PRIMEIRA EDIÇÃO DE 18-4-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
TERÇA-FEIRA, 18 DE ABRIL DE 2017
Marcelo Odebrecht criou sistema de “contrapartida” para se certificar de que seu principal interlocutor no PT antes de 2011, Antônio Palocci, falava de fato em nome de Lula. Ele pedia ao pai, Emílio, para informar a Lula sobre propinas já pagas ao PT, totalizações e valores que só a Odebrecht tinha. Em 2010 pediu que o pai informasse a Lula sobre o total ao PT: R$ 200 milhões. Palocci mencionou o valor numa conversa posterior; era a prova de que seu interlocutor falava em nome de Lula.
Além de Emílio, o ex-executivo Alexandrino Alencar era usado para fazer a “ponte” com Lula, que monitorava o propinoduto.
A delação de Marcelo Odebrecht reforçou no Ministério Público Federal que Lula era mesmo o “comandante máximo” ou chefe da quadrilha.
Marcelo pediu a Emílio Odebrecht para informar Lula do balanço: em dois anos, foram R$200 milhões em propina paga ao PT.
Lula já sabia dos R$200 milhões quando Palocci “jogou verde” para Marcelo, citando R$300 milhões. Marcelo corrigiu, firme: “Foram 200”.
O presidente Michel Temer deve nomear o advogado Tarcísio Vieira de Carvalho Neto para a vaga da ministra Luciana Lóssio, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O mandato dela se encerrará no dia 5. Ele foi o primeiro colocado na lista tríplice definida pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. Ministro substituto no TSE desde fevereiro de 2014, Tarcísio é um dos advogados eleitoralistas mais admirados do País.
O futuro ministro Tarcísio é o mais antigo da classe de advogados no TSE. Ele foi assessor do ministro Marco Aurélio no STF durante anos.
Como o ministro Admar Gonzaga, que assumiu a vaga de Henrique Neves, Tarcísio é o que está há mais tempo na condição de substituto.
O sucessor de Luciana Lóssio poderá vir a participar do julgamento da ação do PSDB que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.
A construtora Odebrecht, que recebeu mais de R$1 bilhão por ano do governo Dilma, entre 2013 e 2015, ainda não recebeu um único centavo do governo Michel Temer neste ano de 2017.
Segundo Marcelo Odebrecht, em maio de 2014 foi procurado pelo ex-ministro Guido Mantega: “Veio uma orientação dela [Dilma] de que daqui pra frente todos os recursos de vocês vão ser direcionados para João Santana e Edinho (Silva). E não mais para o Vaccari”.
Um único despacho em São Paulo marcou a agenda de Aloysio Nunes (Relações Exteriores), nesta segunda-feira, 17. Não admira que a Argentina já tenha emplacado a visita oficial de Maurício Macri a Washington.
Enquanto um juiz federal do Brooklyn, em Nova York, condenou ontem a Odebrecht a devolver R$7,4 bilhões ao Brasil, o nosso Supremo Tribunal Federal discute nesta terça-feira (18) se o título brasileiro de 1987 deve ficar com o Sport de Recife e não com o Flamengo, do Rio.
Apesar das conhecidas relações do ex-governador Sérgio Cabral com seu ex-secretário Sérgio Côrtes, o fundo Soberano de Cingapura (GIC Private) diz não haver qualquer tipo de parceria nos investimentos.
O senador Fernando Bezerra Coelho (PE) não mexe um só músculo, exceto para expressar satisfação, quando ouve críticas ao governador do seu Estado, Paulo Câmara. Que, como ele, é filiado ao PSB.
Em meio a votações como as reformas da Previdência, Trabalhista e Política, a Câmara dos Deputados arrumou tempo para votar o projeto que dá nome do ex-prefeito de Lavras a um trecho da BR-265.
Jornalões noticiaram ontem o que nossos leitores sabem desde o dia 12: “Ela”, como a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) era chamada na Odebrecht, negociou pessoalmente propina de R$1,5 milhão.
...classificada como “nitroglicerina pura” em uma época, a delação de Paulo Roberto Costa virou um traque, perto das bombas da Odebrecht.

NO DIÁRIO DO PODER
ESPERTEZA FOI TIRO NO PÉ
LULA FAZ MANOBRA PARA PROTELAR AÇÃO, MAS TERÁ QUE IR 87 VEZES A CURITIBA
MORO ORDENA PRESENÇA DE LULA NOS 87 DEPOIMENTOS EM SUA DEFESA
Publicado: segunda-feira,17 de abril de 2017 às 20:34 - Atualizado às 21:04
Francine Marquez
O juiz federal Sérgio Moro reagiu à altura a uma manobra protelatória dos advogados de Lula, que apresentou pedido para ouvir 87 testemunhas de defesa. O magistrado deferiu o pedido, até para que o ex-presidente não alegue cerceamento de defesa, mas determinou que ele esteja fisicamente presente em todos os depoimentos. A decisão está publicada no sistema da Justiça Federal do Paraná.
Em seu despacho, Moro afirma que “será exigida a presença do acusado Luiz Inácio Lula da Silva nas audiências nas quais serão ouvidas as testemunhas arroladas por sua própria Defesa, a fim prevenir a insistência na oitiva de testemunhas irrelevantes, impertinentes ou que poderiam ser substituídas, sem prejuízo, por provas emprestadas”.
Além de Lula, essa ação tem outros sete réus, entre eles o ex-ministro Antônio Palocci, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Bahia Odebrecht, um dos advogados de Lula, Roberto Teixeira, e Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai.
A Ação é oriunda da denúncia do Ministério Público Federal (MPF) que envolve a compra de um terreno para a construção da nova sede do Instituto Lula e um imóvel vizinho ao apartamento do petista, em São Bernardo do Campo. Segundo os procuradores a ex-primeira-dama Marisa Letícia tentou dissimular a real propriedade do apartamento, forjando e assinando um contrato de locação com Glaucos da Costamarques. A compra do terreno não ocorreu.

LAVA JATO
FACHIN ENVIA INQUÉRITOS CONTRA RENAN, JUCÁ E AÉCIO PARA POLÍCIA FEDERAL
STF MANDA INQUÉRITOS PARA A PF, QUE PODERÁ QUEBRAR SIGILOS
Publicado: segunda-feira,17 de abril de 2017 às 19:08 - Atualizado às 19:51
Redação
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato determinou hoje (17) o envio dos inquéritos envolvendo os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL) para a Polícia Federal (PF). A decisão dá início ao processo de investigação na PF, que poderá solicitar quebras de sigilo telefônico e fiscal, além da oitiva dos próprios acusados.
As investigações envolvendo outros parlamentares também deverá seguir o mesmo procedimento nos próximos dias. Os inquéritos foram abertos pelo ministro, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), para apurar citações aos nomes dos parlamentares nos depoimentos de delação de ex-executivos da empreiteira Odebrecht.
Aécio Neves e Romero Jucá são os que acumulam o maior número de pedidos de investigações na Lava Jato, cinco ao todo. Renan Calheiros foi citado em quatro inquéritos envolvendo a Odebrecht e passou a responder a 12 investigações na operação. 
Outro lado
Após a abertura da investigação, o senador Aécio Neves disse considerar "importante o fim do sigilo sobre o conteúdo das delações". Segundo o comunicado, a divulgação das colaborações premiadas foi solicitada pelo próprio parlamentar a Fachin na semana passada. "[Aécio Neves] considera que assim será possível desmascarar as mentiras e demonstrar a absoluta correção de sua conduta", informou a assessoria do senador.
Já Romero Jucá disse que "sempre esteve" e "sempre estará” à disposição da Justiça para qualquer informação. "Nas minhas campanhas eleitorais, sempre atuei dentro da legislação e tive todas as minhas contas aprovadas", disse o parlamentar, também por meio de nota.
Renan Calheiros disse que a abertura dos inquéritos permitirá que ele possa conhecer "o teor das supostas acusações para, enfim, exercer meu direito de defesa sem que seja apenas baseado em vazamentos seletivos de delações".
"Um homem público sabe que pode ser investigado. Mas isso não pode significar uma condenação prévia ou um atestado de que alguma irregularidade foi cometida. Acredito que esses inquéritos serão arquivados por falta de provas, como aconteceu com o primeiro deles", argumentou o senador e ex-presidente do Senado.(ABr)

AGUARDANDO A RECOMPENSA
Por Carlos Chagas
Terça-feira, 18-4-2017
Uma pergunta permanece sem resposta: o que acontecerá com os 74 delatores funcionários e ex-funcionários da Odebrecht? Pelos depoimentos que deram, reconheceram seus crimes, iguais aos praticados por deputados, senadores, governadores e ministros. Estão todos no mesmo balaio. Com as delações, pretendem senão escapar, ao menos receber penas atenuadas, de preferência prisões domiciliares.
Uns bem humorados, outros apresentando-se como vítimas, os delatores acreditam poder livrar-se do pior. Até o patriarca da roubalheira e seu príncipe herdeiro, por sinal ainda preso mas esperando logo abrir a porta de uma de suas mansões.
A quadrilha desincumbiu-se da missão dada por seus chefes e agora aguarda a recompensa.
No Congresso o clima é mais carregado. Mesmo sabendo que os processos levarão muito tempo para completar-se, a maioria dos implicados está de olho nas próximas delações, das outras empreiteiras. Tem gente que foi aquinhoada por todas. Apesar do foro especial, alguns receberão condenações à altura de seus crimes. O mesmo destino terão os que forem julgados sem a prerrogativa de mandatos.
Em suma, a tempestade continua armada, preocupando boa parte dos que temem ficar inelegíveis, tanto pela lei quanto pela falta de votos.
SOLIDARIEDADE
O PT prepara volumosa manifestação de solidariedade ao Lula, em Curitiba, quando o ex-presidente estiver frente a frente com o juiz Sérgio Moro. Os contrários também se mobilizarão, prevendo-se conflitos e confrontos.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
#SanatórioGeral: Esse sabe
Jucá acusa diretores da Odebrecht de subestimarem a tabela de preços adotada por gatunos da classe executiva
Por Augusto Nunes
Segunda-feira, 17 abr 2017, 22h17
“Por R$ 150 mil, não se vende medida provisória nem na feira do Paraguai”. (Romero Jucá, líder do PMDB no Senado, esclarecendo que, de acordo com a tabela de preços adotada por corruptos da classe executiva, uma medida provisória custava muito mais que os R$ 150 mil de que foi acusado de cobrar)

NO BLOG DO FAUSTO MACEDO 
Cármen e Fachin decidem reforçar equipe que vai cuidar da Lava Jato no STF
Grupo será criado para Corte priorizar os processos e garantir celeridade na análise dos casos que se multiplicaram com a instauração de 74 inquéritos a partir das revelações de executivos e ex-executivos da Odebrecht
Rafael Moraes Moura e Beatriz Bulla/BRASÍLIA para o Estadão
Segunda-feira, 17 Abril 2017 | 18h14
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, acertou nesta segunda-feira, 17, com o ministro Edson Fachin a criação de um grupo de assessoria especializada para conferir celeridade aos processos da Operação Lava Jato que tramitam na Corte. Fachin é o relator dos processos da Lava Jato no STF.
Os dois se reuniram por cerca de duas horas no final da manhã, na mesma sala do edifício-sede do STF onde estavam guardados no mês passado os pedidos encaminhados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base na delação da Odebrecht.
Segundo o Broadcast Político apurou, o grupo será criado para reforçar a equipe de Fachin, priorizar os processos da Lava Jato e garantir celeridade na análise dos casos, que se multiplicaram depois da instauração de 76 inquéritos a partir das revelações feitas por 78 executivos e ex-executivos da Odebrecht.
“O objetivo é não deixar nada atrapalhar o andamento da Lava Jato”, diz um auxiliar. A composição do grupo deverá ser definida nos próximos dias.
Desde fevereiro, o ministro Edson Fachin passou a contar no seu gabinete com o reforço do juiz auxiliar Paulo Marcos de Farias, que atuou na análise dos casos da Lava Jato com o ministro Teori Zavascki, morto em acidente aéreo em janeiro deste ano. Fachin possui atualmente três juízes auxiliares, um a mais que os seus demais colegas do STF.
O Broadcast Político apurou que Cármen e Fachin já estavam discutindo a criação do grupo desde a semana passada, antes do feriado da Páscoa.
Força-tarefa 
Nesta segunda-feira, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu à ministra Cármen Lúcia a instalação imediata de uma força-tarefa para agilizar a fase de coleta de provas dos processos relacionados à Operação Lava Jato. Ao fazer referência ao Regime Interno do STF, a OAB pede a convocação de mais juízes auxiliares, “para que a Justiça se concretize para uma nação à espera da redenção”.
“Constam mais de 500 processos (inquéritos e ações penais) de competência originária em trâmite perante o Supremo Tribunal Federal que podem avolumar-se como decorrência das investigações em curso, sendo fato incontroverso que sempre se constituem em questões complexas e volumosas. Esse cenário impinge aos ministros do Supremo Tribunal Federal uma intensidade de atuação incompatível com a atual estrutura”, defende a OAB.

NA VEJA.COM
Temer refuta acordão com FHC e Lula contra a Lava Jato
Peemedebista aproveitou entrevista ao SBT para destacar o que chamou de 'salto' da economia
Por Da redação
Segunda-feira, 17 abr 2017, 23h31 - Atualizado em 17 abr 2017, 23h52
Michel Temer (PMDB) negou que tenha se reunido com os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva para negociar um “acordão” com o objetivo de estancar a Operação Lava Jato.
“Eu encontro com frequência o presidente Fernando Henrique. Encontrei o presidente Lula algumas vezes, uma até num momento pesaroso para a vida dele. E encontrarei quantas vezes forem necessárias. Agora, não vou me encontrar para encerrar a Lava Jato”, afirmou Temer nesta segunda-feira, em entrevista ao SBT Brasil, do canal de Silvio Santos. “Isso, data vênia, me perdoe a expressão, é ignorar nosso sistema institucional. Como alguém vai montar um esquema para acabar com aquilo que está sendo processado no Judiciário? Não existe isso.”
Veja também

Temer disse que pode se reunir com os ex-presidentes para trocar ideias sobre reforma política e, eventualmente, pedir apoio à proposta.
Ele também aproveitou a entrevista para ressaltar o que chamou de “salto” na economia, lembrando do crescimento de 1,3% da atividade econômica em fevereiro — divulgado hoje pelo Banco Central — e da desaceleração da inflação. “Nós tínhamos inflação de 10%. Agora, temos de 4,55%, a indicar que teremos menos de 4,5% (centro da meta do Banco Central) até o fim do ano”, afirmou.
Ao tratar das mudanças na legislação trabalhista, o presidente comentou que o projeto da terceirização vai gerar empregos. Já sobre a reforma política, disse não se opor à ideia da formação de uma Constituinte para votar o tema. Temer afirmou ainda ser contra a “eliminação traumática” de partidos políticos com cláusula de barreira.
(Com Estadão Conteúdo)

NO BLOG DO JOSIAS
Petista enxerga ‘fraudes’ em Congresso do PT
Josias de Souza
Terça-feira, 18/04/2017 05:31
O PT já não consegue manter entre quatro paredes as brigas que trava consigo mesmo. Engalfinham-se em público dois dirigentes da legenda: o presidente do diretório paulista, Emídio de Souza, e o secretário Nacional de Formação, Carlos Henrique Árabe. O ringue é o site do PT.
Criticado por Emídio num artigo, Árabe revidou com um texto ácido. A certa altura, anotou: “Há indícios de fraudes, que serão averiguados” Referia-se a irregularidades farejadas na etapa municipal do 6º Congresso do PT, que elegerá os dirigentes novos e seminovos da legenda. O autor do texto não dá nome às fraudes nem aos fraudadores. Quer dizer: o arranca-rabo terá novos round.

Odebrecht é menos ética que uma boca de fumo
Josias de Souza
Terça-feira,18/04/2017 04:05
José Sarney sabia o que estava dizendo. Pilhado no autogrampo do ex-correligionário Sérgio Machado, o morubixaba do PMDB avisara com quase um ano de antecedência: a delação da turma da Odebrecht produzirá o estrago de uma “metralhadora calibre ponto cem.” A rajada de imoralidades, de potência inaudita, atingiu inclusive Sarney, citado em inquérito direcionado à Justiça Federal de Goiás.
A Odebrecht, multinacional da construção, era a vanguarda do capitalismo brasileiro. Por um descuido, a casa caiu. E Marcelo Odebrecht virou bandido. Mas se não tivesse esquecido de maneirar continuaria a ser um menino de ouro. Como poucos, ele sabia ser audaz. Sob seu comando, a empreiteira cresceu extraordinários 520% nos dez anos que antecederam a Lava Jato.
Gente assim, como Marcelo Odebrecht, sempre na fronteira da marginalidade, tanto poderia estar operando no mercado da construção pesada como numa boca de fumo. O comércio de drogas ilícitas e o tráfico de dinheiro comandado pela Odebrecht revelaram-se negócios muito parecidos. A diferença é que há mais ética num ponto de venda de maconha e cocaína do que num escritório da empreiteira.
Quem vai ao pé de um morro para comprar drogas sabe que coloca o seu vício a serviço de uma engrenagem criminosa. Quem comercializa o bagulho não ignora que corre o risco de ser preso. Na boca de grana da Odebrecht, nada era o que parecia. Sob o manto diáfano do sucesso empresarial, rolava grossa corrupção, praticada por gente que se imaginava acima da lei.
O criminoso do morro é protagonista de velhas e reacionárias teses sobre a influência do meio miserável na proliferação da bandidagem. A maior evidência de que a pobreza não produz bandidos é que a imensa maioria dos pobres não rouba, não mata e obedece às leis. Sucede coisa diferente com os executivos da Odebrecht e das empreiteiras coirmãs. Essa gente, sim, é um produto do meio.
Marcelo Odebrecht e sua turma são filhos da cultura cleptocrata que vigora no Brasil desde a chegada das caravelas. Assistindo-se à performance dos delatores, nota-se a intenção de todos eles de culpar a sociedade, que praticamente os obrigou a ser o que são, com todas as facilidades que lhes proporcionou a cegueira da Receita, a impunidade, a cumplicidade de todo o sistema político…
Tudo conspirava a favor do sucesso da Odebrecht. Não fosse pela intromissão da força tarefa da Lava Jato, que arrombou o departamento de propinas, e pela audácia de Sergio Moro, que enjaulou o príncipe das grandes empreitadas no Moro’s Inn, tudo continuaria como antes. Era parte do modelo. Daí o desejo mal disfarçado de Emílio ‘Era Tudo Normal’ Odebrecht de que o Brasil sinta remorso pelo que fez com seu negócio e se apiede de sua família.
A turma da boca de fumo tem muito a desaprender com os Odebrecht. Não é à toa que tem traficante patrocinando campanhas eleitorais. O negócio é mais lucrativo e bem menos arriscado.

Manter os ministros suspeitos é temeridade inútil
Josias de Souza
Segunda-feira, 17/04/2017 20:56
Michel Temer reagiu à devastação provocada pela colaboração da Odebrecht com um par de entrevistas. Nelas, o presidente reiterou que não cogita afastar nenhum dos ministros enrolados no escândalo. Alguns desses ministros frequentam a cozinha do Palácio do Jaburu, onde mora o presidente. A decisão de Temer, com trocadilho, é uma temeridade inútil. O gesto é temeroso porque carboniza a legitimidade do governo, que já é baixa. É inútil porque os ministros vão cair cedo ou tarde — pela simples e boa razão de que a situação deles tornou-se insustentável.
Num ambiente de franca deterioração moral, a única providência aceitável de Temer seria a exoneração dos ministros sob investigação. Isso não significa condenar ninguém previamente. Todos têm o direito de se defender. Mas o brasileiro comum, que molha a camisa diariamente para encher a geladeira, tende a achar que o melhor é que os suspeitos se defendam longe dos cofres públicos, como mandam a lógica, o bom senso e a prudência.
Temer continua apostando nas reformas econômicas como seu principal balão de oxigênio. Faz bem. É o que lhe resta. Mas, para que a coisa funcione, quem pede sacrifícios à sociedade precisa pelo menos parecer decente. Ao manter do seu lado auxiliares tóxicos, rezando para que alguns tomem a iniciativa de pedir para sair, o presidente acaba correspondendo a todos os que não têm qualquer motivo para confiar nele. A essa altura, usar óculos com lente cor-de-rosa para ter uma melhor visão dos escombros é pura ilusão de ótica.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Segunda-feira, abril 17, 2017
UNIVERSIDADES NORTE-AMERICANAS AGORA TAMBÉM OFERECEM ABSORVENTES FEMININOS EM BANHEIROS MASCULINOS
A guerrilha cultural desencadeada pelo movimento comunista internacional continua firme na seu propósito de anular as diferenças entre os sexos masculino e feminino, ou seja, desnaturar a Natureza.
O site americano The Blaze acaba de postar uma matéria que não deixa de ser incrível. As universidades públicas norte-americanas incorporaram in totum todos os ditames do pensamento politicamente correto, com destaque para a dita política de gênero que mais não é senão a negação das diferenças entre os sexos masculino e feminino.
Segundo o The Blaze, a Universidade de Wisconsin-Madison é uma das últimas instituições de ensino superior a adotar o procedimento de oferecer também nos banheiros masculinos os absorventes femininos no formato de tampões.
A Universidade de Wisconsin-Madison é uma das várias universidades que anunciaram recentemente seus planos de fornecer produtos de higiene feminina em banheiros masculinos para garantir o acesso de homens transgêneros.
Se alguém pensa que já viu tudo está enganado. Amanhece, Bom Jesus!

NO BLOG ALERTA TOTAL
Segunda-feira, 17 de abril de 2017
Hora de acabar com segredinhos na Lava Jato
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Em nome da transparência total e da tolerância zero com o Crime Institucionalizado, a suprema-ministra Cármen Lúcia e o supremo-relator da Lava Jato, Edson Fachin, deveriam tirar o estranho segredo judicial sobre 23 inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal. Depois da divulgação da bombástica delação premiada dos dirigentes da Odebrecht, ficou evidente aos brasileiros que não é justo nem perfeito esconder qualquer fato criminoso que envolva dinheiro público.
O inaceitável segredinho já abre margem para especulações. Quem são os “poderosos” envolvidos em tais casos na última instância do Judiciário? Seriam magistrados, militares, banqueiros, amante de gente muito poderosa ou algum outro considerado acima de bem e do mal? Pouco ou nada importa. O sigilo inconstitucional tem de ser quebrado em nome da publicidade da administração pública – claramente prevista no artigo 37 da Constituição de 1988 que alguns oportunistas desejam dar uma reformadinha, a fim de que tudo fique como sempre esteve em Bruzundanga.
Além dos segredinhos supremos, outro assunto esquisito causa apreensão entre os que sonham com um Brasil passado a limpo na Era Pós-Lava Jato. Por que não estão criando facilidades para que o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil dos desgovernos Lula-Dilma consiga fazer uma delaçãozinha premiada. A família de Palocci pressiona para que ele seja ouvido e possa abrir o jogo sobre tudo que sabe. Exatamente aí residiria o problema. Palocci sabe muito e mais um pouco. O medinho do sistema é que ele fale demais e acabe denunciando gente poderosa demais, sobretudo banqueiros.
Aliás, o Negão da Chatuba reclama que anda cada vez mais intrigado: Como é que não aparecem dirigentes de instituições financeiras, principalmente de grandes bancos, em refinados esquemas de corrupção que envolvem bilhões de reais na Lava Jato e afins? Afinal, dinheiro (sobretudo o roubado) não anda sozinho por aí. Precisa circular, de um modo ou outro, por alguma entidade financeira. Até a agora, a Lava Jato foi muito eficiente em punir empreiteiros e doleiros. Estranhamente, as investigações ainda não chegaram ao andar de cima do rentismo tupiniquim. Será que chegará? Talvez... Por isso valeria ouvir Palocci como delator...
A Lava Jato também precisa ouvir os insistentes clamores da ex-corregedora nacional de Justiça e ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça. Eliana Calmon não cansa de repetir que a Lava Jato tem de pegar membros corruptos do poder togado. A suprema indagação que fica no ar é: o corporativismo dos magistrados vai impedir que alguns deles sejam investigados e eventualmente punidos?
A Lava Jato ainda não chegou à essência da organização criminosa que devasta o Brasil e inviabiliza o pleno desenvolvimento do País. Enquanto isso, o esquema no poder segue em frente com as suas reforminhas – tocadas por muitos dos denunciados em delações premiadas...
(...)

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