DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
19 DE MARÇO DE 2015
A demissão do ex-ministro Cid Gomes estava engatilhada há dias, mas Dilma deu a ele a última chance de resolver o problema que provocou ao acusar deputados de “achacadores”. Ela se irritou ao ser informada de que Cid entrou de “licença médica” para pretextar nova ausência ao plenário da Câmara. Ele havia sido intimado a comparecer no dia 11 para explicar sua acusação, mas alegou “sinusite” e não apareceu.
Na intimidade, Dilma disse, aos gritos, que inventar doença não era atitude de homem. “Diz para ele ir lá e consertar essa c(*)da!”, ordenou.
Enfrentando problemas de relacionamento com o Congresso, tudo o que Dilma não precisava era de ministro insultando parlamentares.
Dilma engoliu a seco, ao mandar Aloizio Mercadante telefonar a Eduardo Cunha informando que Cid Gomes estava demitido. É que, no fundo, ela tem a mesma opinião do ex-ministro sobre deputados.
Eduardo Cunha jogou pesado com o desastrado Cid Gomes. Nem sequer o distinguiu com o convite para sentar-se à mesa, como faz a outros convocados. Cid ouviu em pé os desaforos dos “achacadores”.
É antiga a briga da família Gomes (Cid e Ciro) com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O deputado perdeu um processo de calúnia e difamação contra Ciro Gomes. Recorreu e perdeu novamente.
Nem o PT defendeu Cid Gomes na Câmara, uma das queixas do ex-ministro. Perguntado sobre o que falaria, o líder do partido, Sibá Machado, tirou o corpo: “Eu não sei. O que há para defender?”.
Cid Gomes ganhou do deputado André Moura (PSC-SE) o título de “achacador do Ceará”, após lembrar de escândalos envolvendo o governo do ex-ministro no Estado.
Se não estava doente, como se suspeita na Câmara, o ex-ministro Cid Gomes (Educação), arrogante como é, deve ter adoecido, sendo demitido mesmo depois de pedir perdão aos deputados “achacadores”.
A iminente demissão de Cid Gomes do Ministério da Educação foi antecipada com exclusividade nesta coluna, na edição de terça (17).
Dos 40 processos sobre a Petrobras no Tribunal de Contas da União, 10 estão ligados à superfaturada refinaria de Pasadena, nos EUA, e 15 à Lava Jato, incluindo a venda de metade da subsidiária da estatal na África ao banco BTG Pactual, de André Esteves, além do caso no complexo petroquímico Comperj. Os casos foram citados pelo ministro-substituto do TCU André Luís de Carvalho, ao propor a investigação do conselho de administração, presidido por Dilma em todo governo Lula.
O TCU quer saber como o banco de André Esteves comprou por uma suspeita bagatela metade da subsidiária Petrobras Oil & Gas B.V..
O ministro André Carvalho quer apurar o que chama de “atos de gestão ruinosa” ou falta do “dever de cuidado” do conselho da Petrobras.
A compra da Suzano Petroquímica, por mais que o dobro do seu valor pela Petrobras, em 2007 (governo Lula), também está na mira do TCU.
Comprar refinarias era o nirvana da turma da corrupção na Petrobras. O TCU quer investigar a compra da refinaria japonesa Nansei Sekiyu.
Dilma e seus ministros contaram muitas lorotas, com seu “pacote” requentando propostas já em tramitação no Congresso, mas não explicaram por que a Casa Civil mantém na gaveta há um ano e meio, sem regulamentar, a Lei Anticorrupção. Por ser dura demais, talvez.
O PSDB pretende concentrar investigações contra Dilma no Senado. Acredita que, comprovada a relação de Dilma com o tesoureiro petista João Vaccari, será inevitável ligar Dilma à roubalheira da Petrobras.
...a corrupção deve ter o plano do Sírio Libanês: a “velha senhora”, citada por Dilma, atravessa seu governo vendendo (e comprando) saúde.

NO O ANTAGONISTA
A guerrilha petista
Brasil 19.03.15 06:37
Rui Falcão, presidente do PT, em reunião com os deputados do partido, disse ontem que é preciso "quebrar o monopólio da mídia".
Traduzindo: é preciso quebrar a Globo.
Segundo ele, a melhor maneira de "quebrar o monopólio da mídia" é “mudar um pouco a política de anúncios do governo”.
Traduzindo: a verba de publicidade das estatais tem de ser usada para domesticar a imprensa.
Mais tarde, Rui Falcão entrou em contato com o Estado de S. Paulo, que reproduziu suas palavras, e disse que foi "mal interpretado".
Mentira.
Os petistas estão prontos para a guerrilha, como disse seu representante na Secom, Thomas Traumann. O PT sempre usou o dinheiro da publicidade estatal para comprar ou punir a imprensa. O que se pretende agora é mais ousado: o partido quer partir para o confronto direto, porque a alternativa é a cadeia.

O Exército Islâmico tem de ser derrotado
Mundo 19.03.15 05:47
O Exército Islâmico prometia ensanguentar Roma. Ontem a promessa foi cumprida. No atentado terrorista no museu do Bardo, conhecido por seus mosaicos romanos, foram mortos quatro turistas italianos, além de dois colombianos, dois espanhóis, cinco japoneses, um australiano, um francês e um polonês.
O alvo inicial dos terroristas era o parlamento da Tunísia, próximo ao museu do Bardo. O Exército Islâmico pretendia exterminar com suas metralhadoras qualquer tentativa de se criar um islamismo moderado e democrático, como o tunisiano.
A ONU tem de enviar imediatamente suas tropas para a Líbia. É preciso derrotar o Exército Islâmico e impedir que ele contamine toda a região. Está tudo pronto para o ataque. Só falta o acordo entre os dois governos e os dois parlamentos da Líbia - aquele em que está Tobruk, eleito no ano passado, e aquele que está em Trípoli, que tem o poder militar.
Prepare-se. É guerra.

PPS entra com novo pedido para investigar Dilma
Brasil 18.03.15 23:04
O PPS faz oposição de verdade. O partido protocolou um novo pedido no Supremo Tribunal Federal, para que Dilma Rousseff seja investigada pela Operação Lava Jato. Como o primeiro foi recusado por falta de assinatura de um advogado, quem assina desta vez... é o presidente do PPS, Roberto Freire, bacharel em Direito.
Agora, o PPS quer que o pedido seja analisado pelo plenário do STF. O partido argumenta que, pela jurisprudência do tribunal, Dilma Rousseff poderia ser investigada e, no caso de ser considerada culpada por atos ilícitos cometidos quando era presidente do Conselho de Administração da Petrobras, processada depois de deixar a Presidência da República.

Venina Velosa não chegou lá
Brasil 18.03.15 22:25
O Antagonista acha a ex-gerente da Petrobras Venina Velosa uma figura ambígua. Aquela senhora que diz ter avisado Graça Foster dos desmandos na Petrobras, lembra-se? Aquela senhora que deu uma entrevista ao Fantástico vestida para matar, recorda-se? Pois bem, aos nossos olhos, a sua ambiguidade só aumentou depois do vídeo divulgado hoje, pela Procuradoria Geral da República, em que o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa entrega que Renan Calheiros e Romero Jucá sabiam de tudo.
Em certo momento do depoimento gravado em fevereiro, Paulo Roberto Costa conta que, em 2006, entrou em coma por ter contraído malária e pneumonia. Ele permaneceu três meses hospitalizado e, durante esse tempo, de acordo com o seu relato, três gerentes cobiçaram o seu cargo. Um deles era Venina Velosa. "Esses gerentes "fizeram 'n' contatos políticos. Porque se não for politicamente, não chega lá. Politicamente, para ficar no meu lugar", disse Paulo Roberto Costa.
Venina Velosa não chegou lá.

NO DIÁRIO DO PODER
MAIS MÉDICOS E DITADURA CUBANA
CAIADO QUER EXPLICAÇÕES DE MINISTROS SOBRE NEGOCIATAS
SENADOR QUER EXPLICAÇÕES DE CHIORO E MAURO VIEIRA SOBRE REPORTAGEM
Publicado: 18 de março de 2015 às 17:45 - Atualizado às 18:50
O líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado (GO), quer a convocação dos ministros da Saúde, Arthur Chioro, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para explicarem denúncias de ilegalidades na formatação do programa Mais Médicos denunciada em reportagem da TV Bandeirantes na noite de ontem (17/3). A matéria veicula gravação de uma reunião com assessores do governo e representante da OPAS em que acertam mecanismos para mascarar a real intenção do governo brasileiro em financiar a ditadura cubana. O senador ainda encaminhou requerimento de convite para os assessores que aparecem e são citados na gravação a exemplo do assessor internacional da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, bem como o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha que comandou a instituição do programa. As convocações e convite foram protocoladas na Comissão de Fiscalização e Controle, no caso de Chioro, e das Relações Exteriores, no caso do embaixador Mauro Vieira.
“A reportagem confirma o que já vínhamos denunciando e agora com todas as evidências e provas com essa gravação fica claro que o ministro da Saúde à época (Alexandre Padilha) e o assessor internacional da Presidência agiram de forma despudorada prevalecendo um viés ideológico desrespeitando todos os tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário”, avalia o líder democrata. “E o mais grave: trata o médico cubano como mercadoria no intuito de encontrar uma maneira de financiar a ditadura cubana e enganar a população com a falsa solução para o problema da saúde”, disse. 
A matéria veiculada no Jornal da Band mostra três assessores do ministério da Saúde e uma representante da OPAS em reunião realizada à época da formatação do programa em que discutem itens, como salários dos médicos cubanos e a vinda de assessores da ditadura castrista para fiscalizar o trabalho dos profissionais de saúde daquele país enquanto atuam no Brasil. A gravação mostra ainda a representante da OPAS tratando da inclusão de países do Mercosul e Unasul no termo de cooperação para não caracterizar que a intenção era contratar exclusivamente cubanos, destinando, porém, apenas 0,13% do orçamento do programa a médicos de outros países. Sobre o salário dos cubanos, um dos assessores da Saúde informa que o assessor internacional da PR, Marco Aurélio Garcia, teria decidido sobre uma divisão de 60% para o governo de Cuba e 40% para os médicos. A integrante da OPAS, no entanto, destaca que o Brasil não deve interferir nessa decisão que ficaria a cargo de Cuba. 
Os requerimentos reforçam a convocação já apresentada a Chioro na mesma comissão para esclarecer a redução de médicos em 49% das cidades do interior do Brasil que aderiram ao Mais Médicos.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
19/03/2015 às 7:11
Um dia depois de ter vindo a público o documento aloprado da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), que admite usar pistoleiros da Internet, que chama “soldados”, para “disparar munição” do governo, ficamos sabendo que Rui Falcão, presidente do PT, quer que o Planalto corte verba de publicidade oficial das emissoras que “apoiaram” ou “convocaram” a manifestação de protesto do dia 15.
Nota: ninguém nem apoiou nem convocou. Veículos de comunicação noticiaram a convocação e cobriram o evento, como fizeram com o “protesto a favor” do dia 13, organizado pela CUT, pelo PT e por partidos e entidades de esquerda.
E daí? Rui Falcão não está tentando ser justo. Ele está sendo apenas petista. Isso quer dizer o seguinte: se eles estão no governo e se a verba de publicidade existe, então esse dinheiro pertence ao PT e pode ser usado para punir os que considera adversários e beneficiar os amigos.
Vejam que curioso. No fim das contas, o que é o petrolão senão rigorosamente isto: a apropriação do que é público por entes privados, em nome de uma causa? Sim, claro!, havia os que roubavam apenas em nome do próprio enriquecimento. Mas só um rematado canalha faria uma distinção moral entre os dois ladrões, não é?, o que rouba para si e o que rouba para financiar uma suposta utopia.
A propósito e antes que continue com Falcão: o Congresso brasileiro estará se desmoralizando se não chamar o titular da Secom — Thomas Traumann ou quem estiver no seu lugar — para se explicar. Qual é a relação entre o governo federal e os ditos “blogs progressistas”, também chamados de blogs sujos? Quanto isso custa por mês? Que tipo de “munição” o governo federal fornece a eles? Os ataques sistemáticos que fazem a membros do Supremo, órgãos de imprensa, jornalistas, políticos de oposição e também da base — especialmente os do PMDB — estão na preço? Parece que sim, não é?
Que critério o governo emprega para distribuir essa verba? Número de acessos? Alinhamento ideológico? Simpatia pessoal? Outro ainda mais inconfessável? E que se lembre: a Secom defendia no texto outros procedimentos ilegais, como usar a estrutura de comunicação estatal para o proselitismo pró-governo e empregar verba oficial para elevar a popularidade do prefeito Fernando Haddad.
Quanto a Falcão, dizer o quê? Quando esses caras são acusados de tentações bolivarianas, reclamam. E logo surge algum bobalhão da academia ou alguma Poliana lesada da imprensa para marcar as diferenças. Ora, claro que há diferenças. Mas, como fica evidente, o petismo só não involui para o bolivarianismo porque as instituições brasileiras não permitem, não porque os companheiros não queiram. Eles querem. O uso que fazem da verba pública para beneficiar apaniguados é a prova mais evidente dessa tentação.
Que fique claro! O que está no documento da Secom é, entendo, a admissão de práticas criminosas, que Rui Falcão pretende ampliar. Qualquer critério de distribuição de verba oficial de publicidade que não leve em conta a eficiência do veículo na comunicação com o público — refiro-me a número de telespectadores, leitores, internautas, ouvintes etc. — é uma fraude e é pratica similar ao roubo.
O dinheiro pertence à sociedade, não aos governantes. E é essa sociedade que decide, no que respeita à publicidade, quem é e quem não é relevante. Se o PT quer pagar os blogs sujos, que o faça com o seu dinheiro, não com o da população. Se o PT quer a simpatia de emissoras de televisão, que compre lá um horário, em vez de empregar a verba de publicidade, que é disciplinada pela Constituição e pelas leis.
“Taca-le pau, Congresso!”
Por Reinaldo Azevedo

19/03/2015 às 6:15
Na VEJA.com:
Uma gravação divulgada ontem (18) pelo Jornal da Band comprova que há uma trama entre o Ministério da Saúde e a Organização Pan-americana de Saúde (Opas) para acobertar a intenção de favorecer a ditadura cubana por meio do Programa Mais Médicos. O áudio consiste numa conversa entre a coordenadora do programa pela Opas, a pernambucana Maria Alice Barbosa Fortunato, e funcionários do ministério.
Maria Alice alerta: “Se a gente coloca ‘governo cubano’, se o nosso documento é público, qualquer pessoa vai entender que a gente está driblando a coisa de fazer acordo bilateral e pode dar uma detonada.” Ou seja, Maria Alice deixa claro que não quer que a sociedade brasileira saiba que o programa é, basicamente, um acordo entre Brasil e Cuba (acordo bilateral). Para esconder este fato e tirar o foco de Cuba, ela sugere que o governo inclua médicos de outros países, mas em números muito baixos. “A gente pode colocar neste T.A. (termo de ajuste) Mercosul e Unasul, que vai dar, digamos, dois milhões (de reais) para tirar o foco de Cuba e incluir países do Mercosul e Unasul”, diz a funcionária da Opas.
A gravação também mostra que o Brasil lavou as mãos quanto ao confisco, pelo governo cubano, da maior parte do pagamento aos médicos. O assessor especial para assuntos internacionais do Ministério da Saúde, Alberto Kleiman, afirma na gravação que o valor dos salários e a forma de pagamento já haviam sido definidos pelo assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia. “Sessenta (por cento) para o governo e 40 (por cento) para o médico. O Marco Aurélio (Garcia) botou isso na reunião, só para socializar”, afirma Kleiman. Maria Alice discorda: “A relação é do governo deles, eles que decidem. Não é a gente que vai interferir nisso”.
Em outubro de 2013, VEJA revelou como a intermediação da Opas serviu para o governo brasileiro ocultar o verdadeiro objetivo do Programa Mais Médicos – arrumar uma maneira de enviar dinheiro a Cuba. Os registros do Ministério da Saúde permitiram descobrir que o chefe da representação da Opas no Brasil, o cubano Joaquim Molina, apresentou a minuta do contrato no dia 17 de dezembro de 2012, seis meses antes de o programa ser anunciado publicamente, em meio aos protestos de 2013.
Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG DO JOSIAS
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Ex-ministro de Lula, Ciro Gomes avalia que Dilma tem de ouvir e entender o asfalto se quiser permanecer na poltrona de presidente da República. “Qualquer governo que não queira cair tem que prestar muita atenção nos recados das ruas”, disse o irmão do agora ex-ministro Cid Gomes.
Em entrevista ao blog do Eliomar, do diário cearense ‘O Povo’, Ciro avaliou o ‘asfaltaço’ de 15 de março assim: “Jamais se viu multidões deste tamanho se movimentarem se não houver uma razão real. E essas razões reais o governo precisa ter sensibilidade, modéstia, humildade, e a competência para entender.”
Para Ciro, o pacote de projetos anticorrupção, enviado por Dilma ao Congresso como resposta ao ronco das praças “passa longe do que importa” à população. O que realmente interessa, ele acrescentou, é o bolso.
“O que importa é a economia, amigo. A recessão é uma ameaça. A moeda do Brasil está derretendo diante das moedas internacionais. E isso significa que a renda média do brasileiro está sendo derretida. A recessão ameaça o empreendedor e daqui a pouco avançará sobre o nível de emprego do país. Você tem uma situação de inflação que ameaça o poder de compra das famílias dos trabalhadores. Um quadro absolutamente preocupante.”
Ciro falou ao repórter horas antes de o irmão Cid Gomes escalar a tribuna da Câmara para explicar a declaração de que há na Casa “400, 300 deputados achacadores”. Após reafirmar o que dissera e acusar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de ser um dos achacadores, Cid foi à sala de Dilma e demitiu-se da função de Ministro da Educação.
Cid parecia seguir um roteiro combinado com Ciro. “Acho que ele tem que afirmar o que ele disse, explicar por que ele disse isso, e voltar para casa serenamente”, lecionara Ciro mais cedo. Sem dar nome aos bois, chamou de “pilantras” os políticos que dominam a cena em Brasília.
“Falar a verdade nesse país, principalmente nesses tempos, custa muito caro. Mas acho que esse preço tem que ser pago, porque quem faz história não são os pilantras que hoje dominam a cena nacional e sim os homens que não se abatem diante dos constrangimentos.”

Josias de Souza - 19/03/2015 03:12
O ministro do STF Teori Zavascki recebeu em seu gabinete, na noite desta quarta-feira (18), uma delegação de líderes da oposição. Informou que requisitará ao procurador-geral da República Rodrigo Janot uma manifestação sobre o pedido de reconsideração formulado pelo PPS, para que Dilma Rousseff seja incluída no rol de investigados da Operação Lava Jato.
Relator dos processos sobre corrupção na Petrobras, Zavascki havia indeferido o pedido do PPS na véspera. Como a petição não estava assinada, o ministro não chegou sequer a analisar os argumentos jurídicos expostos na peça. Daí a reiteração do pedido, agora devidamente assinado pelo presidente do PPS, deputado Roberto Freire, e referendado pelos demais partidos.
Estiveram com Teori seis deputados federais. Pelo PPS, Raul Jungmann (PE) e Rubens Bueno (PR); pelo DEM, Mendonça Filho (PE); pelo PSDB, Carlos Sampaio (SP) e Bruno Araújo (PE); e pelo Solidariedade, Arthur Maia (BA). O ministro informou que analisará o pedido rapidamente.
Teori também adiantou que remeterá os autos ao chefe do Ministério Público Federal, para que ele se manifeste sobre o recurso da oposição. Mencionada em depoimentos pelos delatores Paulo Robeto Costa e Alberto Youssef, Dilma livrou-se de um inquérito graças a Janot.
O procurador-geral pediu formalmente a Teori a exclusão de Dilma. Invocou a regra constitucional que proíbe a abertura de processos contra presidentes da República, no exercício do mandato, por fatos ocorridos antes do início da gestão. A oposição questiona esse entendimento.
Os adversários de Dilma sustentam que a Constituição veda a abertura de processos contra o chefe do Executivo. Mas não proíbe a realização de investigações. Ante a eventual obtenção de provas, o processo seria sobrestado até que o envolvido concluísse seu mandato.
Teori afirmou aos parlamentares que seu papel como magistrado, é o de julgar. Fez questão de realçar que a investigação e as eventuais denúncias competem ao Ministério Público, em conjunto com a Polícia Federal. Disse, de resto, que seu critério na fase atual da Lava Jato tem sido o de seguir o que pede o procurador-geral. Assim foi feito também no caso de Dilma.
O deputado Jungmann perguntou a Teori se ele pretende julgar o recurso da oposição solitariamente ou se levará a encrenca para o plenário do STF. O ministro respondeu que aguardará a manifestação de Janot para decidir. Os partidos oposicionistas preferem que a decisão seja colegiada.
Avalia-se que, no plenário do Supremo, as chances de êxito são maiores. Para justificar o pedido de abertura de inquérito contra a presidente, seus antagonistas citam trecho da delação premiada de Paulo Roberto Costa. Nele, o ex-diretor da Petrobras contou ter autorizado o repasse de R$ 2 milhões em verbas sujas para o caixa da campanha presidencial de Dilma em 2010.


NO BLOG ALERTA TOTAL
Quinta-feira, 19 de março de 2015

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
A Presidenta Dilma Rousseff deu um golpe mortal no Judiciário em seu Decretão Anticorrupção. A CGU, que é um órgão do Poder Executivo, ganhou o monopólio, competência exclusiva, de firmar acordos de delação das empresas, via acordo de leniência. Isto acontece dois dias depois da manifestação de milhões nas ruas. Dilma conseguiu o feito de legalizar uma ilegalidade. Seu ato falho de ontem seria nulo de pleno Direito, se tivéssemos segurança jurídica em Bruzundanga.
O alvo do decreto da Dilma não foram os corruptos. Foi a Justiça e o MPF. Na visão nazipetista, pode fechar o Ministério Público Federal. O desgoverno se blindou contra as ações judiciais movidas contra seus integrantes. Ninguém vai reagir? A "oposição" novamente incorre no erro de subestimar Dilma e seus mentores stalinistas, ao alegar que ela baixou um pacote requentado. Na verdade, o pacotaço é fresquinho em sua ação autoritária que tira poder do sistema judiciário.
A Lei da Mordaça é pintinho magro perto disso que a Dilma proclamou ontem. O Decreto Anticorrupção legitima a raposa fiscalizando o galinheiro. A Controladoria Geral da União não é órgão do judiciário, nem do Ministério Público. Não é independente. É vinculado diretamente à Presidência da República. "Competência exclusiva da CGU" para blindar ladrão torna o cargo valiosíssimo. Muitas raposas se matarão para gerenciar o galinheiro.
Dilma oficializou a bandalheira em apenas uma canetada no Diário Oficial da União. Novamente, a "oposição" não entendeu nada... Ela parece morta, mas não está. Continua matando a pau a segurança do Direito no Brasil. Dilma amputou as mãos e as pernas do sistema judiciário brasileiro. O Executivo continua dando as cartadas na guerra entre os poderes na República Sindicalista de Bruzundanga. Ninguém no Judiciário e no MP vai reagir?
O Executivo, em conluio com o Legislativo, armou esse golpe jurídico. O Congresso, acuado pela Lava Jato, vai aprovar o pacotão sem maiores dificuldades, apesar do jogo de cena. A "oposição", que erra no alvo da crítica, amargará mais uma derrota. O desgoverno descobriu que dar um golpe institucional é a forma mais fácil de sobreviver às pressões das ruas - que desmoralizam, também, a corrupta classe política. É desta forma cínica que Dilma promete construir uma nova cultura de moralidade pública no Brasil.
Espertamente, a CGU já vem se antecipando ao judiciário e abrindo processos contra empresas enroladas na Lava Jato. Elas terão de fechar acordos para seguirem fornecendo ou trabalhando com o governo. A regra será simples: reconhece-se o crime, pede perdão, paga uma multa e continua no mesmo jogo, com outra maquiagem. Eis o drible da vaca tossindo na corrupção... Certamente, foi Luis Inácio Adams, Advogado-Geral da União, e futuro ministro do STF, quem articulou todo o pacotão.
No seu discurso de lançamento do pacotão, Dilma matou os brasileiros sérios de tanto rir. Teve a coragem de proclamar que o trabalho de fortalecimento das instituições e leis para o combate efetivo da corrupção começou em 2003, no primeiro ano do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O mesmo Lula que botou a turma dele na Petrobras e em outras estatais alvos de corruptos. O mesmo Lula em cujo governo explodiu o escândalo do Mensalão. 
Dilma lançou sete medidas - que, a um olhar menos atento, poderiam parecem bem intencionadas. Delas, o inferno está cheio. Algumas das medidas são perfeitas para um sistema modelo "Gestapo" - dando mais força para a máquina estatal triturar seus inimigos. Dilma prometeu enviar ao Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) prevendo o confisco de bens não comprovados. Será que ela pretende aplicar tal lei contra os mandarins de seu partido, seus familiares e conhecidos laranjas?
Tem mais stalinismo para a gestapo petralha: Dilma também pediu urgência para um projeto que já tramita no Congresso prevendo a alienação antecipada de bens apreendidos e a venda em leilão dos mesmos antes do fim do julgamento do caso. Onde fica o tal princípio do "transitado em julgado"? O governo vai impor a culpa a alguém antes do veredito final? Por acaso, isto é Justiça? Ou é "justiçamento falso moralista"?
Dilma também joga para a plateia com o pacotão anticorrupção. Por isso, solicitou a extensão dos critérios da Lei da Ficha Limpa para funcionários públicos em cargos de confiança; a regulamentação da Lei Anticorrupção, que penaliza empresas corruptoras, e a criação de um grupo de trabalho de juristas e outros setores para a elaboração de propostas que agilizem o julgamento de processos que tratam de corrupção na Justiça.
Outra grande piada da Dilma é criminalizar, violentamente, o caixa dois. Fazer isto, sem uma profunda reforma tributária, é o mesmo que revogar a Lei da Gravidade no Planeta Terra. A sonegação é alta porque o sistema é ladrão e impostor. Da mesma forma, é demagógica a legislação que pretende punir o enriquecimento ilícito de funcionários. De que adianta haver lei para punir, se a máquina governamental não bota a Receita Federal para cumprir tal papel? Ou, mais grave ainda, quando solta o Leão é para promover o rigor seletivo contra adversários e inimigos, poupando os ladrões aliados?
O troco a caminho
Juristas de oposição ao governo prometem um troco ao stalinista e demagógico pacotão anticorrupção de Dilma.
Eles estudam uma medida judicial perante os tribunais para extinção do PT, considerando que a sigla partidária fora utilizada para graves cometimentos de delitos, não apenas do mensalão, mas recebimento de doações ilícitas e ilegais de empreiteiras que buscavam fazer o repasse por meio do dinheiro público da Petrobras e outras estatais.
O grupo que estudou o assunto com base nas legislações em vigor, e na lei anticorrupção, acredita no sucesso da medida que pode abalar o poder nazicomunopetralha.
Coerência fabricada

Foram demagogia pura as palavras de Dilma no discurso de lançamento do pacotão anticorrupção:
"Não somos mais o país que alardeava que éramos um povo que gostava de levar vantagem em tudo. Temos que nos afastar dessa visão utilitarista das relações sociais. Temos quer criar uma nova moralidade pública republicana, democrática igualitária nos direitos civis. Sei que é um trabalho de mais de uma geração, mas temos o orgulho de ter começado. Eu quero pelo menos ter o orgulho de ser a presidenta que deu os primeiros passos de forma mais efetiva para a construção desse processo".
"Nós estamos purgando hoje males que carregamos há séculos. Assim como a mancha cruel da escravidão ainda deixa marcas profundas na desigualdade social do nosso país, o sistema patrimonialista de Poder que transformou o privado no mecanismo de controle do público nos deixou uma herança nefasta de mal uso do dinheiro público ainda é um traço da nossa característica e que o moderno exige que seja superado. A hora de o Brasil dar um basta a esses crimes que ainda teimam em corroer as nossas entranhas chegou".
(...)

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