LEIA ESTAS NA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
30/08/2015 às 10:55 \ Opinião
Publicado no Globo
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
O governo Dilma 2 está cada vez mais parecido com o Dilma 1. Começou propondo uma guinada de política econômica, até deu início prático ao novo modelo comandado pelo ministro Joaquim Levy, mas tem tido sucessivas recaídas no modo Guido Mantega.
As últimas semanas mostraram três tipos de recaída: o recurso ao marketing; o improviso na gestão; e colocar a culpa de tudo em alguém lá fora, no momento, os chineses.
Uma quarta característica do Dilma 1, o otimismo, não pode ser praticada neste momento por razões óbvias. A situação econômica é muito pior e vem piorando. Não há cegueira que esconda isso. Mesmo assim, a presidente saiu para um tipo de otimismo invertido.

30/08/2015 às 0:04 \ Opinião
Publicado na versão impressa de VEJA
J. R. GUZZO
O Brasil pode estar ganhando muito mais do que perdeu com a descida da Petrobras aos nove círculos do inferno para onde foi arrastada durante os três últimos governos da República. Nunca se roubou tanto da brava gente brasileira, embora se tenha roubado sempre ─ e provavelmente se continuará roubando enquanto o país, na prática, for propriedade do “Estado” e obedecer à sua regra número 1, pela qual é obrigatório, para quem quer produzir alguma coisa, pedir licença a quem não produz nada.
Mas há sinais concretos de que o espetacular surto de corrupção dos últimos anos, quando nossos atuais governantes decidiram transformar o uso privado do patrimônio público em programa, método e sistema de administração, está oferecendo uma oportunidade inédita ao Brasil do futuro ─ a de deixá-lo mais resistente do que jamais foi às epidemias de criminalidade oficial causadas pelos que mandam no governo, dentro e em volta dele, e que agora chegaram ao seu grau de intensidade máxima.


NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 30/08/2015 08:20
A esse ponto chegou o Brasil: a crise deu ao PMDB, até aqui uma superestrutura pendurada no ar, um sentido de urgência. Dilma Rousseff deu a Michel Temer, por por ora um vice tratado como versa, uma sensação de utilidade. Servindo-se de um espaço que a lei assegura ao PMDB, Temer fará sua estreia no papel de pós-Dilma em comerciais exibidos a partir de terça-feira no horário nobre da TV, no intervalo de ‘A Regra do Jogo’, a nova novela das 21h.
“O Brasil vive momentos difíceis, mas já enfrentamos crises ainda maiores”, dirá Temer, rosto grave, num dos oito comerciais de 30 segundos que o PMDB levará ao ar. “Questões que pareciam insuperáveis, sempre demos a volta por cima. E não vai ser diferente agora”, ele prosseguirá, fronte crispada. “O momento pede equilíbrio, o momento pede grandeza. A hora é de diálogo, de ouvir, de reunificar a sociedade'', acrescentará, antes do arrematar: “O Brasil é um só. E sempre vai ser maior e mais importante do que qualquer governo. Esta é a verdade.”
A política é feita de poses. No momento, há três poses relevantes na praça: Dilma faz pose de quem preside. Mas já não há por trás da faixa presidencial nada que consiga projetar as aparências mínimas do poder. Lula finge que nada tem a ver com a conversão do PT em organização criminosa ou com o estilhaçamento do governo de sua “poste”. E faz pose de 2018. No esforço para salvar a própria pele, joga terra sobre os três anos e quatro meses que faltam para Dilma voltar para casa.
Imiscuindo-se entre o desespero do criador e a fantasia da criatura, Temer faz pose de solução constitucional, capaz de “reunificar a sociedade” caso sobrevenha a “grandeza” da renúncia de Dilma ou “a volta por cima” de um impeachment. A pose de Temer não se destina à sociedade. O vice de Dilma acena para dentro. É como se abandonasse o estilo lhano e, voltando-se para o Congresso, gritasse para a oposição hesitante e para o governismo atônito: “Para bons entendedores, meia palavra basta. Entenderam, …becis?”
As duas portas de saída que levam a Temer — a renúncia ou o afastamento da titular — não retirariam o país do beco sem saída em que se encontra. Apenas aplicariam na conjuntura uma meia-sola prevista na Constituição. Mas cabe perguntar: trocar Dilma por Temer para quê? Gente de boa vontade, como o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), diz que a coisa poderia funcionar se resultasse na construção de uma transição à moda de Itamar Franco — o vice que herdou o caos produzido por Fernando Collor e permitiu ao País, meio aos trancos, livrar-se do pântano com a edição do Plano Real.
Antes, é preciso rezar para que o petrolão não respingue óleo queimado em Temer e decidir o que fazer com o entulho do PMDB. Renan Calheiros e Eduardo Cunha também protagonizam comerciais que o partido exibirá na TV. “Governos passam, e o Brasil sempre vai ser maior do que qualquer governo'', afirma Renan numa das peças. De fato, tudo passa no Brasil. Só Renan fica. Como presidente da Câmara, diz Cunha noutra propaganda, meu dever “é defender sua independência, cumprir rigorosamente a Constituição e, acima de tudo, priorizar o que é de interesse da sociedade.'' Tudo isso, evidentemente, se os delatores da Lava Jato permitirem.
A presença de Renan e Cunha em cena cobra dos antagonistas de Dilma que planejam se tornar apologistas de Temer uma reação qualquer. Uma cara de nojo já seria um bom começo. Depois, será necessário considerar que o PMDB, além de sócio do descalabro, é hoje apenas a casca de um partido. Esvaziado de qualquer tipo de conteúdo programático, pode ser a favor de tudo ou contra qualquer outra coisa. Quem se dispõe a compor um governo de união nacional liderado pelo PMDB?, eis a questão.
Admitindo-se que a crise leve a política a saltar todas as interrogações, nenhum arranjo ficará em pé sem o endosso das ruas. Elas já roncaram três vezes desde março. Não foram barulhos negligenciáveis. Mas o asfalto precisaria rugir mais forte. Jarbas Vasconcelos recorda que o PT, embora alquebrado, não é o PRN de Fernando Collor. Ainda exibe capacidade de reação. Para o deputado, a renúncia de Dilma simplificaria as coisas. “Não é impossível”, diz Jarbas. “Precisamos considerar que a economia ainda não chegou no fundo do poço. E não devemos esquecer que até o papa renunciou.”
A esse ponto chegou o Brasil! Torce para que Dilma vista um pijama de Bento 16 e reza por um milagre que converta Temer num neo-Francisco.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
30/08/2015 às 9:07
Rodrigo Janot, procurador-geral da República, está se saindo melhor do que a encomenda feita por… Dilma Rousseff, não é mesmo? Já tratei aqui muitas vezes de sua determinação, até agora inamovível, de NÃO INVESTIGAR a presidente (sim, pode!!!) e outros membros do Poder Executivo no escândalo do petrolão. Como a gente nota, parece que a roubalheira, que tinha, obviamente, o PT no centro nervoso, exibe como protagonista… Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara. É claro que é uma piada!
Muito bem! O ministro Gilmar Mendes, do TSE e do STF, havia pedido para o Ministério Público investigar os gastos de campanha de Dilma com a gráfica VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda. Segundo o delator Ricardo Pessoa, dono da UTC, parte dos R$ 26,8 milhões que o PT repassou a essa empresa teve origem no petrolão. Só a campanha de Dilma gastou com a VTPB R$ 23 milhões.
Muito bem. Nem vou me dedicar aqui a fazer juízo de valor sobre a culpa ou inocência da gráfica. O que é estupefaciente é a resposta dada por Janot ao recomendar o simples arquivamento do caso, sem investigação nenhuma. Escreveu este pensador do direito:
“É em homenagem à sua excelência [Gilmar Mendes], portanto, que aduzimos outro fundamento para o arquivamento: a inconveniência de serem, Justiça Eleitoral e Ministério Público Eleitoral, protagonistas – exagerados – do espetáculo da democracia, para os quais a Constituição Federal trouxe, como atores principais, os candidatos e os eleitores”.
Eu realmente não sei — e duvido que alguém saiba — o que quis dizer precisamente este senhor. Ora, olhem para a Operação Lava-Jato. Se há coisa que o MP não teme é o “protagonismo exagerado”, não é mesmo? O órgão decidiu até patrocinar uma PEC com 10 medidas que considera essenciais para combater a impunidade. Eu diria que um MP que se comporta como Poder Legislativo exerce “protagonismo exagerado”. Ou não?
Mais: procuradores e o próprio juiz Sergio Moro têm uma agitada rotina de palestras país afora, em que avançam, com retórica às vezes condoreira, em propostas de reforma do Código Penal e do Código de Processo Penal. É o que se chama “protagonismo”. Em artigo, Moro chegou a defender que pessoas condenadas em primeira instância já comecem a cumprir pena. Até ele achou que exagerou um pouco e reformulou, sugerindo que seja a partir da segunda. Protagonismo.
Por que só com Dilma?
Por que Janot recomenda comedimento justamente quando o assunto ameaça bater às portas de Dilma Rousseff? Ele não viu indícios de irregularidade na tal gráfica? É um direito dele. Ocorre que o que vai no trecho acima e em outros nada tem a ver com o caso em questão. O que se lê ali é uma espécie de norte (a)moral a sugerir que a legitimidade dada pelas urnas esmaece eventuais crimes cometidos pelos eleitos. Justiça e Ministério Público Eleitoral não têm de ter “protagonismo” nem demais nem de menos; nem comedido nem exagerado. As duas instâncias têm apenas de cumprir o seu papel.
O parecer de Janot é do dia 13 de agosto, redigido, pois, na semana seguinte à decisão tomada por Dilma, que o indicou para um novo mandato à frente da Procuradoria-Geral da República, com posterior aprovação do Senado.
Ora, há quatro ações no TSE apontando ilegalidades cometidas pela campanha de Dilma Rousseff. Janot não se contenta apenas em expressar a opinião de que a tal gráfica não deve ser investigada. Ele decide também polemizar com o próprio TSE e parece emitir um juízo de valor sobre todas as ações que lá estão. Leiam:
“Não interessa à sociedade que as controvérsias sobre a eleição se perpetuem: os eleitos devem poder usufruir das prerrogativas de seus cargos e do ônus que lhes sobrevêm, os derrotados devem conhecer sua situação e se preparar para o próximo pleito”.
Ou ainda: “A questão de fundo é que a pacificação social e estabilização das relações jurídicas é um das funções mais importantes de todo o Poder Judiciário, assumindo contornos de maior expressão na Justiça Eleitoral, que lida ‘com a escolha de representantes para mandatos temporários’”.
Ora, se é assim, então que não se apurem os crimes eleitorais, certo? Janot, como se vê, vai bem além das suas sandálias e decide ensinar aos ministros do TSE a fazer o seu trabalho.
Parece que o procurador-geral da República acha normal que o MP se comporte, às vezes, como Executivo, Legislativo e Judiciário, assumindo, adicionalmente, o papel de Poder Moderador.
Uma coisa, no entanto, com ele, este Poder Soberano da República não vai fazer, e já está claro: investigar qualquer coisa que possa atingir diretamente Dilma Rousseff.
Aí Janot não deixa. Engaveta mesmo!
Texto publicado originalmente às 8h40
Por Reinaldo Azevedo

30/08/2015 às 9:05
Vejam isto.
Com o estímulo da direção do PT, arruaceiros estão tentando forçar o confronto físico com os que pedem a saída de Dilma Rousseff. Vimos o que se deu na sexta-feira, em frente à Prefeitura. Um brucutu apareceu para bater nas pessoas. O Lula Inflado, apelidado de PIxuleko, sofreu um ataque com um estilete. Pessoas presentes ao protesto acusam a estudante de direito da FMU Emmanuelle Thomazielo. Ela é membro da União da Juventude Socialista, que pertence ao PC do B. Ai, ai…
“Manu”, como é conhecida, nega a agressão — o PT já assumiu oficialmente a sua defesa. Difícil é saber o que alguém com o seu perfil fazia lá, naquela hora, tão perto do Pixuleko. Pode-se inferir qualquer coisa, menos boa intenção, não é mesmo? No Facebook, a moça aparece abraçada a Lula, Fernando Haddad e Alexandre Padilha. É uma profissional da causa.
Muito bem! O Pixuleko está na Avenida Paulista, já restaurado, em frente ao TCU. Nas redes sociais, defensores do governo continuam a incentivar a violência, como vocês veem lá no alto.
Petistas e assemelhados estão estimulando confrontos de rua. Parece que os valentes não reconhecem o conteúdo do Artigo V da Constituição, que garante a livre manifestação e a livre expressão do pensamento. A tal “Manu”, uma estudante de direito!!!, deve ter arrancado essa página do seu exemplar da Carta — na hipótese de ela já ter posto as mãos em um, é claro!
Os que cobram a saída de Dilma não podem nem se intimidar nem ceder às provocações. A arruaça só interessa hoje a quem está no poder.
Lula inflado em frente à Prefeitura, na sexta, pouco antes de ser furado. Ele etá de volta, já restaurado, à Avenida Paulista (Foto: Aruay Goldschmidt)Por Reinaldo Azevedo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 26/02/2024 - SEGUNDA-FEIRA