UMAS E OUTRAS DO HÉLIO FERNANDES

Tribuna da Imprensa - 2.9.14 
HELIO FERNANDES -
Já mostrei aqui num artigo de grande repercussão que bateu todos os recordes de leitura nos blogues independentes, (os que não são "hospedados" por jornais ou revistas) que nos 125 anos de República, praticamente não houve eleição.
E quando houve, não terminou pelos mais diversos motivos. Incluindo a morte, acidental ou trágica, em pleno mandato. Para constatar, revelar e consolidar a afirmação, basta à constatação facílima: nesses 125 anos ditos republicanos existem quase tantos presidentes que não terminaram os mandatos, quantos vices que assumiram.
Dessas substituições dos presidentes pelos vices, por causa de morte, duas tiveram repercussão na hora e na História. A primeira, acidental, de Afonso Pena, em 1909. Assumiu por 17 meses o vice Nilo Peçanha, inimigo inconciliável de Rui Barbosa.
Candidato a presidente em 1910, Rui Barbosa teve que enfrentar três grandes adversários, que identificou na campanha: a Igreja, o Exercito e o Partido Republicano (único) manobrado por Nilo Peçanha. Que conseguiu eleger seu Ministro da Guerra, sobrinho do Marechal Hermes da Fonseca. 
O suicídio genial de Vargas 
Depois de 15 anos ditatoriais, derrubado, Vargas foi para Itu, ficou cinco anos com o país "dilmizado" (já naquela época) pelo marechal Dutra, que manteve seu "Estado Novo", voltou ao poder. Depois de três anos de incompetência total, preferiu "deixar a vida para entrar na historia".
Como está na carta escrita pelo jornalista Maciel Filho, notável construtor de textos para outros. Vargas não saberia escrever uma carta extraordinária como aquela, mesmo para se despedir. Vargas entrou para a academia com 50 volumes de discursos não escritos por ele.
Por causa disso, Sergio Buarque de Holanda, Érico Veríssimo, Carlos Drummond de Andrade e Gilberto Freire, assumiram compromisso publico: "Jamais entraremos para a Academia". (E cumpriram apesar dos insistentes convites). 
A morte de Eduardo Campos 
Única morte em plena campanha presidencial provocou emoção, sofrimento e terrível, completa e total reviravolta. Não era considerado nas pesquisas expectativas e estimativas não chegavam ou passava dos dez por cento. Desaparecido e substituído pela candidata mais do que natural pela vice, que ele mesmo escolhera e mantinha contra todas as pressões de dentro do próprio partido.
Morto Campos numa quarta-feira, na sexta, em cima dos fatos, analisei como ficaria a disputa presidencial. Nessa mesma sexta, o Datafolha revelou que na segunda, publicaria pesquisa, já com o nome de Dona Marina. Mesmo sem ela estar oficializada pelo PSB. O próprio partido e outros, trabalhavam para que Dona Marina não fosse indicada para substituir o candidato morto pela tragédia. 
Como analista este repórter não precisava esperar que Dona Marina vencesse as resistências internas, já que os que se opunham á sua candidatura tentavam destruí-la mas não substituí-la. Já o Datafolha publicou a pesquisa na segunda-feira, exatamente como anunciara. Foi uma audácia completa. Felizmente as conclusões deste repórter e do Instituto coincidiram. 
Concluímos que Dona Marina já apareceria na frente, superando Dona Dilma e Aécio. Continuei interpretando os fatos, só que afirmei taxativamente: "Os votos de Dona Marina, no momento podem ser atribuídos á emoção. Mas não por este repórter, que na longa (longuíssima) vivência nas redações, aprendi que os fatos podem explodir em violenta emoção, mas essa emoção não dura para sempre".
Com o fator favorável de poder fazer simulação, o Datafolha colocou Dona Dilma perante Aécio e diante de Dona Marina. O candidato do PSDB ganhava facilmente; para Dona Marina perdia também com facilidade pelo menos a candidata do PSB com dez pontos á frente. 
O retrocesso de Dona Dilma 
A emoção ajudou a desalojar a presidente de uma situação que parecia altamente consolidada. Ela mesma se julgava vencedora, e nem admitia que falassem em segundo turno. E como ainda não acontecera a tragédia do avião de Campos, as previsões de Dona Dilma tinham nome e sobrenome: Aécio Neves.
O candidato do PSB não participava de suas previsões ou preocupações. E a catástrofe do seu desgoverno ainda não passara dos subterrâneos do Planalto, nem chegara ao Alvorada. De onde Dona Dilma tentaria mostrar, discordando de Aristóteles, que "governar é saber fazer omelete".
PS1- Agora cresce ininterruptamente a face negativa da "administração da gerentona". Enquanto Dona Dilma considerava que só existiam dois candidatos se refugiava nas quinquilharias.
PS2- Mas agora Dona Marina é candidata para valer, tira votos de Dona Dilma e retira também Aécio da disputa.
PS3- Então, o objetivo geral é destruir e desconstruir Dona Marina, mesmo que ainda não tenham "descoberto ou inventado" nada de importante ou conclusivo. 
PS4- Perdão, fizeram a grande conclusão: "Nos últimos três anos, Dona Marina vivia e viveu de fazer conferências". Notável.
PS5- E agora, "engrossou" o grupo "investigativo" que pretende acabar com a candidatura Marina. No momento ela se fortalece cada vez mais. O que não significa que esteja com o passaporte "visado” para quatro anos de permanência no Planalto e no Alvorada.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 26/02/2024 - SEGUNDA-FEIRA