Clique na imagem para ler o artigo escrito por Tarso Genro, em 1999.
Hoje, no Senado, Gleisi Hoffmann (PT-PR), derrotada para o governo do Paraná pelo tucano Beto Richa, afirmou:
"Fazer desta pesquisa uma avaliação de que o governo não tem credibilidade e colocar discussão política de impeachment, é desconhecer a história política desse país. Em 1999, o presidente FHC tinha apenas 21% de ótimo e bom, e mais de ruim e péssimo que hoje tem a presidente Dilma. E não tínhamos a tempestade que temos agora."
Quem desconhece a história é a senadora paranaense que mudou o narigão para narizinho. Tarso Genro, então membro do Diretório Nacional do PT e figurinha estrelada do partido, em 25 de janeiro de 1999, com menos de um mês de segundo mandato, lançou em artigo da Folha de São Paulo, o golpista "Fora FHC". O título do libelo do gaúcho que depois virou ministro da Justiça e da Educação dos governos Lula e Dilma era "Por novas eleições presidenciais". Quem lê este artigo e comparar FHC em 1999 com a Dilma de agora verá que, hoje, sem dúvida alguma, existem muito mais motivos para pedir o impeachment de Dilma ou a anulação das eleições presidenciais.
Mais adiante, em maio de 1999, o deputado José Genoino, que depois viria a ser tesoureiro e mensaleiro do PT, liderou um pedido de CPI para apurar a privatização da Telebras e gerar um movimento pelo impeachment do presidente Fernando Henrique. Na mesma oportunidade, Lula, hoje o golpista da Dilma, que tenta um "impeachment branco" contra a companheira antecipando a sua candidatura para 2018, declarou:
"O governo parece até uma quadrilha. Todo dia tem uma pessoa ligada ao presidente envolvida em alguma falcatrua"
Como é que? O que está acontecendo neste país desde maio de 2014? Não é todo dia um petista envolvido em corrupção, atacando os cofres públicos, roubando, espoliando, comprometendo o futuro do país? Não estava Lula em palanque, há poucos meses, caluniando adversários de forma criminosa, enganando o país para reeleger Dilma Rousseff?
A senadora paranaense melhor faria se ficasse calada. Além de estar citada na Operação Lava Jato, que ocorre justamente no Paraná que a rejeitou, quer passar uma borracha no comportamento golpista que o PT teve durante todo o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. A Oposição deve, pode e presta um grande serviço ao país pedindo o impeachment de Dilma. Por nada o PT fez a mesma coisa. Motivos hoje é que não faltam.
NO BLOG DO NOBLAT
Na poeira da ruína
Uma nova conta vai sobrar para os cofres públicos, via Petrobras e fundos de pensão estatais
José Casado (*) - O Globo - 10/02/2015 - 09h08
Um legado de corrupção e má gerência deixou em agonia o projeto industrial mais ambicioso dos governos Lula e Dilma Rousseff: um empreendimento de US$ 89 bilhões (R$ 240,3 bilhões) para construção e operação de 23 navios-sonda e seis plataformas vitais à Petrobras na exploração da camada pré-sal.
Lula mobilizou empresários com o privilégio da reserva de mercado. Uniu a mão invisível do Estado à calculadora do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual.
O presidente recebeu a confirmação do nascimento da Sete Brasil na quarta-feira 22 de dezembro de 2010, uma semana antes de passar a faixa presidencial a Dilma Rousseff.
A reunião inaugural aconteceu no número 228 da Praia de Botafogo, no Rio, sob o comando de João Carlos de Medeiros Ferraz e Pedro José Barusco Filho, saídos da estatal de petróleo. Era um conglomerado com mais de três dezenas de subsidiárias e um só ativo (29 contratos) — tudo com um único cliente, a Petrobras.
Oficialmente, o grupo é privado, controlado pelo fundo FIP-Sondas (95%) e Petrobras (5%).
Na vida real não é bem assim. O governo determinou a fundos de pensão (Previ, Petros, Funcef e Valia) que comprassem metade do FIP-Sondas. Junto com a Petrobras têm 59% das cotas.
O BTG de Esteves lidera o bloco privado (com 20%), seguido pelo Bradesco e Santander (12%, somados). O restante (9%) está fracionado entre EIG Global , Lakeshore e Luce Venture Capital.
Antes de fechar seu primeiro balanço, em 2011, a Sete Brasil já acumulava US$ 75 bilhões (R$ 202,5 bilhões) em contratos com a Petrobras. Para cada um criou uma sociedade com grupos nacionais (Camargo Correa, Engevix, Queiroz Galvão, Odebrecht, UTC e OAS) e asiáticos (Keppel Fels, Jurong, Kawasaki e Cosco).
A Petrobras topou pagar US$ 720 milhões (R$ 1,4 bilhão) por cada sonda. E mais US$ 500 mil (R$ 1,3 milhão) por diária de operação.
Tudo acertado, no final de 2011 os principais executivos, João Carlos Ferraz (presidente) e Barusco Filho (diretor financeiro), desembarcaram em Milão para jantar com gerentes do Banco Cramer, de Lugano (Suíça). Com eles estava Renato Duque, diretor de Serviços da Petrobras.
Quem os ajudou foi Julio Camargo, que já intermediava-lhes propinas da OAS, Setal e Toyo Engeneering (Japão). Depois, uniu-se ao grupo Eduardo Musa, também diretor da Sete Brasil.
No seu último balanço, de 2013, a Sete Brasil revelou dívidas não pagas de US$ 3,1 bilhões (R$ 8,5 bilhões). Indicou promessas de US$ 4,1 bilhões (R$ 11,2 bilhões) do BNDES, que exigia vários documentos. Auditores anotaram: “A situação indica uma incerteza material que pode suscitar dúvidas significativas sobre a continuidade operacional da companhia.”
Na semana passada, 19 meses depois, a empresa ainda negociava a documentação com o banco estatal, quando se tornou pública parte da confissão de Barusco sobre US$ 97 milhões (R$ 261,9 milhões) em subornos que ele e outros receberam.
A lenta agonia da Sete Brasil deixa transparecer algo insólito: conseguiram desmoralizar até o “conteúdo nacional". O que era construção dissipa-se na poeira da ruína. E uma nova conta vai sobrar para os cofres públicos, via Petrobras e fundos de pensão estatais.
(*) José Casado é jornalista
Governo Dilma aperta o cinto do contribuinte sem apertar o próprio
Economistas defendem redução das despesas públicas para cumprir o ajuste fiscal prometido, que até agora só alcançou a população ao aumentar os tributos
10/02/2015 - 06h21
Heloísa Mendonça, El País
Desde o fim do ano passado, a nova equipe econômica do Governo Dilma vem anunciando uma série de medidas pouco populares para tentar diminuir o rombo nas contas públicas, incluindo a elevação de tributos e o ajuste nas regras para o acesso ao seguro-desemprego, pensões e auxílio doença.
As práticas, que destoam das promessas da presidenta durante a campanha eleitoral, pesam no bolso do contribuinte, enquanto o Governo não dá sinais claros de que passará a tesoura nos próprios gastos para alcançar a meta de poupar 66,3 bilhões de reais. Esse valor corresponde a 1,2% do PIB, que é o superávit primário prometido para 2015.
"O que eles fizeram foi apertar o cinto da classe média ao invés de apertar o próprio cinto. Chega a ser incoerente o ajuste na receita com aumento de impostos diante da gastança do Governo nos últimos anos", afirma o professor de economia do Ibmec Alexandre Espírito Santo.
De acordo com o especialista, na última década, houve um aumento de despesa na ordem de 10% ao ano. Em 2014, as contas do Governo Central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registraram o primeiro déficit primário em 18 anos, de 17,24 bilhões de reais.
NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
10/02/2015 às 5:10
Pois é… Eu já estava aqui a esfregar os dedos para escrever um texto em que apontaria um caminho para a presidente Dilma. No programa Os Pingos nos Is, que ancoro na Jovem Pan — entre 18h e 19h —, até brinquei com aquela musiquinha de Leandro e Leonardo: “Dilma, liga pra mim, não liga pra ele”. Eu me referia precisamente a Lula. Hoje, ele é uma das peças que, nos bastidores, concorrem para solapar a credibilidade da presidente. Não custa lembrar: ele já autorizou que seu nome seja lançado para a disputa presidencial de 2018. Isso transforma Dilma, como afirmei ontem na VEJA.com, numa pata manca.
E qual era a minha sugestão para Dilma, dado o desastre de opinião pública que já é o seu governo, sempre lembrando que há motivos para crer que a crise que ela enfrenta está só no começo e na sua fase mais amena? Simples: que ela pedisse a desfiliação do PT e se declarasse uma sem-partido. De tal sorte a crise que se avizinha é grave que a suprema mandatária, com os poderes quase imperiais de que dispõe um presidente no Brasil, deveria dizer, como Cazuza: “O meu partido, agora, é um coração partido”. E tentaria estabelecer uma agenda mínima para o país. Hoje, o PT é um armário muito difícil de carregar, com aquela pilha gigantesca de esqueletos. E muito mais coisa pode vir — e virá — por aí.
É inútil fazer de conta que Dilma está imune a uma denúncia por crime de responsabilidade. Sabem o que vai determinar a viabilidade disso? O tamanho e o ritmo da crise. Em vez de participar de convescotes petistas, em companhia de João Vaccari Neto, ela deveria se guardar. Deveria assumir o lugar que cabe aos magistrados em momentos como esse. Até aqui, as elites políticas do país, gostem dela ou não, podem até considerá-la omissa “no que se refere”, como ela diria, ao submundo petista. Mas poucos a veem como desonesta. A percepção do povo brasileiro, no entanto, começa a ser outra: 47% dos que responderam a pesquisa Datafolha lhe pespegaram essa pecha também.
Muito bem! Dilma deveria, então, se afastar de Lula e da marquetagem vigarista que garantiu a sua reeleição. Ninguém mais suporta aqueles truques. Está na cara que eles eram mentirosos. Desta feita, não terá farrinha de consumo para mitigar a roubalheira. Mas Dilma, a estar certa reportagem da Folha, vai fazer justamente o contrário: segundo informam Natuza Nery e Mariana Haubert, ela decidiu pedir socorro a Lula e ao marqueteiro João Santana.
Os lulistas espalham a lorota de que parte das dificuldades enfrentadas pela soberana se deve ao fato de que ela e Lula andam meio afastados, o que estaria deixando o Babalorixá de Banânia irritado. Sabem como é… O homem acredita que dar um truque no povo brasileiro é fácil. Ele vem fazendo isso há muitos anos, com sucesso. Vejam o esquema vigente na Petrobras, envolvendo empreiteiras — e por que seria diferente nos demais setores do governo? Tudo isso estava em curso enquanto Lula discursava contra as elites, contra o capital, contra o empresariado, contra os ricos… Se há pessoa “nestepaiz” que nunca perdeu nem poder nem dinheiro apostando na ignorância e na credice alheias, essa pessoa é Luiz Inácio Lula da Silva.
Dilma sabe que é refém daquela máquina e ensaiou alguns passos de independência. Parece que se julga fraca para enfrentá-la e decide, agora, se render. Lula lançou a sua candidatura para 2018 porque quer assustar Dilma e tomar de volta o governo já em 2015, no berro.
Se Dilma ligasse pra mim, ela dava a volta por cima; declarava a sua independência; enfrentaria a máquina; passaria por turbulências, mas teria alguma chance de ver robustecer a sua biografia. A se confirmar a notícia da Folha — e ela me parece, em princípio, verossímil —, a presidente vai se conformar com o papel de boneco de mamulengo. Eis o PT: essa gente não dá a menor bola para o país. Hoje, a companheirada está empenhada em garantir o poder da máquina e resolveu engolfar a presidente em sua sanha.
Por Reinaldo Azevedo
10/02/2015 às 2:26
A irresponsabilidade infantiloide, somada ao esquerdismo de butique, com que o prefeito Fernando Haddad, do PT, administra São Paulo terá, obviamente, consequências de longo prazo para a cidade. Um absurdo vai se sobrepondo a outro, numa escalada vertiginosa. Um leitor deste blog me manda esta foto.
A construção que vocês veem é conhecida como “Arcos do Jânio” porque, na década de 80, o então prefeito Jânio Quadros retirou as moradias irregulares que os encobriam. E veio à luz, então, a edificação de 1920, que foi tombada pelo Patrimônio Histórico Municipal.
Pois bem: Haddad não quis nem saber. Na sua ânsia de parecer um prefeito moderno e antenado — a mesma inclinação que o leva a transformar a Vila Madalena num depósito de fezes, urina, vômito e drogas, com a sua micareta dos picaretas —, ele entregou a área aos grafiteiros. Agora já sabemos que a noção de patrimônio tombado já não existe mais. Tudo é possível.
O mais espantoso é que o Conpresp (conselho municipal de preservação) deu carta branca à intervenção. Os vermelhinhos que estão no tal conselho não devem achar que os arcos sejam arquitetonicamente importantes o bastante para ser preservados. Digamos que não sejam — e eu até tendo a achar que não mesmo. Mas isso não depende do arbítrio de cada um. Os valentes estão lá para cumprir a lei.
Agora voltem à imagem. Sim, o vagabundo, assassino e psicopata que se vê em tamanho gigante, pintado sobre um patrimônio tombado, é Hugo Chávez, ex-ditador da Venezuela, que conduzia um governo composto, entre outras delicadezas, de bandidos ligadas ao narcotráfico e de antissemitas enlouquecidos. É o criador do modelo que conduziu aquele país à falência. Lembrando: para conter a insatisfação dos venezuelanos, Nicolás Maduro, o sucessor de Chávez, fez aprovar uma lei segundo a qual é permitido atirar contra manifestantes com bala de verdade, para matar mesmo.
Assim, o patrimônio da cidade está sendo manchado com a imagem de um tirano, de um assassino, de um maluco. E tudo sob o patrocínio do prefeito Fernando Haddad, com a conivência dos irresponsáveis do conselho municipal de preservação.
Segundo o Datafolha, 44% dos paulistanos consideram a gestão Haddad “ruim ou péssima”; apenas 20% a avaliam como “boa ou ótima”. Pergunto: quais outras edificações tombadas ainda receberão as homenagens ideológicas dos amiguinhos do prefeito? Quais serão os outros homenageados? Fidel Castro e Raúl Castro, que mataram 100 mil? Pol Pot, que matou três milhões? Mao Tsé-tung, que matou 70 milhões?
Se bem que tudo faz um danado de um sentido, não é? Quando ministro da Educação, este incrível Haddad mandou distribuir nas escolas públicas aquele tal livro que endossava concordâncias como “nós pega os peixe”. Criticado, ele tentou se defender então, acusando as pessoas de atacar o tal livro sem ler. E disse a seguinte pérola, prestem atenção, no dia 31 de maio de 2011:
“Há uma diferença entre o Hitler e o Stálin que precisa ser devidamente registrada. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas o Stálin lia os livros antes de fuzilá-los. Essa é a grande diferença. Estamos vivendo, portanto, uma pequena involução, estamos saindo de uma situação stalinista e agora adotando uma postura mais de viés fascista, que é criticar um livro sem ler”.
Entenderam? Para este gênio da raça, fuzilar alguém depois de ler um livro é moralmente superior a fuzilá-lo sem ler. Ou por outra: para Haddad, é bem melhor a gente ser morto por um assassino instruído.
Num país com uma imprensa um pouquinho melhor — mais lida, sim, mas não homicida —, sua carreira teria terminado ali. Mas ele seguiu adiante e segue sendo o queridinho dos vermelhinhos do jornalismo, que também devem achar que matar alguém depois de ler um livro é moralmente superior a fazê-lo sem ler.
Se a gente deixar, o PT ainda manda pintar a cara de Stálin, que matou 35 milhões, na estátua da Justiça, nos jardins do STF.
Por Reinaldo Azevedo
10/02/2015 às 2:25
Por Julia Affonso, Fausto Macedo e Ricardo Brandt, no Estadão:
A força-tarefa da Operação Lava Jato chegou a uma nova testemunha bomba que confirma a atuação ativa do ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque nas irregularidades que beneficiaram empreiteiras do cartel, denunciado por corrupção na estatal. Por meio de alteração de normas padrão de contratação da estatal, criadas em 1999, o ex-gerente jurídico Fernando de Castro Sá detalhou como empreiteiras passaram a ditar regras, via Diretoria de Serviços, e acusa omissão e perseguição do comando da estatal quando ele e outros gerentes tentaram comunicar os desmandos internamente.
“A coisa ia num crescente tão grande que um belo dia, olha como a coisa era feita, chegou lá da (Diretoria de) Engenharia para o (Diretoria de) Abastecimento informando que tinham que aprovar os aditivos 5, 6 e 7 da terraplanagem (nas obras da Refinaria Abreu e Lima). Só que quando você lê o expediente, os aditivos já estavam assinados”, afirmou o ex-gerente jurídico da Diretoria de Abastecimento. “Como é que você vai pedir autorização para celebrar um aditivo que já está assinado?”
As irregularidades não teriam parado por aí. Em mais de duas horas de depoimentos prestado na sede da força-tarefa da Operação Lava Jato, criada pelo Ministério Público Federal, em Curitiba, Sá afirmou que a Diretoria de Serviços alterou e ignorou procedimentos internos, assinando aditivos para contratos encerrados. Sá conta que após a ex-gerente executiva de Abastecimento Venina Velosa da Fonseca se insurgir contra os aditivos e dizer que “não ia dar encaminhamento”, um parecer do jurídico da Diretoria de Serviços informou “não ter nenhum problema” por serem referentes à “prorrogação de prazos”.
Com experiência de mais de 20 anos na área jurídica da Petrobrás, Sá integrou o grupo de advogados que elaborou o Manual de Procedimento Contratual (MPC) da estatal. “Uma das regras daquele manual é que você só pode prorrogar o prazo de um contrato se ele estiver vigente. Esses aditivos foram assinados para prorrogar prazos de contratos já mortos, que estava encerrado por tempo.”
Segundo ele, o jurídico da Petrobrás desconsiderou essa norma interna. “Por incrível que parece a conclusão no jurídico foi de que: ’entendemos que tal regra é interna da Petrobrás, pois no MPC (Manual de Procedimentos Contratual) há documento aprovado pela diretoria executiva. Assim ainda que exista o risco de eventual não observância da linha A do manual, tratar-se-ia de irregularidade formal e interna.” Ao ser publicado no Diário Oficial, o manual passou a ter “característica de norma infralegal”. “Não era uma mera norma interna.”
Sá era funcionário de carreira da estatal desde 1993 e foi um dos responsáveis também pelo modelo de contratação da obra da Refinaria Abreu e Lima – um dos alvos centrais da Lava Jato -, em Pernambuco, em que teriam ocorrido “gravíssimas” irregularidades. Segundo o advogado, a Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) – entidade que criou o grupo de empreiteiras que depois passaria a atuar em cartel na Petrobrás – passou a determinar a partir de seu contato com Duque alterações de normas contratuais da estatal, gerando a elevação de custos da obra, já constatada por órgãos oficiais e pela própria estatal.
A refinaria, iniciada em 2007, já consumiu R$ 24,7 bilhões e foi superfaturada, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU). Como responsável pelo orçamento da obra, era a Diretoria de Abastecimento quem pagava a Refinaria Abreu e Lima. À sua gerência jurídica, cabia emitir as minutas de contratação.
O ex-gerente explica que os contratos da Petrobrás, até então, seguiam as regras do Manual de Procedimentos Contratuais, publicado no Diário Oficial, em fevereiro de 1999. O jurídico era o gestor dessa norma e tinha que elaborar a minuta padrão de contratos de prestação de serviços, que também era aprovada pela diretoria. “À partir do cartel, a minuta (de contrato) que tinha que ser elaborar pelo jurídico e aprovada pela diretora passou a ter que ter o crivo da Abemi, a associação das empreiteiras”, afirmou o ex-gerente jurídico.
Isso teria sido possível, porque a Diretoria de Serviços centralizava o comando das contratações, da execução e da fiscalização de todas as obras da estatal. Segundo havia afirmado o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, em depoimento à Justiça Federal em agosto de 2014, por meio dessa diretoria o PT arrecadava até 2% em todos grandes contratos da estatal.
(…)
Por Reinaldo Azevedo
10/02/2015 às 1:31
Por Altamiro Silva Junior, no Estadão:
A lista de detentores de American Depositary Receipts (ADRs) da Petrobrás, nos EUA, que aderiram à ação judicial coletiva entregue na última sexta-feira (06) à Corte de Nova York contra a estatal petrolífera, mostra que os nove maiores acionistas reclamam perdas que podem atingir, pelo menos, US$ 500 milhões. A petição entregue pelo escritório americano Wolf Popper, em conjunto com o brasileiro Almeida Advogados, foi assinada pela Union Asset Management Holding AG, Handelsbanken Fonder AB, Ohio Public Employees Retirement, Public Employee Retirement System of Idaho, Employees Retirement System of the State of Hawai, Universities Superannuation Scheme Limited, Skagen AS, Danske Invest Management A/S, Danske Invest Management Company. Eles afirmam que tiveram perdas superiores a U$ 50 milhões, cada. A ação judicial coletiva, ou Class Action, teve início no ano passado. A primeira audiência será no dia 9 de março, em Nova York.
“O esquema de lavagem de dinheiro e suborno foi estimado em R$ 10 bilhões ou cerca de US$ 4,4 bilhões. Além de altos executivos da Petrobrás, o esquema ilegal de suborno e de propina envolveu políticos e um grupo de, pelo menos, 16 empreiteiras que formaram um cartel que assegurou que os seus membros iriam ganhar grandes contratos da Petrobrás”, diz a petição. O documento destaca que a prisão de executivos da estatal, por suspeita de corrupção, e admissões de que a empresa pode ter de ajustar suas demonstrações financeiras provocaram a queda nas ADRs da Petrobrás.
Entre os investidores com maiores prejuízos, o Universities Superannuation Scheme (USS), fundo de pensão de professores e pesquisadores do Reino Unido, argumenta que teve prejuízos de US$ 84 milhões aplicando em bônus e ADRs. Já a gestora Skagen, da Noruega, e o Danske Bank, da Dinamarca, reclamam até US$ 267 milhões. Outros dois fundos da Europa criaram um grupo, com perdas de US$ 46,2 milhões. Além dos europeus, um grupo de fundos de pensão de servidores dos Estados de Ohio, Idaho e do Havaí reclama até US$ 127 milhões.
Por Reinaldo Azevedo
NO BLOG ALERTA TOTAL
Terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, retorna ao Brasil na quinta-feira (12) repleto de informações passadas pelo Departamento de Justiça dos EUA sobre a "Car Wash" (como eles chamam por lá a Lava Jato daqui). Nos bastidores do Judiciário, circulavam ontem informes de que Janot teve acesso a gravações comprometedoras feitas pela espionagem norte-americana que investiu pesado no Petrolão. No entanto, "grampos" de telefone e e-mail não serão usados como provas nos processos. Graves são os documentos que incriminam políticos e que provam erros concretos cometidos por diretores e conselheiros da Petrobras ferindo a legislação norte-americana contra corrupção no mercado de capitais.
Os investidores norte-americanos prosseguem nos processos contra a Petrobras. O procurador-geral do estado americano de Ohio, Mike DeWine, anunciou que, em nome dos aposentados do setor público estadual, apresentou uma ação contra a petrolífera por violação das leis federais do mercado de capitais. DeWine informou que os fundos de pensão dos estados de Idaho e Havaí também se uniram à ação, apresentada à corte distrital de Nova York. A cidade americana Providence, em Rhode Island, também está acionando a petroleira brasileira na Justiça. Os processos nos EUA afetam diretores e conselheiros da Petrobras, incluindo Dilma Rousseff, que presidiu o Conselhão da estatal. É alto o risco de condenações a pesadas multas e até penas de prisão. O caso está com o juiz Jed Rakoff, com fama de durão.
Janot e os promotores da força-tarefa da Lava Jato só voltam ao Brasil menos pressionados que os 33 (ou mais?) políticos que passarão um carnaval dos infernos por aqui, temendo a provável denúncia na Quarta ou Quinta-feira de Cinzas. A cada novo depoimento na 13a Vera Federal em Curitiba, o 'Presidentro' Luiz Inácio Lula da Silva, sua Presidenta Dilma Rousseff e os aloprados do PT entram em desespero máximo. Indícios bem concretos já começam a ligar pessoas muito próximas a ele com o escândalo. Uma delas é o documento do Banco Central, vazado pela revista IstoÉ, comprovando que o amigão José Carlos Bumlai contraiu um empréstimo irregular de R$ 12 bilhões junto ao falido banco da construtora Schahin, em troca de contratos suspeitos com a Petrobras.
Lula também ficou pt da vida novamente com a ex-gerente da Petrobras, Venina da Fonseca, que voltou a dizer que foi advertida pelo ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, de que suas denúncias iriam derrubar o ex-Presidente da República e o então presidente da estatal José Sérgio Gabrielli. Em depoimento, sexta-feira passada, no processo envolvendo réus ligados a Galvão Engenharia, Venina foi pressionada pelo advogado de defesa do doleiro Alberto Youssef a lembrar a conversa com Costa em 2008, contada por Venina na entrevista de dezembro ao programa Fantástico, da Rede Globo. Na versão, Venina teria ouvido de Costa, apontando para o retrato de Lula, o desabafo: “Você quer derrubar todo mundo?”.
Venina repetiu no depoimento ao juiz Sérgio Fernando Moro: " Aí eu falei com ele o seguinte: 'ele já fez, não tem como eu agora chegar e falar 'vamos esquecer o que aconteceu e vamos realmente trabalhar diferente daqui pra frente''. Existia um fato concreto que tinha que ser apurado e que tinha que ser investigado. Aí neste momento ele ficou muito irritado comigo. A gente estava sentado numa mesa da sala dele, ele apontou pro retrato do Lula, apontou também pra direção da sala do Gabrielli e me perguntou: 'você quer derrubar todo mundo?' Aí eu fiquei assustada e falei pra ele assim: 'olha, eu tenho duas filhas, eu tenho que colocar a minha cabeça num travesseiro e dormir, e no outro dia de manhã eu tenho que olhar nos olhos dela e não sentir vergonha'".
Além da Lava Jato, os políticos brasileiros ficaram encagaçados com a investigação realizada por 154 jornalistas de 45 países e batizada de “SwissLeaks”. A apuração do ICIJ (The Internacionational Consortium of Investigative Journalists) revelou que o Brasil ocupa a quarta posição em número de clientes com passaporte ou nacionalidade brasileira envolvidos num vasto sistema de evasão de divisas aceito pelo banco HSBC britânico através de sua filial suíça. Nada menos que 8.667 clientes tinham algum vínculo com o Brasil, sendo 55% com a nacionalidade brasileira. Os documentos vazados por um ex-funcionário da área de informática do banco mostram ainda que o Brasil é o nono país em volume de dinheiro associado a contas no paraíso fiscal, com um total de US$ 7 bilhões no período analisado, entre 2006 e 2007.
O dia promete ser eletrizante com a decisão sobre a provável revogação da liberdade a Renato Duque. O ex-diretor da Petrobras deve retornar à prisão que o criativo humorista governista Paulo Henrique Amorim batizou de "Guantanamo de Curitiba". Para piorar, vem aí, da Itália, a decisão sobre a extradição ou não de Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, condenado na Ação Penal 470, do Mensalão. Se o cara retornar, o inferno petista terá aumentos substanciais de temperatura e pressão. Ainda mais no momento em que o "Impeachment de Dilma" caiu na boca do povo - como bem ironizou ontem um ex-petista, o senador Cristovam Buarque, do PDT, partido que faz parte da base aliada.
(...)
NO O ANTAGONISTA
Aldemir Bendine se aposenta. Base: 62 mil por mês
Aldemir "Val Marchiori" Bendine aposentou-se no Banco do Brasil com base num salário mensal de 62 mil reais. Tem esse direito porque o país tem a casta dos funcionários do Estado, que recebem aposentadoria integral, e os demais mortais da iniciativa privada, obrigados a aposentar-se com um teto que não chega a 4 mil reais.
Estamos felizes porque, a partir de agora, Aldemir Bendine poderá retirar a sua aposentadoria, somá-la ao salário como presidente da Petrobras, e guardar tudo em espécie debaixo do colchão da "amiga" Val Marchiori.
A obsolescência de Dilma Rousseff
As contas deste ano não vão fechar.
Dilma Rousseff prometeu cortar R$ 18 bilhões no seguro-desemprego e no abono salarial. Agora suas medidas provisórias estão no Congresso Nacional e os partidos governistas já avisaram que, desse jeito, elas não passam. Das 620 emendas que abastardam o pacote, de fato, 412 vêm de parlamentares de sua base.
Orlando Silva, do PC do B, disse, por exemplo:
"Estourar a corda para o lado mais fraco, na hora da dificuldade, não dá".
E Marta Suplicy acrescentou:
"O país assiste atônito ao aumento das tarifas, à escalada da inflação, ao aumento consecutivo dos juros e ao aumento de impostos. Sem falar na corrupção, que somada aos rumos econômicos tortuosos, torna cada vez mais difícil o resgate da confiança e da credibilidade".
Isso tudo só quer dizer uma coisa: não podendo economizar no seguro-desemprego e no abono salarial, Dilma Rousseff e Joaquim Levy terão de aumentar ainda mais os impostos.
Joaquim Levy já deu vexame porque disse ao Financial Times que o seguro-desemprego era obsoleto e, em seguida, foi obrigado a dar um passo atrás. Agora ele terá de dar 18 bilhões de passos atrás. Joaquim Levy é obsoleto. Dilma Rousseff é obsoleta.
Volte atrás, Levy
Segunda turma, segunda chance
Os ministros do STF que vão julgar o pedido de prisão de Renato Duque pertencem à Segunda Turma: Teori Zavascki, Celso de Mello, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia.
Se tomar a decisão errada - e a decisão errada é salvar Renato Duque apenas porque ele é potencialmente perigoso para o PT -, o descrédito do STF será arrasador.
Curitiba já é a capital moral do Brasil. Vai se tornar também a última instância judiciária do país.
Entre na viatura, Renato Duque
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