PRIMEIRA EDIÇÃO DE 29-9-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Sexta-feira, 29 de Setembro de 2017
Temendo ‘efeito Orloff’, Gleisi fez PT defender Aécio
O medo de Gleisi Hoffman de ser presa, ou de amargar restrições semelhantes àquelas impostas a Aécio Neves, levou a senadora e presidente do PT, a fazer seus colegas de bancada criticar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o tucano. A informação é de políticos petistas inconformados com a “saia justa” da surpreendente solidariedade a um adversário que sempre os criticou e foi criticado.
Você amanhã
A expressão “efeito Orloff” é inspirada numa antiga propaganda da marca de vodca cujo slogan era: “eu sou você amanhã”.
Corrupção e lavagem
Gleisi Hoffmann e o marido Paulo Bernardo, ex-ministro de Lula e Dilma, são processados no STF por corrupção e lavagem de dinheiro.
Desgaste imprevisto
Ao denunciar Aécio ao conselho de ética, o senador Humberto Costa (PT-PE) tentou compensar o desgaste inesperado no caso do tucano.
Petistas divididos
Na definição da urgência no caso Aécio, ao menos um dos três senadores do PT presentes votaram contra o partido: Paulo Paim (RS).
Apoio a golpe militar cresce na baixa escolaridade
Levantamento do Paraná Pesquisas revela que pessoas de baixa escolaridade apoiam a “intervenção militar provisória”. Esse apoio é manifestado por 44,4% dos entrevistados que têm no máximo o ensino fundamental. Impressionam também o apoio ao golpe “provisório” de 46,1% dos jovens de 16 a 24 anos, que não viveram na ditadura. A pesquisa entrevistou 2.540 pessoas entre 25 e 28 de setembro.
Não querem repeteco
O menor índice de apoio à ideia de “intervenção militar provisória” é de quem tem 60 anos ou mais (37%), que viveram a ditadura.
Quem conhece, rejeita
A pesquisa indicou menor apoio à “intervenção militar provisória” entre 38% dos brasileiros que têm nível de escolaridade “superior completo”.
Regiões
As regiões Norte e Centro Oeste, somadas, têm o maior índice de apoio aos militares (44,8%), mas o Sudeste é segundo com 43,2%.
Mudanças à vista
Provocou uma crise política a pesquisa do Ibope indicando 3% de aprovação do governo Michel Temer. São esperadas mudanças na área de comunicação do governo.
Ruim de serviço
Aliados compreendem as dificuldades de Michel Temer para melhorar índices de aprovação, mas acham o fim da picada que o governo não “fature” o fim da recessão, o crescimento, a queda do desemprego etc.
CPI das rodovias privadas
A Câmara criará uma CPI para investigar irregularidades em contratos de concessão de rodovias. O autor, deputado Evair de Melo (PV-ES), diz já ter 171 assinaturas necessárias. Deve sair nos próximos dias.
Madame na agulha
Há na CPI mista da JBS quatro pedidos de convocação da ex-presidente Dilma, uma das maiores beneficiadas pelo esquema de corrupção que abasteceu os cofres do PT com grana da J&F/JBS.
Rollemberg, mil dias
Rodrigo Rollemberg completou ontem mil dias no governo do DF, celebrando – como ele próprio relatou a esta coluna – o equilíbrio das contas e a redução de homicídios e dos acidentes fatais de trânsito.
Fim do foro
Petição destinada ao Supremo Tribunal Federal no site Change.org pede o fim do foro privilegiado de políticos investigados ou condenados por corrupção. Já acumulou mais de 29,1 mil assinaturas em sete dias.
Apesar de tudo
A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor mostra que a taxa total de empreendedorismo no Brasil foi 36%; ou seja, 48 milhões de pessoas entre 18 e 64 anos estavam envolvidas em criar ou manter um negócio.
Privados, mas nem tanto
A Medida Provisória 779 “reprograma o pagamento das outorgas” das empresas que compraram as concessões dos aeroportos públicos. Segundo a Anac, elas já devem mais de R$ 1,31 bilhão em outorgas.
Jabuticaba
Em 2015, o Brasil inventou a “mulher sapiens”. Em 2016, foi o impeachment fatiado. Agora em 2017 é o meio-senador, meio-solto.

NO BLOG DO JOSIAS
Marisa Letícia virou um álibi post-mortem de Lula

Por Josias de Souza, sexta-feira, 29/09/2017 02:33
Marisa Letícia jamais poderia imaginar que, depois de morta, seria tão útil ao marido. Acusado de ganhar de presente da Odebrecht o apartamento contíguo ao seu, em São Bernardo, Lula assegura que o proprietário é Glaucos da Costamarques, um parente do seu amigão José Carlos Bumlai. Apontado pelos procuradores da Lava Jato como “laranja”, Glaucos declarou em depoimento a Sergio Moro que Lula ocupa o imóvel desde 2011 sem pagar um níquel. Só começou a pagar aluguel no final de 2015, depois que Bumlai foi em cana.
Homem de múltiplas ocupações, Lula disse a Moro que nunca teve tempo para cuidar do ordenamento das despesas da família. Delegou a tarefa a Marisa. Foi ela quem assinou o contrato de locação. Era ela a responsável pelos pagamentos. O juiz da Lava Jato cobrou os recibos. E a defesa anexou aos autos um papelório malcheiroso.
Afora um par de recibos com datas inexistentes e meia dúzia com erros na grafia de Bernardo, de São Bernardo, o lote contém documentos que o hipotético locador diz ter assinado num único dia. Deu-se no final de 2015, quando prepostos de Lula procuraram Glaucos no hospital Sírio-Libanês, onde estava internado.
Nesta quinta-feira, o advogado de Lula, Cristiano Zanin, divulgou na internet um vídeo no qual acomoda sobre a memória de Marisa Letícia a autenticidade do papelório.
Disse o doutor: “Acreditamos que esses recibos expressam a verdade dos fatos, pois dona Marisa sempre foi uma mulher íntegra e honesta. Os recibos estão assinados pelo proprietário do imóvel e dão quitação dos alugueis até dezembro de 2015, gerando a presunção legal de que os aluguéis foram devidamente pagos. A responsabilidade pelo documento é de quem o assina. Pequenos erros em dois dos 26 recibos apresentados não retiram a força probatória dos documentos.”
O barulhinho que se ouve ao fundo é o ruído de Marisa Letícia se contorcendo no túmulo. Não estava previsto no contrato que, além de esposa dedicada e locatária exemplar, deveria servir de álibi post-mortem.

Denúncia anti-Temer corre em ritmo de oba-oba
Por Josias de Souza, sexta-feira, 29/09/2017 01:29
O deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, escolheu o colega Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) para ser o relator da segunda denúncia contra Michel Temer. Com isso, a tramitação da peça ganhou um ritmo de oba-oba.
Para o interesse público, o ritmo de oba-oba não é bom. Mas para Temer e os ministros que foram denunciados junto com ele, Eliseu Padilha e Moreira Franco, o ritmo de oba-oba é vital. O tucano Bonifácio é ligadíssimo a Aécio Neves, grão-duque do pedaço governista do tucanato.
Bonifácio gosta de Temer. Na votação da primeira denúncia, que acusava o presidente de corrupção passiva, o deputado disse “sim” ao arquivamento. “Em favor das instituições e do progresso do Brasil”, justificou.
Está entendido que o relator não fará muitas perguntas sobre os crimes apontados na nova denúncia: formação de organização criminosa e obstrução da Justiça. Entregará tudo o que o governo necessita para assegurar o sepultamento das acusações — da coroa de flores à última pá de cal.
A vantagem do ritmo de oba-oba é o encurtamento do teatro. Entre um oba e outro, não haverá muito espaço para a perda de tempo com debates sobre o que é certo ou errado. Isso é coisa para oposicionista chato e jornalista enxerido.
No ritmo de oba-oba o certo e o errado são substituídos pelo conveniente e o inconveniente. O enterro de indícios vivos revela que o problema do brasileiro não é a falta de memória, mas a ausência de curiosidade. O bom é que ninguém pedirá a exumação, para não quebrar o ritmo.

Defesa da Constituição ou apego à impunidade?
Por Josias de Souza, quinta-feira, 28/09/2017 20:45
Uma das vítimas da atual crise moral é a semântica. Quando os senadores chamam a gritaria contra as restrições que o Supremo Tribunal Federal impôs a Aécio Neves de defesa da Constituição, você sabe que está diante de uma crise de significado ou numa roda de cínicos. Quando a suposta defesa da Constituição tem como principal porta-voz o senador Renan Calheiros, você percebe que a crise de significado é terminal.
Quatro dezenas de senadores investigados no Supremo circulam pelo Senado como se nada tivesse sido descoberto sobre eles. Desmascarados, continuam apresentando projetos, votando leis, mordendo verbas do orçamento e indicando apadrinhados para cargos públicos. Além do escudo do foro privilegiado, protegem-se uns aos outros.
O Senado e seus investigados tomam as dores de Aécio Neves num esforço para voltar à rotina pré-Lava Jato, restabelecendo a imensa margem de manobra que assegurava a autoproteção do sistema político. Os senadores querem voltar a um tempo em que eles mesmos faziam as leis, eles mesmos cometiam os crimes, eles mesmos se absolviam nos seus conselhos de ética. Nesse mundo particular que os senadores querem de volta, a defesa da Constituição vira um outro nome para a luta pela impunidade.

NA VEJA.COM
EXCLUSIVO: As operações bilionárias suspeitas do grupo J&F
Relatório do Coaf revela que as empresas do grupo movimentaram 248 bilhões de reais em transações nebulosas, incluindo pagamentos a políticos

Por Hugo Marques, Thiago Bronzatto, quinta-feira, 28 set 2017, 20h33
A Operação Lava-Jato produziu histórias e números superlativos ao desvendar desvios de 42 bilhões de reais, envolvendo mais de 2.000 suspeitos, com ramificações que se desdobram em 48 países em quatro continentes. Mesmo assim, ninguém estava preparado para o conteúdo do relatório sigiloso do Coaf, o órgão do Ministério da Fazenda encarregado de fiscalizar movimentações financeiras. Em 139 páginas, o documento, ao qual VEJA teve acesso, informa que as empresas do grupo J&F, do qual a JBS é a maior estrela, movimentaram nada menos que 248 bilhões de reais apenas em transações consideradas suspeitas nos últimos 14 anos.
Reportagem de VEJA desta semana detalha essas operações nebulosas do grupo J&F que, por mais de uma década, misturou dinheiro e poder, interesses públicos e particulares, negócios e corrupção. O material, considerado um dos mais complexos já produzidos até hoje pelo Coaf, comprova parte do que os próprios executivos da JBS já haviam confessado em delação premiada, revela casos novos e mostra caminhos ainda desconhecidos percorridos pelo dinheiro destinado a parlamentares, ministros, ex-ministros, partidos políticos ou operadores de propinas.
(Para ler a reportagem na íntegra, compre a edição desta semana de VEJA no iOS, Android ou nas bancas. E aproveite: todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no Go Read.)

NO O ANTAGONISTA
Moro pode prender Lula, sim
Brasil Sexta-feira, 29.09.17 06:59 
O Globo consultou um monte de advogados para saber se Lula pode ser preso pelos recibos forjados.
David Teixeira, professor de direito penal da USP, disse que sim:
“Sob o ponto de vista processual penal, isso pode criar não a figura da obstrução à Justiça, mas fazer provas fraudulentas pode significar, sim, uma razão para prisão preventiva para garantia da instrução penal e correta obtenção de provas. E para a garantia da ordem pública no sentido de que não pode o réu solto ficar cometendo crimes.
Se o réu solto está a cometer crimes, ainda que para promover a sua própria defesa, isso é um motivo idôneo, jurídico, processualmente sadio para uma prisão preventiva.”
Meia laranja

Brasil 29.09.17 06:45
Glaucos Costamarques, em documento apresentado ao juiz Sergio Moro, “confirmou que recebeu a visita de um contador, enviado pelo advogado Roberto Teixeira, e que assinou, de uma única vez, num leito do Hospital Sírio Libanês, os recibos referentes aos aluguéis de 2015 do apartamento de São Bernardo do Campo”, diz O Globo.
Ele tem de esclarecer, porém, quando assinou os recibos relativos aos anos anteriores – de 2011 a 2014.
O laranja de Lula só contou metade da história.
O baú de Lula
Brasil 29.09.17 06:27
A PF, no ano passado, apreendeu no baú de Lula uma planilha com todas as suas despesas domésticas relativas a 2011.
Ele pagou a conta de luz do apartamento 121, registrado em nome do laranja Glaucos Costamarques, assim como o condomínio e o IPTU.
Mas nunca pagou o aluguel.
Antes da Lava Jato, de fato, nem era preciso simular esses pagamentos, porque havia uma garantia de impunidade.
O Estado de S. Paulo reproduziu a planilha de Lula:

Para o MPF, recibos são falsos
Brasil 29.09.17 06:14
“Para a Lava Jato, os recibos apresentados por Lula são falsos e visam dar aparência de legalidade à operação de lavagem de dinheiro”, diz o Estadão.
A prova de que os aluguéis nunca foram pagos está na quebra do sigilo bancário de Lula e Marisa Letícia.

E agora, TCU?
Brasil Quinta-feira, 28.09.17 21:12
O TCU não encontrou irregularidades em fiscalização realizada no ano passado no empreendimento Minha Casa Minha Vida, em Roraima.
Hoje, após a deflagração da Operação Anel de Giges, que identificou esquema envolvendo a família de Romero Jucá num desvio de R$ 32 milhões, o Tribunal decidiu reabrir o caso.
Veja AQUI o acórdão de arquivamento.
Funaro não explicou conexão com “Miquéias”
Brasil 28.09.17 20:56
Lúcio Funaro ainda não explicou em sua delação premiada a quem se referem os codinomes “feio” e “jr” em suas planilhas de propina.
Mas a análise da movimentação bancária do corretor indica que ele utilizou as mesmas empresas de fachada de Fayed Traboulsi e Carlos Mazola, alvos da Operação Miquéias, que desbaratou esquema de corrupção nos fundos de pensão municipais.
FUNARO TINHA PASSE LIVRE ATÉ NA PRESIDÊNCIABrasil 28.09.17 19:49
O Antagonista apurou que Lúcio Funaro tinha carteiras de identificação parlamentar que lhe permitiam entrar na Câmara e no Senado sem passar pela vistoria.
O operador do PMDB também tinha carteira de acesso livre à Presidência da República.
Cármen Lúcia quer definir logo regra sobre suspensão de mandatos
Brasil 28.09.17 19:57
Cármen Lúcia disse que dará “prioridade” no STF a uma ação que discute o procedimento a adotar nos casos de afastamento de parlamentares do mandato.
É a mesma ação mencionada mais cedo por Marco Aurélio Mello – ela propõe que decisões judiciais que suspendam o mandato de parlamentares sejam submetidas ao Congresso em até 24 horas.
A questão voltou à baila, claro, com a decisão da Primeira Turma do Supremo de afastar Aécio Neves do Senado.
Todos mentem
Brasil 28.09.17 19:37
Glaucos da Costamarques deveria ter contado a verdade dos recibos no dia de seu depoimento a Sérgio Moro.
Ele também vai continuar negando que atuou como laranja de Lula a mando de Roberto Teixeira?
Bitelo se solidariza com Caju
Brasil 28.09.17 18:43
Lúcio Vieira Lima, o irmão de Geddel chamado de Bitelo nas planilhas da Odebrecht, mandou mensagem de solidariedade a Romero Jucá, o Caju, depois da Operação Anel de Giges.
“Essa sacanagem é em função do caso do Aécio, para inibir o Senado. São indignos. Não tenho poder em ajudar em nada, mas ao menos quero retribuir o carinho paternal que você tem dedicado a mim e sou grato!”, diz a mensagem de Lúcio.
Mais uma vez: boi preto (assim como seus irmãos) conhece boi preto.

A mensagem de Lúcio. A imagem é do fotógrafo Lula Marques, no Facebook.
Em nota, Jucá repete ataque a juíza
Brasil 28.09.17 18:23
Romero Jucá divulgou nota em que disse receber como “agressão” a ele e sua família a Operação Anel de Giges, da Polícia Federal.
“Recebo essa agressão a mim e a minha família como uma retaliação de uma juíza federal, que, por abuso de autoridade, já responde a processo no Conselho Nacional de Justiça. Tornarei públicos todos os documentos que demonstrarão a inépcia da operação de hoje”, escreveu o líder do governo no Senado.
A operação foi deflagrada por ordem de Ana Emília Aires, da 4.ª Vara Federal de Boa Vista.
Clique aqui para ouvir o áudio, que O Antagonista publicou mais cedo, de Jucá criticando a juíza.







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