TERCEIRA EDIÇÃO DE 03-6-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO BLOG DO NOBLAT
O abraço dos afogados
Por Ruy Fabiano
Sábado, 03/06/2017 - 01h25
Enquanto aguarda a qualquer momento ordem de prisão, por atos de corrupção numa escala sem precedentes na História, Lula, a bordo de seis inquéritos criminais, finge que quer eleições diretas - e estimula uma falsa hostilidade a Michel Temer.
Nos bastidores, porém, negocia não apenas com ele, mas com outro falso inimigo, o senador tucano Aécio Neves. Os três têm algo em comum: complicações com o Código Penal, que não se resolvem apenas com os contorcionismos jurídicos de seus advogados.
É preciso recorrer à política, atividade em tese voltada à gestão dos interesses da coletividade, mas, nos dias que correm, pretexto às mais variadas formas de truques e heterodoxias.
Michel Temer, que já havia sofrido escoriações nas delações da Odebrecht, foi atingido em cheio nas da JBF. Não bastasse, seu ex-assessor Rodrigo Loures, flagrado com uma mala de dinheiro – R$ 500 mil em propinas da JBF -, que, segundo os delatores, se destinariam ao próprio presidente, perdeu o foro privilegiado.
Suplente de deputado pelo PMDB do Paraná, teve de devolver a vaga a seu titular, Osmar Serraglio. Este deixou o Ministério da Justiça, substituído por Torquato Jardim, e recusou a manobra de ir para o Ministério da Transparência, para manter o ex-assessor de Temer guarnecido pelo foro privilegiado.
Loures pode ser preso a qualquer momento e, pior, negociar uma delação premiada. Trata-se de alguém que o presidente mencionou como de sua “mais estrita confiança”. Mas há mais: começa a ganhar visibilidade outro personagem que opera no universo paralelo do presidente, o coronel João Baptista Lima Filho.
Segundo Ricardo Saud, executivo-mor de Wesley e Joesley, o coronel, na reta final da campanha de 2014, teria sido receptador de R$ 1 milhão em espécie, entregues na sede de uma de suas empresas, “conforme indicação direta e específica de Temer”.
O dinheiro, segundo o delator, era parte de um acerto de R$ 15 milhões feito com Temer. Os investigadores foram ao escritório do coronel e lá encontraram comprovantes de pagamento e recibos de despesas de familiares e também do próprio presidente.
Em uma caixa, havia recibos de pagamentos de reforma da casa de uma filha de Temer, Maristela, além de planilhas com movimentações bancárias e programação de outros pagamentos.
Juridicamente, a situação se complicou – e o jeito é aprofundar as manobras. No STF, o julgamento de restrições ao foro privilegiado, que não interessava nem a Temer, nem a Lula ou Aécio – e se prenunciava vitorioso -, foi interrompido por um inesperado pedido de vistas do ministro Alexandre de Moraes, o único indicado por Temer e seu ex-ministro da Justiça.
Para conter seus adversários na área sindical, Temer acertou com Lula a manutenção do imposto sindical na reforma trabalhista, que, além de nutrir uma elite milionária de pelegos, provê a máquina petista para manifestações como as da semana passada na Esplanada dos Ministérios, contida apenas pela chegada do Exército.
O PT, ao tempo em que não se opõe à continuidade de Temer, em cujo desgaste e strip-tease político busca salvar sua própria reputação, raciocina também com a hipótese de sua saída.
Nesse caso, mesmo se abstendo de votar no colégio eleitoral, vê com bons olhos a chapa Rodrigo Maia (DEM)-Aldo Rebelo (PCdoB), que está sendo costurada no Congresso para o período de transição até 2018. O “diretas, já” não passa de encenação.
Lula sabe que o favoritismo que as pesquisas lhe atribuem é falso e decorre de um truque: a diluição dos votos dos seus adversários em candidaturas hipotéticas como a de Sérgio Moro e Joaquim Barbosa. Com 20% de simpatizantes e 60% de rejeição não vai a parte alguma. Mas sabe que a popularidade do passado recente ainda infunde medo aos adversários – e o explora.
Com isso, busca consolidar a imagem de perseguido político. A realidade, porém, é outra. Faz pouco mais de sete meses que fracassou na tentativa de eleger vereador, em São Bernardo, onde vive há meio século, um enteado. E não impediu que o PT perdesse nada menos que 75% das prefeituras que detinha.
Já Aécio vive a mais incômoda das situações. Administra o choque da quebra de sua imagem, que há três anos empolgou 51 milhões de eleitores, que o supunham paladino do antipetismo.
Mesmo os que não o estimavam não o imaginavam de tal forma mergulhado no mesmo submundo. Afastado da presidência de seu partido e do mandato de senador, com a irmã, Andrea, presa, manobra para sobreviver ao Conselho de Ética do Senado, em cuja composição influiu, sugerindo os nomes de alguns de seus juízes.
Se sobreviver, terá o guarda-chuva do foro privilegiado, que os amigos Temer e Lula se empenham em preservar.

NO O ANTAGONISTA
O "absurdo" de Rui Falcão sobre pedido de prisão de Lula
Brasil 03.06.17 10:36
De Rui Falcão, ainda presidente do PT, sobre o pedido do MPF de prisão de Lula, ainda solto:
"É um absurdo continuar investindo contra alguém que não cometeu crime, não tem apartamento nenhum. Não tem prova para condená-lo e já estão prevendo forma de cumprimento de pena. Isso faz parte da campanha para tentar interditar a possibilidade de Lula ser candidato".
A Lava Jato, como noticiamos, reuniu "centenas de provas" na íntegra do pedido de prisão, que pode ser lida clicando aqui.
Como já comentamos, no entanto, petista não lê (e, quando tem de ler, não entende ou finge que não entendeu).
Que dirá 334 páginas em 12 horas.
BC enquadra JBS por lucrar com informação privilegiada
Brasil 03.06.17 10:14
O Banco Central encontrou indícios de crime de informação privilegiada após quatro companhias do grupo J&F lucrarem cerca de R$ 600 milhões apostando na contramão do mercado, segundo a Veja.
Elas realizaram quase 3 bilhões de dólares em operações de câmbio e juros antes de vir à tona a delação da JBS.
Os executivos se anteciparam aos efeitos que suas informações teriam sobre os rumos do mercado.
Por isso, o BC enviou, em 29 de maio, ao MPF de São Paulo, um comunicado de crime da JBS; e também detalhou as transações financeiras atípicas para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que já abriu dez investigações ligadas ao caso.
Não basta lucrar com os próprios crimes. Ao que tudo indica, essa gente quis lucrar também com a revelação deles.
Fachin sobre Loures: "É gravíssima a conduta"
Brasil 03.06.17 09:57
A TV Globo teve acesso ao conteúdo da decisão de Edson Fachin sobre a prisão de Rodrigo Rocha Loures.
Segundo o ministro do STF, tratando-se "de político com influência no cenário nacional, até pouco tempo assessor do Presidente Michel Temer, pessoa de sua mais estrita confiança, como declarado em áudio captado por Joesley, revelam-se insuficientes para a neutralização de suas ações, medidas diversas da prisão. Não se deixa, sem embargo, de lamentar que se chegue a esse ponto".
Fachin afirmou também que Loures "teria encontrado lassidão em seus freios inibitórios e prosseguiriam aprofundando métodos nefastos de autofinanciamento em troca de algo que não lhe pertence, que é o patrimônio público".
Para o ministro, "é gravíssima a conduta".
O desespero de Temer com o risco da delação de Loures
Brasil 03.06.17 09:38
Rocha Loures não tem perfil de resistir por muito tempo na prisão.
É o que avaliam interlocutores de Michel Temer, segundo Gerson Camarotti, do G1.
"Uma coisa é ficar em silêncio livre. Outra coisa é ficar em silêncio na prisão. Isso é muito mais difícil. Rocha Loures já estava sendo pressionado a falar pela família. Agora, isso vai aumentar", disse um deles.
O risco de eventual delação criar um fato político novo preocupa tanto o governo que Temer voltou a Brasília ainda na sexta-feira, 02, após encontro com Geraldo Alckmin, em São Paulo.
Agora, menos de 12 horas após a prisão, Temer deve viajar novamente a São Paulo, segundo Andréia Sadi.
O presidente pretende discutir com seus principais conselheiros, entre eles o advogado Antonio Claudio Mariz, e familiares a crise do seu governo.
Temer, como se diz, está igual barata tonta.
E não adiantará nada os seus paus mandado invadirem a área de comentários de sites jornalísticos como o nosso.
A utilidade de Daiello para Temer
Brasil 03.06.17 09:15
Torquato Jardim teve uma conversa de três horas com Leandro Daiello na quinta-feira, 1º.
O ministro da Justiça ouviu o diretor da Polícia Federal falar sobre a estrutura de funcionamento e as necessidade operacionais da PF, segundo a Coluna do Estadão.
"Foi uma reunião muito útil", disse Jardim, que deverá retomar o papo na segunda-feira, 05.
O ministro recebeu o aval de Michel Temer para substituir Daiello.
Sua utilidade ao governo expira a qualquer momento.

NO BLOG DO CAMAROTTI
Sábado, 03/06/2017, às 09:22, 
Planalto já trabalha com cenário de delação de Loures depois de prisão
Apesar da posição da defesa, o Palácio do Planalto já trabalha com o cenário de delação rápida do suplente de deputado Rodrigo Rocha Loures, depois da prisão. A avaliação de interlocutores do presidente Michel Temer é de que Loures não tem perfil de resistir por muito tempo dentro da prisão. 
Por isso, a preocupação no núcleo palaciano é com a possibilidade de uma eventual delação criar um fato político novo. Tanto que o presidente Michel Temer decidiu voltar ontem mesmo para Brasília depois do encontro com o governador tucano Geraldo Alckmin, em São Paulo.
Já havia a expectativa no governo que Loures poderia ser preso a qualquer momento depois do pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) na quinta-feira (1º), com o argumento de ele não era mais deputado e que, por isso, não tinha mais o foro privilegiado. 
O grande temor no governo é sobre o que Loures pode falar. O discurso preventivo no Planalto é que o ex-assessor agia por conta própria ao pegar propina de R$ 500 mil com a JBS. Mas houve um esforço do governo para monitorar Loures nesses últimos dias que está sendo pressionado pela família a fazer uma delação.
Loures perdeu o mandato de deputado depois que o ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio reassumiu sua vaga na Câmara. Houve uma tentativa frustrada de nomear outro deputado da bancada do PMDB do Paraná para um ministério, e com isso, manter o foro especial de Loures.
"Uma coisa é ficar em silêncio livre. Outra coisa é ficar em silêncio na prisão. Isso é muito mais difícil. Rocha Loures já estava sendo pressionado a falar pela família. Agora, isso vai aumentar", disse ao Blog um interlocutor de Temer.

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