PRIMEIRA EDIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, 11-6-2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEGUNDA-FEIRA, 11 DE JUNHO DE 2018
Nem parece que a Segurança do Rio de Janeiro está sob intervenção federal. A sensação na cidade é de fracasso. Rezando para não se surpreender em meio a arrastões ou tiroteios, hoje, como antes, a população conta apenas com os policiais militares e civis na linha de frente na guerra contra os bandidos. Como sempre, são mortos quase diariamente. Só este ano, já são 60 os policiais mortos, 47 baleados.

O ministro Torquato Jardim (Justiça) denunciou em outubro que “os comandantes da PM são sócios do crime”. Não se fala mais nisso.

Na rotina do crime, bandidos bloqueiam túneis para fazer arrastão, fecham o aeroporto e até o bondinho do Pão de Açúcar. Que vexame.

Em 2017 foram registradas 134 mortes de policiais militares no Estado do Rio, 71 deles assassinados na capital.

Com a sensação de insegurança confirmada nos relatos das vítimas, perdem sentido as estatísticas cor-de-rosa de “queda” na criminalidade.

Antes da crise, a Petrobras valia R$357,2 bilhões, mas as quedas nas ações fizeram o valor de mercado da estatal cair a R$ 215,7 bilhões.

A previsão de gastos para pagar salários, auxílios e penduricalhos dos mais de 633 mil funcionários públicos federais dos três Poderes supera R$320 bilhões este ano, fortuna grande o suficiente para se comprar outra Petrobras, passando troco. Com queda no valor de mercado da estatal devido à greve de caminhoneiros e à queda de Pedro Parente no comando da estatal, seria possível para comprar 1,5 Petrobras.

A Constituição limita o salário no serviço público a R$ 33,7 mil, mas os penduricalhos ficam de fora do teto, que é sempre desrespeitado.

O acordão entre governo e caminhoneiros gerou uma conta de R$10 bilhões ao contribuinte: quase 5% do valor total da Petrobras.

O projeto que autoriza comerciais em rádios comunitárias é produto da esperteza. Só os tolos acreditaram na lorota de que essas rádios eram para entidades sem fins lucrativos. Logo foram capturadas por políticos.

O primeiro ato do novo ministro da Secretaria Geral da Presidência, Ronaldo Fonseca, suspendeu as regalias de ex-presidente para Lula, o presidiário: dois carros com motoristas e seis servidores pagos por nós.

O mercado financeiro teme que a privatização da Eletrobras tenha subido no telhado. Por isso, as ações da Eletrobras na Bolsa perderam mais de 30% do valor nos últimos 30 dias.

Os gastos de deputados e senadores com ressarcimento de despesas, em 2017, superaram os R$ 252 milhões. Eles têm uma espécie de cheque especial de R$45 mil mensais bancados pelo contribuinte.

…faltam menos de 4 meses para a eleição e ninguém sabe quem serão os candidatos.

NO BLOG DO JOSIAS
Pessimismo com economia carboniza Meirelles
Por Josias de Souza
Segunda-feira, 11/06/2018 04:50
Henrique Meirelles, o presidenciável do MDB, precisa se benzer. No domingo, 10, descobriu que dispõe no máximo de 1% das intenções de voto, que a impopularidade de Michel Temer explodiu para 82% e que 92% dos eleitores jamais votariam num candidato apoiado pelo presidente. Nesta segunda, o Datafolha informa que 72% dos brasileiros avaliam que a situação da economia piorou nos últimos meses. O novo dado cai sobre o projeto presidencial do ex-ministro da Fazenda como uma espécie de pá de cal.
Antes de tomar conhecimento do mau humor do eleitorado com a economia, Meirelles dera de ombros para as informações de domingo. Dissera que a rejeição a Temer não afeta sua candidatura. Como assim? “Minha campanha é baseada em meu histórico e nos resultados específicos do meu trabalho…” De resto, afirmara estar seguro de que seu prestígio pessoal subirá quando puder exibir sua biografia e seu trabalho na propaganda eleitoral no rádio e na TV, que começa em 31 de agosto.
A pior forma de lidar com uma urucubaca é tentar ignorá-la. A verdade é que a situação política de Meirelles, que era ruim, ficou muito pior. Piorou tanto que acabou ficando simples como o ABC. A, Meirelles não tem votos; B, arrasta a bola de ferro do governo Temer; C, quando ficar mais conhecido, todos saberão que, no governo do presidente reprovado por 82%, o candidato comandou a economia que sete em cada dez eleitores dizem ter piorado. Até explicar que a coisa já esteve pior e começou a regredir por culpa de Temer, a campanha já passou.
Milionário, Meirelles faz campanha tirando dinheiro do próprio bolso. A essa altura, o melhor que poderia suceder ao economista seria o MDB desistir da candidatura dele. Do contrário, o ex-ministro da Fazenda descobrirá que, das várias maneiras para se atingir o desastre, o vínculo com o governo Temer é a mais rápida; a traição do PMDB, a mais dolorosa; e o autofinanciamento eleitoral, a mais cara.
Ou Meirelles se dá conta de que sua candidatura, carbonizada pela conjuntura, foi à breca ou vai acabar provando que um bom economista não passa de um ficcionista que venceu na vida.

Com 3% de aprovação, Temer virou um presidente no limite da margem de erro
Por Josias de Souza
Domingo, 10/06/2018 17:31
Michel Temer terá saudades do tempo em que se autoproclamava um “vice decorativo”. O Brasil ia a pique, mas ele, aliviado, podia botar a culpa em alguém. Hoje, autoconvertido no presidente mais impopular da História, Temer enxerga o culpado no espelho. Numa pesquisa com margem de erro de 2 pontos percentuais, Temer obteve a aprovação de 3%. Oito em cada dez brasileiros abominam seu governo. Um candidato apoiado abertamente pela alma penada do Planalto entra na corrida presidencial rejeitado por 92% do eleitorado.
Um presidente assim, reduzido a uma condição análoga à de lixo hospitalar, já não pode nem mesmo cultivar a ilusão de que preside. Até maio de 2017, Temer degustava a expectativa de que o PIB chegaria ao segundo semestre de 2018 bombando, a caminho de um crescimento anual acima dos 3%. Nada mal para um governo que herdara a ruína de Dilma Rousseff (queda de – 7,2% do PIB no biênio 2016-2016). Mas sobreveio o grampo do Jaburu. E tudo virou epílogo no enredo do governo Temer, que passou a ser presidido pelas circunstâncias. Após insultar a ética, o pseudo-presidente começou a comprometer a tênue recuperação econômica. O PIB de 2018 já é projetado abaixo de 2%.

Suprema ironia: a exemplo do que fazia Dilma, Temer e seus operadores já esboçam desculpas escoradas em fatores externos. Os Estados Unidos crescem além do esperado. Para conter a inflação, o banco central americano eleva os juros. Com isso, investidores que buscavam lucro fácil em mercados como o brasileiro passam a preferir a segurança dos papéis americanos, num movimento que sobrevaloriza o dólar. Tudo isso existe. Mas o que potencializa a crise no Brasil é a presença no Planalto de um personagem radioativo, com a autoridade estilhaçada e os aliados em fuga. Um presidente assim, fabrica crises, não soluções.
Encurtaram-se os horizontes de Temer. O próximo presidente será empossado apenas em 1º de janeiro de 2019. Contudo, terá de governar assim que sair o resultado do segundo tuno das urnas, em 28 de outubro. A nova administração será compelida a antecipar o esforço para a restauração dos signos do Poder. O sucessor de Temer terá de agir já na fase de transição. A crise pode exigir, por exemplo, a antecipação do nome do futuro ministro da Fazenda.
Quanto a Temer, terá de se habituar a uma rotina constrangedora. Um presidente cuja impopularidade roça a margem de erro das pesquisas arrisca-se a ser barrado pelo porteiro do Planalto, que passará a exigir um crachá. De volta ao Jaburu, Temer será mordido pelo cachorro da família. Seus seguranças cairão na gargalhada. Ao acordar, o presidente pedirá um café. E iniciará a leitura dos jornais pela sessão de empregos. O advogado telefonará para avisar que o Supremo quebrou o sigilo do boletim escolar de Michelzinho. No final da manhã, o garçom trará o cafezinho do presidente. Gelado.
De resto, o interesse de Temer pela qualidade do sistema prisional do País tende a aumentar na proporção direta da aproximação do final do seu mandato.

NO O ANTAGONISTA
Lula cai
Brasil Segunda-feira, 11.06.18 06:54
Jair Bolsonaro superou Lula nos votos espontâneos (releia aqui).
A Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira, destacou outro fato:
“Quando os eleitores expressam preferências espontaneamente, sem analisar a lista de candidatos, o petista só é mais lembrado do que Jair Bolsonaro no Nordeste e pelos que têm renda mais baixa — e as menções a Lula caíram nos dois segmentos desde abril.”

Bolsonaro contra Bolsonaro
Brasil 11.06.18 06:39
Só Jair Bolsonaro pode derrubar Jair Bolsonaro.
A Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira, cita algumas de suas frases sobre controle demográfico.
Leia aqui:
“Já está mais do que na hora de discutirmos uma política que venha a conter essa explosão demográfica, caso contrário ficaremos apenas votando nesta Casa matérias do tipo Bolsa Família, empréstimos para pobres, vale-gás, etcetera”.
E mais:
“Não adianta nem falar em educação porque a maioria do povo não está preparada para receber educação e não vai se educar. Só o controle da natalidade pode nos salvar do caos”.
E mais:
“Tem que dar meios para quem, lamentavelmente, é ignorante e não tem meios para controlar a sua prole. Porque nós aqui controlamos a nossa. O pessoal pobre não controla”.
E mais:
“Defendo a pena de morte e o rígido controle de natalidade, porque vejo a violência e a miséria cada vez mais se espalhando neste País. Quem não tem condições de ter filhos não deve tê-los. É o que defendo, e não estou preocupado com votos para o futuro”.
O futuro chegou e Jair Bolsonaro pode perder votos do eleitorado mais pobre quando isso for mostrado na TV, sem possibilidade de réplica.

O fim de Temer
Brasil 11.06.18 06:16
A economia piorou para 72% dos brasileiros, segundo o Datafolha.
E melhorou para apenas 6%.
Os governistas esperavam que a retomada da economia fosse engavetar as denúncias contra Michel Temer e alavancar sua popularidade.
Ocorreu o contrário.
A PF seguiu o rastro da propina do coronel Lima e Michel Temer se tornou o presidente mais detestado de todos os tempos.
Se os governistas quiserem se reeleger, precisam afastá-lo do Palácio do Planalto o quanto antes.

Putin está adorando o barraco do G7
Mundo Domingo, 10.06.18 21:38
Os integrantes do G7 negociaram até a última hora para que Donald Trump assinasse o comunicado final do grupo que reúne os países mais industrializados do mundo.
Trump embarcou para Cingapura antes de a reunião acabar (o que já foi considerado um tapa na cara dos aliados) e, em pleno voo, disparou o tuíte insultuoso contra o canadense Justin Trudeau, o anfitrião do G7, como noticiamos mais cedo. Afirmou que não vai assinar nada por causa do protecionismo canadense contra produtos americanos.
A Alemanha considerou o tuíte “deprimente e decepcionante”. A França afirmou que era “incoerente e inconsistente”.
Vladimir Putin está adorando o barraco do G7. A Rússia está ganhando a Copa que realmente interessa.

Escândalo do DER no Paraná pode ser maior do que o anunciado
Brasil 10.06.18 21:00
O escândalo do DER no Paraná durante o governo de Beto Richa pode ser maior do que o anunciado, publica Lauro Jardim em O Globo.
“A avaliação dos procuradores é que a encrenca paranaense é apenas a ponta de um novelo que irá se desenrolar por todo o Brasil”.
A investigação tem como foco a apuração de casos de corrupção ligados aos procedimentos de concessão de rodovias federais no Estado do Paraná que fazem parte do chamado Anel da Integração.

PSDB minimiza fracasso eleitoral de Alckmin
Brasil 10.06.18 19:42
Com um dos índices mais baixos para um tucano em quase 30 anos, o PSDB tentou minimizar a pesquisa Datafolha que mostra Geraldo Alckmin com 7% das intenções de voto.
“O brasileiro, a maioria esmagadora do eleitorado, não está nem aí para a eleição neste momento (…).
O cidadão médio está preocupado em ter auxílio, melhorar no trabalho, achar emprego, jogar pelada no fim de semana. Eleição não está no cardápio de 90% dos brasileiros”, disse o deputado Marcus Pestana, secretário-geral do PSDB.

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