DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
24 DE FEVEREIRO DE 2015
Os primeiros políticos – dois governadores – enrolados no escândalo de corrupção da Petrobras já foram denunciados formalmente pelo Ministério Público Federal ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). As identidades dos governadores ainda não foram divulgadas, mas durante as investigações vazaram os nomes dos governadores do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e do Acre, Tião Viana (PT).
Quando seus nomes foram citados na Lava Jato, Pezão e Tião Viana negaram enfaticamente qualquer envolvimento no caso.
Ex-governadores citados: Antonio Anastasia (MG), Cid Gomes (CE), Eduardo Campos (PE), Roseana Sarney (MA) e Sergio Cabral (RJ).
Também foi denunciado ao STJ um conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, que seria o ex-ministro Mario Negromonte.
Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro de Cidades de Dilma e ligado ao doleiro Alberto Youssef, também foi preso na Lava Jato.
Se o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apenas solicitar a abertura de inquérito contra políticos denunciados na operação Lava Jato, nesta quarta (25), será uma grande decepção para magistrados e procuradores. Eles acham que Janot deveria aproveitar o trabalho da força-tarefa da Lava Jato e fazer a denúncia imediata contra figurões. Abertura de inquérito, a esta altura, ajudaria acusados a ganhar tempo.
Os políticos enrolados na Lava Jato contam com a chance, que novos inquéritos garantiriam, de “cozinhar” o processo durante anos a fio.
Rodrigo Janot goza de grande respeito dos colegas, mas eles advertem que ele “queimou gordura demais” ao aceitar reuniões com advogados de empreiteiras sobre o indecente “acordo de leniência”.
Ao visitar ontem Eduardo Cunha na residência oficial do presidente da Câmara, Aloizio Mercadante tentava salvar o próprio pescoço. Lula insiste que Dilma o demita para tentar salvar sua articulação política.
Com o País escandalizado com o esquema de corrupção no qual a ex-governadora Wilma de Faria (PSB) é personagem central, a assessoria divulgava fotos da ex-governadora comemorando seus 70 anos.

NO DIÁRIO DO PODER
MINISTRO DO STF MANTÉM PRISÃO DE EXECUTIVOS DA CAMARGO CORRÊA
ZAVASCKI (STF) MANTEVE EXECUTIVOS DA CAMARGO CORRÊA NA CADEIA
Publicado: 24 de fevereiro de 2015 às 00:18 - Atualizado às 00:19
O ministro Teori Zavascki, relator dos casos envolvendo a Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de liberdade dos executivos Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler, da Camargo Corrêa.
A defesa dos executivos recorreu contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que indeferiu em caráter liminar (provisório) a liberação dos investigados por participação no esquema de corrupção na Petrobras. Nesta segunda-feira, 23, Zavascki negou seguimento ao habeas corpus levado ao STF.
Os advogados argumentavam que existe similaridade entre o caso dos executivos da Camargo Corrêa e o do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, que teve liberdade confirmada pela 2ª Turma do STF no último dia 10. Zavascki entendeu, contudo, que não a situação não é semelhante, pois a prisão dos dois não se fundamentou na presunção de fuga - caso de Duque.
O ministro do STF apontou que Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler tiveram prisão preventiva decretada com base na "gravidade concreta" do delito praticado, vez que os dois teriam sido os responsáveis dentro da Camargo Corrêa pelo suposto cartel que atuava na Petrobras.
Zavascki também apontou, na decisão, a incidência no caso de súmula do Supremo que impede a análise do habeas corpus enquanto o tema não for esgotado em outro tribunal superior, caso do STJ.

JANOT JÁ PEDIU AO STF INQUÉRITO CONTRA AGRIPINO. JÁ NO PETROLÃO...
NO PETROLÃO, 1 ANO SEM INQUÉRITO CONTRA GOVERNISTAS. JÁ AGRIPINO...
Publicado: 23 de fevereiro de 2015 às 23:11 - Atualizado às 01:06
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de abertura de inquérito para investigar o senador de oposição José Agripino Maia, presidente nacional do DEM. O parlamentar foi citado em delação premiada de empresário do Rio Grande do Norte na qual é acusado de ter cobrado propina de R$ 1 milhão para permitir um esquema de corrupção no serviço de inspeção veicular do Estado. O caso ganhou maior repercussão neste ultimo fim de semana.
Janot não agiu do mesmo modo - tão rapidamente - na roubalheira da Petrobras, por exemplo. Apesar de ter vindo à tona, há meses, o envolvimento no escândalo de políticos e funcionários ligados ao governo Dilma Rousseff, até agora o chefe da PGR não pediu abertura de inquérito contra nenhum deles.
A delação premiada, feita pelo empresário George Olímpio, foi divulgada no domingo (22) pelo programa Fantástico, da TV Globo. Como senador, Agripino Maia tem foro privilegiado e por isso cabe ao PGR pedir a abertura de inquérito ao Supremo. O caso foi distribuído à ministra Cármen Lúcia no STF, que deverá decidir se aceita ou não o pedido.
O empresário George Olímpio, segundo promotores que acompanham o caso, teria montado um esquema envolvendo as principais autoridades do Rio Grande do Norte para aprovar uma lei que criava o sistema de inspeção veicular no Estado. A aprovação da lei, segundo a investigação, teria ocorrido sem obedecer os trâmites legais. O esquema de corrupção é investigado pela Operação Sinal Fechado, deflagrada em 2011.
Procurado, o senador disse que desconhece o pedido de abertura de inquérito contra ele e disse estar "surpreso e perplexo". Segundo Maia, o delator George Olímpio já tinha feito uma declaração em cartório desmentindo a denúncia contra o parlamentar. "Essa renovação de um mesmo fato a mim causa perplexidade. Essa acusação de uma doação de um milhão já tinha ido à PGR, mas tinha sido arquivada", disse o senador. Ele também disse que fará amanhã um discurso em sua defesa na tribuna do Senado.

PIZZOBRAS
PRESIDENTE DA CPI TEM 25 ANOS E FOI FINANCIADO POR EMPRESAS QUE VAI INVESTIGAR
PRESIDENTE DA CPI FOI FINANCIADO POR EMPREITEIRAS QUE VAI INVESTIGAR
Publicado: 23 de fevereiro de 2015 às 19:31 - Atualizado às 22:16
Hugo Motta foi indicado à CPI pelo líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ).
O líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), anunciou nesta segunda-feira, 23, que o partido ficará com a presidência da CPI da Petrobras e o nome indicado para o cargo é o do deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Ele tem apenas 25 anos de idade e recebeu financiamentos eleitorais de empresas que a comissão deve investigar.
Hugo Motta teve R$ 455 mil (61%) dos R$ 742 mil de sua campanha custeados indiretamente por duas empreiteiras suspeitas. Foram R$ 255 mil da Andrade Gutierrez, via diretórios estadual e nacional do PMDB e por um repasse da campanha do candidato a deputado estadual Nabor Wanderley Nóbrega Filho (PMDB-PB). Outros R$ 200 mil vieram da Odebrecht, repassados a Motta pela direção nacional do PMDB. A maioria das doações foi feita de forma indireta: as empresas doaram para partidos e outros candidatos, que repassaram os recursos para os deputados ou custearam peças publicitárias conjuntas. A manobra é legal.
A CPI inicia as atividades nessa quinta-feira, 26, com a indicação dos partidos para as demais cadeiras do colegiado e da mesa. A tendência é que a vice-presidência fique com o PSDB e a relatoria, com o PT. Os nomes que circulam para os respectivos cargos são o do ex-líder Antonio Imbassahy (PSDB-BA) e do ex-ministro de Relações Institucionais Luiz Sérgio (PT-RJ).
"Está definido que a presidência será do deputado Hugo Motta. Queremos a presidência para ditar o ritmo da CPI e que ele seja célere porque interessa à sociedade. A Petrobras está sangrando a cada dia", afirmou Picciani. Além de Motta, por parte do PMDB também deverão compor o colegiado os deputados Edio Lopes (RR), Lelo Coimbra (ES), Darcísio Perondi (RS) e Celso Pansera (RJ). Um quinto nome ainda deve ser definido até terça-feira, 24.


NO BLOG DO CORONEL
TERÇA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2015
(Folha) Os advogados do PT levam, nesta terça-feira (24), uma representação ao Ministério da Justiça contra atuação da Polícia Federal durante a Operação Lava Jato. A iniciativa serve para informar formalmente de duas ações adotadas nesta segunda-feira (23). Os advogados do PT protocolaram duas interpelações judiciais contra o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, na Justiça Cível e na Criminal, do Rio de Janeiro. 
O PT está processado Barusco cível e criminalmente. O ex-gerente da Petrobras acusou o secretário de Finanças do PT, João Vaccari Neto, de arrecadar recursos do esquema para o partido. O PT também protocolou pedidos de sindicâncias na Corregedoria Geral da Polícia Federal e na Corregedoria Geral do Ministério Público Federal em Brasília. Neles, o PT pede que se investigue vazamento seletivo de informações contra o PT.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 01:31:00

Na fábula do sapo e do escorpião, o primeiro ajuda o segundo a atravessar o rio; Ao final da travessia, o segundo pica o primeiro, mortalmente...
(Estadão) Partido aliado que impôs derrotas ao governo da presidente Dilma Rousseff nas últimas semanas, o PMDB decidiu apoiar as medidas provisórias que endureceram o acesso a benefícios trabalhistas como o abono salarial e o seguro-desemprego. Em jantar realizado no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência, os peemedebistas afirmaram à equipe econômica e ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que o pacote em tramitação no Congresso é importante para o ajuste fiscal em implementação pelo ministro da Fazenda Joaquim Levy.
O jantar na casa de Temer reuniu, além de Levy e de Mercadante, Nelson Barbosa (Planejamento), Alexandre Tombini (Banco Central), e os ministros filiados ao PMDB: Kátia Abreu (Agricultura), Edinho Araújo (Portos), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Vinícius Lages (Turismo), Eduardo Braga (Minas e Energia), Helder Barbalho (Pesca) e Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos). Também participaram as principais lideranças da legenda no Congresso, como os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), além do ex-presidente José Sarney (MA) e do ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (RN).
Segundo Kátia Abreu, os caciques do PMDB não detalharam se apoiarão as duas MPs tais quais encaminhadas pelo Planalto. Segundo relatos de pessoas que acompanharam o encontro, Cunha fez uma das defesas mais “contundentes” da necessidade de ajuste. "Falamos que eles terão nossa boa vontade", afirmou o presidente da Câmara ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Embora a sinalização tenha sido positiva para o Palácio do Planalto, os caciques do PMDB aproveitaram a presença do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para criticar a articulação política do governo. Eles reclamaram a Mercadante que os peemedebistas não participam da elaboração de políticas públicas e só são acionados para “apagar incêndios”. Citaram como exemplo as votações do projeto que flexibilizou a meta do superavit primário, no ano passado, e a aprovação da Medida Provisória que alterou as regras do setor portuário, em 2013. “Ele (Mercadante) concorda que o PMDB é um partido com quadros e com experiência. Só tem a contribuir”, disse Kátia ao final da reunião.
O jantar foi organizado pelo vice-presidente Michel Temer, que também é presidente do PMDB. Embora tenha sido isolado do núcleo político do Planalto, ele foi escalado por Dilma para tentar reaproximar a sigla do governo e garantir a aprovação das medidas. Com uma economia prevista de R$ 18 bilhões, as propostas em tramitação no Congresso são consideradas fundamentais para o ajuste costurado pelo ministro da Fazenda.
Levy foi o ministro que por mais tempo falou aos dirigentes e parlamentares do PMDB. As exposições da equipe econômica começaram pouco depois das 20h30 e todos os presentes fizeram perguntas. As discussões foram longas e o jantar só foi começar por volta de 23 horas.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 01:18:00


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
24/02/2015 às 4:43
Mantive este texto no alto. Vejam os posts da madrugada abaixo dele
A cara de pau de Luiz Inácio Lula da Silva, o Babalorixá de Banânia, e de seus companheiros é mesmo um troço assombroso. Este senhor, acreditem, vai liderar, nesta terça-feira (24), na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio, um ato em defesa da Petrobras. Apoiam a manifestação a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que são meras franjas do PT.
O ato tem um “manifesto” intitulado “Defender a Petrobras é defender o Brasil”, no qual se lê esta maravilha: “a investigação, o julgamento e a punição de corruptos e corruptores, doa a quem doer, não pode significar a paralisia da Petrobras e do setor mais dinâmico da economia brasileira”.
O documento, asqueroso do começo ao fim, diz que “cabe ao governo rechaçar com firmeza investidas políticas e midiáticas desses setores para preservar uma empresa e um setor que tanto contribuíram para a atração de investimentos (…)”.
De quais setores Lula e seus amigos estão falando? Quem paralisou a Petrobras foi a roubalheira. Quem paralisou a Petrobras foram os assaltantes que o PT instalou em algumas diretorias; quem paralisou a Petrobras foram aqueles que usaram a empresa para fazer política econômica porca.
Lula e seus amigos estão querendo associar a investigação dos crimes à derrocada da estatal. Em última instância, essa manifestação tem um vetor moral: tudo caminhava muito bem na empresa até decidirem investigar a roubalheira. Paulo Okamotto, um dos braços operativos de Lula, já disse como o PT lida com as empreiteiras: “Você está ganhando dinheiro? Estou. Você pode dar um pouquinho do seu lucro para o PT? Posso, não posso’”. Em suma: o partido se tornou sócio do setor privado. Eis porque eu defini o PT, há mais de 30 anos, como “burguesia do capital alheio”.
O ato é nojento. Lá estarão ditos “intelectuais” como Marilena Chaui, Fernando Morais e Eric Nepumuceno. Juntando os três, entre outras nulidades quando o tema é Petrobras, não se consegue dar uma aula básica sobre as quatro operações.
O PT, definitivamente, perdeu o juízo. A vergonha, bem, essa, convenham, já tinha perdido fazia tempo.
A propósito: notem que o tal ato será feito em ambiente fechado. Lula não teria coragem de liderar essa patuscada em praça pública.
(Texto publicado originalmente às 20h10 desta segunda por Reinaldo Azevedo)

24/02/2015 às 4:30
O ministro Teori Zavascki, relator do processo da Lava Jato no Supremo Tribunal, negou nesta segunda (23, mais uma vez, habeas corpus para a soltura de dois dos executivos presos: Dalton Avancini, diretor-presidente da Camargo Corrêa, e João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração. A minha crítica não é nova nem o meu estranhamento. E quem quiser populismo rasteiro que vá buscar em outro lugar. É espantoso que, até agora, o petista Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, seja o único dos presos graúdos que deixou a cadeia sem um acordo de delação premiada. E quem lhe concedeu habeas corpus? Zavascki! O mesmo que o nega aos empreiteiros.
O ministro alega que o pedido de prisão de Duque estava ancorado exclusivamente no risco de fuga e que a jurisprudência do Supremo não reconhece esse como um motivo eficiente para manter a prisão cautelar de alguém. Tá. Digamos, então, que a prisão de Duque não se justifique.
Mas e as prisões dos demais? A esta altura — e não estou entrando no mérito do que cada um fez ou do que é acusado —, cabe indagar: o que as justifica? Há uma lei que cuida do assunto, o Artigo 312 do Código de Processo Penal. Eu a transcrevo:
“Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).
Alguém poderia dizer: “Ora, Reinaldo, mas há ‘prova da existência do crime e indício suficiente de autoria’. Sim, tudo indica que sim, mas esses são motivos para manter a prisão preventiva caso ‘a aplicação da lei penal corra risco’. Se os executivos e empresários fossem soltos, onde estaria esse risco? O de fuga, já sabemos, não vale.
Todos querem que se faça justiça, e eu também. Todos querem que os responsáveis sejam punidos, e eu também. Todos querem que os corruptores paguem, e eu também. Mas eu quero — e espero que todos queiram — que isso se faça dentro do devido processo legal e de acordo com as leis.
Há um viés meio populista nessa cosia toda — e não me peçam para condescender com isso. Especialmente quando sabemos que o petista Renato Duque está solto, e os outros, presos.
Aí diz Zavascki: “Ah, mas a fundamentação do pedido de prisão preventiva de Duque era só risco de fuga; nos outros casos, há mais…”. Bem, aí caberia, então, indagar à Justiça do Paraná que mal os outros podem fazer à investigação, se estiverem soltos, que Duque não possa fazer melhor, até porque, como se sabe, é um homem de partido, não é?
É em momentos assim que a minha desconfiança sobre o andamento dessa operação cresce bastante. E, sim, escrevo o que acho que devo, não para ser aplaudido. A esta altura, não há mais razão para manter a prisão preventiva dos empreiteiros e executivos, a não ser a paixão jacobina que andou tomando conta de certas áreas da Justiça, do Ministério Público e da imprensa.
Prisão preventiva não pode ser vista como antecipação de pena. Nem pode ser usada para demonstrar a tese dos órgãos de investigação. Para arrematar: o Ministério Público vai ou não celebrar o acordo de delação premiada com Ricardo Pessoa, da UTC, o que tem uma impressionante artilharia contra o PT, denunciando a verdadeira natureza do jogo?
Lamento! As desculpas de Zavascki para manter os empresários presos e para soltar o petista graúdo Renato Duque não me convencem.
Por Reinaldo Azevedo

24/02/2015 às 3:26
Que coisa, né? Se o doleiro Alberto Youssef falou a verdade — e ele fez um acordo de delação premiada —, quem um dia foi rei nunca perde a majestade, como reza um velho clichê. Segundo informam Stelita Hass Carazzai e Flávio Ferreira, na Folha desta terça (24), Youssef disse a procuradores que o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), ex-presidente da República e hoje um dileto aliado do lulo-petismo, recebeu R$ 3 milhões de propina como resultado de um negócio da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, com uma rede de postos de gasolina.
O intermediário da tenebrosa transação teria sido Pedro Paulo Leoni Ramos, dono da GPI Participações e Investimentos e amigão de fé, irmão, camarada de Collor. Durante seu curto governo doidivanas, Leoni Ramos foi seu secretário de Assuntos Estratégicos. Santo Deus!
O negócio envolvia a troca de bandeira de uma rede de postos. Collor teria ficado com 1% dos R$ 300 milhões em que estava avaliado o negócio. Segundo o doleiro, a grana foi arrecadada nos postos e repassada a Leoni em moeda sonante, dinheiro vivo mesmo, o que impede o rastreamento. Em depoimento anterior, Youssef afirmara que já havia mandado entregar R$ 50 mil a Collor.
Ah, sim: a BR Distribuidora também tinha sido loteada. O PTB, partido do qual Collor é líder no Senado, mantinha dois diretores na empresa: José Zonis, na área de Operações e Logística, e Luiz Claudio Caseira Sanches, na Diretoria de Rede de Postos de Serviço. O pagamento, segundo Youssef, foi feito por um de seus emissários: Rafael Ángulo Lopes.
Leoni Ramos é um dos investigados da Operação Lava-Jato justamente em razão de, digamos assim, “negócios” feitos com Youssef.
A ser verdade o que diz o doleiro — e, reitero, alguém que fez delação premiada estaria correndo um risco imenso ao mentir —, o que temos? A soma do velho patrimonialismo, de que Collor foi o último suspiro na Presidência da República, com o novo patrimonialismo, o do PT. Em 1989, Lula e Collor disputaram o segundo turno da eleição presidencial. O agora senador venceu, para ser impichado em 1992, afogado num mar de lama.
Foi lama o que se revelou no governo Lula em 2005, mas ele sobreviveu, se reelegeu, fez a sua sucessora, que, por sua vez, obteve um segundo mandato. E o Brasil está na… lama. Lula e Collor, agora, estão do mesmo lado, são aliados. 
Por Reinaldo Azevedo

24/02/2015 às 2:45
Peemedebistas jantaram na noite desta segunda (23) com a trinca que cuida da economia e com o ministro Aloizio Mercadante, da Casa Civil. Trata-se de uma aproximação com vistas à aprovação das duas Medidas Provisórias do ajuste fiscal. Haverá algo mais do que isso? É o que se verá. Não falta quem veja com desconfiança a instalação, na próxima quinta, da nova CPI da Petrobras na Câmara. Alguns petistas inconformados acham que Eduardo Cunha, presidente da Casa, usará a investigação para enfiar a faca no pescoço do governo. Se for, a gente terá como saber. Os seus primeiros movimentos na presidência da Câmara têm sido impecáveis. O futuro dirá.
Nesta segunda, o PMDB definiu quem será o presidente da CPI: trata-se do jovem deputado Hugo Motta, da Paraíba, que tem apenas 25 anos e está em seu segundo mandato. É, sim, um aliado de Cunha. A relatoria ficará com um petista. O PSDB terá a vice-presidência. Vai ser para valer?
Em entrevista à VEJA.com, Motta afirmou (leia post): “Da nossa parte, terá disputas se o PT não quiser investigar. Vamos cumprir o regimento e o papel que a CPI terá de ter”. Como observa a reportagem do site, no comando da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, no ano passado, ele não deu mole para o governo, Motta batalhou e conseguiu aprovar as convocações de Graça Foster, então presidente da Petrobras; de Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional, investigado na Operação Lava-Jato, de Guido Mantega, então presidente do Conselho de Administração da Petrobras e ministro da Fazenda; de Arthur Chioro (Saúde) e de Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência).
A partir de quinta-feira, então, teremos a chance de verificar a honestidade de propósitos. É evidente que o petismo tudo fará para que também essa comissão malogre e nada se investigue. O presidente de uma CPI não pode tudo, mas tem bastante poder, especialmente para evitar manobras que busquem transformar a comissão num circo.
Observe-se o óbvio: o PT lutou bravamente contra a instalação da comissão e, na relatoria, claro!, fará o que estiver a seu alcance para sabotá-la. Até agora, Cunha tomou decisões que, com efeito, lembram um poder realmente independente. Vamos torcer para que a boataria espalhada por petistas esteja errada, de sorte que a CPI sirva como um instrumento do Parlamento e da democracia, não da chantagem.
Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG UCHO.INFO
24/02/2015 | Escrito por admin
Caminhoneiros prometem resistir à intransigência burra do governo e “incendiar” as rodovias do País
Freio puxado – Que o empresário Abílio Diniz sempre foi um simpatizante da administração petista todos sabem, mas a decisão do Palácio do Planalto de incluir o nome do presidente da Brasil Foods (Perdigão+Sadia) na agenda de Dilma Rousseff teve efeito devastador no Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), que desde a manhã de segunda-feira (23) bloqueia estradas em pelo menos sete estados.
Marcado para as 9h30 desta terça-feira (24), o encontro entre Diniz e a presidente da República aparentemente não tem pauta definida, mas a conversa pode englobar a paralisação das rodovias, que estaria comprometendo a distribuição dos produtos da BR Foods, assim como de outras empresas. A liderança do MUBC optou pela paralisação depois que o Palácio do Planalto ignorou seguidos apelos dos caminhoneiros, que pleiteiam reunião com o governo para apresentar reivindicações, como repactuação das dívidas decorrentes dos financiamentos de caminhões, reajuste da tabela de frete e redução do preço do óleo diesel.
Informação repassada ao UCHO.INFO na noite de segunda-feira (23), não confirmada com a Justiça, dá conta que a empresa teria conseguido liminar para desbloquear as rodovias, decisão que não foi bem recebida pelo MUBC e pode complicar ainda mais o cenário. Um interlocutor dos líderes do movimento informou que os caminhoneiros decidiram resistir ao eventual cumprimento da liminar, prometendo inclusive incendiar as estradas brasileiras.
Se confirmada a liminar, não será a primeira vez que esse expediente jurídico é utilizado para desbloquear rodovias, como forma de garantir o transporte e a distribuição de produtos em todo o País. A grande questão está na falta de disposição do governo do PT de não dialogar com os caminhoneiros, que caso resistam podem parar o Brasil do Oiapoque ao Chuí, principalmente por causa da interrupção do transporte de combustíveis.
A confirmação do encontro entre Abílio Diniz e a presidente Dilma Rousseff acirrou os ânimos dos integrantes do MUBC, principalmente porque a Advocacia-Geral da União (AGU) trabalhou intensamente ao longo das últimas horas para encontrar uma saída jurídica que garantisse o desbloqueio das rodovias. A AGU protocolou diversas ações na Justiça para liberar as estradas, mas apenas Dilma, se tiver dose mínima de bom senso, pode evitar o pior, chamando os líderes dos caminhoneiros para uma conversa em palácio. O movimento já bloqueia estradas em sete estados, mas a paralisação pode se espalhar por todo o País.
Se optar pela manutenção das ações judiciais, confirmando seu comportamento truculento e intransigente, Dilma mostrará ao País que reuniões com lideres de movimentos só ocorrem de acordo com o interesse do governo. Quando manifestantes começaram a depredar o patrimônio público e privado em diversas cidades brasileiras, em junho de 2013, a assessoria presidencial rapidamente organizou um encontro com os representantes dos baderneiros. Caso não ceda no caso dos caminhoneiros, Dilma poderá dar um doloroso tiro no pé.

NO O ANTAGONISTA
O antagonismo se espalha
Brasil 24.02.2015
O Antagonista, ontem, bateu seu recorde de leitores.
O recorde anterior fora batido na última sexta-feira (20). E, antes disso, na quinta-feira. Em O Antagonista, todo dia é dia de recorde.
Ao contrário do que você está imaginando, não se trata, aqui, de exaltar a qualidade do jornal e de seus colaboradores, e nem mesmo de adular os leitores.
O que queremos mostrar com esses dados é que há uma demanda crescente de antagonismo no Brasil. Nosso jornal canaliza um desgosto que se torna cada vez mais explícito. Quem não for capaz de responder a esse sentimento - no Congresso Nacional, nas filas dos supermercados, na imprensa, no STF -, vai se dar muito mal.

O interesse nacional
Brasil 24.02.2015
Ontem Aloizio Mercadante almoçou com Eduardo Cunha, Pepe Vargas almoçou com Leonardo Picciani, Joaquim Levy jantou com Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha.
Nos próximos dias, saberemos o que foi decidido nesses encontros, em nome do interesse nacional.
Um exemplo: qual cargo de terceiro escalão será entregue a Geddel Vieira Lima?

Vá ser incompetente assim lá na China...
Brasil 23.02.2015
Com o PT dissolvendo o pouco de país que havia, a tendência é relevar a incompetência, para dizer o mínimo, das administrações comandadas pela oposição. Como O Antagonista não tem rabo preso com ninguém, nem tem medo de patrulha, vamos dar aqui um cascudo no governo do tucano Geraldo Alckmin.
Geraldo Alckmin seria um desastre ferroviário, houvesse ainda trens dignos desse nome no estado de São Paulo. Veja-se o caso do metrô da capital paulista. A cidade conta com 74 quilômetros de metrô propriamente dito e, apesar de toda a propaganda, o governo não consegue aumentar expressivamente esse número.
O símbolo maior da lambança administrativa é a Linha Amarela. Ela só não é piada porque a má qualidade da sua engenharia abriu uma cratera que quase engoliu um pedaço de bairro. A linha começou a ser construída em 2004, e a previsão era de que ficaria inteiramente pronta em 2009. Agora se descobriu que as obras estão paradas há anos, e o governo ameaça rescindir o contrato com o consórcio de empreiteiras. Se isso ocorrer, a construção da linha só será retomada em 2016, com prazo de entrega para 2018.
Sabe quantos quilômetros terá a Linha Amarela no total? Nem treze quilômetros. De 2007 até o ano passado, a chinesa Xangai incorporou 466 quilômetros de trilhos à sua malha metroviária -- que começou a ser feita em 1993 e somava até oito anos atrás 101 quilómetros de extensão. Xangai tem hoje 567 quilômetros de metrô, 7,5 vezes a mais do que São Paulo.
Uma das perguntas do Antagonista sobre o tema: como é que um governo descobre de repente que a construção de uma linha de metrô está parada?
Vá ser incompetente assim lá na China...e você acaba num campo de reeducação.

O presidente da OAB enganava pobres
Sociedade 23.02.2015
Sabe o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, o eminente e iminente (quer uma vaga no ST) Marcus Vinicius Coelho? Aquele que assinou a nota da entidade em defesa dos encontros secretos do ministro José Eduardo Cardozo com advogados de empreiteiras do Petrolão?
Pois o sujeito foi acusado de embolsar honorários irregularmente, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça. Deu na revista Época: "As merendeiras e os professores do Piauí, que recebiam menos de um salário mínimo nos anos 90, ganharam na Justiça indenização de 400 milhões do governo estadual. Mas um grupo de advogados, liderado por Marcus Vinicius Coelho, que nem sequer atuou no caso, estava faturando -- e antes de muitos dos trabalhadores -- 108 milhões desse total. A corregedoria do Conselho Nacional de Justiça considerou irregulares os honorários dos advogados e mandou suspender os pagamentos."
É uma história repulsiva, como disse um amigo do Antagonista. Marcus Vinicius Coelho estava enganando pobres. É petista na alma.

Sergio Moro dá o troco nos pilantras
Brasil 23.02.2015
A colunista Mônica Bergamo, sobre quem não temos suspeitas, somente certezas, publicou uma reportagem lamuriosa sobre as condições "terríveis" em que vivem os diretores de empreiteiras e operadores do Petrolão na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Tudo parte do esforço dos advogados dos pilantras para vitimizar os presos perante a opinião pública e os ministros do STF que podem reverter as prisões preventivas.
O que fez o juiz Sergio Moro depois da publicação da reportagem? Intimou os advogados dos meliantes a responder se os clientes preferiam ir para o presídio estadual. O prazo para a resposta é de 48 horas.
Enquanto os advogados estão indo, Sergio Moro já voltou faz tempo. Por isso, eles o odeiam. Por isso, nós o admiramos.

Joaquim Levy é mentiroso
Economia 23.02.2015
Joaquim Levy fez campanha para Aécio Neves. Até ontem, portanto, discorria sobre a irresponsabilidade econômica e política do governo Dilma -- a gastança desenfreada, o inchaço da máquina, as transferências vultosas e irresponsáveis do Tesouro Nacional para o BNDES clientelista, a corrupção na Petrobras, os desmandos no setor elétrico e as negociatas envolvendoos fundos de pensão das estatais. Mas eis que...
...Joaquim Levy foi nomeado ministro da Fazenda do PT. Hoje, ele disse que, em relação à estabilidade fiscal, nos últimos anos, "pode ter tido uma 'escorregadinha', mas a realidade aflora". Ele afirmou ainda que o ajuste fiscal a ser feito precisará de "certa imaginação" e "esforço" e que "temos capacidade de fazer reengenharia da nossa economia sem grande dificuldade".
Não precisamos de certa imaginação nem de esforço para analisar a sua fala. Só existem duas opções para a mudança de opinião do ministro da Fazenda:
a) Se Joaquim Levy acreditava no que dizia há menos de quatro meses, ele está mentindo agora.
b) Se Joaquim Levy não acreditava no que dizia há menos de quatro meses, ele estava mentindo quando fez campanha para Aécio.
O Antagonista fica com a opção "a", a mesma do mercado.
De qualquer forma, Joaquim Levy é um mentiroso. E ministro da Fazenda mentiroso não é bom para país nenhum.
Joaquim Levy escorrega na verdade


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 26/02/2024 - SEGUNDA-FEIRA