PRIMEIRA EDIÇÃO DE 29-5-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEGUNDA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2017
O presidente Michel Temer tem uma opção para tentar solucionar a crise, segundo segredaram políticos a ele ligados: licença temporária para se dedicar à defesa. A Constituição proíbe o afastamento do cargo por mais de 15 dias, exceto sob autorização do Congresso. A autorização pode ser feita, por exemplo, com Lei Complementar prevista na Constituição e até hoje não-regulamentada, que transfere temporariamente os poderes para o vice-presidente.
No caso de licença, assumiria a presidência o deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara, caso isso venha a ser definido no plenário.
A licença temporária não configura “vacância do cargo”, dispensando a convocação de eleições indiretas, como prevê a Constituição.
Há resistência no governo à opção da licença de Temer: opositor das reformas, Fábio Ramalho(PMDB-MG) passaria a presidir a Câmara.
Entre 2005 e 2015, Ramalho foi do PV e integrou a base de apoio dos governos do PT. Entrou no PMDB em 2016, durante o governo Temer.
Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do líder do PDT, deputado Wéverton Rocha(MA), pode retirar o poder do presidente da Câmara de decidir monocraticamente sobre a aceitação ou rejeição dos pedidos de impeachment de presidente da República. A ideia é que a decisão seja referendada em caso de aceitação ou seja revertida em caso de rejeição por quórum de emenda constitucional, 308 votos.
Pelo projeto, caso o presidente da Câmara aceite o impeachment, o processo será iniciado só com apoio explícito de três quintos dos votos.
Se o pedido for rejeitado, mas houver 308 parlamentares favoráveis ao afastamento, a decisão é revertida e o processo segue adiante.
Ponto em discussão, o prazo de decisão sobre os pedidos ainda não foi definido. “Não pode ficar nas mãos do presidente”, insiste Wéverton.
Nenhum dos 5 governadores eleitos pelo Partido dos Trabalhadores defendeu enfática e publicamente o movimento “Fora, Temer”. É que o governo federal se empenhou na renegociação de dívidas dos Estados.
O presidente Michel Temer tem 17 pedidos de impeachment, mas fica longe dos 41 apresentados contra Dilma, só no 2º mandato. A petista recebeu 40% dos pedidos contra presidentes de 1990 até sua saída.
Na apresentação das críticas de 17 ministros do TST à reforma trabalhista, foi ruidosa a ausência do próprio presidente do Tribunal Superior do Trabalho, o aclamado Ives Gandra Martins Filho.
Os governistas vão se concentrar na reforma trabalhista. A avaliação de deputados e senadores, fiéis ao Palácio, é de que se a matéria for aprovada Michel Temer vai dar sua maior demonstração de força.
A depredação e as invasões aos prédios dos ministérios da Agricultura, Meio Ambiente, Planejamento e Ciência, Tecnologia e Inovação e Cultura chegam a R$ 2,3 milhão. Só na Agricultura foi R$ 1,1 milhão.
Após a prisão do ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell, Romário (PSB-RJ) prometeu enviar ao MP da Espanha relatório paralelo da CPI do Futebol com mais de mil páginas, que cita Rosell diversas vezes.
...comprar um poço seco de petróleo na África, como aconteceu à Petrobras no governo Lula, é como comprar terreno na Lua.

NO DIÁRIO DO PODER
LOURES GARANTE FORO
TEMER TRANSFERE SERRAGLIO PARA A CGU E EVITA NOVA DELAÇÃO
PRESIDENTE MANTÉM VAGA PARA MINISTRO E GARANTE FORO PARA LOURES
Publicado: domingo, 28 de maio de 2017 às 16:21
Redação
Demitido neste domingo (28) do Ministério da Justiça, Osmar Serraglio vai assumir o Ministério da Transparência e Controladoria Geral da União (CGU). A pasta ficou vaga com a decisão do presidente Michel Temer (PMDB) de transferir Torquato Jardim para a pasta da Justiça. Ao manter Serraglio como ministro, o presidente Michel Temer garante que o deputado afastado Rocha Loures (PMDB-PR) continue com prerrogativa de foro. Ex-assessor de Temer, Loures ameaça fazer delação premiada. Ele é investigado pelo STF acusado de receber propina de Joesley Batista, dono do grupo J&F/JBS.
Loures pegou o dinheiro com um emissário de Joesley. O empresário chegou a ele por indicação do presidente Temer. Em conversa gravada por Joesley, o presidente Temer cita Loures como alguém que poderia resolver as demandas de empresas do grupo J&F no Cade. Temer nega que tenha avalizado qualquer recebimento de propina.
Partiu da bancada do PMDB na Câmara o pedido para que Serraglio fosse transferido para a pasta da Transparência. É esse ministério que faz os acordos de leniência com empresas investigadas pela Lava Jato. Se Serraglio não aceitasse o ministério a outra opção seria voltar para a Câmara. Neste caso, como é suplente de Loures, tiraria o deputado do mandato. (AE)

APÓS SEIS MESES
CABRAL É TRANSFERIDO DE BANGU PARA CADEIA PÚBLICA REFORMADA
EX-GOVERNADOR DO RIO FOI PARA PRISÃO QUE FOI REDUTO DE REGALIAS
Publicado: domingo, 28 de maio de 2017 às 14:15 - Atualizado às 16:36
Redação
Preso há seis meses pela Operação Calicute, o ex- governador Sérgio Cabral (PMDB) foi transferido na manhã deste domingo, 28, do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio, para Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, zona norte do Rio. Junto com ele, mais 146 presos foram transferidos, entre 53 detentos com nível superior e outros 93 que cumprem pena por não pagar pensão alimentícia.
Eles foram levados em nove viaturas da Grupamento do Serviço de Escolta (GSE). Os presos transferidos estavam na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, conhecida como Bangu 8, onde ficam detentos com diploma universitário. Cabral foi preso em novembro de 2016, acusado de desvio de recursos públicos federais em obras realizadas pelo governo do Estado do Rio de Janeiro. O prejuízo estimado seria superior a R$ 220 milhões.
Em fevereiro, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que planejava fazer essa transferência até março. A unidade, que funcionava como prisão para policiais, quando Batalhão Especial Prisional (BEP), passou por reformas para receber o grupo. O local ficou famoso pelas mordomias concedidas aos detentos e foi desativado em 2015, após uma juíza da Vara de Execuções Penais ter sido agredida no local. Em uma das vistorias, foram encontrados material para churrasco e bebida alcoólica.
Em uma das alas, os presos haviam derrubado grades e erguido muros de gesso para terem mais privacidade às celas.
O Estado visitou o lugar no dia 15 de fevereiro, quando estavam sendo feitas as obras. Assim como em Bangu 8, o cômodo onde Cabral ficará em Benfica terá 16 metros quadrados. O ex-governador, porém, terá mais privacidade, com banheiros fechados no meio da cela, vaso sanitário e chuveiro. Em Bangu, apenas uma meia parede separa o chuveiro do vaso. Os detentos também receberão colchões novos, usados por atletas durante a Olimpíada.
Ao Estado, o secretário de Administração Penitenciária, coronel da PM Erir Ribeiro, afirmou em fevereiro que não haveria privilégios para Cabral. "Vamos transferir os presos de Bangu 8 porque eles não são tão perigosos e não demandam o cinturão de segurança que temos em Bangu". (AE)

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Deonísio da Silva: Enganei o bobo na casca do ovo
A parlenda não quer dizer nada, é um palavrório sem sentido, tão comum, aliás, em intervenções parlamentares
Por Augusto Nunes
Domingo, 28 maio 2017, 12h08 - Atualizado em 28 maio 2017, 13h30
A sucessão presidencial está no Parlamento e os parlamentares já começaram a ensaiar as suas parlendas, nascidas das revelações de Joesley Batista, extraídas à socapa e a horas mortas, num encontro estranho, não apenas pelo horário, mas também pelo local, pelo interlocutor e por terem sido surrupiadas de ninguém menos do que o presidente da República, com quem o empresário estava a sós.
Desde crianças, todos os brasileiros conhecem muitas parlendas. Refresco a memória dos leitores com uma das mais conhecidas. “Um dois, feijão com arroz/ Três, quatro, feijão no prato/ Cinco, seis, banana freguês/ Sete, oito, café com biscoito/ Nove, dez/ burro tu és”.
A parlenda não quer dizer nada, é um palavrório sem sentido, tão comum, aliás, em intervenções parlamentares. Para as crianças, o objetivo é a brincadeira, tornada patrimônio de todas elas mediante o recurso da rima, que faz dispensar a escrita. O roteiro é seguido de memória e por isso estas formas fixas costumam ter pequenas variações.
Ao ensiná-la ao sobrinho, o tio ordenou que o pimpolho repetisse, para conferir se o menino tinha aprendido. Ele estava ao lado do irmão e, muito respeitoso, quando ia concluir, modificou o final: “Nove, dez, burro é….o irmão”.
Ao vacilar, na reticência, olhou rapidamente para os que estavam à mesa – o pai, a mãe, os avós, a tia – e, não querendo melindrar nenhum parente, descarregou no irmão. Também para isso servem os irmãos… Aos que estranharam o final inventado, explicou: “E eu ia chamar meu tio de burro?”
Outras parlendas, também muito comuns no folclore brasileiro, dizem: “Enganei o bobo na casca do ovo”. “Quem cochicha, o rabo espicha/ Quem se importa, o rabo entorta,/ Quem diz isso, é ouriço/ Quem não diz, é perdiz”. ”Cadê o toicinho/ Que estava aqui?/ O gato comeu./ Cadê o gato?/ Foi pro mato”.
Os gatos podem continuar indo para o mato ou para os palácios, mas a Polícia Federal e o Ministério Público vão encontrá-los lá também, mudando o perpétuo disfarce da parlenda: “Cadê o mato?/ O fogo queimou.?/Cadê o fogo? A água apagou/ Cadê a água?/ O boi bebeu./ Cadê o boi?/ Está moendo o trigo”. Os bois até então eram anônimos, mas agora a PF e o MP estão dando nomes a esses bois!
A parlenda, variação de parlanda, tem no seu étimo o Italiano parlare e o Francês parler, ambos vindos de mescla do Latim Vulgar com o Latim Eclesiástico parabolare, de parábola, forma de comparação que os antigos romanos trouxeram do Grego parabolé, do verbo parabállein, colocar ao lado, a fim de, ao falar, comparar uma coisa com outra, tornando mais concreto e mais claro o pensamento.
A ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, lembrou recentemente uma parlenda que, brincando de roda, nas cirandas de sua infância, ouvia muito: “Cala-a-boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu”. A variante não preferencial é “cala-boca”.
Mas quem manda agora no Brasil? A lembrança da ministra pode ter sido uma profecia.

NA VEJA.COM
Novo ministro da Justiça já questionou Lava Jato
"O que vai mudar com a Lava Jato?”, questionou ele
Por Da redação
Domingo, 28 maio 2017, 19h54
O novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, já questionou os procedimentos adotados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
“O que mudou com o impeachment de Collor? O que mudou no Brasil depois da CPI do Orçamento, quando os sete anões foram cassados? O que mudou com o Mensalão? O que vai mudar com a Lava Jato?”, questionou o ministro em entrevista publicada em maio de 2016 pelo jornal O Diário do Povo do Piauí.
Veja também:

Ao assumir o cargo de ministro da Transparência, em junho passado, ele afirmou que não temia “nenhuma pressão política” no cargo por causa da Lava Jato. “A leniência é para a reintegração econômica. Ela não pode, passo algum, prejudicar a investigação, causar prejuízo à atuação do Ministério Público e do Judiciário”, ponderou.
Questionado na ocasião sobre artigos que escreveu defendendo a cassação conjunta da chapa – o que Temer tenta evitar -, Torquato, que é ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, disse que cada avaliação deve ser analisada no seu tempo e citou o atual presidente da corte, ministro Gilmar Mendes: “A jurisprudência é essa, o desafio é saber se há um novo espaço de compreensão da norma constitucional. Há conceitos que estão abertos na Constituição”.

NO RADAR ON-LINE
Procurador tentou descobrir com colegas informações de operação
De nada adiantou: horas mais tarde, estava preso
Por Gabriel Mascarenhas
Segunda-feira, 29 maio 2017, 06h17
A investigação responsável por levar o governo Michel Temer à beira do precipício por pouco não chegou ao ouvido de quem não devia.
Dois dos principais aliados de Joesley Batista nas práticas criminosas, o procurador Ângelo Goulart Vilella e o advogado Willer Tomaz, começaram a desconfiar que o empresário estava fazendo delação premiada.
Tomaz resolveu agir e ameaçou Joesley. Não surtiu efeito e ainda permitiu que o delator se mandasse para os Estados Unidos depois de fazer o estrago.
O executivo contou o que sabia, inclusive que o advogado e o procurador receberam propina para passar-lhe informações privilegiadas de uma investigação relacionada à JBS.
Os depoimentos de Joesley caíram como míssil sobre o País numa quarta-feira, 17-5-2017 e, obviamente, ligou o alerta da dupla, que viu seus nomes estampados na imprensa do Brasil inteiro.
Vilella, então, se desesperou. Na noite de quarta, ele ligou para diversos colegas do Ministério Público para saber se “estava tudo bem”. Na verdade, tentava sondar se ele seria preso. Ninguém abriu o bico.
No dia seguinte, o procurador e o advogado receberam uma visita da Polícia Federal antes do café da manhã para serem levados à cadeia, de onde não deverão sair tão cedo.

NO BLOG DO JOSIAS
Temer está cada vez mais parecido com Dilma
Josias de Souza
Segunda-feira, 29/05/2017 05:19
Michel Temer está confuso com esse negócio de ter que passar a impressão de que ainda preside o Brasil e, ao mesmo tempo, assumir sua nova condição de suspeito da prática dos crimes de corrupção, obstrução da Justiça e formação de organização criminosa. É possível que a própria Marcela Temer tenha dificuldades para saber quando está falando com o suposto presidente ou com o investigado. Neste domingo, 28, ganhou as manchetes a notícia de que o presidente decidiu trocar o ministro da Justiça. Engano. A decisão foi tomada pelo investigado, não pelo presidente.
Foi para atender às suas prioridades processuais que Temer transferiu do Ministério da Transparência para a pasta da Justiça o jurista Torquato Jardim, um PhD em TSE com ótimo trânsito no STF. Foi para aplacar suas aflições de alvo de investigação criminal que Temer convenceu Osmar Serraglio a aceitar ser rebaixado da Justiça para a Transparência, em vez de retomar sua cadeira na Câmara —o assento está momentaneamente ocupado por Rodrigo Rocha Loures, um ex-assessor de Temer que cogita migrar da condição de homem da mala para a de delator.
Mal comparando, Temer repetiu o movimento de Dilma Rousseff que, ao sentir que migrava da condição de presidente para a de suspeita, retirou o petista light José Eduardo Cardozo do ministério que carrega a Polícia Federal no organograma. Substituiu-o pelo procurador Eugênio Aragão, que chegou avisando que o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, estava com os dias contados: ''Quero evidentemente na PF pessoas que tenham alguma liderança interna”, disse à época. Caiu antes de entregar o escalpo de Daiello, agora às voltas com Torquato, que analisará com Temer a conveniência de trocá-lo.
Na definição de Aécio Neves, que também tenta adaptar sua rotina de senador à de investigado, Osmar Serraglio revelou-se na Justiça “um bosta do caralho”. Sem saber que estava sendo gravado pelo delator Joesley Batista, do grupo JBS, Aécio contou que conversara com Temer sobre o erro “de nomear essa porra” para um ministério tão estratégico. O sonho de Aécio era a troca de comando na Justiça. “Porque aí mexia na PF”, recitou para o gravador do dedo-duro.
— O que que vai acontecer agora? Vai vim inquérito de uma porrada de gente, caralho, eles são tão bunda mole que eles não… O cara que vai distribuir os inquéritos para o delegado. Você tem lá cem, sei lá, dois mil delegados da Polícia Federal. Você tem que escolher dez caras, né? Do Moreira [Franco], que interessa a ele, vai pro João, disse Aécio a certa altura.
— Pro o João, respondeu Joesley.
— É. O Aécio vai pro Zé, prosseguiu o senador tucano, agora afastado de suas funções parlamentares.
Torquato Jardim é mais sofisticado do que gostaria Aécio. Mas ajusta-se com perfeição às prioridades de Temer. Na sua rápida passagem pela Justiça, Serraglio dedicou-se a brigar com índios. Tomado pelo conteúdo de uma entrevista que concedeu ao Correio Braziliense, Torquato terá atuação mais ajustada às necessidades de Temer.
O novo ministro justifica o encontro de Temer com o delator Joesley Batista na calada da noite. “O presidente é um parlamentar há 24 anos e tem uma conduta de informalidade que é própria de quem é do Congresso”, diz Torquato. “Ele tem uma descontração ao encontrar as pessoas, doadores de campanha, empresários… Nesse âmbito é que eu compreendo ele ter recebido o empresário.”
Torquato joga água fria na fervura dos que imaginam que a cassação de Temer pelo TSE virá no dia 6 de junho: “A coisa mais natural que existe, em um processo de 6 mil páginas, com 1.250 páginas de relatório e um voto que terá 400 ou 600 páginas, é que um juiz peça vista. Acontece isso em qualquer julgamento.”
De resto, o novo titular da Justiça ecoa os advogados de Temer. Faz isso ao questionar a “validade tecno-processual” do áudio do delator Joesley. Ou ao realçar que “um procurador da República que atuava na Lava-Jato aposentou-se e, no dia seguinte, tornou-se advogado” do delator da JBS. Ou ainda ao pôr em dúvida “a validade da extensão do benefício” judicial concedido aos delatores de Temer.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Vamos tesourar o Estado Ladrão?
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
O time que Michel Temer recebeu no Palácio Jaburu, neste sábado, 27, indica que o País está irremediavelmente perdido. Os aliados de Temer no velório do governo são o que temos de pior na Nova República que já nasceu morta em 1985. Mais lamentável ainda são os que não aparecerem por lá, mas conspiram, nos bastidores, para sabotar as Lava Jatos (suprema, carioca e, a mais temida, a curitibana). A sobrevivência de Temer é assunto secundário. Todos se unem para escapar das garras do Ministério Público Federal e do Judiciário.
O tradicional esquema de poder brasileiro, sob hegemonia do Crime Institucionalizado, é refratário e reacionário às mudanças, principalmente as estruturais. Qualquer um com mínimo bom senso sabe que não dá para continuar com o modelo estatal Capimunista Rentista, cuja base de sobrevivência é a especulação, a insegurança jurídica e a corrupção. Não dá mais para sustentar a máquina perdulária com a extorsão de 92 (ou 93?) impostos, taxas, contribuições, além de infindáveis multas. Produzir assim é inviável – a não ser para quem se habituou à roubalheira sistêmica. Esta é a essência de todas as crises.
Felizmente, o Efeito Lava Jato gerou consciência em grande parte da população de que não dá para trabalhar e produzir no Brasil em que a estrutura estatal e legal é feita, sob medida, para praticar a corrupção como forma de sobrevivência. Infelizmente, a solução para romper com a cleptocracia ou oclocracia não ataca o problema mais urgente: o modelo e as práticas demagógicas, clientelistas e patrimonialistas do improdutivo Estado Brasileiro – que cultua o autoritarismo, na forma explícita ou mal disfarçada.
A falha ocorre porque a maioria dos brasileiros cultiva, cultura e historicamente, a mentalidade “estadodependente”. A visão predominante ainda é a de que o ente ficcional Estado tem de resolver tudo. Os ocupantes da máquina estatal se aproveitam desta visão equivocada para fazerem promessas, a cada eleição, de que vão solucionar os problemas que as pesquisas apontarem como problemas mais urgentes. Ao final da gestão, ocorre o de sempre: pouca coisa muda, nada se transforma e ainda piora – contrariando o primeiro teorema de Tiririca.
Novamente, assistimos a mais uma crise política alimentada pelo “presidencialismo de coalizão” (que na verdade é de colisão). O noticiário político enche o saco da maioria das pessoas. O econômico apavora. Ficamos com a certeza de que o cachorro brasileiro (com complexo de vira-lata) não para de correr atrás do próprio rabo. Excetuando Itamar Franco (que implantou o Plano Real) e Lula, que reinou com vento a favor, todos os outros presidentes da Nova República sobreviveram na corda bamba, com desgastes extremos, que desgastaram Sarney e FHC e derrubaram Collor e Dilma – com grande chance de o mesmo ocorrer com o Temer moribundão.
Já passou da hora de pararmos de ficar sobrevivendo a crises institucionais que se repetem de tempos em tempos, porque a falha brasileira é estrutural. Temos de debater, com seriedade, amplitude e urgência (para anteontem) um Projeto Estratégico de Nação. Nunca fizemos este “dever de casa” porque o autoritarismo estatal nunca permitiu tal exercício ousado da liberdade. Excetuando o Plano Real – que não mexeu na estrutura estatal -, não aplicamos idéias originais, pensadas aqui e adequadas a nossa realidade, nem definimos prioridades.
As mudanças são ululantes. O tamanho estatal (na União, Estados e Municípios) tem de ser redefinido. O sistema de impostos tem de ser enxugado radicalmente, para sustentar a máquina estatal com menos, a fim de que sobre mais para a livre iniciativa produzir. O mesmo vale para o aparato legal, com regramento excessivo que só promove a corrupção e muita injustiça pela via canalha da insegurança jurídica. Constituição enxuta e leis ordinárias são fundamentais.
Temos de implantar o Federalismo de verdade, com o voto distrital e totalização eletrônica que possa ser conferida por impressão. Partidos e candidaturas devem ser livres, sem receber financiamentos estatais. O número de representantes e a máquina legislativa podem e devem ser diminuídos ao essencial. Chega de politicagem profissional. Precisamos de representatividade.
Apenas com essas medidas básicas já estaremos promovendo uma revolução no Brasil. Elas são o mínimo para começar o debate. A maioria do povo as apoiaria naturalmente? As manifestações nas ruas e nas redes sociais indicam que sim. Temos de tesourar o Estado Ladrão. Lava Jato nos bandidos. E vamos definir que Brasil queremos e é possível de construir. A reação às mudanças é gigante, mas temos de vencê-la.
Chega de preguiça e perda de tempo: Vamos Pensar o Brasil, e implantar, no tempo certo, aquilo que ficou combinado estrategicamente.
Se Temer vai cair ou não, se Lula vai ser preso ou não... São assuntos menos relevantes... A briga de vaidades entre Rodrigo Janot e Gilmar Mendes não vale o ingresso... 
(...)

NO O ANTAGONISTA
"Tudo o que de ruim se passa no Brasil converge para Lula"
Brasil 29.05.17 07:17
Lula corrompeu a democracia e tem de ser expelido imediatamente da disputa eleitoral.
O Brasil não tem a menor chance de se regenerar enquanto isso não ocorrer.
Leia o editorial do Estadão:
“A escassez de lideranças políticas no Brasil é tão grave que permite que alguém como o chefão petista Lula da Silva ainda apareça como um candidato viável à Presidência da República, mesmo sendo ele o responsável direto, em todos os aspectos, pela devastadora crise que o País atravessa (…).
Não é possível que a sociedade civil continue inerte diante de tamanho descaramento. Lula não pode continuar, sem ser contestado, a se oferecer como remédio para o mal que ele mesmo causou (…).
Tudo o que de ruim se passa no Brasil converge para Lula, o cérebro por trás do descomunal esquema de corrupção que assaltou a Petrobras, que loteou o BNDES para empresários camaradas, que desfalcou os fundos de pensão das estatais, que despejou bilhões em obras superfaturadas que muitas vezes nem saíram do papel e que abastardou a política parlamentar com pagamentos em dinheiro feitos em quartos de hotel em Brasília.
Lula também é o cérebro por trás da adulteração da democracia ocorrida na eleição de 2014, vencida por Dilma Rousseff à base de dinheiro desviado de estatais”.
O custo Temer
Economia 29.05.17 06:43
O custo de se manter Michel Temer no Palácio do Planalto será insuportavelmente alto.
Em primeiro lugar, ele vai atacar a Lava Jato.
Em segundo lugar, ele vai diluir as reformas.
O plano B para a cobrir o rombo das aposentadorias, por exemplo, vai atingir todos os trabalhadores, exceto os servidores públicos.
Leia o que diz O Globo:
“As propostas alternativas valeriam apenas para os trabalhadores do setor privado (INSS) e comprometeriam dois grandes objetivos da proposta enviada ao Congresso: a fixação de idade mínima para aposentadoria e a convergência do regime previdenciário no País.
Estas questões poderiam ser enfrentadas futuramente, em uma espécie de fatiamento da reforma. Porém, em um primeiro momento, admitem fontes envolvidas nas discussões, poderia aumentar o fosso entre os dois regimes — INSS e regimes próprios de servidores públicos de União, estados e municípios”.
O plano B para a reforma previdenciária
Economia 29.05.17 06:34
A reforma previdenciária acabou.
Henrique Meirelles, de fato, já está pensando num plano B para tapar o rombo nas aposentadorias.
Leia um trecho da reportagem de O Globo:
“Diante do receio de que a crise política inviabilize a aprovação da reforma da Previdência, a equipe econômica já pensa em alternativas para conter o crescimento das despesas com benefícios. São medidas que poderão entrar em vigor imediatamente, por meio de medida provisória ou projeto de lei. Entre elas estão a elevação do tempo mínimo de contribuição na aposentadoria por idade nas áreas urbana e rural, atualmente em 15 anos, e a redução do valor da pensão por morte, que hoje é integral, independentemente do número de dependentes.
Também faz parte do cardápio o fim da fórmula 85/95 (soma de tempo de contribuição e idade para mulheres e homens, respectivamente), que entrou em vigor em dezembro de 2015 e permite o benefício integral. Outra possibilidade avaliada seria tornar proporcional o valor da aposentadoria por invalidez, que hoje é integral (a exceção seriam os acidentes de trabalho). Até a fórmula de cálculo do valor da aposentadoria — baseada atualmente em 100% das maiores contribuições — pode ser alterada via MP”.
A arte do escambo
Brasil 29.05.17 06:25
O escambo oferecido por Torquato Jardim é muito claro: se os membros da ORCRIM aprovarem as reformas, Michel Temer poderá engavetar a Lava Jato.
Tudo resolvido
Brasil 29.05.17 06:19
Torquato Jardim disse à Folha de S. Paulo que, se o Congresso Nacional aprovar a reforma previdenciária, Michel Temer poderá concluir seu mandato.
Leia aqui:
“A questão é econômica, não é política. Se passam as reformas no Congresso, nas próximas quatro ou cinco semanas, tudo será resolvido”.
E também:
“O que interessa, em primeiro lugar, é a economia. A crise não é política – a mídia transformou em crise política –, mas econômica.
Em segundo lugar, a parceria do Executivo com o Congresso está intocada. Serão votadas todas as reformas, trabalhista, da Previdência, o financiamento das dívidas dos municípios.
Isso passando, a agenda econômica avança”.
O escambo oferecido por Torquato Jardim é muito claro: se os membros da ORCRIM aprovarem as reformas, Michel Temer poderá engavetar a Lava Jato.
A última tacada de Temer
Brasil 29.05.17 06:12
A Folha de S. Paulo perguntou a Torquato Jardim se ele pretende trocar o comando da PF.
Ele respondeu:
“Eu vou avaliar. Vou ouvir a recomendação do presidente, de outras personalidades que conhecem o assunto, fazer o meu próprio juízo de valor e decidir. Não vou me precipitar nem antecipar nada”.
Para se manter no poder, Michel Temer tem de garantir ao resto da ORCRIM que a Lava Jato será sedada.
A troca do comando da PF é o primeiro sinal nesse sentido.
O especialista em PF
Brasil 29.05.17 00:15
Segundo Andréia Sadi, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, não descarta mudanças na direção da PF.
"Tudo será estudado", disse ele.
Se depender de Temer e sua tropa, tudo será desmantelado na Lava Jato.
MPF mostra à J&F com quantos bilhões se faz um acordo
Brasil Domingo, 28.05.17 17:39
O MPF recusou R$ 8 bilhões.
Quer R$ 10,99 bilhões da J&F, da qual faz parte a JBS, para fechar acordo de leniência com o grupo de Joesley e Wesley Batista, segundo O Globo.
O valor representa apenas 6% dos R$ 183,2 bilhões, livre de impostos, faturados pela J&F em 2016 e ainda poderia ser parcelado ao longo de 13 anos, com prestações semestrais, tendo início em dezembro deste ano
Para onde vai o dinheiro?
"A intenção do Ministério Público é destinar 75% do total a ser pago para o BNDES e os fundos de pensão Funcef e Petros, ficando 25% para cada. A União receberia 12,5%, enquanto que a Caixa e o FGTS ficariam com 6,25% cada. Há a previsão de que caso o grupo firme outros acordos no exterior teria que destinar metade do valor pago lá fora a estas instituições."
É um modo de reaver a dinheirama que vazou pelo ralo em cada uma delas nos governos do PT.
O DESESPERO DE TEMER
Brasil 28.05.17 14:44
O Antagonista apurou que, ao tirar Osmar Serraglio da Justiça e, assim, deixar Rocha Loures sem mandato parlamentar, Michel Temer quis também mostrar ao homem da mala que era melhor ele ficar umbilicalmente atrelado ao presidente no STF.
Com isso, Temer tenta garantir algum controle sobre Rocha Loures, que estaria negociando um acordo de delação com a PGR.
É um gesto desesperado.
JBS: era uma vez um "campeão nacional"
Economia 28.05.17 09:57
Na manchete do Estadão, os 18 bilhōes de reais em dívidas de curto prazo da JBS.
Na coluna de Lauro Jardim, em O Globo, Wesley Batista nos bancos para rolar dívidas e a decisão da JBS de vender ativos, como Alpargatas e Eldorado Celulose.
Em O Antagonista, na semana passada, a ida de Wesley a Brasília.
JBS: era uma vez um "campeão nacional".

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