PRIMEIRA EDIÇÃO DE 28-4-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEXTA-FEIRA, 28 DE ABRIL DE 2017
A PEC que praticamente extingue o foro privilegiado vai possibilitar àqueles investigados e réus em tribunais superiores que ainda têm mandatos, a terem processos transferidos para a vara da Justiça onde o crime teria ocorrido. Isso significa, por exemplo, que no caso da Lava Jato as ações serão enviadas à Curitiba; a Sérgio Moro. Mas também haverá abertura de novos prazos, novos recursos etc. E protelação.
Segundo o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), relator da PEC do fim do foro, a Lava Jato não será afetada pela aprovação da medida.
Uma vez enviadas à primeira instância, ações contra autoridades com mandatos correrão normalmente, com chance de recursos no futuro.
Se as ações judiciais demorarem a ser julgadas, há risco de prescrição de crimes dos quais os atuais detentores do foro são acusados.
Autoridades rés, investigadas e até condenados sem trânsito em julgado, podem até pedir para “rediscutir” processos na Justiça.
A reforma trabalhista até agora não afetou um só trabalhador, mas já causou baixas no campo político. Por apoiar a reforma, 4 deputados do PSB perderam cargos no partido: Danilo Forte (CE), Fábio Garcia (MT), Tereza Cristina (MS) e Maria Helena (RR). O deputado Cadoca (PE) foi expulso do PDT pelo mesmo motivo. E Michel Temer destituiu sete vice-líderes que não atuaram a favor do governo, do cargo na Câmara.
A destituição dos deputados do PSB das presidências estaduais do partido foi uma decisão monocrática do presidente Carlos Siqueira.
Squassoni (PRB), Luiz Busato (PTB), Tereza Cristina (PSB), Marcos Montes (PSD), Mudalen (DEM) e Cap. Augusto (PR) perderam cargos.
Até o último aliado do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, Carlos Marun (PMDB-MS) perdeu a posição de vice-líder do governo.
Relator da emenda que enterra o foro privilegiado, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também ficou muito desconfiado com a aprovação unânime do projeto, por 75x0. Ainda haverá segundo turno de votação, por isso ele recomenda “oração e vigilância”.
Decisão corajosa da ministra Cristina Peduzzi, do Tribunal Superior do Trabalho, impôs aos Correios funcionamento mínimo de 80%, nesta greve político-partidária, sob pena de multa diária de R$100 mil.
Greve na véspera do dia de 1º de Maio, para alongar o feriadão, é esperteza frequente no serviço público, onde a adesão será maior nesta sexta (28). Afinal, é lá onde estabilidade rima com impunidade.
O ministro Fernando Filho (Minas e Energia) e o pai, Fernando Bezerra (PE), líder do PSB no Senado, receberam de Michel Temer a garantia de apoio para a eventualidade de serem “obrigados” a trocar de partido.
“Quer dizer que prender ladrão é abuso de poder?”, perguntou incrédulo o senador Magno Malta (PR-ES), calando investigados e defensores do projeto original que tentava intimidar a Lava Jato.
Aguarda-se nova pesquisa Datafolha no fim de semana, com números de avaliação do governo Michel Temer próximos do fundo do poço, onde vivia Dilma Rousseff. Integrantes da bancada “Quanto Pior Melhor” acham que a pesquisa “enterrará” a reforma da previdência.
O operário aposentado, Djalma Araújo, 93, concluiu o curso de Direito na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Guarabira. Ele será homenageado em 31 de maio, na colação de grau da sua turma.
Por seus delatores, a Odebrecht confirmou haver bancado “palestras” de Lula em Cuba para justificar o motivo da viagem: fazer lobby da empreiteira. Ou tráfico de influência, como prefere a Operação Janus.
... a única greve benéfica neste momento seria uma greve geral dos dirigentes de centrais sindicais.

NA VEJA.COM
Cabral diz a Moro que fez compras de luxo com ‘sobra de caixa 2’
Acusado de receber 2,7 milhões de reais em propina da Andrade Gutierrez, ex-governador afirmou que gastos foram sua responsabilidade, e não de sua mulher
Por João Pedroso de Campos
Quinta-feira, 27 abr 2017, 20h17 - Atualizado em 27 abr 2017, 21h17
Réu em uma ação penal sob responsabilidade do juiz federal Sergio Moro e preso em Bangu 8, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi nesta quinta-feira a Curitiba para depor ao magistrado. Na oitiva, que durou cerca de 30 minutos, Cabral, orientado por seus advogados, respondeu apenas as questões da defesa e ficou em silêncio quando perguntado por Moro ou o Ministério Público Federal. O ex-governador e seu grupo político são acusados neste processo de embolsar 2,7 milhões de reais em propina da empreiteira Andrade Gutierrez entre 2007 e 2011, referentes ao contrato de construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
As respostas do peemedebista diante do juiz mostram que sua estratégia de defesa é a de alegar que as compras milionárias roupas de grife, joias e carros, enumeradas pelo Ministério Público Federal na denúncia, foram feitas com dinheiro próprio e o que ele chamou de “sobras de caixa dois de campanha” – e não com propina.
“Reconheço esse erro, reconheço que são recursos próprios e recursos de sobra de campanha de caixa dois. Esses recursos nada a ver nem com minha mulher, muito menos com essa acusação de Comperj”, disse Cabral, cuja mulher, a advogada Adriana Ancelmo, também é ré neste processo.
“Não vou negar que houve uso de caixa dois e houve uso de sobra de campanha de recursos em função de eu ter sido um politico sempre com desempenho eleitoral muito forte no estado. O financiamento acontecia e esses fatos são reais”, gabou-se Cabral, que citou a preocupação de Moro com o financiamento paralelo de campanhas e disse que “a questão democrática é sempre vital e, portanto, tem que se encontrar um caminho para isso”.
Após as questões feitas pelo advogado de Sérgio Cabral, Moro perguntou ao peemedebista se ele gostaria de dar mais informações sobre o pagamento de caixa dois que resultou nas tais “sobras”, mas o ex-governador respondeu que essas irregularidades não estão relacionadas ao processo e preferiu não entrar em detalhes.
A respeito das notas fiscais de compras de bens de luxo emitidas em nome de Adriana, que segundo o peemedebista apenas “escolhia alguns produtos”, Cabral afirmou a Moro que os recursos e gastos eram de sua responsabilidade, e não dela. “Em hipótese nenhuma vou dizer que não é verdade. Os recursos eram meus e a responsabilidade é minha. Minha mulher não conhece nenhum desses personagens que são citados, executivos da Petrobras, etc, etc. São responsabilidades minhas, diretas”.
Além deste processo, em que é acusado dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Cabral é réu em seis ações penais na Justiça Federal do Rio de Janeiro, todas sob responsabilidade do juiz Marcelo Bretas.
Relação ‘dura’ com a Petrobras
Citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, como um dos padrinhos políticos que lhe deram sustentação política no cargo em troca de propinas, Sérgio Cabral afirmou a Sergio Moro que a relação de seu governo com a Petrobras era “muito difícil, muito dura” em função de cobranças feitas por mais royalties de petróleo, ICMS e participação especial.
“Nunca, nunca indiquei um cargo no governo federal, o que dirá na Petrobras, onde minha relação era extremamente polêmica e difícil, pelo posicionamento contra a lei do pré-sal, pelas cobranças que fazíamos de impostos devidos”.
Cabral relatou que havia uma apenas uma “relação institucional” com Paulo Roberto Costa e que nunca tratou de financiamento de campanhas com o ex-diretor da estatal. O ex-governador chamou de “invencionices” os trechos da delação de Costa que o citam como beneficiário de propinas de contratos da Petrobras.
O ex-governador também negou conhecer os executivos da Andrade Gutierrez, Rogério Nora de Sá e Clóvis Primo, que o também o citaram em suas delações premiadas.
(...)

“Depoimento bomba” de Renato Duque a Moro já tem data marcada
Juiz agendou para o dia 5 de maio o novo interrogatório do ex-diretor da Petrobras. Duque deve revelar novos fatos sobre a partilha da propina na Petrobras
Por Da Redação
Quinta-feira, 27 abr 2017, 19h23 - Atualizado em 27 abr 2017, 19h34
Acatando um pedido da defesa de Renato Duque, o juiz Sergio Moro vai colher um novo depoimento do ex-diretor de Serviços da Petrobras. A audiência foi marcada para o dia 5 de maio, sexta-feira da próxima semana. Preso desde fevereiro de 2015 e já condenado a 57 anos e sete meses de prisão por Moro em quatro processos, Duque permaneceu calado em todas as oitivas a que compareceu. Ele negocia um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava-Jato e sinalizou que pretende colaborar com as investigações mesmo sem ter a garantia de que o acordo será celebrado.
“Se o acusado no processo penal deseja ser submetido a novo interrogatório, não há como o juiz indeferir tal requerimento sob pena de vulnerar de morte a ampla defesa que pode ser exercitada diretamente pelo acusado”, diz o juiz Sergio Moro na decisão.
Nesta quinta-feira, os advogados do ex-diretor apresentaram requerimento para que ele pudesse realizar novo depoimento na ação penal que tem entre os acusados o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, Antonio Palocci, o marqueteiro João Santana e o empreiteiro Marcelo Odebrecht e outras onze pessoas.
No ofício assinado pelos advogados Antonio Figueiredo Basto, Maria Francisca Nedeff Santos e Luiz Gustavo Rodrigues Flores, além do próprio Duque, o ex-diretor da Petrobras afirma que “de forma espontânea e sem quaisquer reservas mentais, pretende exercer o direito de colaborar com a Justiça nos temos do artigo 1º parágrafo 5º da Lei 9.613/98, para tanto requer seja designado por V. Exª data para que seja submetido a novo interrogatório”.
Segundo pessoas próximas do ex-diretor, ele pediu uma nova oportunidade para falar a Moro porque pretende revelar fatos contundentes envolvendo a partilha de propina entre o PT e figuras de proa do partido, como Antonio Palocci e o próprio ex-presidente Lula. “Será um depoimento bomba”, disse a VEJA um interlocutor do ex-diretor.
Como Sergio Moro acatou o pedido da Polícia Federal para transferir o depoimento do ex-presidente Lula para o dia 10 de maio, Renato Duque terá a oportunidade de apresentar sua versão dos fatos antes do petista.

NO BLOG DO JOSIAS
Greve dificulta o esforço pró-reformas, reconhecem articuladores do governo
Josias de Souza
Sexta-feira, 28/04/2017 04:49
Em avaliações feitas longe dos holofotes, alguns dos principais operadores políticos do governo admitem que a greve e as manifestações convocadas para esta sexta-feira dificultarão o esforço para aprovar as reformas no Congresso, principalmente a da Previdência. O grande receio, disse um ministro ao blog, está relacionado ao impacto que o movimento terá sobre ânimo dos congressistas.
Estima-se que o pedaço da coligação governista que já foge das prioridades da gestão Temer com medo de perder votos em 2018 ganhará pretextos adicionais para resistir aos apelos do presidente, retardando o cronograma de votações. Munido de dados colecionadas pelos serviços de inteligência, o governo trabalhava na noite passada com a perspectiva de que o barulho a ser produzido nesta sexta-feira não será negligenciável.
Suprema ironia: o governo atribui a amplitude da encrenca à capacidade de mobilização de uma engrenagem sindical que a reforma trabalhista submete a uma asfixia financeira. “Essa engrenagem roda com mais vigor dentro das corporações do Estado, que estão em pé de guerra contra a reforma previdenciária”, analisou um auxiliar de Temer.
As autoridades ouvidas pelo blog manifestaram uma impressão que parece ser disseminada no governo. Ecoaram uma avaliação da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) segundo a qual os rivais de Temer acertaram ao guindar a paralisação dos meios de transporte como sua prioridade. Se tiverem sucesso, envolverão no protesto até a minoria que apoia o presidente. Sem meios de locomoção essas pessoas não terão como comparecer ao trabalho.
Temer deve acompanhar a evolução dos protestos desde o seu gabinete no Planalto. Cogita reunir auxiliares para avaliar os efeitos da greve e das manifestações. Em público, o governo e seus porta-vozes tentarão minimizar o movimento desta sexta. Como de hábito, dirão que é parte da democracia. O governo reprovará frontalmente apenas eventuais surtos de violência.

Boletim sobre Eunício não traz um diagnóstico
Josias de Souza
Sexta-feira, 28/04/2017 02:25
O Hospital Santa Lúcia, de Brasília, divulgou na noite desta quinta-feira um boletim sobre a saúde do presidente do Senado, Eunício Oliveira. O paciente deu entrada na UTI da instituição de madrugada. Passou o dia sob observação médica. Mas não há no texto nada parecido com um diagnóstico.
Eis o teor do boletim, redigido às 21h: “O Hospital Santa Lúcia informa que o paciente Eunício Lopes de Oliveira permanece internado em observação na unidade de tratamento intensivo (UTI). Apresenta-se em bom estado geral e com melhora gradativa do quadro clínico. Já caminha sozinho e encontra-se consciente e orientado. Há perspectiva de alta da UTI amanhã pela manhã.
Assinam a peça os doutores Cláudio Carneiro, neurologista; André Sales, diretor clínico; e Raul Sturari, diretor médico. Eunício foi hospitalizado depois de passar mal e desmaiar em casa. Ao longo do dia os médicos descartaram duas suspeitas: acidente vascular cerebral e encefalite viral. No boletim noturno, abstiveram-se de mencionar outras cogitações.

PSDB e PT chegam à antessala de 2018 zonzos
Josias de Souza
Quinta-feira, 27/04/2017 22:25
A Lava Jato transformou os preparativos para 2018 numa espécie de batalha no escuro entre soldados desnorteados e comandantes embriagados. PT e PSDB, os partidos que monopolizam as disputas presidenciais há mais de duas décadas, estão zonzos. A situação penal de Lula se deteriora mais rapidamente do que a do rival Geraldo Alckmin, o único cardeal da enfermaria tucana que ainda se considera no páreo. Sem foro privilegiado, Lula arde na frigideira de Curitiba. Alckmin caiu no banho-maria do Superior Tribunal de Justiça, o foro dos governadores.
Petistas e tucanos entram na fase de pré-campanha em condições semelhantes. O mal do PSDB é que o partido tem um excesso de cabeças e carência de miolos. O PT padece da mesma carência, com a diferença de que tem uma cabeça só. As duas legendas revelam-se capazes de tudo, menos de admitir suas culpas, primeiro passo para um reinício honesto.
Lula, já bem passado no óleo do juiz Sergio Moro, está diante do risco real de se tornar um ficha-suja antes de virar candidato. Mas demora a autorizar a deflagração do Plano B chamado Fernando Haddad. Alckmin ergue o bico para negar as acusações que o assediam e finge não notar que o pupilo João Doria vai virando o Plano B do grupo de Aécio Neves. Não será fácil para o eleitor escolher um presidente entre os sobreviventes. Por sorte, os gatunos tornam-se menos pardos à medida que vai ficando claro que os partidos viraram meras filiais de organizações como e Odebrecht e OAS.

Pezão precisa de dinheiro ou de interrogatório?
Josias de Souza
Quinta-feira, 27/04/2017 19:36
Às voltas com um descalabro no Complexo do Alemão —cinco cadáveres em seis dias —, o governador Luiz Fernando de Souza, o Pezão desabafou para o microfone de uma emissora de rádio. Declarou que precisa urgentemente de um $ocorro de Brasília. Sob pena de não conseguir lidar com uma crise de segurança pública que ameaça converter o Rio numa espécie de Síria com vista para o Atlântico. O brasileiro de outros Estados ouve o apelo e interroga os seus botões: afinal, Pezão precisa de mais dinheiro público ou de interrogatório?
As finanças do Rio derreteram num caldeirão de inépcia e roubalheira. O passado do Estado encontra-se atrás das grades. E Pezão tenta transferir para a União a responsabilidade pelo futuro. Nesta quinta-feira, o chefe da quadrilha que assaltou as arcas fluminenses, Sérgio Cabral, foi interrogado pelo xará Sergio Moro. E Pezão, que foi vice-governador do preso, está na bica de arrancar uma moratória de três anos na dívida estadual com o Tesouro Nacional.
Se tudo correr como planejado, a União deixará de arrecadar algo como R$ 27 bilhões entre 2017 e 2019. Insatisfeito com tudo o que pode obter, Pezão quer um pouco mais. Justo, muito justo, justíssimo.
O problema é que, no final de janeiro, quando deflagrou a Operação Eficiência, que esquadrinhou a remessa de US$ 100 milhões roubados pela quadrilha de Cabral, o juiz Marcelo Bretas, o Sergio Moro do Rio, fez menção em seu despacho a algo que chamou de “custo-corrupção”. Anotou que o assalto ao erário foi uma das causas da ruína fiscal do Rio.
Bretas comparou a corrupção aos crimes violentos que inquietam a sociedade. Para o juiz, o assalto aos cofres públicos é mais grave, porque atinge “um número infinitamente maior de pessoas”. Ele anotou: “Basta considerar que os recursos públicos que são desviados por práticas corruptas deixam de ser utilizados em serviços públicos essenciais, como saúde e segurança públicas.”
Como Pezão bem sabe, não há dinheiro grátis. O que o afilhado político de Sérgio Cabral pede é que parte da conta que financiou os confortos do seu padrinho e as joias de sua mulher Adriana Anselmo seja espetada no bolso do contribuinte de outros Estados. O brasileiro ama o Rio. Mas não suporta a ideia de ser feito de idiota. Repita-se a pergunta: Pezão merece mais verbas ou interrogatório?

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quinta-feira, 27 de abril de 2017
Greve da Petelândia vira piada na Internet
2ª Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
A acuada e desmoralizada Petelândia consegue, facilmente, o feito histórico de virar piada nas redes sociais. A mais recente avacalhação é com a convocação da “Greve Geral” marcada para esta sexta-feira – uma malandragem pura, em agendar uma paralisação inútil e irresponsável, na véspera de um feriadão prolongado. É mais uma prova da aversão da petralhada ao trabalho – ainda mais se for honestamente. Nem um mito decadente como Lula merece ser “defendido”, de maneira tão idiota, por seus fanáticos seguidores.
Os sacanas nas redes sociais elaboraram e viralizaram o “roteiro” grevista de 28 de abril. A gente só fica na dúvida se o teor é para rir ou para chorar de vergonha – consagrando a incompetência política dos petistas, apeados do poder por um golpe que deram neles mesmos, com a parceria oposicionista de malandros que, até a undécima hora, fingiam ser “aliados”, “parceiros” ou “comparsas” nos 13 anos de gestão temerária (sem trocadilho infame) da Petelândia aloprada. Eis a “agenda”:
Programação da Greve Geral do dia 28 de Abril
7:00h. Primeiramente, "Fora Temer".
7:30h. Café com pão e Mortadela "grátis"
8:30h. Berrar "Lula, guerreiro do povo brasileiro!"
9:30h. Show do Tico Santa Cruz
11:30h. Atos de vandalismo
11:45h. Inalação de gás lacrimogênio
12:30h. Almoço
13:30h. Oficina de língua francesa. Tutora: Dilma Roussef
14:30h. Apanhar da PM
15:30h. Show da Preta Gil
16:30h. Mesa redonda. Convidados especiais: PCC e Comando Vermelho
18:00h. Apanhar da PM
19:00h. Pausa para descanso
20:00h. Apanhar da PM
21:00h. Berrar "Fora Trump!"
22:00h. Apanhar da PM
22:30h. Encerramento
Tudo será coberto pela imparcial mídia da petelândia, pregando a tese de que os trabalhadores foram vítimas da repressão ordenada pela extrema direita reacionária e fascista que teme a volta de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 2018 – infelizmente sem poder contar com o amigo Sérgio Cabral para vice, pois ele está “preso” a outros compromissos...
Os impopulares
Consultoria Ipsos constata: Aprovação de Temer em míseros 4%. Nada menos que 92% veem País no rumo errado. E os principais políticos, potenciais candidatos a 2018, carregam níveis históricos recordes de impopularidade e rejeição. Parabéns, petralhas, tucanalhas, peemedebostas e demais polititicas afins...
Providencial editorial do Estadão
Uma “greve geral” marcada para coincidir com a véspera de um feriado prolongado, encompridando-o um pouco mais, traduz bem o espírito dos organizadores desse movimento. Os chefes das centrais sindicais que convocaram a paralisação certamente esperam que a adesão seja alta, entre outras razões, porque muita gente vai considerar a “greve” uma oportunidade de antecipar a folga. Como ergofóbicos que são, esses sindicalistas conhecem o valor de uma boa desculpa para não ir trabalhar.
E a desculpa da vez são as reformas promovidas pelo governo de Michel Temer, especialmente a trabalhista e a previdenciária. A desonestidade dessa campanha sindical, orquestrada pelo PT, é evidente por si mesma. O partido que governou o Brasil por mais de uma década e é diretamente responsável pelo colapso da economia - sem falar do colapso moral - lidera um movimento destinado justamente a sabotar as únicas soluções possíveis para a crise que os próprios petistas criaram.
Para que o deboche seja completo, o PT, ao mesmo tempo que está organizando a tal greve, tratou de lançar um “plano econômico”, batizado de Seis Medidas Emergenciais para Recuperação da Economia, do Emprego e da Renda. Lá estão, uma a uma, as mesmíssimas medidas que condenaram o Brasil a três anos de profunda recessão, que quase levaram o Estado à bancarrota e que criaram mais de 13 milhões de desempregados.
Os petistas dizem que querem, entre outras coisas, “fortalecer empresas brasileiras para gerar empregos de qualidade”, isto é, voltar a privilegiar empresas amigas do governo; “aumentar o comércio Sul-Sul, principalmente os Brics”, impedindo, por questões ideológicas, que o Brasil faça acordos comerciais muito mais vantajosos; e “investir em infraestrutura para uma economia dinâmica e eficiente”, o que, no governo petista, equivaleu a destinar bilhões de reais para projetos superfaturados que mal saíram do papel. Além disso, o PT pretende “recuperar as empresas de construção civil”, ou seja, dar uma mãozinha aos sócios empreiteiros hoje enrascados na Lava Jato, e também quer “recuperar o papel central da Petrobras”, impedindo - atenção - “a fragmentação, destruição e privatização da Petrobrás”, como se a estatal não tivesse sido rapinada e arruinada justamente pelos petistas.
A desfaçatez é, portanto, total. O PT, fragorosamente derrotado nas urnas e expelido do poder por ter legado à Nação uma crise econômica sem precedentes e um descomunal escândalo de corrupção, acredita-se em condições morais de denunciar um governo que, a duras penas, luta para consertar uma parte desse estrago. E é espantoso que haja quem, por vício sindical ou político, aceite engrossar esse movimento, deixando de refletir sobre os efeitos nefastos que a rejeição das reformas de Temer teria para o conjunto da sociedade.
Até mesmo algumas escolas particulares de São Paulo decidiram apoiar o movimento grevista de seus professores, em vez de lhes cortar o ponto pela falta, em claro desrespeito aos que pagam mensalidade em troca do serviço. Uma das escolas, resumindo o espírito que presidiu tão esdrúxula decisão, argumentou que as reformas foram encaminhadas “sem o debate qualificado” - como se o Congresso não fosse o local legítimo desse debate.
A maioria dos trabalhadores que deixarão de cumprir expediente amanhã, contudo, será formada não por grevistas, mas por funcionários que não conseguirão chegar ao trabalho em razão da paralisação do transporte público. O mesmo vai acontecer com os estudantes, que deixarão de ir à escola não apenas pela falta de transporte, mas porque muitos professores aderiram à greve.
Tudo isso, caso se confirme, tende a dar a falsa sensação de que a “greve geral” é mesmo geral, isto é, que mobilizou grande parte dos trabalhadores para protestar contra as reformas encaminhadas pelo governo. Num Congresso acuado por denúncias de corrupção e pela perspectiva de grandes e radicais renovações nas eleições de 2018, essa atmosfera pode definir votos contra as mudanças. Ao governo cabe manter a firmeza de propósitos, sem se intimidar pela delinquência daqueles que usam os “direitos do trabalhador” para golpear os trabalhadores pelas costas.
(...)



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 26/02/2024 - SEGUNDA-FEIRA