TERCEIRA EDIÇÃO DE 26-02-2018 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO O ANTAGONISTA
PGR rescinde acordo de Wesley Batista
Brasil Segunda-feira, 26.02.18 15:15
Em nota, a PGR informou que decidiu rescindir os acordos de colaboração premiada de Wesley Batista e do diretor jurídico da J&F, Francisco de Assis e Silva.
“A providência foi tomada no âmbito de um procedimento administrativo e é decorrente da constatação de que, assim como Joesley Batista e Ricardo Saud – que já tiveram os acordos rescindidos –, os dois descumpriram os termos da colaboração ao omitirem, de forma intencional, fatos criminosos dos quais tinham conhecimento no momento do fechamento dos acordos firmados com o Ministério Público Federal”, escreveu Raquel Dodge.
A decisão foi enviada ao STF para homologação.

Atuação de Miller levou PGR a anular delação
Brasil 26.02.18 16:08
No procedimento em que anulou a delação premiada de Wesley Batista e Fernando de Assis e Silva, Raquel Dodge escreveu que todos – os dois, mais Joesley Batista e Ricardo Saud – omitiram a participação do ex-procurador Marcello Miller nos acordos.
Mensagens em um grupo de WhatsApp, de acordo com a PGR, mostram que os executivos da J&F tinham conhecimento da situação de Miller, que, segundo a apuração, agiu dos dois lados do balcão — era membro do MPF e, ao mesmo tempo, advogava para o grupo.
A PGR afirma ainda que a assessoria técnica prestada por Miller aos executivos da J&F lhe renderia R$ 700 mil.

Jaques Wagner indiciado pela PF
Brasil 26.02.18 14:51
A PF indiciou criminalmente Jaques Wagner por recebimento de propina nas obras do estádio da Fonte Nova.
O Estadão informa que foram enquadrados também o secretário da Casa Civil da Bahia, Bruno Dauster, e Carlos Daltro, ambos ligados à OAS.

JAQUES WAGNER DESVIOU 82 MILHÕES DE REAIS
Brasil 26.02.18 12:01
Jaques Wagner é acusado de ter desviado 82 milhões de reais no estádio da Fonte Nova.
A delegada Luciana Matutino disse:
“Apesar de não assinar o contrato, [Wagner] mantinha todo o poder decisório. Ele tinha o poder de revisar os custos do contrato, de decidir quem fiscalizava e ainda optou por não revisar os custos, não cobrar das empresas os valores. (…) E designou pra fiscalização uma secretaria que não tinha nenhum know-how pra realizar a fiscalização”.

Omãeó
Brasil 26.02.18 12:28  
Jaques Wagner, segundo a PF, recebeu 82 milhões de reais de Cláudio Melo Filho, operador da Odebrecht.
O valor é muito mais alto do que se supunha.
Releia o que O Antagonista publicou em 2016 sobre o assunto (aquiaqui, aqui e aqui).
A delegada Luciana Matutino disse que o dinheiro vivo era entregue a dois prepostos de Jaques Wagner: o atual secretário da Casa Civil da Bahia, Bruno Dauster, e o empresário Carlos Daltro.
Só uma vez a propina foi entregue diretamente na casa da mãe de Opaió.

Propina de R$ 82 mi para Wagner é ‘factoide’, diz advogado
Brasil 26.02.18 14:52
Pablo Domingues, o advogado de Jaques Wagner, disse que as suspeitas da PF na Operação Cartão Vermelho, como a propina de R$ 82 milhões para o petista, são “factoides” e “inverdades”.
“A gente ainda não teve acesso integral ao inquérito. Do que a gente tem conhecimento é que esses valores são valores feitos de modo aleatório, há uma fragilidade na elaboração dessas contas. São factoides, são inverdades. Ele está muito tranquilo com relação a isso, porque jamais houve essa situação”, disse Domingues, conforme o relato do Estadão.

Governador da Bahia ataca a PF e a TV Globo
Brasil 26.02.18 13:57
Rui Costa atribuiu a batida na casa de Jaques Wagner a uma parceria entre a PF e a TV Bahia, afiliada da Rede Globo:
“Até me estranho uma das TVs ter tido acesso privilegiado em relação ao resto da imprensa a essa informação e ter chegado uma hora antes nos locais aonde a Polícia chegou pra executar a operação. Então, nitidamente, essa TV teve a informação não sei quantos dias antes. O que mostra que essa é uma operação casada, com uma linha midiática da propaganda negativa no ano eleitoral.”
A propina de Jaques Wagner foi delatada em 2016. Se a TV Bahia chegou uma hora antes da batida policial, pode-se dizer a viatura chegou com um ano e meio de atraso.

Quem tem mãe não precisa de doleiro
Brasil 26.02.18 13:16
O superintendente da PF na Bahia, Daniel Justo Madruga, explicou porque Jaques Wagner mandou entregar propina na casa de sua mãe:
“Um empresário da Odebrecht entregou dinheiro, segundo as delações, na casa da mãe dele, por indicação dele. Ele deu o endereço da mãe para que fosse entregue lá (…). Os doleiros aqui em Salvador não teriam capacidade de entregar tal quantia e por isso teria sido feito um pagamento no Rio de Janeiro”.

Jaques Wagner é OAS
Brasil 26.02.18 13:06
A PF tentou prender Jaques Wagner e o secretário da Casa Civil de Rui Costa, Bruno Dauster.
O Antagonista, dois anos atrás, publicou o seguinte post sobre ele:
“Jaques Wagner, quando governador da Bahia, contratou como chefe de gabinete da Casa Civil o executivo Bruno Dauster, ex-diretor da OAS que trabalhou por duas décadas na empreiteira.
Dauster foi promovido a secretário da Casa Civil de Rui Costa, que Wagner transformou em sucessor. Durante 2014, Costa teve como secretário de Desenvolvimento outro ex-diretor da OAS: Manuel Ribeiro Filho.
A OAS e o PT da Bahia são uma coisa só.”
Quando é que Raquel Dodge vai assinar o acordo de delação com a OAS?

Cartão Vermelho: “O consórcio não tinha sequer patrimônio”
Brasil 26.02.18 12:41
A delegada da Polícia Federal, Luciana Matutino, em coletiva sobre a Operação Cartão Vermelho, disse que as investigações apontam para o direcionamento da licitação da Arena Fonte Nova, no sentido de favorecer a OAS e a Odebrecht.
“O consórcio não tinha sequer patrimônio, foi uma empresa criada para essa licitação.”
A licitação, acrescentou a delegada, foi direcionada no âmbito da governadoria.

Cartão Vermelho: “Decisões políticas estavam em nível de hierarquia superior”
Brasil 26.02.18 12:30
Na coletiva para detalhar a Operação Cartão Vermelho, a Polícia Federal confirmou que foram cumpridos 7 mandados de busca e apreensão, todos em Salvador. Os policiais estiveram, por exemplo, na governadoria e na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, pasta comandada por Jaques Wagner.
Laudos, segundo a PF, já comprovam que houve superfaturamento na construção da Arena Fonte Nova.
Os indícios também são grandes de que “as decisões políticas estavam em um nível de hierarquia superior” às decisões técnicas.

Jaques Wagner: “São relógios absolutamente simples”
Brasil 26.02.18 16:20
Jaques Wagner, principal alvo da Operação Cartão Vermelho, convocou a imprensa para uma coletiva e disse, entre outras coisas, o que levaram de seu apartamento durante o mandado de busca e apreensão:
“Levaram o Ipad, um computador no escritório que eu nunca usei e a escritura pública do meu apartamento e da chácara que tenho em Andaraí.”
O ex-governador e atual secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia também fez um comentário sobre os 15 relógios levados por agentes da Polícia Federal.
“Espero que ela [a delegada] mande periciar, porque ela disse que são objetos luxuosos. Na perícia, seguramente ela vai ver o valor dos relógios. São relógios absolutamente simples, eu gosto de relógios. Não tem nenhum luxo. Acho estranho ela ter dito isso sem ter feito perícia nenhuma.”

Bretas não é grevista
Brasil 26.02.18 14:37
O juiz Marcelo Bretas não vai participar da greve pelo auxílio-moradia, diz Lauro Jardim.
Faz muito bem.

“Hoje, ninguém é intocável”
Brasil 26.02.18 13:38
O procurador Carlos Fernando Lima, um dos coordenadores da força-tarefa da Lava Jato, disse hoje em um seminário, em Vitória, sobre combate à corrupção:
“Ninguém se acha mais capaz de escapar da Justiça. Se nós conseguimos a condenação, por exemplo, do ex-presidente Lula, nós conseguimos provar que é possível ter uma justiça criminal para todos no Brasil”.
E mais:
“Hoje, ninguém é intocável.”

NO RADAR ON-LINE
Ex-ministro de Dilma acabou com a esperança de Lula para 2018
Recado objetivo: 'Presidente, você está inelegível'
Por Gabriel Mascarenhas
Segunda-feira, 26 fev 2018, 12h49 - Publicado em 26 fev 2018, 11h30
Coube a Eugênio Aragão, ex-procurador da República e ministro da Justiça nos estertores do governo de Dilma, trazer Lula à realidade.
Logo após ser condenado em segunda instância, o petista teve uma conversa franca com Aragão, doutor em Direito pela Universidade alemã Ruhr-Universität Bochum.
Na ocasião, o ex-presidente ouviu do amigo e especialista: “Esqueça candidatura, presidente. Com essa decisão do Tribunal, você está inelegível”.

NO BLOG DA VILMA GRYZINSKI
Prefeita nua e governador vestido: dois casos, duas medidas
Quem errou mais? Prefeita que debitava despesas do amante no costas do público ou governador que tirou foto da amante sem roupa?
Por Vilma Gryzinski
Segunda-feira, 26 fev 2018, 14h34 - Publicado em 26 fev 2018, 14h32
Como acontece no Brasil, cada mosca que voa no céu da política americana atualmente é vista à luz da eleição de novembro, quando os democratas sonham retomar a maioria na Câmara dos Deputados e, assim, sabotar o governo Trump.
Como não são moscas, mas casos extraconjugais que voam em duas localidades americanas, a coisa fica mais interessante.
O primeiro envolve a prefeita de Nashville, Megan Berry, uma exceção democrata num Estado, Tennessee, onde Donald Trump levou 60% dos votos em 2016.
Megan teve um caso com Robert Forrest, sargento de polícia encarregado de sua segurança. Durante dois anos, fez viagens nacionais e internacionais com o amante. Washington, Nova York, Denver, Paris e Atenas. Levou 33 mil dólares em diárias de viagem.
Tem mais. Em horas extras, somou no ano passado a espantosa quantidade de 205 dias e mais 50 mil dólares bancados pelos pagadores de impostos, claro. Fora o salário de 84 mil dólares.
Só faltou o vídeo na lancha, mas chegou perto. Como os dois estão sendo investigados, seus celulares foram requisitados. Tentaram apagar as mensagens, como aquele desconhecimento movido a desespero que afeta até profissionais do ramo.
Em duas fotos recuperadas, aparece “uma mulher” sem roupa, extremamente parecida com Mega - relevantes para o inquérito porque foram feitas durante horário de trabalho do sargento Forrest.
“Nada indica que houve violações da lei de minha parte. Se houve violações, foram contra meu direito à privacidade”, disse a prefeita.
Ela é casada com um professor universitário e em julho do ano passado, perdeu o único filho, Max, de 22 anos, que morreu por overdose de drogas.
A prefeita diminuiu até a dimensão indescritível de uma tragédia desse tipo. Quando apareceram tapes de câmeras de segurança mostrando inúmeras visitas que fazia logo de manhã, com o sargento e no SUV oficial, a um cemitério de Nashville, ela disse que ia para “refletir”. Ou então “fazer telefonemas” e “ver e-mails”.
A mulher de Forrest, mais jovem e mais loira do que Megan, pediu divórcio. O marido da prefeita, Bruce, está segurando.
“Sei que Deus vai me perdoar, mas Nashville não tem que fazer isso. Espero reconquistar a confiança de vocês”, apelou a prefeita quando o caso foi revelado, em 31 de janeiro deste ano.
Alguns cidadãos, algo cínicos, disseram que seria bom Megan também mandar, além das desculpas, um cheque bem polpudo, cobrindo as despesas do amante bancadas pelos munícipes.
Num clássico do princípio de um peso e duas medidas, o New York Times fez uma reportagem quase chorosa sobre a “linguagem de total disposição emocional” da prefeita, uma mulher que “abraça crianças de escola, parece genuinamente feliz nos desfiles e festivais da cidade e sofre quando adolescentes de Nashville são mortos a bala”.
Onde está o jornal valente que denunciou poderosos por abusos sexuais cometidos em posição de poder? Que cobra, com toda razão, satisfações sobre vôos fretados para viagens a trabalho de membros do governo Trump? Que já editoralizou sobre a “moralidade negociável” de Donald Trump, entre outros inúmeros defeitos, reais ou exagerados do presidente?
Algo desse espírito de pitbull aparece na cobertura sobre o caso extraconjugal do governador do Missouri, Eric Greitens.
Ex-integrante dos Seals, a força de elite da Marinha, e ganhador da bolsa Rhodes, o que o coloca no topo da elite mundial num amplo leque de habilidades, Greitens resolveu entrar para a política e logo de cara foi eleito governador pelo Partido Republicano.
Logo de cara também quebrou a cara. Comprou inimigos dentro do partido com métodos de terra arrasada – para políticos acostumados à negociação de bastidores. Deixou muita gente feliz quando foi indiciado e fichado num desdobramento de um caso extraconjugal que teve antes de ser eleito.
Segundo a cabeleireira que não pode ser identificada, Greitens a convenceu a ter os pulsos amarrados com fita e os olhos vendados. Nessa posição, nua, foi fotografada como “garantia” de que nunca revelaria o caso.
Obviamente, não deu certo. Greitens foi enquadrado por invasão de privacidade, no caso por ter tirado uma foto sem consentimento de alguém sem roupa. O caso abre um amplo espaço para discussão jurídica, uma vez que o relacionamento dos dois era por mútuo acordo.
Politicamente, Greitens está lascado. Claire McCaskil, senadora pelo Missouri da ala mais à esquerda do Partido Democrata, não está com a reeleição garantida, mas pode tirar partido de seu histórico como promotora especializada em casos de crimes sexuais.
No momento, é considerado difícil que o Partido Republicano perca a maioria no Senado, mas na era Trump tudo muda em ciclos quase diários. Também não é inconcebível que os republicanos aumentem o número de senadores, o que seria um alívio para Trump.
No Tennessee, a disputa está embolada na eleição para a Câmara e o Senado. Prefeitos peso pluma como Megan Berry têm pouca influência em eleições legislativas, mas um caso envolvendo sexo e corrupção não ajuda muito.
Mesmo que a prefeita e o governador não estejam disputando reeleição, não deixará de fazer parte da disputa uma questão difícil. O que é mais errado: tratar como pecadilho perdoável uma política que usa dinheiro público para bancar encontros com o amante ou pedir a cabeça de um governador que fotografou a amante nua para forçar seu silêncio?

NO BLOG DA LILLIAN WITTE FIBE
Mas que matriarcado!
Corrupção na Bahia: depois da mãe octogenária de Geddel, a do dinheiro no closet, hoje surge outra mãe, a de Jaques Wagner. E ele tinha 15 relógios de luxo!
Por Lillian Witte Fibe
Segunda-feira, 26 fev 2018, 14h33 - Publicado em 26 fev 2018, 14h30
Primeiro foi a mãe de Geddel Vieira Lima, Marluce, 80 anos (aquela do dinheiro guardado no closet), que apareceu no noticiário policial da corrupção. Segundo a Procuradoria-Geral da República, que a acusa pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, Marluce tem papel ativo na roubalheira que já mandou pra prisão o filho mais famoso.
E não é que hoje vemos a casa de outra mãe do alto clero da política baiana mencionada em operação da Polícia Federal?
O ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, do PT, sempre mencionado como possível candidato a presidente se Lula não concorrer, é investigado por propina nas obras do estádio Arena Nova.
O principal delator da operação “Cartão Vermelho”, disse que entregou parte da propina na casa da mãe de Wagner, no Rio.
Outra coisa: não é no mínimo estranho que uma pessoa que tenha começado a vida como técnico petroquímico num subúrbio ferroviário de Salvador tenha 15 relógios de luxo em casa?
Na relação de objetos apreendidos pela PF hoje, durante a busca no apartamento onde mora o ex-governador e atual secretário de Estado, em bairro nobre de Salvador, estão 15 – quinze – relógios considerados de luxo.


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