DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
20/02/2015 às 19:05\Direto ao Ponto
A interrupção do surto de mudez não teria sido tão desastrosa se a presidente tentasse desviar milhões de olhares concentrados na roubalheira do Petrolão recorrendo a qualquer das seis ideias de jerico arroladas na enquete em curso na coluna. Caso anunciasse o início das obras da Transposição das Águas do Rio Amazonas, por exemplo, Dilma Rousseff poderia induzir ao menos a vanguarda do coro dos contentes a acreditar que a inventividade dos conselheiros Lula e João Santana ainda dá para o gasto.
Mesmo a promessa de construir 6 milhões de creches até 2018, para compensar as 6 mil que não inaugurou nos últimos quatro anos, pareceria mais verossímil que a mágica de picadeiro reapresentada no abjeto palavrório desta sexta-feira: culpar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pelo escândalo do Petrolão. Para a faxineira que vive cercada de lixo, foi coisa de FHC a transformação da Petrobras numa usina de bandalheiras operada por quadrilheiros subordinados ao governo lulopetista.
Há dois dias, sob o título “Lula pariu a primeira ideia para adiar o desabamento do poste de terninho”, a charge do Alpino abaixo reproduzida mostrou o padrinho soprando aos ouvidos da afilhada a sugestão de 171: “Que tal a gente botar a culpa no governo anterior?” A bisonha tentativa de incluir o Petrolão na “herança maldita de FHC” transformou em profético um post que não pretendia ser mais que sarcástico.
Depois de 12 anos, o estoque de vigarices e tapeações chegou ao fim. Como sabem até os índios das tribos isoladas, os bebês de colo e os napoleões-de-hospício, o maior esquema corrupto de todos os tempos é uma realização instransferível de Lula e Dilma. Da produção à distribuição, do roteiro à escalação do elenco, da direção à maquiagem, da tabela de comissões e propinas ao recrutamento dos figurantes, tudo no Petrolão tem as digitais do PT e seus comparsas.
O mais ruinoso faroeste brasileiro será também um dos mais reveladores documentários sobre estes tempos estranhos. A devassa do Petrolão vai escancarando inexoravelmente os métodos de dominação aperfeiçoados pelo grande clube dos cafajestes que controla o país desde janeiro de 2003. Poucos são tão repulsivos quanto o que fez da corrupção institucionalizada um instrumento de eternização no poder federal.
A ilusionista de circo mambembe colidiu com as verdades expostas no site de VEJA, começando pelas vigorosas réplicas de FHC e do senador Aécio Neves. Dilma jamais perde a oportunidade de desferir pancadas na própria testa, mas desta vez os estragos passaram da conta. Ao amparar-se no depoimento de Pedro Barusco para atirar em alvos irreais, por exemplo, a bucaneira sem chumbo nem mira chancelou todas as revelações feitas pelo ex-gerente executivo da Petrobras. Tiro no pé é isso aí.
Entre outras safadezas colossais, Barusco confessou ter abastecido os cofres do PT com 200 milhões de dólares desviados da estatal. Em cumplicidade com o diretor Renato Duque, afilhado de José Dirceu, e o tesoureiro do PT, João Vaccari, montou a ramificação criminosa que envolveu bandidos companheiros, gatunos da base alugada e larápios disfarçados de executivos ou empresários. Casos de corrupção existiram em todos os governos, e nenhum tipo de crime pode ficar impune.
Que Barusco e todos os outros corruptos sejam castigados tanto por ações individuais quanto pelos serviços de altíssimo calibre encomendados pelos donos do Brasil e consumados pela quadrilha especializada em negociatas bilionárias. Foi o que ocorreu em Pasadena quando Dilma fazia e desfazia na Petrobras. Foi o que ocorreu na refinaria Abreu e Lima, nascida e criada na cabeça de Lula. Fora o resto.
Tudo somado, o palavrório de Dilma serviu para atestar que os chefões do partido que virou bando se enfurnaram no que é mais que um beco sem saída. É a trilha que desemboca no penhasco.

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NO BLOG DO NOBLAT
Dilma reaparece zombando da inteligência alheia
21/02/2015 - 03h00
Ricardo Noblat
De que adiantou a presidente Dilma ter ficado quase dois meses sem responder a perguntas de jornalistas para ao fim e ao cabo romper seu silêncio dizendo um monte de sandices? Perdeu uma oportunidade de ouro de permanecer calada.
A maioria dos brasileiros não a perdoa por ela ter mentido tanto durante a campanha que a reelegeu. Tudo o que ela disser daqui para frente será recebido com desconfiança. Pois bem: assim que pôde, Dilma voltou a zombar da inteligência alheia.
O que resta demonstrado depois de tantos meses de investigação sobre a roubalheira na Petrobras? Que diretores e gerentes, alguns nomeados ainda por Lula, montaram uma formidável máquina de arrancar dinheiro de empreiteiras para financiar partidos.
Quando tudo isso começou? No primeiro governo Lula. Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, confessou ter sido subornado por uma empresa holandesa ainda no período de Fernando Henrique Cardoso na presidência. Mas esse foi um fato isolado como ele mesmo reconheceu.
A corrupção organizada e envolvendo funcionários e empreiteiras a serviço da Petrobras só deu sinal de vida na Era PT. Daí... Daí como é possível que Dilma cometa o descaramento de atropelar a verdade para tentar repartir a culpa do PT com o PSDB de FHC?
Isso só tem um nome: desonestidade intelectual.
Como na campanha, Dilma imagina sair no lucro repetindo mentiras até que elas acabem aceitas como verdades. Não é por que o truque deu certo antes que dará certo outra vez.

Pedagogia da catástrofe
Aparentemente estamos em um tempo em que argumentos não têm papel pedagógico; só as catástrofes convencem. O mundo parece ter apenas duas cores e estar parado no tempo
Por Cristovam Buarque, professor emérito da UnB e senador pelo PDT-DF
21/02/2015 - 09h06
Chama-se “pedagogia da catástrofe” o conjunto de lições tiradas de tragédias geralmente anunciadas e desprezadas. A população de São Paulo está passando por um aprendizado desse tipo.
Depois de anos desperdiçando água e sujando rios, investindo em asfalto e estádios, em vez de reservatórios, sem incluir nas escolas o respeito à água e demais preocupações ambientais, a população começou a conservar água.
A pedagogia da catástrofe funcionou para o povo, mas os governos, aparentemente, não aprenderam e continuam resistindo a fazer as necessárias políticas de investimento e de educação, e a população segue de olhos fechados para outros problemas.
Estamos esperando a destruição da Petrobras para só então aprendermos o risco do aparelhamento do Estado e da corrupção ligada ao financiamento de campanha por empreiteiras.
Por anos, o governo federal caminhou a passos firmes na direção da atual crise fiscal e a estagnação econômica.
Muitos alertamos para os riscos da baixa poupança, do excesso de gastos, da preferência pelo consumo, da falta de base educacional, mas o governo preferiu caminhar até o ponto da pedagogia da catástrofe.
Para conseguir a reeleição, o governo federal prometeu o que não ia cumprir, sem considerar as consequências da desconfiança criada pelo divórcio entre o discurso do marqueteiro na campanha e a fala dos ministros depois da posse.
Tudo indica que precisaremos da catástrofe de um engarrafamento absoluto para percebermos o erro da opção da indústria e do transporte com base no automóvel privado; e de uma guerra civil em todas as ruas das cidades para admitirmos a violência que criamos com um modelo de desenvolvimento centrado no crescimento econômico, concentrando a renda, relegando a busca de educação da cidadania e a construção de harmonia social.
A crise ecológica talvez só seja enfrentada quando o aquecimento global já tiver provocado todos os desastres planetários que se avizinham, mas que população e líderes se negam a ver.
Aparentemente estamos em um tempo em que argumentos não têm papel pedagógico; só as catástrofes convencem. O mundo parece ter apenas duas cores e estar parado no tempo; as análises que procuram mostrar as diferentes nuances dos problemas e prever suas consequências são recusadas.
Há uma clara preferência pelas ilusões instantâneas no lugar da realidade em movimento, até que a pedagogia da catástrofe desperte a consciência, corrigindo os erros quando o preço já é muito alto.
É pouco provável que as próximas eleições mostrem que o povo aprendeu com seus erros eleitorais e consequentes opções de desenvolvimento, tanto quanto a população de São Paulo aprendeu com o desprezo pela água. Mesmo assim, é preciso insistir nos alertas, ainda que não sejam ouvidos, porque não tentar convencer seria uma catástrofe pessoal.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
21/02/2015 às 7:14
Representantes da oposição chegaram a falar na possibilidade de convocar Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff para a nova CPI da Petrobras, da Câmara, que vai ser instalada na quinta-feira. Depois, houve um recuo. Vamos ver. A governanta não pode ser convocada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito nem como investigada nem como testemunha. O mesmo vale para os ministros do Supremo. A consciência jurídica considera que isso feriria o Artigo 2º da Constituição, que estabelece: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Se uma CPI pudesse convocar o chefe do Executivo, a independência seria arranhada. Dado, no entanto, que o texto constitucional afirma que os Poderes são harmônicos, talvez ela pudesse se oferecer para falar, não é? E Lula?
Ah, Lula pode, sim. É apenas um ex-presidente, e não há princípio que o proteja de prestar contas se convocado for. E acho que tem de ser, ainda que eu atente para os riscos. Quais? Lula é um orador poderoso. Não que tenha sido dotado pela natureza da fluência de um Cícero ou que se iguale na retórica a Marco Antônio — o de Shakespeare… Não! Sua força não está propriamente nele, mas no imaginário que despertou, ainda hoje alimentado por mistificadores. Numa CPI, não tenham dúvida, dispararia impropérios os mais variados. Transformaria aquela cadeira num palanque, rendendo quilômetros de títulos. Assim, admito o risco de o tiro da oposição sair pela culatra, mormente porque muitos parlamentares, como diz a molecada, “pagaria pau” para o Babalorixá de Banânia.
Mas eu não gosto nada, nada dessa democracia a meio pau que muitos pretendem instaurar no Brasil. “Ah, não! Lula na CPI, não! Seria demais!” Ora, “demais” por quê? Ele não está acima da lei. E os parlamentares da oposição que se preparem para enfrentar a sua metralhadora de insultos à inteligência e de demonização do passado. Assim, defendo que seja convocado porque se trata de uma prerrogativa de que dispõem os parlamentares. Numa democracia, nos limites do que faculta a lei, todos os assuntos podem e devem ser debatidos.
Digamos, no entanto, que se considere não ser o caso de convocar o Don Govanni de Garanhuns e São Bernardo. Bem, nesse caso, é inescapável chamar Paulo Okamotto, seu Leporello. Afinal, esse rapaz está sempre em todas. Admitiu, por exemplo, que andou conversando com empreiteiras. Há muito tempo, ele serve para, como posso dizer?, distrair a atenção daqueles que são enredados pelas espertezas de seu chefe e, consta, sócio. Para lembrar: segundo afirmou Marcos Valério em depoimento ao Ministério Público, ele foi ameaçado de morte por Okamotto caso falasse demais. O pajem de Don Giovanni nega, é claro.
Defendo Lula na CPI como parte de uma operação simbólica para devolver este senhor à terra, eliminando aquela espécie de campo de força que o protege de dar explicações a quem quer que seja. Ele certamente tentaria fazer uma pantomima. Mas chegou a hora de enfrentar o mito dos pés de barro.
Por Reinaldo Azevedo

21/02/2015 às 5:58
Eu poderia começar este post afirmando que a presidente Dilma Rousseff deveria, ao menos, ter senso de ridículo. Mas seria uma contradição nos próprios termos. Se tivesse, não estaria onde está, fazendo o governo que faz. Depois da cerimônia em que recebeu os novos embaixadores — inclusive María Lourdes Urbaneja Durant, representante da Venezuela —, a governanta concedeu aquela entrevista desastrada. E comentou a crise no país vizinho.
Afirmou não se sentir nem um pouco constrangida com a presença de María Lourdes, um dia depois de o tirano Nicolás Maduro ter mandado prender Antonio Ledezma, prefeito da grande Caracas. Refletiu, então: “Eu não posso receber um embaixador baseada em questões internas do país. Eu recebo os embaixadores baseada nas relações que eles estabelecem com o Brasil”.
É mesmo?
Em 2012, o Senado paraguaio depôs, de acordo com as leis do país, Fernando Lugo, aquele misto de esquerdista e reprodutor de batina. A deposição foi absolutamente legal, amparada na Constituição. Dilma não reconheceu o novo governo. Em companhia de Cristina Kirchner e José Mujica, suspendeu o Paraguai do Mercosul, abrigando em seguida justamente a… Venezuela, que já era uma ditadura. Desrespeitou o protocolo do bloco quando puniu um país e beneficiou o outro.
Em 2009, também de acordo com a Constituição do país, Manuel Zelaya, o psicopata que governava Honduras, foi deposto. Lula e Hugo Chávez tentaram derrubar o governo interino, incitando a guerra civil. Mais: Zelaya se refugiou na embaixada brasileira em Tegucigalpa e, de lá, tentou comandar a reação.
Vale dizer: os petistas se metem, sim, na realidade interna dos demais países da América Latina, desde que seja para proteger seus aliados ideológicos. Pode cometer indignidades as mais variadas. Em 2008, forças colombianas atacaram um acampamento dos terroristas das Farc que ficava em território equatoriano. O governo Lula não deu um pio sobre o absurdo de o Equador abrigar terroristas. Preferiu censurar a Colômbia e tentou arrancar na OEA uma censura ao país.
Em 2009, o Exército colombiano apreendeu com as Farc armamento pesado oriundo da… Venezuela. Celso Amorim, então ministro das Relações Exteriores, teve a indignidade de dizer que não havia provas a respeito. Uma semana depois, o próprio Chávez admitiu que era verdade. Afirmou que os equipamentos tinham sido roubados, o que era, obviamente, mentira.
E Dilma vem agora dizer que seu governo não se mete na realidade interna de outros países. Na noite desta sexta (20), o Itamaraty soltou uma nota pusilânime. Leiam. Volto em seguida.
O Governo brasileiro acompanha com grande preocupação a evolução da situação na Venezuela e insta todos os atores envolvidos a trabalhar pela paz e pela manutenção da democracia. O Brasil reitera seu compromisso em contribuir, sempre que solicitado, para a retomada do diálogo político amplo e construtivo na Venezuela e, nesse sentido, saúda o anúncio do Secretário-Geral da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) sobre a preparação de visita à Venezuela da Comissão de Chanceleres da UNASUL formada pelos Ministros de Relações Exteriores de Brasil, Colômbia e Equador.
É infame! Nem mesmo faz referência à prisão arbitrária de Ledezma. Eis Dilma Rousseff! Não é que esta senhora não goste de ditadura. Ela só é contra ditaduras em mãos que considera erradas.
Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 21/02/2015 04:24
Impopular e politicamente desarticulada, Dilma Rousseff faz lembrar o rei shakespeariano Ricardo III. Trata-se daquele soberano que, vendo-se a pé e cercado por inimigos, gritou: “Meu reino por um cavalo!” Sitiada no Congresso, Dilma II ajusta o apelo às suas necessidades: “Qualquer coisa por um reino!” E descobre o quanto um PMDB contrariado pode ser cruel.
“O Congresso tem a obrigação de derrubar o veto de Dilma à correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda”, afirmou o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Outro deputado, Danilo Forte (PMDB-CE), indagou: “Por que os trabalhadores têm que pagar novamente a conta do ajuste fiscal? Atualizar a tabela do Imposto de Renda sem repor a inflação significa tirar dinheiro do bolso de quem vive de salário. Não podemos concordar.”
Nesta sexta-feira (20), Dilma reafirmou que proporá ao Congresso um reajuste da tabela do IR abaixo da inflação: apenas 4,5%, contra uma taxa inflacionária de 6,41% em 2014. Conforme já noticiado aqui, o Congresso ameaça derrubar o veto de Dilma ao reajuste de 6,5% que deputados e senadores haviam aprovado em dezembro. “Não cabe no Orçamento”, vociferou Dilma.
“Não foi o Congresso que colocou o país na crise, foi o governo”, dá de ombros Lúcio Vieira Lima. “Não adianta dizer que a crise é mundial. O governo tinha de fazer a parte dele. Deveria ter reduzido o seu déficit, por exemplo. Não pode agora jogar a conta toda no colo da sociedade. Não com a nossa ajuda. O PMDB tem de capitanear a derrubada desse veto.”
Danilo Forte endossa o companheiro de legenda: “Enquanto o governo não der o exemplo, não tem moral para exigir sacrifícios à sociedade. Dilma precisa extinguir uns dez ministérios e acabar com pelo menos 5 mil cargos comissionados. Com isso, ela recuperaria a credibilidade. Dizem que ela quer voltar para as ruas. Antes, precisa mostrar o que pretende fazer. Do contrário, será vaiada.”
Lúcio e Danilo integram a ala do PMDB que se autoproclama independente. Cavalgando esse núcleo, Eduardo Cunha alistou a infantaria parlamentar que o conduziu à presidência da Câmara. Em reunião marcada para a manhã de terça-feira (24), a bancada de deputado do PMDB decidirá até que ponto deseja exercitar sua independência em relação ao governo.
Na noite da véspera, o vice-presidente Michel Temer, oferecerá um jantar para o ministro Joaquim Levy (Fazenda). Fará isso por iniciativa própria, não como parte da estratégia política do Planalto. Sob bombardeio do petismo, o ex-diretor do Bradesco e ex-eleitor do tucano Aécio Neves dividirá a mesa com o anfitrião e outras quatro lideranças do PMDB: os presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros (AL) e Eduardo Cunha (RJ); e os líderes nas duas Casas, senador Eunício Oliveira (CE) e deputado Leonardo Picciani (RJ).
Espera-se que Levy ofereça argumentos capazes de convencer a cúpula do PMDB da inevitabilidade da aprovação de duas medidas provisórias que as centrais sindicais consideram tóxicas: a 664 e a 665. Juntas, dificultam o acesso dos trabalhadores ao seguro desemprego, ao abono salarial, à pensão por morte e ao auxílio doença. Estima-se que resultarão numa economia de R$ 18 bilhões. Quanto ao reajuste da tabela do Imposto de Renda, os dirigentes do PMDB receiam que talvez seja tarde para reverter a aversão aos 4,5% propostos por Dilma. Na hipótese de prevalecer a taxa de 6,5%, o custo será de R$ 7 bilhões.
Lúcio Vieira Lima esgrime um motivo adicional para derrubar o veto de Dilma. Recorda que o PMDB e outros partidos governistas foram tachados de chantagistas quando votaram favoravelmente à emenda que reajustava a tabela do IR em 6,5% —uma proposta de autoria do líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE).
“Dizia-se na imprensa que só ajudamos a aprovar para pressionar por cargos na reforma ministerial e no segundo escalão. Se não derrubarmos o veto, restituindo os 6,5%, vamos validar esse raciocínio. O Congresso acaba passando a impressão de que fez uma chantagem.”
De resto, Lúcio declarou que é hora de o PMDB olhar para as ruas, não para os palácios. “Percebo que há no partido uma consciência maior sobre a necessidade de modificar o modo de fazer política. O papel que a Opinião Pública exerce sobre os mandatos dos parlamentares é cada vez maior. Não dá para ficar dando de ombros para a população”, disse Lúcio.
“Hoje, o sentimento que a gente recolhe nas ruas é de insatisfação com o governo e do PT'', acrescenta Danilo Forte. “O grande capital do PMDB pode ser sua independência. O partido está inclusive celebrando essa linha no programa que irá exibir em rede nacional na quinta-feira da semana que vem. Em inserções de apresentação, o Michel Temer afirma que, sempre que tiver de optar, o PMDB sempre vai ficar do lado do Brasil. Mais claro do que isso é impossível.”

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Sábado, fevereiro 21, 2015
UM APERITIVO DA REPORTAGEM-BOMBA DA REVISTA VEJA:
Ricardo Pessoa, presidente da UTC, preso na PF em Curitiba, quer fazer delação premiada e contar tudo. As manobras para convencê-lo do contrário seguem o padrão do ciclo petista no poder: o ministro da Justiça, homem de proa do Foro de São Paulo, vira advogado de defesa do governo e tenta evitar que os escândalos atinjam o Planalto.
Muito se discute sobre as motivações que um empreiteiro há três meses preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba teria para contar o que sabe — não por ter ouvido falar, mas por ter participado dos eventos que está pronto a levar ao conhecimento da Justiça. O engenheiro baiano Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, tem várias. A primeira, evidente, é não ser sentenciado pela acusação de montar um cartel de empreiteiras destinado a fraudar licitações na Petrobras, quando a festa pagã de que ele tomou parte na estatal foi organizada pelo PT, o partido do governo. A segunda, também óbvia, é atrair para o seu martírio o maior grupo de notáveis da política que ele sabe ter se beneficiado das propinas na Petrobras e, assim, juntos, ficarem maiores do que o abismo — salvando-se todos. A terceira, mais subjetiva, é, atormentado pela ideia de que tudo o que ele sabe venha a ficar escondido, deixar registrado para a posteridade o funcionamento do esquema de corrupção na Petrobras feito com fins eleitorais. Antes dono de um porte imponente e até ameaçador, Pessoa está magro e abatido. As acusações de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa que pesam sobre ele poderiam ser atenuadas caso pudesse contar, em delação premiada, quem na hierarquia política do país foi ora sócio, ora mentor dos avanços sobre os cofres da Petrobras.
“Vou pegar de noventa a 180 anos de prisão”, vem dizendo Ricardo Pessoa a quem consegue visitá-lo na carceragem. Foi com esse espírito que fez chegar a VEJA um resumo do que está pronto a revelar à Justiça caso seu pedido de delação premiada seja aceito. A negociação com os procuradores federais sobre isso não caminha. Pessoa reclama que os procuradores querem que ele fale de corrupção em outras estatais cuja realidade ele diz desconhecer por não ter negócios com elas. Já os procuradores desconfiam que Pessoa está sonegando informações úteis para a investigação. O impasse só favorece o governo, pois o que Pessoa tem a dizer coloca o Palácio do Planalto de pé na areia do mar de escândalos. Do site de Veja
LEIA TAMBÉM AQUI NO BLOG: 


Ativistas liderados por Dalmo Acorsini preparam recinto onde ocorrerá o Conclave de Lisboa neste sábado (21).
Um movimento internacional denunciará o ataque que o Brasil e demais países latino-americanos vêm sofrendo pelo movimento comunista, dito bolivariano, conduzido pelo Foro de São Paulo, organização esquerdista fundada em 1990 por Lula e Fidel Castro na capital paulista.
Trata-se de uma iniciativa pessoal de um brasileiro, Dalmo Acorsini, que há uns 20 anos vive nos Estados Unidos, na Florida e que imediatamente passou a ganhar apoio não apenas no Brasil, mais em outros países, como em Portugal, onde neste sábado, dia 21 de fevereiro, acontecerá o Conclave de Lisboa. Dalmo Acorsini e aproximadamente mais 200 pessoas estarão protestando às 15 horas (hora local) em frente ao Consulado do Brasil na capital portuguesa. Haverá também uma conferência de imprensa quando o movimento liderado por Acorsini apresentará documentos "comprovado a fraude e corrupção" eleitoral ocorridas em eleições no Brasil e demais países latino-americanos, onde os processos eleitorais eletrônicos foram realizados pela empresa venezuelana Smartmatic, que já tem um histórico de denúncias nos Estados Unidos.
Acorsini anunciará também a confirmação de mais dois conclaves, um Washington e outro em São Francisco, nos Estados Unidos. Em Washington o conclave será realizado no prestigiado Clube Nacional de Imprensa americano. Uma página do movimento foi criada no site de arrecadação de donativos FundRazr, para custear as despesas desses eventos. Até agora os organizadores já conseguiram arrecadar mais de US$ 9 mil dólares. A meta, segundo Acorsini, é totalizar US$ 15 mil dólares, para pagar as despesas em Washington e ainda custear passagens de conferencistas.
O assunto já ganhou destaque nos veículos de mídia portugueses. Segue matéria veiculada pelo site português TVI24 sobre o evento deste sábado:
Um grupo de brasileiros está convocando através do Facebook uma manifestação contra a corrupção e a fraude eleitoral no Brasil, em frente ao consulado-geral brasileiro, em Lisboa, neste sábado, 21 de fevereiro, revelou esta quinta-feira um dos organizadores do evento.
«Esta manifestação é para protestar contra a corrupção no Brasil e a fraude nas urnas eletrónicas das últimas eleições (ocorridas em outubro e novembro de 2014), em especial contra a empresa SmartMatic, que pertence a um grupo venezuelano, e é a responsável pela apuração dos votos eletrónicos no Brasil», disse à Lusa Leonardo Oliveira, um dos responsáveis pela manifestação em Lisboa.
Segundo Leonardo Oliveira, um dos outros organizadores do evento é um brasileiro que mora nos Estados Unidos, Dalmo Accorsini, que virá à Lisboa e «trará documentação comprovando as fraudes e a corrupção existentes no Brasil».
De acordo com o organizador, durante uma conferência de imprensa no sábado, antes da manifestação, será apresentada esta documentação aos meios de comunicação social.
«Falaremos também das ligações do Banco Espírito Santo (BES) ao escândalo do ‘mensalão’ (compra de votos no Congresso Nacional pelo Partido dos Trabalhadores/PT, no poder) e ‘petrolão’ (escândalo de corrupção na Petrobras) e, ainda, mostraremos as conexões do ex-Presidente Lula da Silva com o antigo primeiro-ministro José Sócrates», afirmou.
Os organizadores esperam «pelo menos 200 pessoas» na manifestação de sábado.
De acordo com Leonardo Oliveira, a manifestação não tem vínculos políticos e é suportada por simpatizantes e amigos do Facebook, através do «Conclave pela Democracia do Brasil em Lisboa», que é uma das páginas da rede social que está a convocar os brasileiros para o evento.
O brasileiro disse que manifestações idênticas serão realizadas nas cidades norte-americanas de Washington, a 21 de março. Do site português TVI


NO O ANTAGONISTA
Impeachment? É pouco
Brasil 21.02.2015
O impeachment de Dilma Rousseff.
Na campanha de 2014, a UTC deu mais de 30 milhões de reais ao PT.
O partido alega que esse dinheiro entrou legalmente em seu caixa, mas Ricardo Pessoa pode demonstrar que ele saiu ilegalmente da Petrobras, através de contratos superfaturados.
Mais do que isso: ele pode testemunhar que o partido conhecia a origem do dinheiro.
E ainda mais: ele pode contar que o esquema de propinas da Petrobras foi montado pelo partido com a finalidade declarada de financiar suas campanhas.
Três semanas atrás, a Veja informou que, antes do segundo turno da campanha presidencial, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, avisou Ricardo Pessoa que o tesoureiro de Dilma Rousseff, Edinho Silva, o procuraria para pedir dinheiro. Agora a Veja acrescenta que a conversa entre o dono da UTC e Luciano Coutinho teve duas testemunhas.
Ricardo Pessoa, como se sabe, disse que Edinho Silva de fato o procurou. E que ele deu mais R$ 3,5 milhões de reais à campanha presidencial. Impeachment? É pouco.
Dilma inaugura P-59: aqui o PT embolsou R$ 7 bilhões da UTC, segundo Pedro Barusco

Um milhão de pessoas pelo impeachment?
Brasil 21.02.2015
O movimento pelo impeachment pode reunir mais de um milhão de pessoas. É o que diz Felipe Patury, na Época:
"A consultoria Bites encontrou no Facebook 37 manifestações pela interrupção do mandato de Dilma, todas marcadas para o fatídico 15 de março. Mais de 1 milhão de pessoas confirmaram presença. A Bites checou seus perfis para evitar dupla contagem".
O Antagonista apoia o movimento e tentará contribuir para seu sucesso.
Um milhão - toc, toc, toc - de pessoas

O esquema de Lula, Delúbio, Dirceu, Wagner e Gabrielli
Brasil 21.02.2015
O que Ricardo Pessoa, de acordo com a Veja, pode denunciar à Lava Jato?
Primeiro: o esquema de propinas da Petrobras foi montado em 2003, assim que Lula - amigo do empreiteiro - tomou posse.
Segundo: seu operador era Delúbio Soares.
Terceiro: a UTC deu 2,3 milhões de reais a José Dirceu apenas porque o PT mandou.
Quarto: as campanhas de Jaques Wagner na Bahia, em 2006 e 2010, assim como a campanha de Rui Costa, em 2014, foram financiadas com dinheiro desviado da Petrobras.
Quinto: o presidente petista da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, sempre soube de tudo.
Se Ricardo Pessoa denunciar esses crimes à Lava Jato e se os investigadores conseguirem demonstrá-los, o PT deve ser extinto e seus mandantes têm de ser presos. Mais do que um esquema de propinas envolvendo uma estatal, aqui se trata de uma verdadeira máfia, que infiltra seus homens na máquina pública para saqueá-la.
Lula (e Gabrielli) inauguram Cenpes: o PT embolsou R$ 1,7 milhões da UTC, pela planilha de Pedro Barusco

A Indonésia fez a coisa certa
Brasil 20.02.2015
A nota do governo da Indonésia dá a medida de como, sob a ameba, o Brasil diminuiu ainda mais a sua estatura de anão diplomático. Eis trechos da nota:
"A maneira com que o ministro das Relações Exteriores do Brasil subitamente informou ao embaixador designado sobre o adiamento da entrega de suas credenciais, quando o embaixador já estava no palácio presidencial, é inaceitável para o governo da Indonésia."
O governo da Indonésia também diz que, além de ser um estado soberano, o país conta com um "sistema judiciário independente e imparcial" e que "nenhum país estrangeiro pode interferir na aplicação das suas leis dentro da sua jurisdição, incluindo a aplicação das leis que tratam do tráfico de drogas".
O mais patético é que, ao invés de sentir vergonha com a situação criada por ela, a ameba sente muito orgulho de si própria.
Eu diminuí ainda mais por causa de uma amebíase

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