1ª EDIÇÃO DO DIA DO "DA MÍDIA SEM MORDAÇA"

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
15 DE OUTUBRO DE 2015
O PCdoB tentava armar nesta quarta (14) uma coletiva no Supremo Tribunal Federal para oficializar uma reclamação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os comunistas avaliam que a liminar da ministra Rosa Weber impede Cunha de tomar quaisquer decisões sobre o impeachment da presidente Dilma. Mas o plano do PCdoB foi suspenso pelo ministro José Eduardo Cardozo (Justiça).
O PCdoB acha que Eduardo Cunha desobedeceu a determinação da ministra ao indeferir, terça, 5 pedidos de impeachment contra Dilma.
O Planalto ensaia um acordão e não quer afrontar Eduardo Cunha. Até oferece ao deputado uma “tábua de salvação” e ganhar sua simpatia.
O PCdoB faria muito barulho por nada. Com foro privilegiado, Cunha só pode ser preso em flagrante e por crime inafiançável. Não é o caso.
Também deputados petistas ameaçaram pedir a prisão de Eduardo Cunha, em caso de deferimento de pedido de impeachment. Lorota.
O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) pediu na CPI dos Fundos de Pensão a convocação, para depor, do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. A ideia é que ele explique seus negócios considerados danosos para fundos de pensão. Jungmann lembra que Esteves foi citado por Marcelo Odebrecht em depoimento sobre conversas em que combinou sobrepreço em contratos da Sete Brasil, por ele criada.
A CPI quer entender como o plano de negócios da Sete Brasil, criada por André Esteves, revelou-se desastroso para o País.
Entre os negócios do BTG está a BR Pharma, diz o deputado, onde R$ 300 milhões do Petros viraram pó e valem hoje apenas R$ 25 milhões.
Jungmann também pediu a convocação de Henrique Pizzolato, ladrão transitado em julgado, tão logo ele seja trazido – sob vara – da Itália.
Ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Sepúlveda Pertence diverge de Teori Zavascki: ele acha que a lei federal de 1950, usada para o impeachment do ex-presidente Fernando Collor, continua valendo e deveria balizar o eventual impeachment de Dilma.
O presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antônio Rodrigues, informou que o esquema do “petrolão”, a roubalheira que quebrou a Petrobras, movimentou R$ 51,9 bilhões.
A Justiça do Trabalho outra vez está sendo usada para enriquecer espertos: está na iminência de condenar uma empresa a pagar R$ 100 milhões a um vendedor de bilhete de loteria que trabalhou 18 meses.
Aparece na lista dos 500 maiores contribuintes, divulgada pela Receita Federal, a Youssef Câmbio e Turismo. A empresa é do doleiro Alberto Youssef, preso no caso da roubalheira da Petrobras.
O senador Cássio Cunha Lima (PB) saiu às pressas para alertar Aécio Neves (MG) da saída de Álvaro Dias (PR) para o PV, como antecipou esta coluna. Dias pretende concorrer à Presidência, em 2018.
No DF, Rodrigo Rollemberg (PSB) luta para convencer Joe Valle (PDT), uma das honrosas exceções na Câmara Legislativa, a assumir a Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.
Causou estranheza a iniciativa da Procuradoria Geral do Rio Grande do Norte de suspender a Operação Damas de Espada, que investiga desvio de recursos na Assembleia Legislativa. Robinson Faria, o atual governador, foi presidente da Assembleia.
A Anvisa informa que a maior parte dos gastos com diárias – farra no governo federal que consumiu R$ 412 milhões até agosto – deve-se a “inspeções internacionais para concessão de certificados de boas práticas de fabricação de medicamentos”, blá, blá blá.
A seleção da Venezuela aproveitou a vinda ao Brasil para comprar produtos básicos, tipo papel higiênico, pasta de dente etc?

NO O ANTAGONISTA
Brasil 15.10.15 06:34 Comentários (5)
Alguns de nossos leitores defendem a necessidade de fazer um acordo imundo com Eduardo Cunha porque ele comanda o processo de impeachment.
É o que está fazendo Lula neste momento – um acordo imundo com Eduardo Cunha...
Brasil 15.10.15 06:32 Comentários (3)
Algum tempo atrás, O Antagonista citou uma entrevista de Jarbas Vasconcelos.
Ela merece ser citada novamente: “Cunha é doente, psicopata, um cínico...
Brasil 15.10.15 06:24 Comentários (12)
Jaques Wagner, o negociador oficial do governo, disse a Eduardo Cunha que consegue atender a quase todas as suas demandas, segundo Lauro Jardim.
“O pedido número um é: salvá-lo no Conselho de Ética”...
Brasil 14.10.15 22:30 Comentários (16)
A MP 651, que beneficiou a JBS, é um mundo.
Ela recebeu 334 emendas, duas delas (244 e 251) beneficiaram a Caoa Hyundai com descontos fiscais até 2020, ao permitir que a montadora usufruísse o chamado crédito presumido de IPI...
Brasil 14.10.15 22:24 Comentários (69)
Lula está em Brasília para mais uma de suas rodadas de acertos políticos. Além de mandar Dilma calar Joaquim Levy, o ex-presidente também quer acertar de vez a relação com Eduardo Cunha para retirar o impeachment da agenda...
Brasil 14.10.15 22:06 Comentários (12)
Dilma Rousseff falou à EPTV, afiliada da Globo em Piracicaba, que a oposição quer dar "pedaladas políticas" para chegar ao poder.
É o cúmulo da marquetagem de João Santana usar contra os adversários a mesma expressão que define o crime de responsabilidade fiscal que a petista cometeu...
Brasil 14.10.15 21:39 Comentários (32)
O governo fez o diabo para beneficiar os empresários amigos doadores de campanhas. A Polícia Federal já tem indícios de que a MP 651/2014 também foi fruto de negociata.
Essa MP reabriu o chamado "Refis da Crise", que permitiu que grandes contribuintes liquidassem seus débitos tributários - além de juros e multa sobre esse passivo -, usando seu próprio prejuízo fiscal e o de suas empresas coligadas...
Brasil 14.10.15 21:13 Comentários (54)
O Antagonista apurou que as recentes denúncias envolvendo o triplex de Lula e a condenação de João Vaccari Neto na Lava Jato aceleraram o julgamento do caso Bancoop - que até pouco tempo atrás parecia fadado ao esquecimento...
Brasil 14.10.15 20:54 Comentários (13)
Preso no Paraná por ter sido condenado na Lava Jato, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto foi agora intimado pela juíza Cristina Balbone a depor na ação penal que investiga os desvios da Bancoop...
Brasil 14.10.15 20:50 Comentários (9)
A CPI da Petrobras deve encerrar seus trabalhos na próxima semana sem qualquer avanço significativo. Não conseguiu ouvir nenhum parlamentar envolvido, não obteve nenhuma declaração nova dos réus convocados e nem mesmo descobriu algo que a força-tarefa já não tivesse divulgado...
Brasil 14.10.15 20:41 Comentários (85)
Carlos Sampaio avisa que o novo pedido de impeachment contra Dilma já está praticamente pronto, será registrado em cartório amanhã e protocolado na sexta-feira na Câmara...
Brasil 14.10.15 20:28 Comentários (51)
O governo Dilma quer negociar com o TCU um acordo em torno do cronograma de correção de todo o estoque de despesas que foram pedaladas no primeiro mandato, segundo o Estadão...
Brasil 14.10.15 20:06 Comentários (18)
Um dos desdobramentos da Operação Pixuleco 2, aquela que foi fatiada pelo Supremo, atinge em cheio o Serpros, fundo de pensão dos servidores do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), vinculado ao Ministério da Fazenda...
Brasil 14.10.15 19:53 Comentários (42)
Mulher de André Vargas, Eidilaira Soares disse em depoimento a Sérgio Moro que nunca se envolveu com as atividades do marido e vive de bicos, informa a Veja...
Brasil 14.10.15 19:17 Comentários (64)
Aécio Neves e Aloysio Nunes cancelaram a reunião com o colombiano Ernesto Samper, o secretário-geral da Unasul. O motivo? Samper se reuniu com Dilma ontem e saiu do encontro fazendo críticas à oposição por querer o impeachment da petista...
Brasil 14.10.15 19:00 Comentários (149)
Michel Temer, que almoçou com Renan Calheiros e Eduardo Cunha no Palácio do Jaburu, tem dito a interlocutores que não vê condições para o impeachment de Dilma...
Brasil 14.10.15 18:42 Comentários (32)
O deputado José Carlos Araújo, presidente do Conselho de Ética que vai julgar Eduardo Cunha, assumiu o cargo pela primeira vez em 2009 sob acusações ter usado a verba indenizatória da Câmara durante as férias.
O Antagonista resgatou uma entrevista com Araújo publicada pela ISTOÉ naquela ocasião. O repórter Hugo Marques não deu sossego ao parlamentar, que tinha uma folha de antecedentes impressionante...

NO DIÁRIO DO PODER
'FORA, DILMA'
JURISTAS PROTOCOLAM NA SEXTA NOVO PEDIDO DE IMPEACHMENT DE DILMA
NOVA AÇÃO DE BICUDO, REALE JR E JANAINA PASCHOAL É MAIS ROBUSTA
Publicado: 14 de outubro de 2015 às 23:55 - Atualizado às 00:07
A oposição não perdeu a esperança de apear a presidente Dilma Rousseff do Palácio do Planalto. Após três liminares do Supremo Tribunal Federal (STF) suspenderem os pedidos de impeachment de Dilma, um novo será protocolado na sexta-feira (16) na Câmara. Nesta quinta, o processo será registrado em cartório em São Paulo.
O pedido será assinado pelos juristas Hélio Bicudo, fundador do PT, Miguel Reale Júnior e Janaína Conceição Paschoal. O novo requerimento tem a anuência dos Movimentos Brasil Livre, Contra a Corrupção e Vem Pra Rua. Todos estarão no 4º Cartório de Notas, na Avenida Estados Unidos, 455, para o registro.
De acordo com o líder tucano na Câmara, Carlos Sampaio (SP), o pedido inclui as pedaladas fiscais de 2014 e também as informações oferecidas pelo Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), em relação à continuidade da manobra contábil em 2015.
“Todos concordaram que a junção em uma única peça é o melhor caminho para se evitar qualquer contestação. A consolidação das informações contidas nos documentos anteriores e a inclusão de informações do TCU, numa única denúncia, nos permitiram dar uma ordem mais lógica e sistematizada aos argumentos. Temos a convicção de que esse pedido não terá como ser indeferido”, afirmou Sampaio.

CARLOS CHAGAS
FALOU O QUE PODIA E O QUE DEVIA
Comentários feitos pelo comandante do Exército foram tão ou mais importantes do que as liminares expedidas pelo Supremo Tribunal Federal para limitar a aventura do deputado Eduardo Cunha em torno do impeachment da presidente Dilma. O general Villasboas falou a um grupo de tenentes da reserva, através de videoconferência, na sexta-feira, 09. Respondendo a diversas perguntas, reconheceu que a crise é política, econômica e moral, mas jamais institucional. Há, no entanto, para ele, o risco de que se transforme em crise social, que diz respeito às forças armadas.
Traduzindo: se houver baderna generalizada, invasões de propriedades públicas e privadas em ritmo preocupante, ataques à autoridade constituída, violência e desobediência civil, os soldados irão para a rua. Claro que, conforme a Constituição, a pedido de um dos três poderes da União, para garantir a lei e a ordem.
Significa o quê, essa advertência? Primeiro, que os militares encontram-se perfeitamente afinados com a democracia. Prontos para assegurá-la, se necessário. As instituições estão funcionando, disse o general, dando como exemplo a decisão do Tribunal de Contas da União, ao rejeitar as contas da presidente Dilma em 2014.
O problema é que arremedos da crise social já aconteceram, há dois anos. Depredação de instalações do metrô, de agencias bancárias, do comércio e até as fachadas do Congresso e do ministério das Relações Exteriores. Não havia, ainda, as crises política e econômica, no grau atual, mas, mesmo assim, grupos específicos entregaram-se a excessos. Felizmente, foram espasmos sem grandes consequências, e faz algum tempo que não se repetem. Hoje, o povo vai para a rua, mas em protestos ordeiros e pacíficos. As forças armadas tem colaborado com o poder civil, em especial nas favelas do Rio. Inexiste a menor indicação de que pretendam repetir o passado cada vez mais longínquo. 
Mesmo assim... Mesmo assim, crescem os sinais da crise social, com a desumana prática das demissões em massa, promovida pelos mesmos de sempre, estimulando movimentos grevistas em ritmo crescente, sob as vistas de um governo incompetente. Aflora um perigo: despertaria sentimentos variados a presença militar para evitar a baderna, vale repetir a Constituição, “a pedido de um dos três poderes”. Muita gente exortaria as forças armadas a prosseguir a marcha, ocupando o poder e alegando ser para evitar sua deterioração. No extremo oposto, grupos que em idos anteriores mobilizaram-se para enfrentar a ditadura poderiam confundir as situações e precipitar-se num confronto injusto.
O comandante do Exército falou o que podia e devia. Talvez venha a ser mal interpretado, não faltando as cassandras de lá e de cá para distorcer suas palavras.
INICIATIVA POSITIVA
Nem só das tricas e futricas do deputado Eduardo Cunha vive a Câmara. Nesta semana foi rejeitada a medida provisória que autorizava as empresas a reduzir em 30% o salário dos trabalhadores, diminuindo também a jornada de trabalho. Tirada do saco de maldades da equipe econômica a pretexto de evitar demissões, a iniciativa atropela a Consolidação das Leis do Trabalho, sobrepondo o “acordado” pelo “julgado”. Qual o patrão que deixaria de colocar o empregado diante da pérfida opção entre aceitar a redução ou ser mandado embora?
A medida provisória foi derrotada contra o voto da bancada do PT, destacando-se o Vicentinho, ex-presidente da CUT, que para agradar o governo, pregou sua aprovação. Felizmente, quebraram a cara.

NO BLOG DO CORONEL
14-10-2015
Eduardo Cunha é um bandido. Um canalha. Roubou dinheiro no petrolão e deixou o rabo preso em trezentas transações das mais constrangedoras. Está pressionado pelo Conselho de Ética. Está perseguido pelo Procurador Geral da República. Está chantageado pelo Governo Federal. Está sem prestígio dentro do próprio partido. Está acossado pela Oposição. Está cercado pelo STF. Mas tem um trunfo na mão: o processo de impeachment depende dele. Quem vai dominar Eduardo Cunha com este poder nas mãos? Ninguém! Por isso, ele vai fazer o que for melhor para si e sua família e não para o país. Vai querer se manter no cargo. Ou renunciar sem perder o mandato. Não ser cassado. Para ele, melhor levar esta decisão sobre o impeachment até 2018, fazendo acordos aqui e conchavos ali com o que existe de mais podre no Congresso e no Governo. Eduardo Cunha quer salvar a própria pele. É com este objetivo que ele vai agir e viver de agora em diante. Não percam tempo com ele. Enquanto a decisão do impeachment estiver nas suas mãos, ele está no comando. O resto é jogo de cena da oposição, situação e outros interessados.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 18:09:00

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
14/10/2015 às 20:15 \ Direto ao Ponto
Excitada com os aplausos da plateia amestrada, Dilma Rousseff reiterou na discurseira no congresso da CUT que decidiu enxergar as coisas pelo avesso. “Meu governo e o governo do presidente Lula proporcionou (sic) o mais enfático combate à corrupção de nossa História”, fantasiou a torturadora da Gramática e da verdade. Mesmo para os padrões da seita lulopetista, é muito cinismo.
Lula e Dilma são os parteiros e tutores da corrupção institucionalizada e até recentemente impune. Nunca antes neste País a bandidagem a serviço dos poderosos chefões roubou tanto e tão descaradamente quanto nos últimos 13 anos. O PT que, segundo o presidiário José Dirceu, não roubava nem deixava roubar hoje nem esconde que virou um ajuntamento de larápios compulsivos.
Três tesoureiros e dois presidentes do partido foram parar na cadeia. A Operação Lava Jato já provou que gatunos bilionários não são inimputáveis. A crise econômica erradicou a praga da abulia, e uma imensidão de iludidos compreendeu que Lula é o pai do mensalão e do petrolão, que Dilma é a babá do primeiro escândalo e a mãe do segundo. Os indignados redescobriram a força das ruas. Dois terços da Nação exigem o enterro imediato da Era da Canalhice.
O padrinho e a afilhada parecem ainda acreditar que todos os brasileiros são idiotas. Pior para os dois. Dilma vai abrir os olhos já despejada do Planalto. Lula vai acordar quando estiver dormindo em Curitiba.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
15/10/2015 às 4:02
LEIAM ABAIXO
Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 15/10/2015 03:15
Num instante em que Dilma Rousseff alardeia que jamais participará de negociações que envolvam “malfeitos” e desafia seus rivais a indicarem uma nódoa que comprometa sua “reputação ilibada”, o governo se oferece para ser a boia de salvação de Eduardo Cunha. O que parecia inviável até o início da semana tornou-se provável nas últimas horas. O deputado já orçou para o governo o preço do arquivamento do impeachment. Envolve sua permanência na presidência da Câmara. O que pressupõe o sepultamento do pedido de cassação que corre contra ele no Conselho de Ética da Casa.
O governo busca celebrar com Cunha um acerto do tipo ‘u'a mão lava a outra’. Participam da operação a própria Dilma, representada nas conversas pelo ministro Jaques Wagner (Casa Civil), e o antecessor Lula, que desembarcou em Brasília no final da tarde desta quarta-feira. Por sugestão de Lula, foi atraído para a articulação o vice-presidente Michel Temer. Beneficiário direto de um eventual afastamento de Dilma, Temer almoçou nesta quarta-feira com Cunha e o presidente do Senado, Renan Calheiros. Fez isso a pedido de Wagner. Durante o repasto, Cunha sinalizou pela primeira vez a hipótese de mudar de lado. Antes fechado com a oposição, ele disse que, se o governo o tratar bem, saberá retribuir.
De saída, Cunha cobra o enquadramento do pedaço da bancada federal do PT que deseja ver sua cabeça apartada do pescoço. Dos 62 deputados petistas, 34 subscreveram o pedido de cassação do mandato de Cunha protocolado no Conselho de Ética da Câmara pelo PSOL e pela Rede Sustentabilidade. Entre os rebelados estão petistas da Bahia, vinculados ao negociador Jaques Wagner. Por exemplo: a deputada Moema Gramacho e os deputados Jorge Solla e Afonso Florence.
Lula já providenciou um pré-enquadramento do PT. Evitou que o movimento dos petistas anti-Cunha fosse vendido como posição partidária. E providencia para que a legenda evite que as assinaturas se transformem em votos contra Cunha. Em diálogo privado, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse a um interlocutor que, se o governo negociar os votos dos petistas que querem o escalpo de Cunha, talvez não consiga entregar a mercadoria.
Cunha tampouco se dispõe a entregar seu trunfo de bandeja para o governo sem um mínimo de segurança quanto às contrapartidas. Ele sinaliza a intenção de cozinhar o pedido de impeachment em banho-maria até que sejam dissolvidas as dúvidas. O deputado trabalha, por exemplo, com a hipótese de aguardar pelo julgamento no plenário do STF das três liminares que suspenderam nesta semana a eficácia das regras para a tramitação do processo de impeachment. Regras que ele havia adotado em combinação com os partidos de oposição.
As liminares do STF, expedidas pelos ministros Teori Zavascki e Rosa Weber, propiciaram a abertura de diálogo do governo com Cunha. Nos subterrâneos, aliados de Dilma celebram os despachos de Teori e Rosa como presentes de Natal fora de época. Entre as regras que foram suspensas está a que previa um recurso ao plenário caso o presidente da Câmara indeferisse o pedido de impeachment. Inviabilizada essa possibilidade, Cunha passou a ser o juiz monocrático cuja caneta decretará o arquivamento ou a abertura de processo contra a presidente da República.
Conforme já comentado aqui, Cunha levou o impeachment de Dilma ao martelo. Leiloa sua consciência. Recebe lances do governo e da oposição. A julgar pelo que diz aos próprios oposicionistas, o deputado considera que o govenro dispõe de mais cacife para atendê-lo. Insinua que sua condição penal se deteriorou rapidamente graças à sua proximidade com os partidos que se opõem ao Planalto. Faz uma comparação com Renan Calheiros. Insinua que a proximidade de Renan com o Planalto inibe o avanço das investigações contra ele na Lava Jato. Nessa versão, Cunha difunde a tese segundo a qual o ministro petista José Eduardo Cardozo (Justiça) conspiraria contra ele. O presidente da Câmara se associa a Lula no lobby pela substituição de Cardozo.
Hoje, Cunha frequenta os processos da Lava Jato na condição de denunciado pela Procuradoria no STF por corrupção e lavagem de dinheiro. Se o Supremo aceitar a denúncia, Cunha passa a ser réu. Há, de resto, as provas enviadas pela Promotoria da Suíça ao Brasil, comprovando que Cunha e parentes dele mantêm naquele país milionárias contas secretas. Esse material deve fundamentar uma nova denúncia contra Cunha no Supremo.
Se conseguir firmar um entendimento com Cunha, o governo de Dilma alcançará o ápice da eficiência. Ele mesmo permitiu que Cunha realizasse rentáveis negócios na Petrobras. Ele mesmo fechou os olhos para as propinas que escorregaram para as contas do deputado. E ele mesmo negocia com Cunha um acordo para livrá-lo pelo menos da cassação. O problema desse tipo de acordo é que as engrenagem da Lava Jato continua rodando. Nessa matéria, u'a mão pode até lavar a outra. Mas o resto continua sujo.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quinta-feira, 15 de outubro de 2015
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Renato Sant'Ana (*)
"Como seria se, no Brasil, pudéssemos ir de trem a qualquer lugar? Segurança, conforto, baixo custo e uma certa magia que só uma viagem de trem proporciona." Essas cogitações aparecem de vez em quando.
De repente, fiquei até constrangido por pensar nisso. Por quê? Uma tão legítima expectativa de bem-estar pareceu, embora não o seja, um capricho bobo diante dum fato bem mais significativo: o padecimento de quem planta e alimenta a nação.
Eis a notícia do jornal: "Brasil gasta quatro vezes mais que Argentina e EUA com frete da produção". Entre outras coisas, falta trem no país. Sim, o agronegócio, o setor produtivo que está "salvando a pátria" padece com a precariedade da logística. O sujeito planta soja, milho ou o que seja, faz um esforço danado, aprimora técnicas, aumenta o volume de grãos por hectare plantada, faz que, na crise, a balança comercial do país não seja um fracasso completo.
E na hora de exportar o produto, é duramente penalizado: acaba gastando no transporte quatro vezes mais do que o seu concorrente da Argentina e EUA, seja por mandar tudo de caminhão (na falta de trens e navios), seja porque o porto mais próximo está muito longe. (Vá saber o quanto sofrem outros setores da economia.)
Explicação? Simples. Quando foi que vimos o governo priorizar a infraestrutura do país? Estradas, ferrovias, hidrovias, portos e silos para estocar a produção, eis apenas alguns itens de infraestrutura que animariam a paixão de qualquer governo sério.
Em vez de um projeto de país, porém, o que se vê é um discurso salvacionista, pura demagogia: "o pobre está comendo mais", ou "o filho do pobre entra na universidade", ou "o filho do negro está podendo estudar como o filho do branco" e tantos outros clichês que militantes repetem como bonecos de corda. E será possível ser contra o socorro aos mais necessitados? A questão é o critério para fazê-lo!
O resultado só não vê quem não quer. Deu com os burros n'água a estratégia lulo-petista de estimular o consumo e aumentar a demanda interna, como se isso gerasse riqueza (e Lula quer repetir, o que é motivo para estar atacando Joaquim Levy). A ideia fixa de distribuir, somada ao desleixo com a produção, deu nisto: o governo já não tem donde tirar para socorrer os que necessitam.
E vai pedalada. E Lula justifica as pedaladas, dizendo que foram para pagar o "bolsa", o "minha casa", essas coisas. E pensar que tudo começa com a obsessão de empobrecer os ricos! (Menos empreiteiros e banqueiros, claro, que esses financiam o projeto de poder...) No fim das contas, todos saem perdendo. Óbvio, os mais pobres perdem mais.
Estou apontando só um tópico: infraestrutura para otimizar a produção, estabilizar a economia e gerar emprego. Isso poderia fazer muito beneficiário de "bolsa" arranjar trabalho e ficar independente. Será que interessa ao "projeto de poder"? Deliberadamente não vou comentar o fato de que o governo que negligenciou a infraestrutura nacional ajudou a construir porto, metrô, aeroporto, hidrelétrica em países estrangeiros, quer dizer, infraestrutura - aliás, sempre favorecendo regimes autoritários.
Está mais do que na hora de o brasileiro deixar de ser pateta e parar com aquela babaquice de dizer: "político é tudo igual". Certamente não existe político perfeito. Pode ser mesmo que todos sejam egoístas, no que não serão diferentes da maioria do povo.
Mas é possível, sim, identificar políticos que se importam com a infraestrutura do país e os políticos que dão uma banana para esse tipo de coisa. Não, político não é tudo igual! Afirmar o contrário é gol contra. E é, exatamente, a diferença entre uns e outros que deveria definir nosso voto, nosso apoio.

(*) Renato Sant'Ana é Psicólogo e Bacharel em Direito.

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