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A DISPARADA DO DÓLAR

10/02/2015 às 15:07
Na VEJA.com:
Sem trégua no mercado de câmbio, o dólar opera em alta nesta terça-feira, ultrapassando o patamar de 2,80 reais pela primeira vez em mais de dez anos, segundo a Reuters. A percepção ruim com o cenário doméstico não deu espaço para uma devolução dos ganhos acumulados nas últimas sessões. Os escândalos envolvendo a Petrobras, os riscos de racionamento hídrico e de energia, além da delicada situação fiscal e os desafios do Palácio do Planalto no Congresso, somam-se às preocupações com a Grécia no exterior e reduzem o apetite por risco entre os investidores. Por volta das 15h25, a moeda americana operava em alta de 2%, a 2,8333 reais na venda. Na máxima, atingiu 2,8348 reais, e na mínima, 2,7879 reais.
Também pressionam os negócios o descontentamento dos agentes financeiros com os rumos da inflação e do Produto Interno Bruto (PIB) do país, além da desconfiança quanto ao cumprimento da meta fiscal de 2015 e das preocupações quanto à aprovação, no Congresso, do ajuste proposto pela equipe econômica de Dilma Rousseff (PT).
“As moedas emergentes têm sofrido de maneira geral, mas o cenário da economia brasileira está muito deteriorado”, disse o gerente da mesa de operações da corretora Correparti João Paulo de Gracia Corrêa. Segundo ele, a volatilidade recente do câmbio tende a provocar saída de capitais externos. “Aquele estrangeiro que entrou aqui para ganhar juros quando o dólar estava a 2,65 reais acabou perdendo dinheiro.”
Em relatório, a Verde Asset Management, maior hedge fund do Brasil, defende que a deterioração dos fundamentos macroeconômicos do Brasil ainda não se refletiu completamente no preço do câmbio, projetando mais valorização do dólar. “O problema é que as expectativas de melhora na política econômica estão perdendo força”, disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta. “Se o apoio político deixar de existir, pode haver um downgrade (da classificação de risco soberano) à frente”, acrescentou.
Cenário externo
No exterior, a inflação na China, que atingiu o menor valor em cinco anos, reforçou o mau humor dos investidores, já prejudicado pela incerteza sobre a permanência da Grécia na zona do euro. “Parece haver algum movimento na posição grega que ainda pode formar as bases para um acordo”, escreveram analistas do Brown Brothers Harriman em relatório sobre o impasse grego. “Dito isso, os credores oficiais não parecem ter aliviado suas exigências em nada.”
Na segunda-feira, a moeda americana fechou no maior patamar ante o real desde novembro de 2004, no sétimo avanço em dez sessões, o que pode estimular vendas pontuais para realização de lucros durante a sessão.

Por Reinaldo Azevedo

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