SEGUNDA EDIÇÃO DE 13-9-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO O GLOBO
PF prende Wesley Batista e cumpre novo mandado contra Joesley
Ações foram expedidas pela Justiça de São Paulo e fazem parte da 2ª fase da Operação Tendão de Aquiles

Por Júlia Cople
Quarta-feira, 13/09/2017 7:16 / Atualizado 13/09/2017 8:06
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RIO — A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira o sócio do holding J&F, Wesley Batista, presidente executivo do grupo. Os agentes também cumprem novo mandado de prisão contra Joesley Batista, já preso em Brasília. A informação foi confirmada pela PF de São Paulo. A prisão de Wesley é preventiva, ou seja, por tempo indeterminado.
Veja também
Saud afirma que ex-procurador o ajudou em delação e diz não saber o que é leniência
Joesley diz que pode entregar outros áudios e trata menções ao STF como 'elucubração de bêbados'
Advogado da JBS se encontrou com membros da PGR antes de gravação de Temer
Trata-se da segunda fase da Operação Tendão de Aquiles, que apura o uso de informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro. Os mandados desta quarta-feira foram expedidos pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Em junho deste ano, na primeira fase, a PF cumpriu três mandados de busca e apreensão nas empresas do grupo J&F e quatro conduções coercitivas.
A operação de junho começou a apurar dois eventos: a venda de ações de emissão da JBS na Bolsa de Valores, por sua controladora, a empresa FB Participações em abril, em período concomitante ao programa de recompra de ações da empresa, reiniciado em fevereiro de 2017, e a compra de contratos futuros de dólar na bolsa de futuros e a termo de dólar no mercado de balcão, entre o fim de abril e meados de maio do mesmo ano.
Segundo a Polícia Federal, há indícios de que essas operações ocorreram com o uso de informações privilegiadas e geraram vantagens indevidas no mercado de capitais em um contexto em quase todos os investidores tiveram prejuízos financeiros, "manipulando o mercado e fazendo com que seus acionistas absorvessem parte do prejuízo decorrente da baixa das ações que, de outra maneira, somente a FB Participações, uma empresa de capital fechado, teria sofrido sozinha", informou a PF.
O segundo fato investigado é a intensa compra de contratos de derivativos de dólares entre 28 de abril e 17 de maio por parte da JBS S/A, em desacordo com a movimentação usual da empresa. A operação gerou ganhos decorrentes da alta da moeda norte-americana após o dia 17.
A 1ª fase da Operação Tendão de Aquiles foi deflagrada em 9 de junho, quando foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e quatro mandados de condução coercitiva contra executivos da companhia. Desde então, policiais federais analisaram documentos, ouviram depoimentos e realizaram perícias, revelando "elementos de prova que indicam o cometimento de crimes e apontam autoria aos dois dirigentes das mencionadas empresas", informou a PF.
Os investigados poderão ser responsabilizados pelo crime previsto no artigo 27-D da Lei 6.385/76, com penas de 1 a 5 anos de reclusão e multa de até três vezes o valor da vantagem ilícita obtida.
O advogado Pierpaolo Bottini, que defende os irmão Batista, disse que não vai comentar a operação desta quarta-feira até ter mais informações sobre o caso.
JOESLEY TAMBÉM PRESO
Joesley está detido em caráter temporário desde domingo por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, depois que o Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão do empresário na sexta-feira.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entendeu que Joesley e o diretor de relações institucionais do grupo, Ricardo Saud, omitiram informações dos investigadores em sua delação premiada, o que quebraria as cláusulas do acordo de colaboração. Em sua defesa, Joesley destacou que a conversa com Saud era "elucubração de bêbados".
Nos áudios, entregues no último dia de prazo antes da homologação, os dois conversam sobre como se aproximar de Janot, citam ministros do STF e destacam a certeza que não seriam presos.
Joesley Batista e Saud se entregaram à PF no começo da tarde de domingo, em São Paulo. Na segunda-feira, foram transferidos para Brasília. Na ocasião, os dois entregaram os passaportes. Na decisão que pediu a prisão dos executivos, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que há “múltiplos os indícios, por eles mesmos confessados, de que integram organização voltada à prática sistemática de delitos contra a administração pública e lavagem de dinheiro”.

NO BLOG DO MERVAL PEREIRA
Parte da Crise

Por Merval Pereira1
Quarta-feira, 13/09/2017 06:30
O Supremo Tribunal Federal está no centro da crise política brasileira, e agora não mais como instância mediadora, mas como parte dela. O ministro Gilmar Mendes já demonstrou ontem o tom que levará ao plenário hoje, quando será discutido o pedido da defesa do presidente Michel Temer de suspeição do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, e de suspensão de uma eventual segunda denúncia contra o presidente baseada nas delações premiadas de Joesley Batista e do doleiro Lucio Funaro.
Ontem, o ministro Gilmar, que tem denunciado irregularidades na delação dos donos da J&F e quer anular como prova a gravação que Joesley fez com Temer no Palácio Jaburu, classificou de “gestão de bêbado” o período em que Janot esteve à frente da Procuradoria-Geral da República e disse que o Supremo está “numa situação delicadíssima. O STF está enfrentando um quadro de vexame institucional.”
Ele está certo de que o ex-procurador Marcelo Miller, que ontem teve seu registro de advogado suspenso pela OAB, atuou ajudando a delação premiada dos executivos da J&F e constrangeu o ministro Luiz Fachin, relator da Lava Jato, que deu o aval para as delações da JBS que se mostraram fraudulentas no mínimo por omissão de fatos importantes: “Nesse caso, imagino seu drama pessoal. Ter sido ludibriado por Miller ‘et caterva’ deve impor um constrangimento pessoal muito grande (…) certamente tão poucas pessoas na história do STF correm o risco de ver o seu nome e o da própria Corte conspurcado por decisões que depois vão se revelar equivocadas”, disse Gilmar em uma reunião da 2ª Turma.”
Fachin não entrou no clima de confronto proposto por Gilmar, disse que sua alma “está em paz” e reiterou o voto que proferiu “com base naquilo que entendo que é a prova dos autos”. O escritório Trench, Rossi & Watanabe, que demitiu o ex-procurador Marcelo Miller pouco depois de tê-lo contratado, mantém uma associação com o escritório norte-americano Baker & Mackenzie, considerado o maior do mundo, há 50 anos. Está colaborando com as investigações de maneira espontânea, certamente orientado pelos americanos, entregando todos os documentos que uma auditoria interna reuniu, demonstrando que o ex-procurador já atuava no caso JBS antes mesmo de pedir demissão da Procuradoria.
Um e-mail trocado entre Marcello Miller e a advogada Esther Flesch – que também foi demitida - indica que o escritório Trench, Rossi e Watanabe pagou uma passagem aérea entre Rio e São Paulo para Miller enquanto ele ainda era procurador, o que caracteriza a prestação de serviço.
O contrato entre o escritório Trench, Rossi e Watanabe e a J&F foi assinado no dia 6 de março, um dia antes de Joesley Batista gravar Michel Temer no Palácio Jaburu. O ministro Gilmar Mendes quer demonstrar que o procurador Marcelo Miller atuou ativamente na delação premiada de Joesley, o que, na sua concepção, invalidaria a gravação, mesmo que Rodrigo Janot não soubesse, no que o ministro não acredita.
Ele chegou a insinuar que o método usado contra o presidente Temer foi o mesmo das gravações do ex-senador Delcidio do Amaral e de Sérgio Machado, presidente da Transpetro, sugerindo que esse era um método utilizado por Marcelo Miller no Ministério Público.
O que está por trás da importância da reunião de hoje do STF é justamente essa disputa para a anulação das provas apresentadas pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Temer e o senador do PSDB Aécio Neves. Não parece haver uma maioria disposta a tomar essa decisão, mas a cada prova que surge contra o procurador Marcelo Miller, mais o ministro Gilmar Mendes reafirma sua suspeita de que tudo não passou de uma armação contra o presidente, e considera que o STF está sofrendo um desgaste institucional com a crise provocada pelas irregularidades registradas na delação premiada da JBS.
Se o clima da sessão de hoje for o que está se armando, porém, sairá prejudicado o próprio Supremo Tribunal Federal como instituição que assegura a democracia brasileira.

Para economizar e evitar polêmica, Lula vai de carro a Curitiba
Quando prestou depoimento em maio, ex-presidente viajou em avião de empresário

Por Sérgio Roxo
Terça-feira, 12/09/2017 15:33 / Atualizado 12/09/2017 15:54
SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por viajar de carro para Curitiba para depor nesta quarta-feira ao juiz Sergio Moro. Entre os motivos para a decisão estão os problemas de caixa do PT por causa dos gastos com a caravana do ex-presidente ao Nordeste e o desgaste de pegar um avião emprestado. Lula deve sair de São Paulo no meio da tarde desta terça-feira e chegar à capital paranaense no começo da noite.
Quando prestou depoimento na Lava-Jato em maio, Lula viajou no avião do empresário e ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, fato que foi bastante divulgado na época. A troca no meio de transporte também é uma forma de evitar esse tipo de repercussão negativa.
O depoimento de Lula está previsto para 14h desta quarta-feira e faz parte do processo que investiga se a Odebrecht pagou um terreno do Instituto Lula e um apartamento vizinho ao do ex-presidente em São Bernardo do Campo (SP).
Nesta terça-feira, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou que o depoimento prestado pelo ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci não deve influenciar o interrogatório do petista.
Na semana passada, Palocci, que também é réu nesta ação, afirmou que o ex-presidente tinha um "pacto de sangue" com a Odebrecht que envolvia, entre outras coisas, o terreno para o Instituto Lula.

NO O ANTAGONISTA
Lula sem testemunhas

Brasil 13.09.17 09:43
Lula chegou à meia-noite em Curitiba.
Ele viajou em carro de passeio e dispensou a escolta policial.
Sabe como é: sem testemunhas.
Programa B no tribunal
Brasil 13.09.17 08:56
Além de Lula, o juiz Sergio Moro vai interrogar também Branislav Kontic, o assessor de Antonio Palocci encarregado de transportar a propina em espécie para o Instituto Lula.
De acordo com as planilhas da empreiteira, que o identificavam como Programa B, Brani levou 13 milhões de reais para o comandante da ORCRIM.
O pacote de denúncias
Brasil 13.09.17 09:29
Antonio Palocci, na semana passada, denunciou o pacote de propinas que a Odebrecht deu a Lula.
Mas O Antagonista garante que ele vai contar muito mais do que isso.
O interrogatório de hoje só o comecinho.
MyLulaDay
Brasil 13.09.17 08:19
O julgamento de Lula pelo pacote de propinas da Odebrecht deve ser mais demorado do que aquele pelo triplex da OAS.
Diz o Valor:
“No dia 25 de agosto, o MPF informou Moro que recebeu da Odebrecht uma cópia com todos os dados do MyWebDay, o sistema de informática que os funcionários da empreiteira usavam para conversar sobre propina sem deixar rastros e contabilizar os pagamentos indevidos, atrelados às suas fontes de custeio.
Ocorre que o material, que está em cinco discos rígidos, contém 1,7 milhão de registros de informações que a Odebrecht havia escondido em um provedor na Suécia. A perícia dos dados tornará a ação mais longa. Finalizados os interrogatórios dos réus, haverá diligências complementares, alegações finais e só então a sentença judicial.”
O novo Geddel Vieira Lima
Brasil 13.09.17 08:28
O marqueteiro de Michel Temer, Elsinho Mouco, disse a Andréia Sadi que pode ter sido grampeado por Joesley Batista uma semana antes que ele grampeasse o presidente.
O encontro entre os dois ocorreu no Palácio do Jaburu.
Elsinho Mouco relatou a Andréia Sadi que Joesley Batista “estava à procura de um interlocutor com o governo após a saída de Geddel Vieira Lima da Secretaria-Geral da Presidência. ‘E sugeriu que eu teria vantagens se fizesse isso’, afirmou o marqueteiro à reportagem, sem detalhar quais vantagens seriam essas.
O marqueteiro disse ter se recusado a ‘cumprir esse papel'”.
Elsinho Mouco está dizendo que Geddel Vieira Lima era o interlocutor de Michel Temer para discutir vantagens com empresários.
Um bom marqueteiro.
Os grampos dos achacadores
Brasil 13.09.17 09:12
O relato de Elsinho Mouco a Andréia Sadi equivale a uma confissão.
Ele disse que deve ter sido grampeado por Joesley Batista e que o carniceiro ofereceu-lhe vantagens para assumir o papel de Geddel Vieira Lima como interlocutor de Michel Temer.
A PF suspeita que Joesley Batista tenha usado esses grampos para achacar seus interlocutores e garantir a própria blindagem.
Com medo de que essas fitas venham à tona, todas as pessoas que tiveram conversas escusas com Joesley Batista – e que haviam sido blindadas junto com ele – estão se apresentando.
Ciro contra Lula
Brasil 13.09.17 09:58
Ciro Gomes torpedeou Lula.
Ele disse, segundo o Valor, que o depoimento de Antonio Palocci “fere o centro da narrativa de Lula e do PT, de que há um inimigo externo ao PT promovendo, via judicial, uma perseguição injusta contra o presidente.
Na medida em que um braço direito de Lula faz isso, fica difícil sustentar a narrativa”.


A esquerda, sem Lula, vai se despedaçar.

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