PRIMEIRA EDIÇÃO DE 28-7-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEXTA-FEIRA, 28 DE JULHO DE 2017
Após a prisão de Aldemir Bendine, chama atenção na Lava Jato a venda da Petrobras Argentina a preço de banana, em 13 de maio de 2016, dia seguinte ao impeachment de Dilma, quando ele presidia a Petrobras. A Pampa Energia, de Marcelo Mindlin, levou 30 blocos exploratórios, quase 300 postos, e parte de térmica, hidrelétrica e petroquímicas, por apenas US$897 milhões em “negociação exclusiva”.
A Justiça Federal do Rio de Janeiro acatou em outubro ação popular para apurar o prejuízo à Petrobras, estimado em R$ 3,2 bilhões.
A Câmara dos Deputados marcou para 16 de agosto audiência pública para discutir a venda suspeitíssima da Petrobras Argentina.
A Pampa Energia foi alvo, em maio, de busca e apreensão por ordem da Justiça argentina, que também investiga a venda dos ativos.
Marcelo Mindlin, da Pampa, é muito ligado a Cristina Kirchner, ex-presidente argentina, muito amiga de Dilma Rousseff.
A propina exigida da Odebrecht por Aldemir Bendine era falta de vergonha misturada com ganância. Ele recebia R$62,4 mil do Banco do Brasil, como aposentado, e mais R$ 123 mil para presidir a Petrobras, mas decidiu cobrar propina da empreiteira antes mesmo de assumir o cargo. Após sair do comando da petroleira, o ambicioso Bendine ainda levou mais R$ 750 mil pela infame quarentena. Esse valor equivale a seis meses de salário do cargo ocupado durante o governo Dilma.
Vários executivos delataram os achaques de Bendine, e até um ex-motorista, que revelou a rotina de leva-e-traz de malas de dinheiro.
A prisão de Aldemir Bendine era uma das mais sólidas certezas, no âmbito da Lava Jato, em razão do estilo agressivo, no submundo de Brasília.
Quando o escolheu para presidir a Petrobras, a então presidente Dilma o anunciou como uma espécie de “salvação”. Quase quebrou a estatal.
Ex-diretor da Funasa no governo do PT, Ruy Barreira reassumiu a direção de Engenharia e tem tudo para virar presidente. Pelo menos é o que ele próprio espalha, segundo servidores da instituição.
Segundo o ranking dos mais ricos da América Latina, no “Top 100 Billionaires 2017” da revista Latin Trade, o dono de O Boticário, Miguel Krigsner, teria perdido 25% (um quarto!) de sua fortuna no último ano.
A lista dos bilionários da Latin Trade destaca a recuperação de fortunas como a de Maria Helena Scriptilliti, uma das controladoras do grupo Votorantim, que triplicou de US$1,1 bilhão, para US$3,9 bilhões.
Reportagem da correspondente do site Diário do Poder em Portugal, Silvia Caetano, lembrou que após o lançamento de um livro do então primeiro ministro português José Sócrates, que seria preso por corrupção, Lula foi com ele a uma festa patrocinada... pela Odebrecht.
Apesar da rejeição que chega a 70%, segundo a pesquisa Ibope/CNI, o governo Temer tem a melhor aprovação na área de Educação, onde 22% dos entrevistados avaliam como positiva a atuação do governo.
A decisão do governo de aumentar impostos impactou na pesquisa Ibope/CNI: em geral, 87% dos entrevistados desaprovam as medidas de Michel Temer e sua equipe econômica.
Ministros da Camex adiaram por um mês a decisão de cancelar ou não imposto 0% para importar etanol podre dos Estados Unidos. A mamata foi obtida no governo Dilma pelo lobby das distribuidoras, inclusive americanas, que controlam o negócio de combustíveis no Brasil.
A Câmara dos Deputados volta ao trabalho semana que vem, após o recesso, e a gastar sem licitação. Só no primeiro semestre foram mais de R$104 milhões de dispensas, inexigibilidades e convites.
...a popularidade de Michel Temer no Congresso não precisa ser alta, basta ser maior que a da oposição.

NO DIÁRIO DO PODER
ARRIMO DOS CALHEIROS
MP MIRA NEPOTISMO PRATICADO POR SOBRINHO DE RENAN, EM ALAGOAS
PREFEITO OLAVO NETO EMPREGOU IRMÃO, PRIMOS, CUNHADOS E TIA
Publicado: sexta-feira, 28 de julho de 2017 às 01:38 - Atualizado às 02:14
Davi Soares
Não bastasse fazer parte de um clã que domina a política de seu reduto há mais de 60 anos, o prefeito de Murici, Olavo Calheiros Novais Neto (PMDB), distribuiu boquinhas na Prefeitura Municipal para irmão, primos, cunhados e uma tia. Após denúncias de vereadores, o Ministério Público Estadual (MP/AL) recomendou, há mais de um mês, que o prefeito dê fim à prática ilegal e demita os integrantes da família do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). A Câmara de Vereadores de Murici foi comunicada, na última quarta-feira (26), sobre a recomendação ao prefeito.
Para não ser processado pela prática de ato de improbidade administrativa e alvo de reclamação perante o Supremo Tribunal Federal (STF), o sobrinho de Renan foi aconselhado pelo promotor de Justiça Carlos Eduardo Baltar Maia a exonerar, em 30 dias, todos os familiares e parentes seus, do vice-prefeito Dayvidson Tenório Vasconcelos, o Deivinho (PMDB) e de secretários e procurador-geral do Município.
Entre os detentores de cargos com relação de nepotismo com o prefeito Olavo Neto, o MP cita seu irmão, Cid de Cerqueira Leão Calheiros; sua tia, Vilma Leão Calheiros; seus primos, Remi Vasconcelos Calheiros Filho e Camila Aragão Calheiros; e seus cunhados, Éneas Manoel Damasceno e Bruna Vanessa Damasceno. 
O mesmo prazo foi dado para a rescisão de contratos que configurem nepotismo. E o MP recomendou ainda que as nomeações e contratações sejam atreladas à exigência de declaração negativa de parentescos com as autoridades ordenadoras de despesas e com ocupantes de cargos comissionados no Poder Executivo Municipal.
'TEM MAIS'
Juntamente com Fernando Tenório Cavalcante (PSB), o vereador Fábio André Vieira Gaia (PP) denunciou ao MP o caso em que o prefeito virou arrimo do clã Calheiros. Mas disse ao Diário do Poder que os casos não se resumem aos nomes citados pelo promotor Baltar Maia. 
“Tem mais na folha de junho, por isso que o promotor pediu certidões de todos os funcionários que sejam parentes. O que nos motivou a denunciar, foi que Murici tem mais de 15 anos que não existe concurso, e os jovens não tem oportunidade de fazer um concurso, para trabalhar na sua terra. Tudo lá e no arrumadinho. Esses são os que conhecemos, por nome, ligado ao vice-prefeito estamos fazendo um levantamento, já detectamos mais de 15”, disse Fábio Gaia, ao Diário do Poder.
A Súmula Vinculante nº 13, do Supremo Tribunal Federal (STF), de 2008, prevê que:
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”.
O Diário do Poder não conseguiu contato com o prefeito Olavo Neto, nem com seu vice-prefeito, Deivinho.

FRAUDES DA PRECE
MP PROCESSA CUNHA E FUNARO POR PREJUÍZO A FUNDO DE PREVIDÊNCIA DA CEDAE
ESQUEMA TERIA GERADO PERDAS DE R$ 39 MILHÕES AOS FUNDOS DE APOSENTADORIA
Publicado: quinta-feira, 27 de julho de 2017 às 18:56
Redação
O Ministério Público Estadual (MPE) fluminense ajuizou ação, nesta quinta-feira, 27, contra o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), o doleiro Lúcio Bolonha Funaro e outras dez pessoas por supostas fraudes na Previdência Complementar dos Funcionários da Cedae (PRECE). Na ação, o MP pede o ressarcimento de danos financeiros causados à Prece por operações irregulares na bolsa de valores. 
A Cedae é a companhia estatal de tratamento água e esgoto do Rio. Em 19 de julho, a União autorizou sua venda para o BNDES. A hipótese em discussão pelo governo é de que a empresa seria adquirida pela instituição de fomento, reorganizada e então privatizada. Os valores da operação não estão definidos, mas o governo fluminense espera arrecadar mais do que os R$ 3,5 bilhões que seriam recebidos em antecipação de parte da venda via empréstimo com bancos públicos.
De acordo com o MP, o esquema, que também envolveria diretores da Prece, gerou perdas de R$ 39 milhões aos fundos exclusivos da previdência dos funcionários. Também houve prejuízos de R$ 2 milhões à carteira própria do próprio fundo. As informações estariam no inquérito administrativo instaurado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Os 12 acusados vão responder por improbidade administrativa. A ação foi ajuizada pela 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital, na última terça-feira, 25. Só foi divulgada nesta quinta-feira, 27, pelo MP.
Segundo o MPE, a caixa de previdência da Cedae era usada como uma espécie de “seguro” para as aplicações.
“Os rendimentos financeiros dos negócios que geravam lucro eram divididos entre o grupo de 12 pessoas, incluindo diretores da Prece, além de Eduardo Cunha e Lúcio Bolonha Funaro, apontado como operador de Cunha em esquemas de corrupção. Quando os investimentos geravam prejuízo, eram atribuídos exclusivamente à Prece, que ficava com as perdas. O esquema funcionou entre novembro de 2003 e março de 2006”, informou o MP. 
Pelas investigações da promotoria, a Prece era cotista em diversos fundos exclusivos, que eram usados nas fraudes.
“A empresa usava o dinheiro da previdência da Cedae e dos 12 acusados, indistintamente, para investimento em ações. Ao fim de cada dia, quando já era possível identificar quais operações gerariam lucro ou prejuízo, os gestores atribuíam a titularidade dos melhores investimentos aos réus. Os piores eram imputados apenas à Prece. Assim, o grupo tinha sempre ganhos na bolsa. Apenas Eduardo Cunha teve lucro de R$ 917,3 mil, segundo a ação”, divulgou o MP.
A promotoria pediu o sequestro dos bens dos acusados, no valor de R$ 21,8 milhões. A quantia seria o valor do lucro obtido pelos envolvidos no esquema, de acordo com o documento encaminhado à Justiça. O MP demanda ainda a condenação dos réus nas sanções do artigo 12 da Lei de Improbidade Administrativa. Ele prevê a perda dos bens obtidos por ação ilícita. (AE)

CORTE NECESSÁRIO
GOVERNO ANUNCIA CONTINGENCIAMENTO DE R$ 5,9 BILHÕES, MAIOR PARTE NO PAC
R$5,2 BILHÕES SÃO CONTINGENCIADOS E R$2,2 BILHÕES REMANEJADOS
Publicado: quinta-feira, 27 de julho de 2017 às 18:37 - Atualizado às 06:26
Redação
O governo anunciou há pouco o contingenciamento de R$ 5,9 bilhões e o remanejamento de R$ 2,2 bilhões do Orçamento deste ano. O corte atinge, principalmente, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que perderá, ao todo, R$ 7,4 bilhões, sendo R$ 5,2 bilhões que serão contingenciados e R$ 2,2 bilhões que serão realocados para outras áreas.
O corte foi necessário para repor a queda na expectativa total de arrecadação, anunciada na ultima sexta-feira, que passou de R$ 1,386 trilhão para R$ 1,380 trilhão.
Havia a expectativa de que o corte fosse menor, devido à possibilidade de entrada de receitas extraordinárias. Contundo, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse que não foi possível fazer as avaliações necessárias, já que o prazo para o anúncio do contingenciamento termina amanhã. (ABr)

NA VEJA.COM
‘Operador de Bendine’ também distribuía propinas da JBS
André Gustavo Vieira da Silva foi citado pelo delator Ricardo Saud como intermediário de dinheiro a senadores de PMDB, PSB e ao governador de Pernambuco
Por João Pedroso de Campos
Quinta-feira, 27 jul 2017, 22h19 - Publicado em 27 jul 2017, 22h03
O publicitário André Gustavo Vieira da Silva, preso nesta quinta-feira na Operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato, é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como um dos intermediários da suposta propina de 3 milhões de reais da Odebrecht ao ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine. As relações do empresário com o poder, contudo, são mais amplas. As investigações do MPF sobre Vieira da Silva e as delações premiadas de executivos do Grupo J&F indicam que, além de “operador” de Bendine, o empresário distribuía dinheiro das empresas dos irmãos Joesley e Wesley Batista a políticos.
Segundo o diretor de relações institucionais da JBS, Ricardo Saud, Vieira da Silva entregou cerca de 7 milhões de reais a senadores do PMDB. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), teria recebido 318.000 reais em dinheiro vivo pelas mãos do publicitário, enquanto seu antecessor na chefia da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), teria sido o destinatário de 3,8 milhões de reais em espécie, repassados por André Vieira da Silva a Durval Rodrigues, suposto emissário de Renan.
O publicitário também teria entregue 980.602 reais a Jáder Barbalho (PMDB-PA), 1 milhão de reais a Eduardo Braga (PMDB-AM) e 1 milhão de reais ao ex-senador e atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, sempre em dinheiro vivo.
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Ao avançar sobre duas das empresas de André Gustavo Vieira da Silva, a MP Marketing, Planejamento Institucional e Sistema de Informação Ltda. e a Arcos Propaganda Ltda., a Lava Jato também encontrou dois contratos milionários com empresas do Grupo J&F.
A MP Marketing foi contratada por 2,17 milhões de reais pela J&F Investimentos S.A em novembro de 2015 para elaborar um “diagnóstico sócio-econômico e político na Venezuela”. Os investigadores apontam “fortes evidências” de que a empresa seja de fachada. Uma delas se deve ao fato de que, apesar do faturamento milionário e das atividades que alega exercer, a firma não tinha, entre 2006 e 2016, nenhum funcionário registrado na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho.
“A empresa MP Marketing de André Gustavo claramente não tem atividade e foi criada apenas para emissão de notas relacionadas a contratos fictícios de recursos de origem criminosa”, afirmam os procuradores sobre a firma, usada por André Gustavo para justificar os 3 milhões de reais supostamente pagos pela empreiteira a Bendine. O publicitário declarou à Receita Federal que recebeu o dinheiro a partir de uma consultoria prestada pela MP Marketing à Odebrecht Ambiental.
Já a Arcos Propaganda recebeu 1 milhão de reais da JBS em um contrato firmado em novembro de 2014. Segundo Ricardo Saud, a nota emitida pela Arcos era fria, ou seja, não houve prestação de serviço, e o dinheiro foi destinado ao senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), que “apresentou” a firma a Saud. Bezerra Coelho também teria recebido, de acordo com o executivo da JBS, outros 2 milhões de reais em dinheiro vivo das mãos de André Gustavo Vieira da Silva.
Além do senador, outro pessebista pernambucano citado na delação de Ricardo Saud como destinatário de propina repassada pelo publicitário é o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PMDB). De acordo com o delator, Câmara recebeu 1 milhão de reais em espécie, abatidos de um saldo de 15 milhões de reais em propina devida ao ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto em um acidente aéreo durante a campanha presidencial de 2014.
O atual ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), também teria sido beneficiado com valores entregues por Vieira da Silva. Conforme a delação de Saud, o tucano recebeu 200.000 reais em dinheiro das mãos do empresário em 2014, quando foi eleito deputado federal.

Eduardo Cunha será julgado mais uma vez por Moro
Defesa queria transferência para o Rio
Por Ernesto Neves
Quinta-feira, 27 jul 2017, 18h31 - Publicado em 27 jul 2017, 18h15
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) acaba de manter a decisão de não transferir para o Rio o processo em que Eduardo Cunha responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na compra de navios-sonda para a Petrobras.
A defesa de Cunha alegava que a ação não teria relação com os casos julgados na 13ª Vara Federal de Curitiba, de Sergio Moro, pois o processo com o qual teria conexão já foi julgado.
O Ministério Público Federal do Rio, por sua vez, defendeu que o processo deve tramitar no Paraná por ser o juízo em que estão as ações da Lava-Jato.
Moro já condenou Cunha a 15 anos e 4 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta na compra do campo petrolífero de Benin, na África, pela Petrobrás, em 2011.

NO RADAR ON-LINE
Adriana Ancelmo sofre derrota no TRF
Ela é acusada de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa
Por Ernesto Neves
Quinta-feira, 27 jul 2017, 18h01 - Publicado em 27 jul 2017, 17h30
A Primeira Seção Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região acaba de negar pedido de suspeição de Adriana Anselmo contra o desembargador federal Paulo Espirito Santo para atuar no seu caso.
Em abril, o desembargador votou para que Adriana deixasse a prisão domiciliar e voltasse para Bangu.

Investigação a supostas contas de Lula e Dilma estaciona
Enquanto PGR não definir em qual vara da Justiça Federal processo deve correr, delação de Joesley não servirá para nada
Por Gabriel Mascarenhas
Quinta-feira, 27 jul 2017, 19h03
Uma pendenga judicial impede que a Procuradoria da República do Distrito Federal dê andamento à investigação de supostas contas que Joesley Batista mantinha para Lula e Dilma no exterior, com saldo total de 150 milhões de dólares.
O caso, relatado pelo dono da JBS em sua delação, desceu do Supremo para a Primeira Instância. Aí começaram os problemas.
Em tese, o inquérito correria na 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, mas a 12ª Vara emitiu um despacho puxando o caso para si.
Diante da divergência, cabe à 5ª Câmara da PGR decidir para aonde, enfim, deve seguir o inquérito.
Perfeito, mas enquanto não há uma definição, na prática, o Ministério Público Federal que atua na Primeira Instância não pode usar o material contido na delação de Joesley, ou seja, o grosso das informações.
Até lá, o procurador que vinha tocando o caso, Ivan Cláudio Marx, dispõe apenas do que o empresário disse em depoimento à própria procuradoria da República do DF. Em suma, a letargia só beneficia uma das partes: a dos investigados.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Sexta-feira, julho 28, 2017
QUATRO PETRALHÕES TOMAM CHÁ DE SUMIÇO
Fugindo do inferno: Mercadante, Cardozão, Erenice e Berzoini. (Ilustração da revista IstoÉ)

Com o impeachment da Dilma, as descobertas da Lava Jato e a notória ojeriza da maioria dos brasileiros ao PT depois das avassaladoras descobertas pela Operação Lava Jato de um cipoal de corrupção e roubalheiras, muitas das outrora 'estrelas' do Partido vermelho praticamente desapareceram do cenário político. 
A revista IstoÉ, por exemplo descobriu que quatro petistas históricos tomaram chá de sumiço. Muito assanhados no passado recente, não podiam ver por perto os holofotes da grande mídia que ajeitavam o nó da gravata, estufavam o peito e declinavam aquela discurseira conhecida: "Nunca antes neste País!"
Agora, andam mais arredios do que cachorro em tiroteio. Isso não significa - quem conhece sabe - que desistiram do seu intento de venezuelizar o Brasil. Seja como for, o fato é que, quatro desses petralhões que formavam o esquadrão em torno da Dilma atualmente fogem da imprensa como o diabo foge da cruz. São eles: Mercadante, Cardozão, Erenice e Berzoini.
LOW PROFILE...Eles haviam alcançado o Olimpo político. Eram figuras do mais alto escalão na Esplanada dos Ministérios em Brasília e donos de trajetória ascendente no PT. Hoje, vivem no ostracismo. E, por ora, por mais contraditório que possa parecer, querem mesmo ficar por lá – de preferência longe das luzes da ribalta. Alvos da Lava Jato, Aloizio Mercadante, Ricardo Berzoini, José Eduardo Cardozo e Erenice Guerra tentam tocar suas vidas de forma reclusa, bem diferente de um passado recente, quando encarnavam os papéis de principais escudeiros da ex-presidente Dilma Rousseff.
Acusado de obstrução de Justiça e delatado por suposto caixa dois, o ex-ministro da Casa Civil, da Educação e da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante pediu aposentadoria este ano. Recebe R$ 15 mil mensais como ex-senador, ex-deputado e professor da Unicamp. Para complementar a renda, se vira como consultor. “Ele está desenvolvendo uma consultoria sobre política educacional brasileira para um organismo multilateral”, confirmou sua assessoria. Em setembro, foi hostilizado em Portugal. Conhecido por seu temperamento difícil, o ex-senador foi vaiado e xingado de “ladrão” e “corrupto” no Aeroporto de Lisboa, por supostamente furar a fila do check-in. Ele nega.
Tal como o companheiro de partido, Berzoini, hostilizado recentemente num restaurante, só que sem furar o lugar de ninguém, também resolveu submergir. Neste caso, um recuo tático: o petista já trabalha com um olho nas eleições de 2018. Ex-deputado por São Paulo, ele mudou seu domicílio eleitoral para Brasília este ano. Petistas ouvidos por ISTOÉ garantem que ele é um dos cotados para ser candidato a deputado federal ou mesmo a governador do DF.
Funcionário de carreira do Banco do Brasil, Berzoini deixou de disputar as eleições de 2014 para ajudar na campanha de Dilma Rousseff. Agora, avaliam, seria a hora de o PT retribuir o esforço. Em Brasília, o ex-parlamentar disputaria o mesmo nicho de votos da sindicalista Érika Kokay (PT), uma das principais lideranças da legenda na cidade. Segundo Érika, ainda não há definição de nomes para a disputa de 2018. “Mas seria uma honra e um orgulho para o PT ter o ex-deputado Berzoini disputando qualquer cargo”, disse Érika.
O que representa um orgulho para o PT não necessariamente constitui um orgulho para a população. Berzoini foi duplamente delatado na Lava Jato. Em 2016, o executivo da Andrade Gutierrez Flávio Machado contou que Berzoini pediu 1% de propinas de todas as obras da empresa com o governo federal. Já o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro envolveu Berzoini numa trama para enterrar a CPI da Petrobras, potencialmente constrangedora para o governo Dilma.
SAINDO DISCRETAMENTE...O serviço prestado por Berzoini certamente teria agradado a outro integrante da tropa de Dilma: o ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Linha de frente da ex-presidente deposta, hoje, Cardozo não aparenta estar preocupado com governos. Abandonou a política. Dedica-se somente à advocacia e à carreira acadêmica. É sócio de escritórios em São Paulo e Brasília, cidades onde leciona direito administrativo em instituições como a PUC-SP.
Em entrevista à ISTOÉ disse que se ocupa a proferir palestras nos EUA, Inglaterra, Portugal e Espanha. Assegurou que não pretende lançar-se em 2018. Rechaçou, contudo, que esteja no ostracismo. “Tive uma postura publicamente anunciada em relação a sair da vida pública, após muitos anos”, afirmou Cardozo.
Erenice Guerra não fez declaração pública de desistência da política. O que ela abandonou foi seu escritório de advocacia em Brasília. Desde que a Lava Jato irrompeu, seus negócios haviam minguado. Até que ela decidiu fechá-lo. Agora, também quer distância dos holofotes. A ex-ministra da Casa Civil é uma das investigadas no chamado inquérito do “quadrilhão” no Supremo. Sem cargo e sem perspectivas de reativar o trabalho de advogada, ela vai ter que dançar quadrilha em outras plagas. Do site da revista IstoÉ


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