PRIMEIRA EDIÇÃO DE 30-8-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUARTA-FEIRA, 30 DE AGOSTO DE 2017
A maior parte de investimentos estrangeiros no Brasil já não tem como origem os conhecidos fundos que administram o dinheiro das velhinhas norte-americanas ou europeias, mas de bancos que atuam como “laranjas” de brasileiros que mantêm suas fortunas lá fora. Essa é a conclusão de estudos levados ao conhecimento do governo. A má notícia é que não passa de mito o interesse de investidores no País.
Brasileiro com muito dinheiro lá fora teme a rebordosa na Receita, por isso confia a empresas estrangeiras os seus investimentos no Brasil.
No primeiro ano de governo Temer, a entrada de dólares no País foi de US$ 12,57 bilhões, mas com grande influência da Lei da Repatriação.
Apesar do saldo positivo em US$4,91 bilhões no acumulado de 2017, junho e julho, somados, tiveram saldo negativo de quase US$7 bilhões.
Em 2007, investidores injetaram US$87,5 bilhões no Brasil com a perspectiva do grau de investimento que o País obteve em 2008.
Américo Fontenelle foi cônsul do Brasil em Toronto (Canadá) e depois em Sidney (Austrália), jactando-se sempre da proteção do poderoso ministro José Dirceu. Nos dois postos foi acusado de assédio moral. Apesar disso, suas costas continuam largas: o Itamaraty designou-o cônsul em Ciudad del Este, Paraguai. Não tem perigo de dar certo. Colegas dele acham que o terceiro caso de assédio é questão de dias.
Após grave denúncia de assédio em Toronto, o chanceler petista Celso Amorim “escondeu” Fontenelle em Sidney. Aconteceu de novo.
Diplomatas mais experientes estão preocupados: a ficha de Fontenelle o torna vulnerável em posto sensível, em região de alta criminalidade.
O Itamaraty sabe que, marcado pelos casos de assédio, o diplomata chegará ao novo posto enfraquecido, todos à espera de novo deslize.
Enquete no site do Diário do Poder com 2.132 votantes até as 19h de ontem, revela que 24% apostam na vitória de Jair Bolsonaro na disputa para presidente, em 2018, seguido de João Dória (19%), Álvaro Dias (15%), Alckmin (12%), Lula (11%), Marina (8%) e Ciro Gomes (7%).
Está feia a coisa para petistas: além do fiasco da caravana de Lula no Nordeste, levantamento da Paraná Pesquisas mostra que os brasileiros preferem Michel Temer (19,6%) na presidência que o PT (19,5%).
Indagada sobre se orienta os associados a burlar a nova lei trabalhista, a entidade de classe, Anamatra, confirmou: juízes do Trabalho devem “prestigiar a Constituição” contra “preceito de uma lei federal”.
A derrocada do senador Eduardo Braga no Amazonas é pior ainda para a aliada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), de reeleição dificílima. Aliás, o Petrolão, que a trouxe a Brasília em 2010, deve levá-la em 2018.
Montagem na rede atribui a Gilmar Mendes o carro “atacado em São Paulo” por manifestantes. Mas a placa é de país europeu e o ministro está a 10.564km de distância, em visita a Bucareste, na Romênia.
Ao menos 13 servidores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais receberam acima dos R$ 108 mil em julho. Cinco levaram mais de R$230 mil. Um juiz de “entrância especial”, R$ 461 mil. Líquidos.
O CEO da Tim Brasil, Stefano de Angelis, foi escolhido o melhor do ano na América Latina pela revista International Investidor, nas categorias de tecnologia, mídias e telecomunicações.
Em sessão conjunta a pedido do senador Fernando Pai, comissões de Infraestrutura e Assuntos Econômicos do Senado vão ouvir o ministro Fernando Filho (Minas e Energia) sobre a privatização da Eletrobras.
...o Dia do Perdão, celebrado neste 30 de agosto, não tem chance de ser celebrado no Congresso.

NO DIÁRIO DO PODER
CONDUTAS DELITUOSAS
MINISTRO DO STF RETIRA SIGILO DE INQUÉRITO CONTRA RENAN CALHEIROS NO CASO POSTALIS
NO DESPACHO, BARROSO TAMBÉM DETERMINA A REMESSA DOS AUTOS À PF PARA A REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS
Publicado: terça-feira, 29 de agosto de 2017 às 18:43 - Atualizado às 00:26
Redação
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do Inquérito (INQ) 4492, no qual são investigadas "condutas delituosas" supostamente praticadas pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no âmbito do Postalis, instituto de previdência dos Correios. No despacho, o ministro também determina a remessa dos autos à Policia Federal para a realização de diligências. As informações foram divulgadas no site do Supremo.
No último dia 9, Barroso determinou a instauração do inquérito, requerida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, destacando que, nesta fase, não é necessário que a verificação de indícios de materialidade e de autoria ocorra com o rigor que se examina a existência de justa causa para dar início a uma ação penal.
"Basta à instauração do inquérito que a notícia-crime tenha probabilidade de efetivamente se referir a um fato criminoso", destacou o ministro.
Neste caso, segundo o relator, um primeiro exame dos autos revela elementos de participação direta do parlamentar nos fatos narrados.
O ministro apontou que os fatos apontados pela Procuradoria-Geral da República se referem a operações financeiras milionárias realizadas pelo fundo Postalis com a compra de papéis de empresas de fachada que seriam geridas por Milton Lyra e Arthur Machado, "o primeiro, como consta dos autos, muito ligado ao senador Renan Calheiros".
Barroso acrescentou que relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) "apontou movimentação financeira incompatível com o faturamento das empresas de Milton Lyra".
Além disso, em seu acordo de colaboração premiada, o senador cassado Delcídio Amaral (ex-PT/MS) "declarou que Milton Lyra era o operador de diversos políticos do PMDB e que era um dos poucos interlocutores de Renan Calheiros".
Por sua vez, o doleiro Alberto Youssef, também em colaboração premiada, corroborou a influência do senador no fundo Postalis.
"Não se está diante de notícia sem qualquer apoio indiciário ou de notícia fundada somente em denúncia anônima, devendo-se dar prevalência, diante disso, ao interesse da sociedade em ver esclarecidos os fatos", assinalou o ministro.
"Como se vê dos autos, o relato é detalhado, e se fez acompanhar de termos de colaboração premiada, relatórios de inteligência financeira, tudo a demonstrar haver nos autos elementos suficientes para justificar a instauração de investigação para melhor apuração dos fatos, com a consequente realização das diligências requeridas", ressaltou Barroso.
Defesa
Na semana passada, o senador negou irregularidades, por meio da assessoria de imprensa. "Essa é uma história requentada e mais uma acusação do procurador sem provas. O ministro Teori devolveu uma denúncia contra mim considerando-a inepta e outra já foi arquivada. Essa também será porque nunca tive lobista ou operador. Nunca autorizei que falassem em meu nome em nenhum lugar, muito menos na Postalis", disse Renan Calheiros.(AE)

MAIS UM PEDIDO
MINISTÉRIO PÚBLICO PEDE SUSPEIÇÃO DE GILMAR POR 200 REAIS EM FLORES
PROCURADORES QUEREM AFASTAR MINISTRO QUE TEM DECIDIDO CONTRA ELES
Publicado: terça-feira, 29 de agosto de 2017 às 18:13 - Atualizado às 19:29
Redação
A Procuradoria da República no Rio enviou nesta terça-feira (29) o terceiro pedido de suspeição do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, ao procurador-geral, Rodrigo Janot. O objetivo é impedi-lo de julgar casos relativos ao empresário de ônibus do Rio, Jacob Barata Filho. Os procuradores disseram que no dia 23 de novembro de 2015 Barata Filho enviou flores ao casal Gilmar e Guiomar Mendes, no valor de R$ 200,10, o que demonstra a "relação de intimidade", conforme dizem os procuradores, entre o ministro e o empresário.
Os procuradores dizem ter tomado conhecimento “nesta data” de uma mensagem eletrônica “que aponta para o íntimo relacionamento entre o acusado e o ministro”: a confirmação da compra de flores num site para o casal, entregue no endereço residencial deles, em Brasília. O ofício, que reproduz o e-mail de confirmação, o boleto de pagamento e o comprovante, mas não especifica qual o tipo de flor comprado.
Na semana passada, Janot pediu ao STF que declarasse a suspeição de Gilmar tanto com relação a Barata Filho quanto a Lélis Teixeira, também empresário do ramo, ambos investigados e presos pela operação Ponto Final da Polícia Federal. Ontem, a presidente da corte, ministra Cármen Lúcia, notificou o colega. Nos três pedidos, os procuradores sustentam que a proximidade de Gilmar e Barata Filho o impede de atuar.
O ministro foi padrinho de casamento da filha de Barata Filho, Maria Beatriz Barata, em julho de 2013, com Francisco Feitosa Filho, que é "sobrinho de Gilmar", ressaltam os procuradores da República. Na verdade, é sobrinho da mulher do ministro, Guiomar Mendes. O fato de Guiomar trabalhar num escritório de advocacia que defende investigados da Lava Jato também é mencionado pelo Ministério Público - que não cita o nome do escritório, mas, à época, o advogado Sérgio Bermudes, titular da banca, reagiu fortemente à primeira referência, lembrando inclusive que uma filha de Rodrigo Janot atuou na defesa de investigados da Lava Jato, o que também o tornaria suspeito.
Outro ponto que vem sendo apontado pelos procuradores é que Barata Filho é sócio de Francisco Feitosa de Albuquerque Lima, cunhado de Gilmar, em uma empresa de transportes, e seu amigo. Argumentam ainda que Barata Filho e Gilmar têm um "advogado em comum", Rodrigo Mudrovitsch.
Os novos pedidos foram encaminhados após Gilmar conceder habeas corpus que soltou Barata Filho e Teixeira. Segundo as investigações, eles estão entre os cabeças do esquema de corrupção do ex-governador Sergio Cabral (PMDB) no setor de transportes do Estado. Cabral teria recebido R$144,7 milhões em propinas para agir em favor dessas empresas.

HOMOLOGAÇÃO
PGR ENVIA ACORDO DE DELAÇÃO DO DOLEIRO LÚCIO FUNARO AO SUPREMO
DEPOIMENTOS SÓ TERÃO VALIDADE APÓS HOMOLOGAÇÃO DO MINISTRO EDSON FACHIN
Publicado: terça-feira, 29 de agosto de 2017 às 17:05 - Atualizado às 17:51
Redação
A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o acordo de delação premiada do empresário e doleiro Lúcio Funaro, que está preso há mais de um ano no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. Para terem validade, os depoimentos precisam ser homologados pelo ministro Edson Fachin.
Funaro é processado pela Justiça Federal em Brasília em três investigações da Polícia Federal (PF) – Greenfield, Sépsis e a Cui Bono? – que envolvem suspeitas de desvios de recursos públicos e fraudes na administração de quatro dos maiores fundos de pensão de empresas públicas do país: Funcef (Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios). O empresário também foi citado nas delações da JBS.
Funaro é testemunha-chave em processos que envolvem o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e os ex-ministros Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima. (ABr)

NA VEJA.COM
Marco Aurélio, sobre Gilmar: ‘Em relação a esse rapaz, não falo’
Integrantes do STF evitaram comentar o pedido de suspeição que Rodrigo Janot protocolou contra o ministro
Por Da Redação
Terça-feira, 29 ago 2017, 19h42 - Publicado em 29 ago 2017, 19h10
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) evitaram comentar o pedido de suspeição feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Gilmar Mendes. Na segunda-feira à noite, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, enviou uma notificação para cobrar explicações de Gilmar sobre a solicitação protocolada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
“Não falo sobre isso, pedido de suspeição. Em relação a esse rapaz, não falo”, afirmou o ministro Marco Aurélio Mello, um dos adversários mais frequentes de Gilmar em debates no plenário do STF. Marco Aurélio costuma se referir ao colega de toga como “Todo-Poderoso”.
Outros três ministros abordados na entrada das sessões da Primeira e da Segunda Turma não responderam a perguntas sobre o que pensam da possibilidade de a ministra Cármen Lúcia pautar para julgamento o pedido de afastamento de Gilmar dos casos envolvendo a Operação Ponto Final, um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro. A suspeição tem como alvo a expedição de habeas-corpus para o empresário Jacob Barata Filho e para o empresário Lélis Teixeira, ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor).
Gilmar foi padrinho de casamento da filha de Barata Filho. Janot argumenta ainda que a esposa de Gilmar, Guiomar Mendes, trabalha em um escritório de advocacia que representa empresas relacionadas a Barata Filho e Lélis Teixeira.
Para o ministro Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia tomou uma decisão “normal” ao abrir espaço para manifestação de Gilmar. Ele preferiu não comentar se acredita que o caso deva ou não ir a plenário.
“Esse procedimento é normal. A presidente dá em todos os casos. No meu caso, alegaram dois impedimentos. Ela ouve e depois decide”, disse. A atuação de Moraes foi questionada na relatoria de uma ação em que se discutia parecer emitido pela Procuradoria-Geral de São Paulo quanto à possibilidade de promover a reintegração de posse de prédios públicos ocupados, sem necessidade de documentação jurídica.
Os ministros Ricardo Lewandowski e Luís Roberto Barroso disseram que não poderiam falar sobre o caso. Na segunda-feira, o ministro Luiz Fux tratou do tema em entrevista ao jornal O Globo. “Isso é algo de foro íntimo a ser resolvido de forma regimental. Se não me falha a memória, essa alegação é decidida na presidência. Mas, se tiver que ser levada a plenário, que seja”, disse Fux.
A assessoria de imprensa de Gilmar Mendes, que está na Romênia em viagem oficial, informou que ele se manifestará nos autos sobre o pedido de suspeição.
Rejeição
Levantamento do jornal O Estado de S. Paulo revela que nenhum pedido de impedimento ou suspeição de ministros do STF levado à Corte foi atendido nos últimos dez anos. Nenhum caso rejeitado teve o mérito discutido pelo colegiado. Entre 2007 e este ano, chegaram à Corte oitenta arguições de impedimento ou suspeição.
Pelas regras do Tribunal, só o presidente ou o plenário do Supremo pode afastar um dos ministros do julgamento de uma ação. O presidente da Corte é o relator do caso e pode decidir de forma monocrática se entender que há um vício formal ou jurisprudência já consolidada sobre o tema, sem precisar levar a debate no plenário.
(Com Estadão Conteúdo)

STF: Fux e Lewandowski lideram gastos com passagens em 2017
Eles gastaram respectivamente 29.714,65 e 26.900,72 reais de janeiro a julho deste ano; valores estão dentro da cota anual de 50.402,82 para viagens no País
Por Guilherme Venaglia
Terça-feira, 29 ago 2017, 21h48 - Publicado em 29 ago 2017, 21h27
Nos primeiros sete meses do ano, oito dos onze ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) gastaram, juntos, 151.442 reais com a emissão de passagens aéreas – cerca de 22.000 reais por mês. Os campeões, de longe, foram os ministros Luiz Fux e Ricardo Lewandowski, que já gastaram, respectivamente, 29.714,65 reais e 26.900,72 reais até julho.
Os três que não emitiram nenhuma passagem ao longo do ano foram a presidente do tribunal, Cármen Lúcia, o decano Celso de Mello e Marco Aurélio Mello. Como chefe do Poder Judiciário, a ministra tem direito ao uso de avião oficial da Força Aérea Brasileira (FAB) para seus deslocamentos.
Os valores gastos por Fux e Lewandowski são 58,9% e 41,5%, respectivamente, mais altos que a média dos colegas da Corte que utilizaram os bilhetes – 18.695,00 reais. Depois deles, quem mais gastou com passagens aéreas foram Edson Fachin e Gilmar Mendes, com 19.941,09 reais e 19.445,29 reais. Todos estão dentro da chamada “cota anual”, que é de 50.402,82 reais por ministro.
Ao todo, somando ministros e servidores de diversas áreas, a Corte acumulou um gasto total de 491 mil reais até julho – cerca de 70 mil mensais. Em nota, o Supremo informou que “o estabelecimento de uma cota anual visa a reduzir as despesas do tribunal”. “Enquanto estiverem no território nacional, os ministros estão em serviço, independentemente de estarem em viagem oficial ou se retornaram para as suas residências localizadas fora do Distrito Federal. Com a tecnologia, eles estão aptos a proferir decisões de qualquer lugar do Brasil”, completa.
Para viagens internacionais, o motivo da viagem deve ser considerado missão internacional de interesse do STF e o ministro indicado como seu representante. De acordo com a assessoria do STF, nenhuma viagem do tipo ocorreu desde a posse da ministra Cármen Lúcia na presidência do Supremo, em setembro de 2016.
Procurados por VEJA, os ministros Luiz Fux e Ricardo Lewandowski deram, por meio de seus gabinetes, justificativas diferentes para os gastos. Fux alega ser o único ministro que tem a família morando fora de Brasília – no Rio de Janeiro. De fato, todas as passagens emitidas em nome do magistrado foram para o trajeto entre a capital federal e o aeroporto Santos Dumont.
Gastos com passagens aéreas - até julho de 2017
1º – Luiz Fux – R$ 29.714,65
2º – Ricardo Lewandowski – R$ 26.900,72
3º – Edson Fachin – R$ 19.941,09
4º – Gilmar Mendes – R$ 19.445,29
5º – Luis Roberto Barroso – R$ 16.233,91
6º – Alexandre de Moraes – R$ 13.044,75 (tomou posse em 22/03)
7º – Rosa Weber – R$ 12.327,68
8º – Dias Toffoli – R$ 11.956,73
9º – Cármen Lúcia, Celso de Mello e Marco Aurélio Mello – R$ 0
Já Lewandowski questiona os dados informados pelo STF. De acordo com o gabinete do ministro, as informações estão desatualizadas e não compreendem as últimas informações prestadas à administração do Supremo. Como um exemplo, a assessoria do magistrado cita duas passagens para o Estado de São Paulo em 24 de fevereiro – uma, com destino a Congonhas, na capital; outra, para o aeroporto de Viracopos, em Campinas. O ministro teria utilizado apenas a passagem rumo a São Paulo, sendo que a que o levaria para o interior foi cancelada e o dinheiro, portanto, não teria sido gasto.
O gabinete informa que está em contato com o setor responsável para corrigir as informações e que o valor efetivamente gasto é inferior ao que consta na planilha, estando próximo dos demais ministros. A assessoria do STF informou que não comentaria a justificativa de Lewandowski.
Fim de sigilo
A ministra Cármen Lúcia, que também preside o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), publicou uma portaria no último dia 18 em que obriga tribunais de todo o Brasil a informar dados sobre estrutura e pagamentos remuneratórios de juízes, alegando ser necessário para que o órgão apure eventuais descumprimentos do teto salarial. Os dados ficarão disponíveis no site do Conselho e poderão ser utilizados em procedimentos internos de investigação do Conselho.
A presidente do CNJ decidiu também pedir detalhamento específico dos pagamentos feitos aos magistrados. Atualmente, já há alguma divulgação de tribunais sobre remunerações, mas sem especificar quanto se refere a salários e quanto a benefícios. Uma das determinações é para que os tribunais enviem, em um prazo de dez dias úteis, a lista com os pagamentos feitos neste ano, de janeiro a agosto.
A portaria estabelece que, a partir de setembro, os tribunais terão até cinco dias após o pagamento aos magistrados, para encaminhar cópia da folha salarial, “para divulgação ampla aos cidadãos e controle dos órgãos competentes e para controle da regularidade do orçamento e finanças de cada qual dos tribunais pelo CNJ”.

NO BLOG DO JOSIAS
Flores de Barata denunciam ingratidão de Gilmar
Por Josias de Souza
Quarta-feira, 30/08/2017 06:16

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, revelou-se uma ingrata criatura. Como tem a coragem de sonegar o privilégio de sua amizade a alguém que lhe mandou flores?
Padrinho de casamento de Beatriz Barata, Gilmar Mendes foi pendurado nas manchetes de ponta-cabeça por ter libertado da cadeia o pai de sua afilhada, Jacob Barata Filho. As críticas ainda ecoam no noticiário.
O bom senso e o Código de Processo Civil determinam que um juiz deve se declarar impedido de atuar num processo sempre que há razões capazes de comprometer sua imparcialidade. Por exemplo: a amizade com uma das partes.
Gilmar alegou não ter enxergado no caso concreto razões para o impedimento. Súbito, a Procuradoria pescou na caixa de e-mails de Jacob Barata uma mensagem eletrônica (veja lá no alto) contendo a confirmação de um pedido de entrega de flores ao casal Gilmar e Guiomar Mendes. O mimo foi enviado em 23 de novembro de 2015.
Assim como ninguém vai ao Rubicão para lavar os pés, alguém que manda flores não deseja senão guerrear por uma amizade sincera. Imagine-se a tristeza de Barata ao ouvir Gilmar alegar que não o tem como amigo!
A sorte do ministro é que, na solidão fria do calabouço, o melhor amigo do homem é o habeas corpus. Não fosse por isso, Barata talvez excluísse Gilmar de suas orações.

Congresso tem noite de bar: ‘Não sou nega sua’
Por Josias de Souza
Quarta-feira, 30/08/2017 04:57
Além da falta de ética, a política vive uma crise de compostura. Isso ficou evidente na sessão noturna do Congresso Nacional, nesta terça-feira. O plenário viveu uma noite de boteco. Não um botequim qualquer. Um bar de quinta categoria. O tratamento cerimonioso de ‘Vossa Excelência’ perdeu o sentido. No calor da confusão, uma Excelência era vista por outra como um biltre. E vice-versa. A certa altura, Eunício Oliveira, presidente do Senado e do Congresso, dirigiu-se com a sobriedade de um ébrio a um deputado que o interpelava: “Baixe os dedos, não sou nega sua!”
A sessão reuniu deputados e senadores no plenário da Câmara, que é maior do que o do Senado. Destinava-se à análise de vetos de Michel Temer. Nas sessões ordinárias da Câmara, só com deputados, já é grande a confusão. Com o acréscimo dos senadores, aí mesmo é que a atmosfera conspira a favor das ofensas e dos empurrões, não de decisões sensatas. Os parlamentares ficam em pé, na frente da mesa. É como se não dispusessem de poltronas.
A encrenca começou quando o líder do PDT, Weverton Rocha (MA), pediu a palavra para formular uma ''questão de ordem''. Para usufruir um pouco mais do microfone, ele requisitou o tempo destinado aos líderes, que é mais elástico. Presidia a sessão o segundo vice-presidente do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA). Conspiração dos astros! Os dois são rivais na política maranhense. Weverton é da tribo do governador Flavio Dino (PCdoB). João Alberto é um seguidor devoto do clã Sarney. E a Câmara virou uma espécie de quintal de São Luís.
João Alberto deu de ombros para a solicitação de Weverton, que o acusou de censurá-lo. Outros deputados de oposição solidarizaram-se com o líder do PDT. Grita daqui, empurra dali, Eunício Oliveira (PMDB-CE) acomodou-se na poltrona de presidente. Desatendido, Weverton jogou um exemplar do regimento interno na direção da Mesa. Um grupo de parlamentares marchou em direção a Eunício, para cobrar respeito ao regimento. Agentes da Polícia Legislativa do Senado fizeram um escudo humano para proteger o mandachuva do Congresso da ira dos congressistas.
Eunício suspendeu a sessão por dez minutos. Na volta, com os ânimos menos exaltados, afirmou não ter medo de gritos, agressões ou cara feia. O deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) disse não ter duvida de que o presidente do Congresso não teme cara feia. Do contrário, disse ele, Eunício não suportaria olhar seu próprio reflexo no espelho. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) acusou Eunício de trazer do Senado agentes armados, para “intimidar” os deputados. Coube à senadora Ana Amélia (PP-RS), gaúcha como Pimenta, sair em defesa colega.
Segundo Ana Amélia, os seguranças não fizeram senão assegurar a ordem. Ela recordou uma cena ocorrida no início de julho. Um grupo de senadoras, sob a liderança de Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT de Paulo Pimenta, ocupou a Mesa do Senado. As sublevadas atrasaram por quase oito horas a votação da reforma trabalhista de Michel Temer. Eunício chegou a cortar a luz do plenário. “O Brasil inteiro se deparou com a cena dantesca”, enfatizou Ana Amélia.
Numa época em que congressistas trazem códigos de barras na lapela e comercializam seus votos à luz do dia, as confusões do plenário apenas adicionam à crise moral elementos de uma crise de compostura. A diferença entre o boteco e o Congresso é que na mesa de bar os bêbados pagam do próprio bolso a bebida que entorta a prosa. No Legislativo, é o Tesouro Nacional que financia tudo — do salário ao cafezinho. No botequim, de resto, o álcool sai na urina. No Congresso, se os resíduos verbais fossem concretos, não haveria esgoto que bastasse.

Excesso de cinismo leva a um strip-tease moral
Por Josias de Souza
Terça-feira, 29/08/2017 22:28
A generalização dos escândalos unificou o modelo de reação. No momento, o principal álibi dos encrencados é o cinismo. Denunciado três vezes em sete dias, Romero Jucá disse que o procurador Rodrigo Janot tem um “fetiche” com seu bigode. Réu numa ação penal e investigado em 17 inquéritos, Renan Calheiros virou líder da oposição a Michel Temer. Interrogada no Supremo, Gleisi Hoffmann diz que o PT é “perseguido”. Investigado por uso de verba ilícita, José Serra alega que a caixa registradora era controlada pelo partido.
É como se os políticos tivessem combinado um movimento conjunto. Todos cutucam a opinião pública com o pé para ver se ela ainda morde. Por mal dos pecados, a sociedade está de saco cheio. Limita-se a cumprir suas obrigações básicas: pula da cama cedo e escova os dentes. Quem tem emprego trabalha e paga os impostos. O brasileiro já não faz passeatas. Faz a barba. Sob protesto.
Aproveitando-se do marasmo, Lula, condenado a nove anos e meio de cadeia, passeia sobre suas culpas distraído numa caravana custeada pelo fundo partidário. Ele pisa sobre suas culpas distraído. Chama investigadores de “canalhas”. E culpa “os meninos da Lava Jato” pela morte de sua mulher.
Michel Temer, na bica de ser denunciado pela segunda vez, cercado de ministros investigados e de aliados apodrecidos, alardeia em vídeo que “tem gente que quer parar o País.” Ah, que falta faz um espelho!
O cinismo, quando é muito, vira strip-tease. A crise entrou na sua fase pornográfica. Convém retirar as crianças da sala.

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