REFINARIA NO CEARÁ SOMENTE DEPOIS DE 2030

AFIRMA PETROBRAS

Terrenos das refinarias Premium serão devolvidos

Diário do Nordeste (Negócios) - 19.03.2015

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De acordo com o deputado Raimundo Gomes de Matos, a estatal disse que a refinaria do Ceará só voltará aos planos em 2030
FOTO: KLÉBER A. GONÇALVES
Vai ficar para depois, para depois de 2030, isso mesmo, para daqui a 15 anos, a possibilidade da refinaria de petróleo Premium II, no Ceará, voltar a entrar nos planos de negócios da Petrobras. A informação foi repassada na tarde de ontem, pelo deputado federal cearense Raimundo Gomes de Matos, após participação do gerente-executivo de programas de investimento da área de Abastecimento da Petrobras, Wilson Guilherme Ramalho da Silva, na Comissão Externa da Câmara dos Deputados, que acompanha os impactos dessa decisão da Petrobras, na economia do Estado.
Em seu depoimento, Ramalho da Silva disse "sentir pesar", pelo fato da Petrobras ter desistido do empreendimento no Ceará e da refinaria Premium I, no Maranhão. Ele declarou também que a Estatal vai "devolver" os bens disponibilizados ou doados pelos dois Estados para viabilizar os empreendimentos.
"Quanto às duas refinarias, os próximos passos serão devolver os terrenos para os governos estaduais e tomar todas as medidas para encerrar os projetos. Mas isso não significa que tenhamos encerrado os investimentos em refino no Brasil. A Petrobras continuará avaliando oportunidades no setor", disse o gerente.
De acordo com ele, a ideia para a construção das refinarias começou ainda em 2006 e o desenvolvimento do projeto foi aprovado em junho de 2007. "No começo se configurava como apenas uma refinaria. Mas em junho de 2008 se decidiu pela construção de um segundo empreendimento. Posteriormente, os projetos de ambas as refinarias ganharam novos trens de refino com o objetivo de haver ganhos de escala com a maior capacidade", explicou.
Ainda segundo Silva, a desistência da Petrobras pelas duas usinas de refino teria ocorrido por falta de condições de financiamento da companhia e pela dificuldade de obtenção de um parceiro para os projetos. Os cancelamentos foram feitos em janeiro último, sem aviso prévio e após vários anos de investimentos do governo do Estado do Ceará em obras de infraestrutura, que representaram gastos da ordem de R$ 657 milhões aos cofres do contribuinte cearense.
Uso político
Para Gomes de Matos, a desistência não se justifica, já que o Brasil até 2009 fora exportador de 43 mil barris de gasolina, por dia, e hoje, já importa 37 mil barris/dia do combustível, além de 194 mil barris/dia de óleo diesel. "Isso é uma movimentação diária de R$ 13 milhões", contabiliza, ao cobrar da Petrobras a análise técnica conjuntural que teria justificados os projetos, à época, e os novos estudos da petrolífera que demonstraram a inviabilidade do empreendimento.
Gomes de Matos disse ainda que o próximo passo da Comissão será ouvir o ex-governador Cid Gomes e o presidente da Adece, para saber porque o Estado fez investimentos em um empreendimento que, para ele não passou de moeda de campanha eleitoral para os presidentes Lula e Dilma Rousseff.

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