PRIMEIRA EDIÇÃO DE 07-02-2018 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUARTA-FEIRA, 07 DE FEVEREIRO DE 2018
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, manteve silêncio, porque não tem o que dizer, mas sua assessoria criou uma explicação bizarra para o fato de a gasolina brasileira custar R$2,45 (aditivada, R$2,62) em postos da BR no Paraguai, e até R$5,11 no Brasil. O flagrante viralizou na internet, provocando revolta. Para explicar a exploração no Brasil, a estatal diz praticar “preços internacionais”, mas curiosamente recorre a fatores internos para justificar os baixos preços lá fora.

A Petrobras acha que a gasolina é mais cara no Brasil por culpa dos impostos, da adição de etanol e dos lucros das distribuidoras e postos.

A Petrobras aumentou a gasolina por 13 semanas consecutivas, e seu presidente se especializa em desculpas bizarras para explicar isso.

A inútil Agência Nacional do Petróleo (ANP), claro, lava as mãos: limita-se a informar que no Brasil há “liberdade de preços”.

Autossuficiente, o Brasil cobra dos brasileiros por sua gasolina o dobro dos preços no Paraguai, que não produz uma gota de petróleo.

A Câmara dos Deputados gastou R$ 559 milhões sem licitação no ano passado. O jeitinho é enquadrar contratos de valor milionário em casos de dispensa ou inexigibilidade de licitação. Como no caso da contratação anual, pelo valor de R$ 2,5 milhões, do hospital Sírio-Libanês, aquele das estrelas, para atender suas excelências, familiares e bem relacionados servidores. Tudo por conta do contribuinte.

Apesar do seu caríssimo corpo técnico, a Câmara pagou R$2,4 milhões à Fundação Getúlio Vargas por estudos sobre “políticas públicas”.

Um convênio com a Caixa Econômica Federal, também com “inexigibilidade de licitação”, custa à Câmara R$445,2 milhões.

Entre as compras sem licitação na Câmara estão gás lacrimogêneo, spray de pimenta, balas de borracha e material de controle de multidão.

Lula continua repetindo, para ver se cola e vira “verdade”, que nada foi provado contra ele. O ex-presidente mente. As provas, no primeiro caso, são sólidas, e a pena de 12 anos e 01 mês é só o começo da rebordosa.

Nas 05 ações e 02 denúncias a que responde, Lula é acusado 246 vezes de lavagem de dinheiro, 21 de corrupção passiva, 3 de formação de quadrilha, 4 de tráfico de influência e 2 de obstrução à Justiça.

A Latam já aumentou as tarifas: mala de até 23 kg, na emissão do bilhete, subiu 33%, passando de R$30 para R$40. A inflação desde o início da cobrança (junho de 2017) até dezembro foi de 1,5%.

O desembargador Manoel Calças já estreou na presidência do Tribunal de Justiça de SP culpando a imprensa, cancelando entrevistas. Tudo em razão das próprias declarações, espantosas, orgulhando-se de receber auxílio-moradia apesar de ser dono do imóvel onde reside.

A Câmara voltou ao trabalho, só que não: estava prevista uma mísera reunião de comissão, mas foi cancelada. É que somente a deputada Rosângela Gomes (PRB-RJ) apareceu para trabalhar.

A Associação das Entidades dos Mercados Financeiros divulgou nova previsão para taxa de juros para 2018: 6,75%. A aposta é numa queda de 0,25 percentual na Selic, na reunião do Copom desta quarta-feira.

A partir desta quarta (7), faltarão menos de oito meses para o primeiro turno da eleição que vai definir o próximo presidente e vice, além de governadores, senadores e deputados federais e estaduais.

Até o sábado (10), a Mega-Sena realiza três sorteios de Carnaval. A Caixa espera distribuir mais de R$56 milhões. Até agora só um sorteio teve vencedor em 2018. Ninguém sabe a identidade dos vencedores.

...as críticas à regalia dos auxílios-moradia não são “ataque à Lava Jato”, como fazem parecer os beneficiados, mas ao escárnio mesmo.

NO DIÁRIO DO PODER
PRISÃO A CAMINHO
TRF-4 PUBLICA ACÓRDÃO DO JULGAMENTO QUE CONDENOU LULA A 12 ANOS DE PRISÃO
TRF-4 LIBERA ACÓRDÃO E PODE MANDAR PRENDER LULA APÓS EMBARGOS
Publicado terça-feira, 06 de fevereiro de 2018 às 18:53 - Atualizado às 19:09
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, publicou nesta terça-feira (6), o acórdão com a decisão do julgamento que manteve a condenação do ex-presidente Lula pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, além de aumentar a pena para 12 anos e 01 mês de prisão em regime fechado.
A partir de agora, a defesa do petista teria dois dias para apresentar os embargos de declaração, único recurso possível em um julgamento unânime. Mas há uma manobra protelatória. É que o prazo de dois dias só começa a contar a partir da notificação oficial da defesa do ex-presidente. Os embargos não podem, entretanto, mudar o resultado do julgamento e servem tão somente para tirar alguma dúvida sobre o acórdão em si.
Na prática, Lula continua inelegível e, após a resposta aos embargos de declaração, pode ter mandado de prisão expedido. A prisão após condenação em segunda instância já foi pauta de deliberação do Supremo Tribunal Federal, que manteve essa possibilidade.

PERDEU, LULA
MORAES VOTA A FAVOR DA PRISÃO APÓS CONDENAÇÃO EM 2ª INSTÂNCIA
POSIÇÃO DO MINISTRO PODE SER DETERMINANTE PARA PRISÃO DE LULA
Publicado terça-feira, 06 de fevereiro de 2018 às 16:56 - Atualizado às 17:23
Da Redação
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, votou hoje (6), a favor da execução de penas de condenados após o fim de recursos na segunda instância da Justiça. A manifestação de Moraes é considerada importante dentro da Corte diante de um impasse sobre a questão.
Durante julgamento na Primeira Turma, o entendimento de Moraes, somado aos votos dos ministros Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, levou à execução da pena do deputado federal João Rodrigues (PSD-SC), condenado pela segunda instância da Justiça Federal a cinco anos e três meses por dispensa irregular de licitação, quando ocupou o cargo de prefeito de Pinhalzinho (SC). A defesa do parlamentar recorreu ao STF alegando prescrição da pretensão punitiva, mas o recurso foi rejeitado, e o mandado de prisão deverá ser expedido nos próximos dias.
Em seu voto, Moraes afirmou que a execução provisória da pena é compatível com a Constituição. O ministro disse que resolveu se manifestar sobre o caso após o anúncio da presidente do STF, Cármen Lúcia. Na semana passada, a ministra disse que o assunto não será julgado novamente. Com a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela segunda instância da Justiça Federal, houve manifestações a favor da revisão do entendimento.
“O cumprimento provisório de uma decisão já guarda juízo de consistência porque são os dois órgãos, as duas instâncias, primeira e segunda, que realizam uma análise de mérito. Em virtude disso, eu entendo que há constitucionalidade da execução provisória da pena privativa de liberdade”, argumentou o ministro.
Prisão
Em um novo julgamento no plenário do STF sobre a prisão após decisão em segunda instância, o resultado vai depender do entendimento do ministro Alexandre de Moraes, que não participou das outras sessões porque tomou posse no Supremo em março do ano passado, na cadeira deixada vaga por Teori Zavascki, morto em um acidente de avião.
Em 2016, o Supremo manteve o entendimento sobre a possibilidade da decretação de prisão de condenados após julgamento em segunda instância, por duas vezes. No entanto, há uma divergência dentro do Tribunal. Após a decisão, alguns ministros da Segunda Turma do STF passaram a entender que a prisão ocorreria apenas no fim dos recursos no STJ.
Há dois anos, por maioria, o plenário da Corte rejeitou as ações protocoladas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Partido Ecológico Nacional (PEN) para que as prisões ocorressem apenas após o fim de todos os recursos, com o trânsito em julgado. No entanto, a composição da Corte foi alterada com a morte do ministro Teori Zavascki e houve mudança na posição do ministro Gilmar Mendes. Não há data para a retomada da discussão pela Corte. Nessa semana, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, disse que a questão não será colocada em votação novamente.
O cenário atual na Corte é de impasse sobre a questão. Os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e Celso de Mello são contra a execução imediata ou entendem que a prisão poderia ocorrer após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Já os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e a presidente, Cármen Lúcia, são a favor do cumprimento após a segunda instância.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Os generais do PT são especialistas em devastar cofres públicos
Gleisi torrou R$ 375.526,03 da cota parlamentar com aluguel de imóveis, locomoção, hospedagem, combustível e alimentação
Por Branca Nunes
Quarta-feira, 7 fev 2018, 07h04
Incapazes de mobilizar soldados em número suficiente para lotar um barracão de escola de samba, os generais do exército do Stédile encarregados de manter em liberdade o ex-presidente Lula decidiram abrir uma nova frente de combate. A senha para a mudança de estratégia foi dada no Twitter pela senadora Gleisi Hoffmann: “Alguém tem de explicar para o sr Sérgio Moro que o povo, q ganha salário mínimo, não tem esses artifícios para se proteger. O salário mínimo não terá reajuste. Aliás, grande parte das pessoas está desempregada. O sr ganha bem mais de $ 30 mil. Que vergonha esse argumento!”
A presidente do PT, mais conhecida no Departamento de Propinas da Odebrecht pelos codinomes Amante ou Coxa, disparou a bala de festim ao saber que o juiz Sérgio Moro recebia o auxílio-moradia de R$ 4.377, mesmo sendo proprietário de um apartamento em Curitiba. “O auxílio-moradia é pago indistintamente a todos os magistrados”, argumentou Moro. “Embora discutível, compensa a falta de reajuste dos vencimentos desde 1º de janeiro de 2015 e que, pela lei, deveriam ser anualmente reajustados”. Desde outubro de 2014, a lei determina que a verba seja concedida a todos os juízes que moram em locais onde não há imóvel funcional, tenham ou não residência própria.
Contemplada com um salário oficial de R$ 33.763, Gleisi ocupa um apartamento funcional de 230 metros quadrados numa área nobre em Brasília e não recebe auxílio-moradia. Em contrapartida, em 2017 torrou R$ 375.526,03, extraídos da “cota para o exercício da atividade parlamentar”, em aluguel de imóveis, locomoção, hospedagem, combustível e alimentação. O item “passagens aéreas, aquáticas e terrestres nacionais” engoliu R$ 157.565,08. Só em março foram para o ralo R$ 26.451,86. Ou R$ 853 por dia.
Outro campeão dos ares é o senador petista Lindbergh Farias. No ano passado, o Lindinho das propinas da Odebrecht gastou com passagens R$ 279.407,16 de um total de R$ 379.057,15. Em outubro o desperdício atingiu R$ 51.379. Ou R$ 1.657 por dia — bem mais que o salário mínimo de R$ 954.
Dono de um imóvel em Brasília, localizado no Lago Sul e avaliado em R$ 285 mil, o senador Paulo Paim não abriu mão do auxílio-moradia de R$ 5,5 mil mensais. Em 2017, o petista gaúcho gastou R$ 430.144,46 bancados pela rubrica “cota parlamentar”. Paim queimou R$ 121.906,92 em locomoção, hospedagem, alimentação e combustíveis. A farra não inclui os R$ 79.498,38 extras gastos com “Correios” em plena era da Informática.
Incluindo salário, despesas com saúde, verba para a contratação de pessoal e mais o cotão, cada senador custa cerca de R$ 165 mil por mês, patrocinados involuntariamente pelos pagadores de impostos. Em conjunto, os 81 pais da pátria atingem uma quantia salgada: R$ 160 milhões por ano. Ou 13,5 milhões por mês. Ou R$ 438 mil por dia. Ou R$ 18.264 por hora. Ou R$ 304 por minuto.
Diante de cifras tão exorbitantes, Gleisi deveria ouvir a própria recomendação: “O povo, que ganha salário mínimo, não tem esses artifícios para se proteger”. Até agora, os generais do exército de Stédile só esbanjaram eficiência na devastação dos cofres públicos.

Para o PT, só falta um presidente presidiário
A seita da missa negra acha que o chefão fora da lei está acima da lei e merece governar o Brasil sem sair da cadeia
Por Augusto Nunes
Terça-feira, 06 fev 2018, 21h58
O PT fez o diabo para derrubar o vice-presidente que escolheu: o partido passou meses berrando que um acusado por crimes ainda em fase de investigação, caso de Michel Temer, não poderia governar o Brasil.
Agora o PT faz o diabo para devolver ao Planalto um corrupto sentenciado a 12 anos e 01 mês de cadeia: o partido acha que um condenado em segunda instância pode perfeitamente governar o Brasil.
Para a seita da missa negra, o chefão é um fora da lei acima da lei. Mais: se já teve um presidente que não lê nem sabe escrever e uma presidenta que não fala coisa com coisa, por que o delírio tropical não pode transformar-se no único país do mundo presidido por um presidiário?

Só falta Lula sacar uma carta psicografada de Marisa Letícia
É natural que o ex-presidente recorra a abordagens esotéricas, pois os fatos deste mundo já não têm mais como salvá-lo
Por Eliziário Goulart Rocha
Terça-feira, 06 fev 2018, 20h12
Fã ardoroso dos companheiros que levaram a Venezuela à bancarrota, Lula reza ─ ou algo do gênero ─ pela mesma cartilha diabólica. Em 2013, Nicolás Maduro afirmou ter conversado com um passarinho que seria a reencarnação de Hugo Chávez, o fundador da seita bolivariana. “De repente entrou um passarinho, pequenininho, e me deu três voltas aqui em cima, parou em uma viga de madeira e começou a cantar, um assobio lindo”, delirou Maduro. “Fiquei vendo-o e também cantei para ele, então. ‘Se você canta, eu canto’, e cantei. O passarinho me estranhou? Não. Cantou um pouquinho, deu uma volta e foi embora e eu senti o espírito de Chávez”, viajou o homem encarregado de concluir a missão do mestre de afundar o país.
Cinco anos depois, Lula, a viva alma muito viva, vestido de Evo Morales na missa de um ano da morte da esposa, jura que escuta a voz de Marisa Letícia a lhe sussurrar “levanta a cabeça e vai à luta”. Ao menos o pole position na fila de embarque do camburão dispensou o passarinho intermediário. Não bastasse ter atribuído à falecida responsabilidades sobre atos obscuros para tentar escapar da cadeia, num gesto de absoluta falta de respeito ─ falar de carinho seria pedir demais ─, o embriagado de ilusões agora recorre a seu espírito com a desfaçatez de quem sempre se julgou acima de tudo.
(Reprodução/Twitter)
Mais do que um deboche, é um acinte à fé de milhões de pessoas. Neste ritmo, não é de duvidar que um dia desses o Número 1 das listas de propina apresente uma carta psicografada de Marisa Letícia capaz de inocentá-lo ainda mais perante as hostes amestradas, mas que não o livrará das penas da lei. É natural que ele recorra a abordagens esotéricas, pois os fatos deste mundo já não têm mais como salvá-lo.

NO BLOG DO JOSIAS
Ao avalizar Cristiane Brasil, PTB rebaixa Temer
Por Josias de Souza
Quarta-feira, 07/02/2018 03:42
A bancada do PTB, que ameaçava puxar o tapete da deputada Cristiane Brasil, terminou fazendo o oposto. Por unanimidade, os deputados presididos por Roberto Jefferson renovaram o aval à indicação da filha dele para o cargo de ministra do Trabalho. “Não abandonamos companheiros feridos numa batalha”, disse o líder da bancada, Jovair Arantes.
A solidariedade do PTB a Cristiane Brasil deixou Temer numa posição muito parecida com a da protagonista de uma história do escritor José Guimarães — uma mulher que diminuía diariamente de tamanho.
Ao criar desculpas para encobrir o processo de desmoralização do presidente da República, os auxiliares de Temer imitam, por assim dizer, o comportamento dos personagens da trama literária. Para que a mulher da ficção não notasse o próprio encolhimento, seus familiares reduziam as dimensões dos móveis. Serravam os pés da cama, das mesas, das cadeiras…
Nomeada por Temer em 04 de janeiro deste ano, a filha do ex-presidiário do Mensalão está pendurada nas manchetes como uma quase-ministra há um mês e três dias. Impedida pela Justiça de tomar posse no ministério, Cristiane Brasil tornou-se um outro nome para encrenca.
Pelo menos um dos operadores políticos de Temer reza para que a ministra Cármen Lúcia, do STF, desautorize em definitivo a posse da deputada tóxica. Do contrário, a primeira-dama Marcela Temer terá que colocar o marido para dormir numa caixa de fósforos.
A essa altura, Temer já deve ter notado que sofre de uma doença cuja principal consequência é a transformação dos deputados do PTB em gigantes. Se a presidente do Supremo suspender a liminar que impede Temer de dar posse à filha de Jefferson, a autoridade do inquilino do Planalto ficará menor do que a cabeça de um alfinete. E Cristiane Brasil frequentará a Esplanada como um escândalo novo esperando para acontecer a cada dia.

PT leva Fux a dizer o óbvio: Ficha suja está fora!
Por Josias de Souza
Quarta-feira, 07/02/2018 01:44
Lula e o Partido dos Trabalhadores não costumam perder a oportunidade de perder uma oportunidade. Assim, em vez de acionar um plano de contingência, o petismo transforma sua campanha presidencial numa procissão. Lula vai no andor, fazendo pose de vítima de uma inquisição. Os devotos o acompanham com suas orações. Ao tomar posse na presidência do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Luiz Fux atravessou o óbvio no cortejo companheiro: “Ficha suja está fora do jogo democrático.”
Sem mencionar o nome do santo, Fux esclareceu que a Lei da Ficha Limpa não abre brecha para milagres. O sujo não vai virar uma asséptica criatura. Com outras palavras, o que o novo presidente do TSE declarou foi o seguinte: Com um pregador talentoso e devotos crédulos, pode-se fazer uma tremenda campanha chamando corrupto de candidato. Embora ele continue sendo corrupto.
“A corrupção será severamente punida, para que os atuais problemas do Brasil, que desfilam nas manchetes de jornais e nos noticiários, representem uma visão longínqua no retrovisor da História”, discursou Fux. “Uma pessoa corrupta, uma pessoa ímproba e uma pessoa antiética na vida pregressa não conduz o País para um novo futuro. Conduz o País para o atraso e para a degradação.”
Rendido às conveniências criminais de Lula, o PT imagina que o drama de sua divindade pode, no mínimo, atrair votos para os candidatos da legenda ao Legislativo. Será? Na dúvida, o petismo continuará esbarrando no óbvio.
Novas condenações virão. Mas o PT tropeçará no óbvio fingindo não perceber que o óbvio é o óbvio. Até que a Justiça Eleitoral, lá para agosto ou setembro, aponte para o óbvio e proclame: “Ali está o óbvio: um condenado por corrupção, com sentença confirmada em tribunal de segunda instância, pede o registro de sua candidatura. Mas trata-se, obviamente, de um personagem inelegível. Está fora do jogo democrático.”

Geddel soou em interrogatório como pré-delator
Por Josias de Souza
Terça-feira, 06/02/2018 22:00
As noites na cadeia transformaram Geddel Vieira Lima num personagem enigmático. Mais magro, o ex-coordenador político do governo, amigo de três décadas de Michel Temer, revelou-se em depoimento à Justiça Federal uma solitária criatura. “Amigos de longa data me lançaram ao degredo, me lançaram ao vale dos leprosos”, disse ele. Lacrimejante, Geddel disse ter reencontrado no xadrez o padre Antônio Vieira, o célebre religioso português. “Os olhos foram feitos para ver e para chorar”, disse Geddel, evocando um sermão de Vieira.
Réu em vários processos, Geddel ainda não amargou nenhuma sentença. Mas já se considera um condenado desde o dia em que foi preso pela segunda vez, depois que a Polícia Federal estourou o cafofo em que ele mantinha em Salvador R$ 51 milhões. “Fui condenado à pior das penas. Não há remissão, não há indulto, não há anistia, não há graça. Fui condenado à morte civil”, disse o chegado de Temer.
No sermão citado por Geddel, “Olhar e Chorar”, o padre Vieira anota que “todos os sentidos do homem têm um só ofício; só os olhos têm dois.” Diz o padre: “O ouvido ouve, o gosto gosta, o olfato cheira, o tato apalpa; só os olhos têm dois ofícios: ver e chorar”. Ex-ministro de Lula e Temer, vice-presidente da Caixa sob Dilma, Geddel viu muita coisa. No depoimento ele soou como um pré-delator. Alguém que pode provocar um estrago extraordinário, se evoluir do choro para o relato de tudo o que viu. Foi como se dissesse aos amigos: “Decifrem-me ou eu os devoro.”

Voto de Moraes deixa Lula mais perto da cadeia
Por Josias de Souza
Terça-feira, 06/02/2018 19:29
Alçado por Michel Temer à cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes deixou Lula mais próximo da cadeia. Fez isso ao votar, na Primeira Turma da Suprema Corte, a favor do início da execução da pena de prisão a partir de condenação confirmada por um tribunal de segunda instância.
Moraes liberou sua opinião da coleira no julgamento de um caso que envolve o deputado João Rodrigues (PSC-SC). Ele compôs a maioria de 3 a 2 que ordenou a execução da pena de prisão do parlamentar, já referendada por um tribunal de segundo grau. A manifestação do ex-ministro da Justiça de Temer era aguardada com ansiedade pelos advogados de Lula, pois pode representar a última virada na chave que trancará a cela em que o TRF-4 deseja acomodar o líder máximo do PT.
A prisão na segunda instância passou pelo plenário do Supremo três vezes. Na última, prevaleceu por um esquálido placar: 6 a 5. A coisa se deu em 2016. Moraes só chegou à Corte em 2017. Ocupou a poltrona de Teori Zavaschi, que votara a favor da tranca, antes de morrer num acidente aéreo. Com seu voto, Moraes ecoou Teori.
Na sessão de 2016, votaram a favor da prisão antecipada, além de Teori: Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. Na outra ponta, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Dias Toffoli e Rosa Weber consagraram o entendimento segundo o qual os condenados têm o direito de recorrer aos tribunais superiores de Brasília em liberdade.
O avanço da Lava Jato fez Gilmar Mendes mudar de posição. Ele agora é adepto da política de celas escancaradas. Já avisou que mudará de lado. Alinhou-se à posição de Dias Toffoli, que defende a execução das penas apenas a partir de um julgamento de terceira instância, no Superior Tribunal de Justiça. A mudança de Gilmar, em tese, modificaria o placar de 2016, invertendo-o.
O diabo é que, para desassossego de Lula, a ministra Rosa Weber, antes contrária à prisão na segunda instância, também emitiu sinais de que ensaia uma meia-volta. Ela faria o caminho inverso ao de Gilmar Mendes. Nessa atmosfera de gafieira — um passo pra lá, outro pra cá — a maioria de 6 a 5 a favor do xadrez antecipado seria preservada.
Há no Supremo duas ações que questionam a decisão de 2016 — uma do Partido Ecológico Nacional, outra da OAB. Relator de ambas, o ministro Marco Aurélio Mello já repassou a batata quente para o gabinete de Cármen Lúcia, liberando a presidente da Corte para devolver o tema ao plenário.
Nas pegadas da condenação de Lula por 3 a 0 no TRF-4, Cármen Lúcia informou que não pautaria as ações sobre prisão. Declarou que, diante do caso concreto do pajé do PT, discutir novamente um tema que já foi objeto de três deliberações seria “apequenar” o Supremo.
Ainda assim, o debate foi reaberto, pois a defesa de Lula protocolou no Supremo um habeas corpus. O recurso foi à mesa do relator da Lava Jato, Edson Fachin. Conforme já noticiado aqui, ele deve indeferir o pedido de liminar. E não são negligenciáveis as chances de que submeta o julgamento do mérito ao plenário do Supremo.
Conhecida a posição de Alexandre de Moraes, todos os holofotes se voltam para Rosa Weber. Ela integra a Primeira Turma. Participou do julgamento desta terça-feira. Mas não chegou a acomodar em pratos limpos sua posição sobre a prisão em segunda instância. O caso do deputado João Rodrigues envolvia um debate sobre o risco de prescrição da pena. E Rosa entendeu que o Supremo não deveria nem tomar conhecimento do recurso. Por isso, não chegou a posicionar-se sobre a prisão.
Ainda assim, a ministra disse viver “uma situação paradoxal”. Declarou que, embora tivesse votado contra a prisão antes do trânsito em julgado dos processos, com o julgamento dos recursos nos tribunais superiores, passou a aplicar em suas decisões a posição da maioria do plenário. Não esclareceu de que forma votaria no julgamento desta terça caso a preliminar sobre prescrição não a tivesse impedido de deliberar sobre o mérito do recurso.

Adepto do bolsa-sítio, Lula critica auxílio-moradia
Por Josias de Souza
Terça-feira, 06/02/2018 16:11
Retirado do pedestal pela Lava Jato, Lula vem sendo submetido a um processo compulsório de autoconhecimento. Mas ainda não enxerga um culpado no espelho. Nesta terça-feira, numa entrevista radiofônica, Lula sentiu-se à vontade para cutucar Sérgio Moro e os procuradores da força-tarefa de Curitiba. Adepto do bolsa-sítio, Lula ironizou o bolsa-teto de R$ 4.377 que engorda o contracheque dos seus algozes:
''Agora aprendi uma nova: o povo brasileiro que não tem aumento de salário, por favor, façam como juiz Moro e requeiram auxílio-moradia”, disse Lula. “Ou façam como os procuradores, porque isso que está na imprensa.''
De repente, Lula encontrou na “imprensa golpista” alguma serventia. Em meio às “mentiras” contadas pelos jornalistas sobre ele, o noticiário revelou-se útil ao expor verdades sobre privilégios usufruídos por seus rivais. São, de fato, vantagens reprováveis. E Lula ficou empolgado. Tão empolgado que esqueceu de olhar para o entulho que se acumula na sua retaguarda.
Lula acaba de ser condenado a 12 anos e 01 mês de cadeia por receber como jabaculê da OAS um tríplex no Guarujá. E está na bica de amargar novo castigo judicial por conta do bolsa-sítio de Atibaia. Tudo isso sem mencionar o bolsa-palestra, que rendeu à empresa do orador petista algo como R$ 27 milhões.
Deve-se ao companheiro Luiz Marinho, candidato do PT ao governo de São Paulo, a melhor tentativa de explicação sobre os confortos do amigo. Numa entrevista concedida em julho de 2016 ao repórter Sérgio Roxo, Marinho disse o seguinte sobre a mamata de Atibaia:
“Do que eu conheço, tem duas pessoas que compraram o sítio [sócios de Fábio Luiz, o Lulinha, filho de Lula] e disponibilizaram para ele usar, com comprovação de fontes pagadoras. Portanto, não tem absolutamente nenhum problema. Rigorosamente, hoje, o sítio não é dele. O sítio é de amigos.”
Marinho soou didático: “Vamos imaginar que eu tenho uma casa na praia e disponibilize para você usar todo final de semana, alguém tem alguma coisa ver com isso? É o caso do sítio.” O repórter quis saber de Marinho se “disponibilizar” o sítio significa dar a chave da propriedade para Lula.
Ao responder, Marinho esticou a mão, como se entregasse uma chave: “Toma. Pode mobiliar, é tua. Se um dia você resolver comprar, eu te vendo. Se não, um dia meu filho vai exercer o poder de herança.”
Nessa versão, Lula abancou-se no sítio e, sem pagar um níquel, obteve licença para usá-lo como bem entendesse, trocando inclusive a mobília. Se um dia lhe der na telha, pode manifestar o desejo de comprar o sítio que ocupa de graça. Do contrário, os donos se comprometem a jamais importuná-lo enquanto viverem. O sítio foi reformado pela Odebrecht. Ganhou da OAS uma cozinha de luxo, idêntica à que havia sido instalada no tríplex da praia.
Com sua explicação, agora reproduzida no processo pela defesa de Lula, Luiz Marinho dividiu os brasileiros em dois grupos: os cínicos e os azarados, que ainda não encontraram amigos tão generosos. Uns foram capazes de ceder, por empréstimo perpétuo, um sítio paradisíaco do tamanho de 24 campos de futebol. Outros reformaram e equiparam a propriedade graciosamente.
Tantos favores e gentilezas grudaram na testa de Lula um código de barras. Que a Lava Jato vai transformando aos pouquinhos em sentenças criminais. Inelegível, o condenado já roça a cadeia. Mas acha que dispõe de autoridade para criticar os desvios alheios. Intimado pela conjuntura a olhar para o espelho, Lula parece decidido a não ficar íntimo de si mesmo.
Lula talvez receba, ele próprio, um auxílio-moradia. Se o STF permitir, o Estado custeará integralmente sua hospedagem no complexo-médio penal de Pinhal, o presídio que aloja os condenados da Lava Jato. Na entrevista, assegurou que não planeja fugir.

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