18 15:38
Camilo Santana rejeitou convite do PT para participar do registro da candidatura do inelegível Lula. É o único governador petista que não estará lá, informa Igor Gadelha em Crusoé.
Candidato à reeleição para o governo do Ceará, Santana já defendeu que o PT apoie Ciro Gomes, seu padrinho político.
Clique AQUI para ler a reportagem completa em Crusoé.

Leilão da mansão de Cabral é aberto para lances
15.08.18 15:29
Atenção, leitores abonados de O Antagonista: a mansão de Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo em Mangaratiba teve o leilão aberto hoje e já pode receber lances pela internet, pelo site Rio Leilões, informa o G1.
Cabral e Adriana disponibilizaram o imóvel como forma de colaboração com a Justiça. A casa tem 450 m², distribuídos em dois pavimentos com cinco suítes e dois quartos, mais sauna, duas piscinas e churrasqueira. Está avaliada em R$ 8 milhões.
O leilão se encerra em 4 de setembro. Se não houver nenhuma oferta, o valor cai para R$ 6,4 milhões, com novo leilão no dia 13 de setembro.
O ex-governador do Rio, hoje, está hospedado em Bangu 8 e já foi condenado a mais de cem anos de prisão.

Quem financia a ‘marcha’ pró-Lula?
15.08.18 15:23
Por Claudio Dantas
Fontes de inteligência que acompanham a manifestação de apoio a Lula em Brasília foram informadas de que a CUT é a principal financiadora do evento, mas não a única.
Para levantar recursos, as lideranças do movimento teriam feito rifas de veículos e solicitado doações de carnes a frigoríficos.
Ao todo, foram contratadas 16 empresas de ônibus de diferentes Estados, inclusive do Maranhão. Os motoristas cobraram mais caro para fazer a viagem até a capital.

Deputados no trio
15.08.18 14:46
Paulo Pimenta, Wadih Damous e Maria do Rosário colocaram o “exército” do MST para “marchar” na quente e seca Brasília, mas vão ao TSE em cima de um carro de som.

Não houve ‘abuso de autoridade’ no veto à soltura de Lula, diz Jungmann
15.08.18 14:53
Raul Jungmann respondeu hoje aos petistas que o acusaram de “abuso de autoridade” ao evitar a soltura de Lula e querem que o Congresso o convoque para “prestar esclarecimentos”.
“Não houve nenhum abuso de autoridade, muitíssimo pelo contrário. O que nós tivemos foi um conflito de competência no Judiciário, e a PF atuou exatamente no limite da lei, cumprindo-a, porque mandado judicial a gente cumpre e não discute”, disse o ministro da Segurança Pública, segundo o Estadão.
Em 8 de julho, Rogério Favreto, desembargados de plantão no TRF-4, mandou soltar o presidiário, contrariando decisão colegiada do próprio Tribunal.
A PF, subordinada a Jungmann, não cumpriu a ordem em razão de contraordens que sucederam o despacho. No fim do dia, o presidente do TRF-4, Thompson Flores, revogou a medida de Favreto.

O ‘currículo fake’ de Guilherme Boulos
15.08.18 13:27
Ao procurar desmentir o boato de que Guilherme Boulos seria funcionário fantasma da USP, o G1 acabou mostrando que o presidenciável do PSOL inseriu informações falsas em seu currículo na plataforma Lattes.
No campo “atuação profissional”, Boulos registrou vínculo com a USP e com a Escola de Educação Permanente da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Mas esse “vínculo empregatício” não existe, como explicou a assessoria de imprensa da Universidade.
O Hospital das Clínicas da FMUSP confirmou que o candidato “não tem nenhum vínculo com a instituição, não faz parte do quadro de funcionários” e que ele só atuou em alguns cursos presenciais e de ensino a distância.
A assessoria de imprensa do candidato alegou ao G1 que “o Lattes de Guilherme Boulos está desatualizado e não é editado desde 2017”. “Ele foi bolsista da Capes de 2014 a 2016 quando era aluno de mestrado na USP. É a este vínculo que o currículo se refere.”
Só que a bolsa da Fundação Capes, vinculada ao Ministério da Educação, não estabelece vínculo funcional do beneficiário com a instituição de ensino, que atua como intermediária dos pagamentos.
O registro de que foi bolsista do mestrado deveria ter sido feito no campo “Formação Acadêmica/Titulação”, e não em “Atuação Profissional”, o que sugere que ele seria professor ou funcionário da USP.

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