SEGUNDA EDIÇÃO DE 20-11-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO BLOG DO NOBLAT
Com brasileiro não há quem possa

Segunda-feira, 20/11/2017 - 03h00
Por Ricardo Noblat
Compreensível que poucos cariocas tenham cercado o prédio da Assembleia Legislativa do Rio para protestar contra o que ali ocorria na tarde da última sexta-feira – uma sessão convocada às pressas com o único propósito de libertar os deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, do PMDB, presos e acusados de receber milionárias propinas. Perderam um espetáculo e tanto de sordidez.
É bem verdade que sexta-feira foi dia imprensado entre o feriado da Proclamação da República e o sábado da preguiça para quem pode. A temperatura bateu os 35 graus. Deu praia.
A três meses da folia, as escolas de samba costumam promover ensaios técnicos. É tempo de trabalho insano nos barracões, de tirarem-se medidas para as fantasias e de fazer-se provas de roupas incompletas.
De resto, multidão alguma reescreveria o que se sabia escrito desde que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região, em decisão unânime, mandou Picciani, Melo e Albertassi para o xilindró.
Estava escrito que a prisão seria revogada porque na Assembleia mandam eles. Estava escrito também porque a Lei Cármen Lúcia diz que político só fica preso se seus colegas quiserem.
Estranha, pois, a reação do ministro Marco Aurélio Mello. Ele disse ter visto com “perplexidade” a decisão da Assembleia Legislativa do Rio.
Mas foi dele o quinto voto na sessão em que o Supremo Tribunal Federal (STF) rendeu-se ao Congresso no caso de prisão de parlamentar e de suspensão de mandato. O ministro Celso de Melo empatou a votação. Cármen Lúcia desempatou.
O que valeu para devolver o mandato ao senador Aécio Neves, e livrá-lo do recolhimento obrigatório noturno, passou a valer para qualquer parlamentar. Meliante federal é igual à meliante estadual.
A não ser que os portadores das togas mais ilustres da República mudem de opinião outra vez. Parecem prontos a fazê-lo no caso de prisão em segunda instância. Lula agradece.
Quem sabe não darão depois o dito pelo não dito no caso da homologação de acordos de delação premiada? Por ora, segundo entendimento da maioria deles, cabe ao Ministério Público acertar a pena e as restrições de direitos com os delatores.
Mas Ricardo Lewandowski, voto derrotado na ocasião, recusou-se a homologar um acordo. O STF virou Casa de Mãe Joana. Ou de Mãe Cármen.
Para que serve uma Justiça que não se faz respeitar? Diante de nossos olhos, e graças à nossa passividade, a Lava Jato (leia-se: o combate à corrupção) vem sendo liquidada à prestação.
Antes com um pouco de vergonha ou de medo da parte dos interessados. De uns tempos para cá, vencidos o medo e a vergonha, com a desfaçatez dos temerários.
O novo diretor da Polícia Federal, nomeado por indicação do PMDB de José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá, antecipou o desejo de concluir até o início do processo eleitoral todas as investigações que envolvam políticos.
Pode ser bom ou mau. Uma vez que a Lava Jato respira por meio de aparelhos, a pressa servirá fatalmente para salvar quem não deveria ser salvo.
Sem estresse, porém. Sigamos protestando nas redes sociais. É mais seguro e confortável. Não atrapalha o lazer.
O fim do ano dos fogos de artifício está às portas. Depois, ziriguidum, oi!, que ninguém é de ferro. Em seguida, a Copa (“A taça do mundo é nossa, com o brasileiro...”).
Por fim, o ansiado reencontro com as urnas. Com o caldeirão das caras de sempre, e com as falsas novas caras.

Indicado por Temer para as Cidades foi citado em CPI como 'menino de ouro' de Carlinhos Cachoeira
Segunda-feira, 20/11/2017 - 10h51
No G1.Globo
O escolhido pelo presidente Michel Temer para ser o novo ministro das Cidades, deputado Alexandre Baldy (GO), foi citado em 2012 em um relatório da CPI que investigou as relações do empresário de jogos de azar, Carlinhos Cachoeira, com políticos. No texto do relator, ex-deputado Odair Cunha (PT-MG), Baldy era apontado como o "menino de ouro de Cachoeira". A informação foi publicada nesta segunda-feira (20) pela Folha de S. Paulo.
Na época, o relatório foi arquivado na CPI. No lugar, foi aprovado um texto que não indiciou ninguém. Baldy era então secretário de Indústria e Comércio de Goiás.
O relatório de Odair Cunha também dizia que a relação do agora novo ministro das Cidades e Cachoeira era "quase familiar".
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Indicado por Temer para as Cidades foi citado em relatório de CPI como 'menino de ouro' de Carlinhos Cachoeira

Delator diz que pagou a Pezão propina de R$ 4,8 milhões da Fetranspor
Segunda-feira, 20/11/2017 - 09h45
No O Globo
Um funcionário do doleiro Álvaro José Novis — apontado como operador do esquema de propina da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) e cuja delação deu origem à Operação Ponto final — afirmou ter pago R$ 4,8 milhões em propina para Luiz Fernando Pezão, logo depois que ele assumiu o governo do Estado. Na delação premiada, divulgada nesta segunda-feira pela TV Globo, Edimar Moreira Dantas entregou aos procuradores planilhas do doleiro em que há registro de cinco repasses de dinheiro ao apelido Pé Grande, que seria do governador. Pezão diz que não conhece Edimar e nega ter recebido propina.
Os pagamentos foram feitos de 22 de julho de 2014 a 8 de maio de 2015, quando Pezão já estava à frente do governo do Rio. Ele assumiu o cargo em abril de 2014, após a renúncia de Sérgio Cabral, e em 2015 tomou posse como governador eleito.
Edimar gerenciava uma conta criada exclusivamente para o pagamento de propinas. Segundo ele, o responsável por administrar o caixa dois da Fetranspor era o conselheiro da entidade, José Carlos Lavouras, que repassava, normalmente, uma vez por mês, a programação de pagamentos a serem feitos. Ainda segundo o delator, o dinheiro para Pezão era entregue, a pedido de Lavoura, a um intermediário: Luís Carlos Vidal Barroso, assessor do governador. No depoimento, o delator explica que soube que os valores seriam destinados a Pezão por conta do apelido Pé Grande.
Saiba mais:
Delator diz que pagou a Pezão propina de R$ 4,8 milhões da Fetranspor

NO JORNAL DA CIDADE ONLINE
Suplente, acusado de matar o titular para assumir vaga, votou a favor de Picciani
Da Redação
Domingo, 19/11/2017 às 09:41
A verdade é que o Poder Legislativo do Rio de Janeiro é indiscutivelmente o pior do Brasil.
De batedor de carteira a traficante, todo tipo de bandido pode ser encontrado nos corredores da Alerj.
Salta aos olhos, por exemplo, o caso do deputado Marcos Abrahão, atual líder do PT do B na Casa de leis do Rio.
Candidato a deputado estadual pela primeira vez no ano 2000, Marcos Abrahão ficou como 1º suplente. O titular Valdeci Paiva de Jesus, no entanto, antes de tomar posse, foi assassinado com 19 tiros.
Marcos Abrahão assumiu o cargo, mas foi acusado e denunciado pelo Ministério Público de ter sido o autor do crime.
O caso nunca foi a julgamento.
Na época, Marcos Abrahão foi cassado, mas recuperou o cargo através da Justiça.
Nas eleições subsequentes – 2006, 2010 e 2014 – foi reeleito em todas.
Foi voto favorável aos colegas Picciani, Paulo Melo e Albertassi.
Não poderia ser diferente...

PF prende novamente empresário do caso Celso Daniel e crime pode envolver Lula
Da Redação
Sábado, 18/11/2017 às 15:10
A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (17) o empresário Ronan Maria Pinto, sob a acusação de envolvimento numa organização criminosa que atuava no setor de transporte público em Santo André (SP).
Os fatos que desencadearam esta nova prisão do empresário estão diretamente ligado ao período em que foi assassinado o prefeito Celso Daniel, no ano de 2002.
Celso Daniel é o cadáver insepulto mais perigoso da História da República.
Após a morte do prefeito, sete pessoas supostamente envolvidas no crime, foram assassinadas.
→ Dionísio Severo, o sequestrador: assassinado (Abr/2002);
→ Sérgio "Orelha", o cúmplice: assassinado (Nov/2002);
→ Antônio Palácio, o garçom: assassinado (Fev/2003);
→ Paulo Henrique Brito, a testemunha: assassinado (Mar/2003);
→ Otávio Mercier, o investigador: assassinado (Jul/2003);
→ Iran Rédua, o agente funerário: assassinado (Nov/2004);
→ Carlos Printes, o legista: encontrado morto (Out/2005).
Vale destacar que em agosto de 2010, Eliana Vendramini, promotora do Ministério Público de São Paulo responsável pelas investigações do assassinato de Celso Daniel sofreu um grave acidente automobilístico após ser perseguida numa via expressa paulistana por um veículo, atingida na lateral e jogada para fora da pista, capotando.
Mais recentemente, em setembro de 2016, Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de ser o mentor do homicídio, que tinha como advogado o mesmo que advoga para José Dirceu, faleceu em São Paulo.
Existem fortes rumores que apontam para uma delação premiada de Ronan.
Se isto acontecer, o ex-presidente Lula poderá ser envolvido no caso. Tudo indica que o assassinato do prefeito foi providenciado dentro da cúpula do PT. Uma gravação realizada pela PF aponta a participação de Gilberto Carvalho.
Veja o vídeo no link  abaixo:
https://youtu.be/NxWJSD_UrxY
Ronan Maria Pinto foi preso no Hospital Albert Einstein, onde iria fazer uma operação.
O próprio publicitário Marco Valério, aquele do Mensalão, envolvido em todas as falcatruas do primeiro governo de Lula, garantiu para a Polícia que estariam envolvidos no assassinato do prefeito, além de Lula, o ex-ministro José Dirceu e o assessor particular de Lula, Gilberto Carvalho.
O prefeito assassinado tinha em mãos um dossiê que comprovava detalhes de petistas envolvidos com o crime organizado. Esse dossiê seria entregue para a PF.
Ronan na época recebeu R$ 6 milhões do pecuarista José Carlos Bumlai, para manter a boca fechada.




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