TERCEIRA EDIÇÃO DE 28-6-2017 DO DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quarta-feira, 28 de junho de 2017
Temer “rouba” o discurso de Lula?
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Custa nada ficar esperto... A revisão, em segunda instância, de uma condenação imposta pelo juiz Sérgio Moro ao ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, por crime de lavagem de dinheiro, já chama atenção para a hipótese de que uma eventual (quase certa) condenação a Luiz Inácio Lula da Silva também pode ser revista pelas turmas do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Um “perdão”, em tempo hábil, no TRF-4 pode permitir que Lula tenha condições legais de disputar a Presidência da República em 2018.
O advogado Luiz Flávio D’Urso conseguiu emplacar uma tese que, nas instâncias judiciais superiores, pode aliviar a barra de muito condenado graças às transações penais na Lava Jato. A lei 12.850 deixa claro que ninguém pode ser condenado com base apenas em declarações de agentes colaboradores. Ou seja, a 8ª turma do TRF-4 entendeu que a regra vigora, e que não valem as palavras de delatores premiados, por mais ilustres e poderosos que sejam. Assim, sem que haja provas objetivas para confirmar as afirmações, a condenação pode e deve ser revista. Na prática, a tal teoria do domínio do fato foi derrubada.
Enquanto a Lava Jato fica ameaçada no horizonte dos infindáveis recursos judiciais brasileiros, o Brasil assiste a um Presidente da República que já era, e começa a esfarelar em alta velocidade, embora prometa reagir e seguir em frente, alegando que as denúncias do Procurador-Geral da República são ficcionais. Michel Temer ainda aposta que conseguirá reunir maioria no plenário da Câmara dos Deputados para rejeitar as denúncias de Rodrigo Janot por corrupção passiva. Em agosto, a PGR promete apresentar nova denúncia contra o Presidente por crime de tentativa de obstrução judicial.
O risco temerário é que, na Comissão de Constituição e Justiça, apenas uns quatro dos 66 parlamentares se arriscam a defender Temer em público. Assim, Temer fica ainda mais na mão do chamado “baixo clero”. Os deputados menos famosos jogam na base governista até o ponto em que funciona o esquema nada franciscano do “é dando que se recebe”. Todos sabem que eventuais negociatas são monitoradas pela Polícia Federal e cia. limitada... Além disso, como já pensam na eleição de 2018, muitos podem “jogar para a galera” e mandar o marido da bela Marcela às favas.
Michel Temer tem um pepino gigante nas mãos: quem vai escolher para suceder o agora inimigo público Rodrigo Janot? Ontem, o atual Subrocurador-Geral Nicolau Dino foi o primeiro colocado (621 votos) na eleição promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da República. A entidade é quem indica a lista tríplice que, desde 2003, baliza a escolha do chefe da PGR. Temer não deseja emplacar Dino – considerado “inimigo”. A cúpula do PMDB adoraria emplacar a segunda colocada na consulta: Raquel Dodge, que obteve 587 indicações. Mário Bonsaglia ficou em terceiro, com 564.
Quando sentou na cadeira tirada da Dilma, no ano passado, Temer só faltou jurar que indicaria o primeiro colocado na lista formada pelos Procuradores. Naquela época, Rodrigo Janot ainda não era considerado “inimigo real”. Agora, o jogo é outro. O mandato de Janot termina dia 17 de setembro. Temer tem até lá para indicar o escolhido, que ainda passará por uma sabatina no Senado, até a nomeação efetiva. A indefinição apenas vai agravar a agonia do Presidente que esfarela...
Mais apertadinho que Temer? Só Lula – que espera pela mão pesada de Sérgio Moro... 
(...)

NO JORNAL DA CIDADE ONLINE
Por que não há clamor popular por ‘Fora, Temer’?
Por Gonçalo Mendes Neto
goncalo@jornaldacidadeonline.com.br
Quarta-feira, 28/06/2017 às 06:20
Só a mobilização popular será capaz de fazer com que Michel Temer renuncie.
O PT e as esquerdas não possuem mais forças para mobilizar. É a grande verdade.
Além de terem encolhido sensivelmente nos últimos anos, acostumaram-se com a vida boa, tornaram-se o que se chama de ‘esquerda caviar’. O militante idealista e sonhador deixou de existir.
A direita não se anima com o ‘Fora, Temer’ porque não quer reforçar o coro de ‘Diretas, Já’.
Já o cidadão comum, que não se enquadra em nenhuma tendência ideológica, que foi às ruas pedir o impeachment, quer que Lula seja julgado e punido e não admite a possibilidade de retorno do PT ao poder. Deu esta demonstração nas eleições de 2016, quando o PT foi massacrado.
Assim, não obstante a plena insatisfação com Michel Temer, não há clamor popular pela sua saída, diferentemente do que ocorreu com Dilma Rousseff.
Desta forma, ele vai se segurando e deve ficar até o final do mandato.
O clamor na realidade é no sentido de que Lula seja efetivamente julgado por todos os crimes que cometeu.
A punição de Lula será a verdadeira redenção do povo brasileiro.

NO BLOG DO NOBLAT
Temer, a esperança dos enrolados com a Justiça
Quarta-feira, 28/06/2017 - 03h26
Por Ricardo Noblat
Em conversa com o empresário Joesley Batista no porão do Palácio do Jaburu em 7 de março último, o presidente Michel Temer o ouviu confessar vários crimes – desde o pagamento de suborno para que o ex-deputado Eduardo Cunha não delatasse até a cooptação de juízes e procuradores para que ações contra o Grupo JBS não prosperassem.
Ao invés de dar ordem de prisão a Joesley, o que poderia ter feito, ou denunciá-lo mais tarde, Temer ouviu tudo calado. E quando falou foi para incentivar Joesley a continuar subornando Cunha. Dois meses depois, Temer justificou seu comportamento dizendo que Joesley era um conhecido falastrão além de “bandido notório”. Por isso nada fizera.
Ontem, ao fingir que se defendia da denúncia de Rodrigo Janot, Procurador Geral da República, que o acusou de corrupção, Temer citou o ex-procurador Marcelo Miller, hoje sócio do escritório de advocacia encarregado da defesa de Joesley. Disse que ele saiu da Procuradoria para ir ganhar muito dinheiro. E que poderia tê-lo dividido com Janot.
Na conversa com Joesley, Temer foi leniente e cúmplice. No ataque a Janot e a Miller, irresponsável e leviano. Não poderia ter ouvido sem reagir ao que Joesley lhe contou. Não poderia ter dito o que disse sobre Janot e Miller sem apresentar provas. Não vale o truque besta de que fazia uma ilação porque se julga vítima de outra.
A autoridade máxima da República, em país que se dá ao respeito, não procede como Temer procedeu nas duas ocasiões, e em outras tantas. Por muito menos, em vários lugares, governantes renunciam ao cargo – ou são forçados a fazê-lo. No Japão, por vergonha, alguns se suicidam. A ex-presidente das Filipinas está presa.
Esperou-se de Temer, um homem sóbrio, elegante no uso das palavras, que se explicasse ao País depois de atingido pela denúncia de Janot. Estava obrigado a oferecer fatos para desmanchar os fatos apurados pela Polícia Federal que ameaçam o seu mandato. Mas, não. Temer limitou-se a posar de vítima e a bater nos seus acusadores.
Sobre as provas, desconheceu-as. Disse simplesmente que elas não existem. Sobre as intenções de Janot ao fazer a denúncia, disse que elas escondem o desejo dele de paralisar o Governo e o Congresso. Por fim, sacou outro truque da cartola – o de tentar se confundir com a instituição que representa, a presidência, e de dizer que ela foi posta em xeque.
Em xeque está ele. Temer não falou aos brasileiros como se imaginava. Falou para o sistema político corrompido, acuado pela Lava Jato, e que poderá livrá-lo da perda do mandato. A denúncia de Janot só será apreciada pela Justiça se a Câmara dos Deputados, por dois terços dos seus votos, permitir. No momento, não há sinal de que permitirá.
Os cofres públicos estão desde já abertos para a compra de votos de deputados ávidos pela liberação de verbas destinadas a obras em sua base eleitoral. Os mais enrolados com a Justiça, e os que enfrentarão maiores dificuldades para se reeleger, enxergam em Temer um protetor confiável. Mantê-lo na presidência, pois, é uma forma de se manterem vivos. A ver.

NO O ANTAGONISTA
60 vezes Lula
Brasil Quarta-feira, 28.06.17 09:05
A Folha de S. Paulo se animou com a decisão do TRF-4 de absolver João Vaccari Neto.
Uma reportagem publicada hoje dá a entender que o processo sobre o triplex de Lula se baseia exclusivamente no depoimento de Léo Pinheiro – o mesmo argumento usado pela defesa do comandante máximo da ORCRIM.
Leia um trecho:
“Obtida já nas etapas finais da ação penal contra o ex-presidente Lula, a confissão do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, deve ser um dos principais elementos para a condenação do petista pelo juiz Sergio Moro, caso sejam aceitos os argumentos do Ministério Público Federal.
Nas alegações finais da Procuradoria na ação sobre o tríplex de Guarujá, última manifestação dos acusadores antes da sentença, o depoimento de Pinheiro, concedido a Moro em abril, é citado cerca de 60 vezes pelos procuradores na argumentação a favor da condenação de Lula.
A confissão de outro ex-executivo da OAS, Agenor Franklin Medeiros, que descreveu o pagamento de suborno pela construtora no âmbito da Petrobras, é mencionada em mais 13 ocasiões”.
Léo Pinheiro confessou o pagamento de propina para Lula. Não há como ignorar a relevância de seu testemunho.
Mas as provas documentais contra Lula abundam: o contrato do triplex – guardado em seu criado-mudo –, as fotografias da visita ao imóvel, as notas fiscais da cozinha, os e-mails sobre a reforma.
A Lava Jato apresentou até mesmo as mensagens relativas à planilha da propina da OAS, mostrando que o valor do triplex foi descontado do butim roubado pelo PT na Petrobras.
A Folha de S. Paulo quer absolver Lula. Não é preciso um delator para perceber isso.
O que é melhor para Lula?
Brasil 28.06.17 08:40
O melhor para Lula é que Michel Temer continue no Palácio do Planalto.
Em primeiro lugar, porque o governo vai fazer de tudo para enterrar a Lava Jato.
Em segundo lugar, porque a impopularidade do presidente da República vai contaminar João Doria, o adversário mais perigoso para o PT.
Em terceiro lugar, porque Michel Temer não vai aprovar a reforma previdenciária nem o fim do imposto sindical, e Lula poderá reivindicar essas derrotas do governo.
As urnas não absolvem
Brasil 28.06.17 08:08
As questões criminais precisam ser resolvidas pelos tribunais.
Por isso mesmo, espera-se que Lula seja impedido de se candidatar em 2018 e o Congresso Nacional encaminhe ao STF a denúncia contra Michel Temer.
Numa democracia de verdade, as urnas não absolvem ninguém.

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