PRIMEIRA EDIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, 19-6-2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
TERÇA-FEIRA, 19-6-2018
Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), iniciada nesta segunda (18), para checar a cobrança de malas em viagens aéreas, deverá investigar o que esteve por trás dessa decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), conhecida pelas resoluções camaradas para as empresas do setor. Para acabar a gratuidade, a Anac prometeu redução nos preços das passagens. Lorota.

A auditoria vai verificar, por 90 dias, o que todos já sabem, apesar dos números 'mandrakes' da empresa: as passagens subiram de preço.

A presença do presidente Michel Temer, em jantar na casa de Rubens Ometto, “rei das distribuidoras de combustíveis”, dias atrás, em São Paulo, tem sido criticada por parlamentares e produtores que lutam para libertar o etanol brasileiro das garras das empresas acusadas de atuar como atravessadores. Desde 2009, estranha resolução da Agência Nacional do Petróleo (ANP), atribuída ao forte lobby dos atravessadores, proíbe o produtor de vender o etanol aos postos.

Michel Temer sancionou ontem a lei que autoriza a estatal (sim, ela existe) Pré-Sal Petróleo (PPSA) a vender petróleo, gás, etc, diretamente.

A gasolina é vendida hoje nos postos de Nova York pelo equivalente a R$2,94 o litro (US$2,97 o galão de 3.78 litros), 35% a menos que no Brasil. Lá, como aqui, o preço obedece os tais “preços internacionais”.

Atraído para jantar, sexta (15), em São Paulo, o anfitrião fez o presidente Michel Temer ficar cara-a-cara com vários banqueiros investigados, tipo André Esteves, do banco BTG Pactual.

Ex-presidente do PT, Rui Falcão é do tipo de finge não perceber a realidade: disse ao juiz Sérgio Moro, tentando defender Lula, que “não era prática do PT cometer ilícitos”. Já foram presos e condenados no Mensalão e Lava Jato três presidentes e três tesoureiros do PT.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, marcou para o período da manhã as sessões deliberativas da semana, à exceção da sexta. Em dia de jogo do Brasil até a tradicional sessão de debates foi cancelada.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, acha que Ciro Gomes “não precisa do mercado” para se eleger sucessor de Temer. Até porque, faltou dizer, vai ter grana preta do fundo eleitoral para bancar a campanha.

A Câmara torrou mais de R$ 1,5 milhão sem licitação entre janeiro e maio de 2018, para adquirir 29 mil balas .40 de treinamento e 1,5 mil cartuchos calibre 12 de alto impacto e do tipo “knock down”.

…falta no gol da Suíça não foi o empurrãozinho em Miranda, mas falta de um bom goleiro que afastasse a bola da pequena área.

NO O ANTAGONISTA
A reforma clandestina de Lula no sítio de Atibaia
Brasil Terça-feira, 18.06.18 19:32
Quando Lula visitava o sítio de Atibaia, a OAS afastava todos os operários que trabalhavam na reforma.
Foi o que disse o encarregado de obras da empreiteira, Misael de Jesus, em depoimento ao juiz Sergio Moro:
“A gente encontrava a Dona Marisa toda quarta-feira e, quando ia lá nos finais de semana, também. O Lula, eu vi duas vezes, mas ele foi mais lá. Só que quando ele ia, o caseiro Maradona dava ordem para a gente deixar o sítio. Então, eu levava toda a equipe para São Paulo e voltávamos para lá na segunda-feira.”
Ele disse também:
“Nos foi informado que reformaríamos o sítio do presidente Lula, mas pediram para a gente manter sigilo, dentro e fora da empresa, sobre isso. Não podíamos, também, usar uniforme e nem o crachá da empresa.”
Leia mais aqui.

Sítio Zeca Pagodinho
Brasil 18.06.18 20:11
O encarregado de obras do sítio de Lula, em depoimento a Sergio Moro, disse que a OAS pagava todas as despesas em espécie, a fim de esconder a real identidade do proprietário do imóvel.
O trabalho era registrado como “sítio ZP”.
Ou sítio Zeca Pagodinho.

O Amigo de Judson
Brasil 18.06.18 19:54
A vaquinha de Lula, ontem, arrecadou 1365 reais.
O presidiário passou dos 300 milhões de reais de Emilio Odebrecht para os 20 reais de Judson Moura e os 10 reais de Damiane Lemos.

Juiz nega pedido de Luleco
Brasil 18.06.18 20:08
Vallisney de Souza Oliveira, o juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, negou pedido da defesa de Luís Cláudio Lula da Silva para adiar a data do depoimento dele, marcado para o próximo dia 29, informa o G1.
O depoimento será prestado no processo da Operação Zelotes que apura irregularidades na compra de caças suecos durante o governo de Dilma Rousseff.
Lula e Luleco são réus no processo, acusados de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O sítio do presidente é o sítio do presidente
Brasil 18.06.18 21:02
Lula, em seu primeiro comentário sobre a Copa do Mundo, soltou a velha máxima:
“Treino é treino, jogo é jogo”.
Naquele mesmo instante, o encarregado de obras da OAS dizia para o juiz Sergio Moro que “o sítio do presidente” é o “sítio do presidente”.

Ex-presidente do Equador é indiciado por sequestro de opositor
Mundo 18.06.18 21:00
A Justiça do Equador autorizou o indiciamento do ex-presidente Rafael Correa na investigação do sequestro do ex-deputado Fernando Balda na Colômbia em 2012, informa a agência France Presse.
A juíza Daniella Camacho acolheu o pedido da Procuradoria e determinou que Correa, que foi morar na Bélgica depois de deixar o poder, apresente-se “a cada 15 dias” para prestar esclarecimentos sobre o caso.
Opositor do governo do então presidente, Balda afirma que estava em Bogotá em 2012 quando cinco pessoas o colocaram à força em um automóvel, que a polícia colombiana interceptou frustrando o sequestro.

MP-SP arquiva denúncia contra Mercadante
Brasil 18.06.18 20:45
O MP de São Paulo solicitou o arquivamento, por falta de provas, de uma denúncia sobre caixa dois na campanha de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo em 2010, informa a Folha.
O petista era suspeito de receber vantagens para sua campanha não registradas no TSE. A denúncia foi feita na delação premiada de Ricardo Pessoa, da UTC.
Na época, delatores da Odebrecht afirmaram que os repasses chegaram a R$ 1 milhão e teriam sido viabilizados por Edinho Silva, então tesoureiro da campanha.
O promotor eleitoral Luiz Henrique Dal Poz decidiu arquivar o caso porque, segundo ele, “não houve validação do que o delator disse”.

PF indicia Joesley e Marcello Miller por corrupção
Brasil 18.06.18 19:16
A PF indiciou o ex-procurador da República, Marcello Miller, pelo crime de corrupção passiva, informa a repórter Andréia Sadi no G1.
Outras quatro pessoas foram indiciadas por corrupção ativa: Joesley Batista e Francisco de Assis, da J&F, e as advogadas Fernanda Tórtima e Esther Flesch, que trabalhavam para o grupo.
Para o delegado da PF, Cleyber Malta Lopes, há indícios de que os quatro corromperam Miller, quando ele era procurador, para obter ajuda para delação premiada de executivos da J&F.
Malta concluiu ainda que houve omissão por parte de Joesley e Assis “sobre a real extensão dos atos praticados por Marcello Miller e a relação ilícita entre Miller e os investigados”.
Em setembro do ano passado, Rodrigo Janot pediu a rescisão das delações de Joesley e outros executivos da J&F por omissão e má-fé.
Eles teriam deixado de informar sobre a orientação prestada por Miller nas negociações enquanto ainda integrava o MP.

Nota de Marcelo Miller
Brasil 18.06.18 20:16
A defesa do ex-procurador Marcelo Miller enviou a seguinte nota sobre a notícia do indiciamento pela PF por corrupção no caso JBS:
1. Em sua atividade preparatória junto à empresa J&F, Marcelo Miller atuou em caráter privado, usando apenas seu conhecimento jurídico e sua experiência profissional, sem envolver nenhum aspecto da função pública que ainda exercia.
2. Exercia a função pública em caráter apenas residual, pois já tinha pedido exoneração e esteve em férias na maior parte do período.
3. Certidões provam que não teve nem tinha sob sua atribuição, seja na PGR, seja na PR/RJ, nenhum inquérito, processo ou investigação relativo à J&F, suas controladas ou pessoas ligadas a elas.
4. Nunca autorizou quem quer que fosse a sequer mencionar sua função pública para obter vantagem.
5. É inverossímil que alguém pudesse tentar obter vantagem com menção a sua função pública quando o encerramento dela estava marcado para breve e era de amplo conhecimento, havendo sido, inclusive, ventilado em jornal de grande circulação.
6. Não determinou nem autorizou a emissão de fatura à J&F que incluísse cobrança por sua atividade preparatória junto a essa empresa.
7. Tinha por claro que essa atividade não seria cobrada, pois informou por escrito que não estava habilitado a lançar horas de trabalho no sistema próprio de registro do escritório ao qual viria a trabalhar.
8. Nunca recebeu qualquer valor pela atividade preparatória que exerceu antes de sua exoneração. Seu contrato inviabilizava receber qualquer valor atrelado às notas fiscais emitidas pelo escritório.
9. Causa estupor que nenhum desses fatos – todos evidentes e provados – tenha sido considerado. Mas não terá sido a primeira vez que o sistema de justiça se apaixona por uma ideia e erra sobre um inocente.

PGR pede a STF que receba denúncia de 2016 contra Ciro Nogueira
Brasil 18.06.18 20:04
A PGR enviou ao STF ofício em que pede aos ministros da Segunda Turma que recebam uma denúncia contra Ciro Nogueira, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, apresentada em 2016.
O presidente do PP é acusado de embolsar R$ 2 milhões em propina da UTC Engenharia, em troca do favorecimento da empreiteira em obras do Ministério das Cidades e do Estado do Piauí.
Foram denunciados também Fernando Mesquita de Carvalho Filho, Fernando de Oliveira Hughes Filho, Sidney de Sá das Neves e Ricardo Pessoa, presidente da UTC Engenharia.
A PGR requer a perda, em favor da União, dos bens e valores objeto de lavagem de dinheiro, no total de R$ 2 milhões e mais a reparação dos danos materiais e morais no valor mínimo de R$ 2 milhões.
Pede ainda a decretação da perda da função pública para os condenados detentores de cargo ou emprego público ou mandato eletivo.

PGR PEDE CONDENAÇÃO DE GLEISI HOFFMANN
Brasil 18.06.18 19:50
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou ao STF memorial do caso que será julgado amanhã, pela Segunda Turma, pedindo a condenação de Gleisi Hoffmann, do marido Paulo Bernardo e do empresário Ernesto Kugler.
Eles foram denunciados por corrupção ativa e lavagem de dinheiro, no recebimento de R$ 1 milhão em propina proveniente de contrato com a Petrobras. O dinheiro foi usado na campanha da petista para o Senado em 2010.
A pedido de Paulo Bernardo, as entregas foram operacionalizadas pelo advogado Antônio Pieruccini, ligado ao doleiro Alberto Youssef, que viajou de carro de São Paulo a Curitiba, onde se encontrou com Ernesto Kugler e entregou o dinheiro.
A pista do repasse surgiu logo no início da Lava Jato na anotação “1,0 PB”, encontrada na agenda de Paulo Roberto Costa, o ex-diretor de Abastecimento da estatal.
No documento enviado ao STF, a PGR destaca que Gleisi e o marido cometeram ato de ofício para fins de corrupção.
“A senadora, expoente de seu partido político, locupletou-se dolosamente de todo um esquema de ilegalidades praticados na Petrobras e, também por isso, deixou de cumprir com seu dever de fiscalização”, afirma a procuradora-geral no memorial.

Acusado em caso da merenda, tucano pede anulação de ação por ‘fortes enxaquecas’
Brasil 18.06.18 19:49
Fernando Capez, ex-presidente da Assembleia Legislativa de SP, enviou a Gilmar Mendes um pedido de anulação de ação penal em que é réu no caso da máfia da merenda, informa Fausto Macedo.
No pedido, a defesa do deputado estadual do PSDB alega “estresse psicológico” e “fortes enxaquecas” em razão do que chama de “injusta acusação”.
Capez é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Operação Alba Branca, que investiga fraudes no fornecimento de sucos e merendas escolares em pelo menos 30 prefeituras paulistas e na secretaria estadual da Educação.

DF afasta diretor da Papuda após apreensão na cela de Dirceu
Brasil 18.06.18 19:32
A Secretaria de Segurança Pública do DF decidiu afastar preventivamente de suas funções o diretor do Centro de Detenção Provisória da Papuda, José Mundim Jr., informa o repórter Daniel Adjuto, do SBT.
O subsecretário do Sistema Penitenciário, Osmar Mendonça de Souza, também foi afastado do cargo.
O motivo foram as apreensões nas celas de José Dirceu, Luiz Estêvão e Geddel Vieira Lima no complexo penitenciário de Brasília, ontem.
Além do pedido para que Estevão ajudasse Dirceu a receber visitas fora do horário, foram encontrados chocolates e cinco pendrives, proibidos na cadeia. Luiz Estêvão teria tentado livrar-se de um dos pendrives jogando-o na privada.

NO BLOG DO JOSIAS
PF insinua que PGR escondeu Miller sob tapete
Por Josias de Souza
Terça-feira, 19/06/2018 04:53
O relatório da Polícia Federal sobre a dupla militância do ex-procurador Marcelo Miller deixou mal a Procuradoria-Geral da República. O texto anota que, pelo menos um membro do grupo que assessorava o ex-procurador-geral Rodrigo Janot na Lava Jato, sabia desde o início que Miller mantinha um pé no Ministério Público Federal e outro no escritório de advocacia que defendia os interesses da JBS. A despeito disso, nenhuma investigação interna foi instaurada na gestão Janot para conhecer as causas e os efeitos do jogo duplo de Miller sobre a negociação do acordo de delação que rendeu imunidade penal aos donos e executivos da JBS.
Em depoimento à PF, Miller declarou que, em março de 2017, quando ainda pertencia aos quadros do MPF, acudiu um diretor da JBS. Na sua versão, o socorro limitou-se ao exame da redação de um dos anexos do acordo de colaboração que a empresa negociava com a Procuradoria. Ele alegou ter agido por “cortesia”. Disse que não fez senão reparos “linguísticos e gramaticais.” A investigação da PF concluiu que a gentileza e a habilidade no manuseio do idioma renderam a Miller R$ 1,8 milhão. O ex-procurador foi indiciado por corrupção passiva. Três de seus benfeitores, entre eles Joesley Batista, foram incriminados por corrupção ativa.
Chama-se Cleyber Malta Lopes o delegado que promoveu os indiciamentos. É o mesmo que investiga Michel Temer no caso dos portos. Seu relatório tem 342 páginas. No pedaço dedicado à PGR, ele anota que um diretor jurídico da JBS, Francisco de Assis e Silva, e um promotor lotado na Lava Jato, Sérgio Bruno Fernandes, contaram ter tomado conhecimento, no início de março de 2017, de que Marcelo Miller ingressara no escritório de advocacia Trech Rossi e Watanabe. Souberam também que ele “passaria a atuar nos interesses da JBS.”
Promotor de Justiça no Ministério Público do Distrito Federal, Sérgio Bruno estava cedido à Procuradoria-Geral da República. Ele participara, em 2009, das investigações que resultaram na Operação Caixa de Pandora, com a prisão do então governador do DF, José Roberto Arruda. Na equipe de Janot, Sérgio Bruno participava da tomada de depoimentos dos principais delatores, entre eles Joesley Batista. Embora ele soubesse da movimentação de Miller, a coisa foi tratada com displicência na PGR até setembro de 2017, quando os delatores encaminharam provas que complementavam o acordo de colaboração.
Sem perceber, a turma da JBS incluiu no pacote entregue à PGR o áudio de uma conversa em que Joesley Batista reconheceu, entre outras coisas, que a assessoria de Marcelo Miller à JBS começou quando ele ainda pertencia aos quadros do MPF. Em reação, Rodrigo Janot pediu ao Supremo que anulasse o acordo de delação da JBS, sem prejuízo do aproveitamento das provas coletadas. Requereu a prisão dos irmãos Batista. A anulação do acordo está pendente de julgamento no Supremo. A prisão dos Batista já foi revogada.
A PF investigou o caso por ordem da presidente do Supremo, Cármen Lúcia. O relatório com os indiciamentos foi enviado à Suprema Corte na noite desta segunda-feira. Sem poderes para esquadrinhar a atuação de procuradores, a PF remeteu cópia para Raquel Dodge. Não há, por ora, vestígio das conclusões da apuração interna instaurada pela sucessora de Janot na chefia da PGR.
O grande problema das encrencas empurradas para baixo do tapete é que a realidade continua a transitar em cima do tapete. E os acobertados nem sempre ficam quietos. A Procuradoria-Geral da República precisa esclarecer qual foi a extensão do estrago promovido pelo ex-procurador Marcelo Miller. A essa altura, a presunção de que a plateia é feita de bobos ofende a inteligência alheia.

Condenação de Gleisi deixaria PT mais coerente
Josias de Souza
19/06/2018 00:37
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal julga nesta terça-feira o processo em que Gleisi Hoffmann, a presidente do PT, é acusada de desviar R$ 1 milhão em verbas roubadas da Petrobras para sua campanha ao Senado em 2010. Gleisi é acusada de corrupção e lavagem de dinheiro. Será o segundo julgamento no Supremo de uma pessoa encrencada na Lava Jato. No primeiro, o deputado Nelson Meurer, do PP, foi condenado a 13 anos, 9 meses e 10 dias de cadeia.
A proximidade do julgamento levou Gleisi a diversificar o repertório de temas que trata nas redes sociais. Antes, a senadora dedicava 100% de suas manifestações à defesa da inocência de Lula e do direito do presidiário de concorrer ao Planalto. Agora, ela se iguala ao grande líder, autodenominando-se mais uma vítima da mesma engrenagem que produz delações sem provas para moer o PT.
A eventual condenação de Gleisi aprofundaria o abismo petista, tornando o PT mais coerente. Com filiados ilustres atrás das grades e um candidato à Presidência ficha-suja, a legenda teria no comando uma condenada por corrupção em última instância. Mas a firmeza com que Gleisi se diz “perseguida” parecer afastar essa possibilidade. Uma característica curiosa da corrupção se observa no PT. Os corruptos estão sempre nos outros partidos.

Penteado de Neymar seria barrado por Saldanha
Por Josias de Souza
Segunda-feira, 18/06/2018 20:22
Se estivesse dentro dos sapatos de Tite, o cronista e técnico de futebol João Saldanha (1917—1990) não escalaria o topete loiro de Neymar. Como treinador do Botafogo, Saldanha foi Campeão Carioca de 1957. Jogavam no seu time Nilton Santos, Didi e Garrincha. No comando da seleção, Saldanha convocou e classificou o time tricampeão de 1970. Foi com essa biografia notável que o personagem ensinou: cabeça de jogador de futebol é “ferramenta”, não plataforma de ostentação de penteados.
“Na seleção, sou radicalmente contra, não dá”, declarou Saldanha, referindo-se aos cabeludos. Queixava-se, por exemplo, do estilo black power. Dizia que a cabeleira alta amortecia a bola. Preferia o “coco bem raspadinho”. Saldanha dizia que sua preocupação era estritamente técnica. “Se eles gostam, faz umas perucas. Na hora do serviço usa uma ferramenta, na hora do rebolado usa outra, compreendeu?”
Numa concentração de jogadores sob o comando de Saldanha, cabeleireiro só seria admitido para passar as cabeleiras de Marcelo e Willian na máquina zero, jamais para adornar o “coco” de Neymar com uma uma juba amarela. A Copa do Mundo é ''hora do serviço''. A julgar pela aparência que ostentava nesta segunda-feira, Neymar, com cabelos mais comportados, aderiu à tese de Saldanha.

Rui Falcão deve levar muitos sustos no espelho
Josias de Souza
18/06/2018 15:57
Ex-presidente do PT, Rui Falcão prestou depoimento como testemunha de defesa de Lula no julgamento sobre o sítio de Atibaia. Soou como se imaginasse que, com boa propaganda, Sergio Moro acreditaria em ovo sem casca, em PT sem fisiologismo e na perseguição política a Lula. Deu errado. “Não é propaganda política aqui, senhor Rui”, avisou o juiz da Lava Jato.
O depoimento durou apenas sete minutos. Apenas Cristiano Zanin, advogado de Lula, animou-se a inquirir Falcão. A testemunha disse que não tomou conhecimento da distribuição de cargos no governo em troca de vantagens. Afirmou desconhecer a compra de apoio no Legislativo. ''Nunca tomei conhecimento disso. E não creio que isso tenha ocorrido porque não era da nossa prática, do PT, comprar apoios ou praticar atos ilícitos.''
As palavras de Falcão não fizeram sumir as evidências de que o sítio de Atibaia, usado por Lula como se fosse o dono, foi reformado por corruptores do porte da Odebrecht e da OAS. Mas serviu para mostrar que o ex-presidente do PT não é mais o mesmo.
Falcão confunde falta de memória com consciência limpa. Já não se lembra dos embates que travou com o PMDB e outros aliados pela partilha de nacos do Estado. Sumiu-lhe da lembrança o Mensalão. Acha que Petrolão é um barril grande. Falcão já não conhece nem a si próprio. Deve levar sustos frequentes no espelho.

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