DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 13-8-2014

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Informações de que os onze presos na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, estão “estressados” preocuparam políticos e empresários vinculados ao esquema de corrupção pilotado pelo doleiro Alberto Youssef. Na cadeia há 150 dias (completados nesta quarta), os presos estariam “no limite emocional”, por isso os cúmplices temem acordos de delação para redução de pena ou para responder em liberdade.
Cúmplices influentes no caso Lava Jato oferecem assistência aos familiares dos presos para mantê-los calmos e garantir a “blindagem”.
Dos presos, o impaciente ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa é de longe a língua mais temida pelos donos de grandes empreiteiras.
Além de Youssef, os doleiros Nelma Kodama e Carlos Habib Chater estão presos há quase 5 meses. Outro, Raul Henrique Srour, foi solto.
Seguem presos Carlos Alberto Costa, Iara Galdino, André Catão, André Santos, João Procópio Almeida Prado, Ediel Viana e Renê Pereira.
Mulher do ex-governador Paulo Hartung (PMDB-ES), Cristina Maria Soares Gomes, gastou sem piedade na última gestão do marido, de 2007 a 2010: foram R$ 83,7 mil em viagens no Brasil e no exterior. Os maiores gastos da ex-primeira-dama foram com passagens para Paris, Xangai, Cingapura, Beijing, Frankfurt, Berlim, Cologne, Houston e Nova York, que custaram R$ 47,7 mil ao bolso do contribuinte.
O tour da ex-primeira-dama capixaba foi realizado entre 15 e 26 de maio de 2008, 22 a 31 de agosto de 2008 e em fevereiro de 2010.
HOTÉIS DE LUXO
Só em diárias, de 2007 a 2010, Cristina Gomes gastou o total de R$ 9,6 mil. Pagou diária em hotel de luxo, no Rio, no valor de R$ 812,26.
Citado pela ex-contadora do doleiro Youssef, João Abreu não foi só chefe da Casa Civil do governo de Roseana Sarney, no Maranhão. É sócio do marido dela, Jorge Murad, no Jacaraty Shopping. Outro citado, João Bringel, secretário de Planejamento, era homem forte do governo.
Dona do helicóptero usado pelo deputado Luiz Argôlo (SDD-BA), sócio do doleiro Alberto Youssef, a empresa Multimedica doou R$ 50 mil à campanha de Ademar Delgado (PT) a prefeito de Camaçari, em 2012.
O ex-diretor Nestor Cerveró, que depõe na CPMI da Petrobras nesta quarta, foi o autor do “resumo-executivo” ao conselho de administração da estatal, conforme revelou Dilma, omitindo cláusulas que fizeram o Brasil pagar US$ 1,3 bilhão pela refinaria que valia US$ 42,5 milhões.
Integrantes da CPMI da Petrobras chamam Meire Poza – ex-contadora de Alberto Youssef – de “lavadeira em pessoa”. Ela era responsável por emitir notas fiscais para o doleiro e revelou detalhes do esquema.
O governador Cid Gomes (Pros) anunciou racionamento de água em várias cidades do Ceará. Com problemas de seca, ele também decidiu remunerar agricultores que não cultivem a terra para poupar água.

NO BLOG DO NOBLAT
Carla Jiménez e Pedro Marcondes de Moura, El País
Em um julgamento ontem, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Distrito Federal impugnou a candidatura ao governo de José Roberto Arruda, do Partido da República (PR). A decisão foi tomada com base na lei da Ficha Limpa. Os magistrados decidiram também excluir do pleito eleitoral a deputa federal e candidata à reeleição Jaqueline Roriz, do Partido da Mobilização Nacional (PMN).
Ambos já haviam sido condenados por improbidade administrativa. Segundo a acusação, teriam se beneficiado de um esquema de corrupção para a compra pelo Executivo de apoio parlamentar conhecido como mensalão do DEM, em referência ao partido pelo qual Arruda, então governador do Distrito Federal e considerado o mentor do esquema, era filiado.
 
José Roberto Arruda lidera as pesquisas de intenção de voto para o governo do DF - Foto: Jorge William / O Globo

Robson Bonin, Veja
O Congresso Nacional deverá ter uma quarta-feira agitada. A contadora Meire Bonfim Poza, que trabalhava para o doleiro Alberto Youssef, cabeça de um grupo acusado de lavar 10 bilhões de reais de dinheiro desviado de obras públicas e destinada a enriquecer políticos corruptos – e corromper outros – será ouvida, às 10 horas, no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara.
"Só vou falar sobre o que posso provar. E posso provar muita coisa", afirmou. Meire Poza revelou que parlamentares do PT, PMDB e PP participavam das tramas criminosas. Na sessão desta quarta, comparecerá como testemunha do processo de cassação do mandato do deputado Luiz Argôlo (SDD-BA), convocada pelo relator do caso, Marcos Rogério (PDT-RO).
 
Meire Poza, contadora do doleiro Alberto Youssef - Foto: Jefferson Coppola / Veja

Ramona Ordoñez, O Globo
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que a decisão da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) de descumprir a orientação para elevar a vazão de água na usina do Jaguari vai provocar colapso no abastecimento de água de todas as cidades atendidas pela Bacia do Paraíba do Sul nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, caso a atual situação de seca persista.
Outra grave consequência da decisão da Cesp, segundo avaliação feita pelo ONS, é o esvaziamento dos reservatórios das usinas de Paraibuna, Santa Branca e Funil "antes do final da estação seca, caso não ocorram chuvas significativas na bacia nesse período.
 
Rio Paraíba do Sul é afetado pela seca - Foto: Hellen Souza / O Globo

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
O governo Federal decidiu deflagrar a “Guerra da água contra São Paulo”. Com a ajuda de setores da imprensa, está promovendo uma lambança dos diabos, fazendo baixa exploração política da crise hídrica e mobilizando órgãos federais para fazer política eleitoral. Vamos lá. A crise hídrica que afeta o Estado — pela qual, segundo a presidente Dilma, Alexandre Padilha e Paulo Skaf, o culpado é o governador Geraldo Alckmin — também afeta a produção de energia elétrica. E, nesse caso, todos esses valentes dizem que o culpado é Deus.
Há uma verdadeira torcida, muito mal disfarçada, pelo colapso de abastecimento de água em São Paulo. A ideia é ver se saem votos contra Alckmin das torneiras secas. Mas, até agora, o colapso não veio. E isso está deixando muita gente nervosa. Mas há, sim, o risco de uma outra crise: a de energia elétrica. Dilma está começando a vislumbrar o fantasma do apagão. Entendam: as chuvas que faltam para encher os reservatórios de São Paulo também faltam para as hidrelétricas. E como fica a promessa da governanta? Pois é…
Agora vamos aos fatos… político-hídricos. A água liberada pela usina do Rio Jaguari para o rio Paraíba do Sul sempre foi de 10m³/s. O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) mandou elevar esse volume primeiro para 42m³/s. Depois, baixou para 30m³/s. Seguindo ordens do governo do Estado, a CESP não obedeceu a determinação. E por que não? Há o risco de desabastecer cidades de São Paulo que dependem dessa água.
Mas por que é preciso elevar a vazão? Porque Dilma quer gerar energia elétrica com ela; quer mais água para a Light — sim, leitores, é o medo do apagão; aquele que ela sempre tratou como se fosse coisa de lunáticos ou de sabotadores. Vale dizer: a presidente não quer rolo para o seu lado e resolveu jogar a batata quente no colo alheio. Ocorre que, para crise de abastecimento de energia, existem as termelétricas; para a de abastecimento de água, não.
É incrível a máquina mobilizada para demonizar o Estado de São Paulo. Ela começa ignorando a lei e termina na franca utilização do aparelho de Estado em favor da baixa política. Existe a Lei 9.433, de 1997, que é claríssima, a saber:
Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:
I – a água é um bem de domínio público;
II – a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III – em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais;
Fim de papo. Mas estamos na era dos leitores criativos de leis. Na Folha, o professor da Unicamp Antonio Carlos Zuffo afirma o seguinte. “Isso depende de cada município decretar estado de emergência. Enquanto eles não fazem isso, a situação é tida como normal”. Segundo o raciocínio, parece, não caberia, então, aplicar a lei. Ora, o texto legal está aqui. Procurem aí onde está escrito que a lei só se aplica mediante uma “decretação oficial de escassez” — seja lá o que isso signifique. Tenham paciência! De resto, que os municípios que hoje dependem da água do Jaguari decretem, então, a emergência, ora bolas!
Nos corredores do governo Dilma, fala-se até em uma intervenção do governo federal, já que os rios são propriedades da União. Uau! Convenham: há gente doidinha para botar a mão em São Paulo, não é mesmo? Como é difícil fazê-lo pelo voto, com a concordância do eleitor, quem sabe com tropas… Os petistas, afinal, gostam de mimetizar Getúlio Vargas…
Sim, é preciso parar com a exploração e com a vigarice política em torno dessa questão. Dilma não quer apagão, e Alckmin não quer desabastecimento de água. Como ele não está explorando o risco de parte do país ficar às escuras, ela deveria recomendar a seus companheiros que parem de fazer proselitismo sobre a crise hídrica. Afinal, não fica bem à presidente da República tentar punir São Paulo porque ela está com medo dos efeitos eleitorais de uma possível falta de energia elétrica.
Sem dúvida, os rios são federais. Mas os paulistas pertencem a um dos entes federados, governanta!

Mais uma obra de Franklin Martins está no ar: o site “O Brasil da Mudança”, que pertence ao Instituto Lula. Vai fazer, como já está claro, proselitismo eleitoral. Até porque Franklin é o homem escalado para cuidar da comunicação da campanha de Dilma Rousseff à reeleição. A página foi lançada pelo próprio Lula, em companhia da presidente, nesta terça. Com aquela sua ligeireza de sempre, afirmou o chefão petista que a iniciativa era um “exemplo de competição com setores da imprensa que, quando comunicam, comunicam da forma inversa ao que é a verdade”.
Trata-se de uma vigarice escandalosa, que o Franklin Martins dos tempos da TV Globo não endossaria. Ele só recuperou o seu ódio à imprensa livre, herdado dos tempos do MR-8, depois que foi demitido. Isso é apenas um fato. Lula disse ainda: “Hoje eu fico pensando que eles — referia-se aos veículos de comunicação — me tratavam bem se comparado ao tratamento que eles dão à nossa presidente”.
É bem possível que sim. Vai ver isso acontecia porque, como é sabido, o governo Lula exibia números melhores do que o governo Dilma. Aliás, a verdade é bem outra: parte da imprensa deixou de cumprir a sua função durante a gestão do ex-presidente. Criticou muito pouco as suas escolhas. Algumas dificuldades presentes são heranças de escolhas feitas por Lula. Certos desastres cometidos pela Petrobras, por exemplo, são de inteira responsabilidade do antecessor de Dilma.
Lula chegou a citar um texto do site que acusa, o que é uma mentira descarada, o Jornal Nacional de ser usado como “instrumento de oposição ao governo”. Não adianta… Franklin não vai se recuperar nunca do trauma. A afirmação se sustenta num suposto estudo feito por um instituto de pesquisa da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), o “Manchetômetro”. Segundo essa bobagem, Dilma teve uma hora e 22 minutos de noticiário desfavorável no “Jornal Nacional” e cerca de três minutos de noticiário favorável durante todo o ano de 2014.
É trabalho de canalhas intelectuais infiltrados na universidade, disfarçados de pesquisadores isentos. Se fizerem a medição sobre o noticiário a respeito do governador Geraldo Alckmin, por exemplo, é possível que aconteça o mesmo. Imaginem se o objeto de estudo, então, for Sério Cabral. Nos dois casos, a proporção deve ser até pior. Só haverá um tempo menor de notícia, positiva e negativa, porque os dois têm importância em pedaços do país. Dilma governa o Brasil inteiro.
A governanta ainda pode ser a favorita, mas está em desespero. Daí o factoide do dia. Com o estilo bravateiro de sempre, afirmou o ex-presidente: “Desafio se alguém lembra de uma obra de infraestrutura do governo FHC. Qual era a obra de infraestrutura antes de a gente chegar no governo? A gente tem dificuldade de lembrar”.
É conversa de palanqueiro vulgar. Imaginem como estaria a telefonia brasileira se tivesse triunfado a tese do PT, contra a privatização. De toda sorte, a grande obra de infraestrutura de FHC foi o Plano Real, que Lula sabotou e em cujas águas navegou depois. Outra importante foi o Proer, que também foi fundamental quando estourou a crise das hipotecas nos EUA. Lula até se ofereceu para ensinar a Obama como se fazia… o Proer.
Há dezenas de entrevistas de Lula, basta procurar, em que ele afirma que ele é, em parte, uma criação da imprensa. Antes de chegar ao poder, quando era oposição, os petistas chamavam jornalistas de “companheiros” — e muitos deles eram e são, de fato, “companheiros”. Alguns, notórios críticos do PT no passado, se converteram à causa à custa de muito anúncio da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil, da Petrobras e da administração direta. Os que não são fiéis à causa ou não se venderam passaram a ser considerados “inimigos”. E o partido, como sabem, faz listas negras e pede suas respectivas cabeças — sonham transformar a imprensa num imenso Santander.
Com todo o respeito, isso é conversa de vigaristas intelectuais. O diabo é que tem gente que se deixa patrulhar, sim, e sente aquela comichão incontrolável de dar um “pau nos tucanos” sempre que há uma notícia negativa sobre os petistas para demonstrar que é isento — mereçam os tucanos o pau ou não. Passa a vigorar uma perversa lei de compensação, e seu fundamento passa a ser o seguinte: “Se nem petistas prestam, então ninguém presta”.
Não caio nessa, como sabem. Não deixo o PT ser meu juiz. Até porque, como sabem, no que me diz respeito, eles já fizeram o julgamento sumário e já me condenaram. Que se danem! O novo site de Lula mente quando afirma que a imprensa é antipetista. Querem uma dica? Peguem a totalidade dos colunistas da grande imprensa brasileira, e sou um deles, e vejam quantos rezam segundo o catecismo do PT — ou, mais amplamente, da esquerda — e quantos podem ser considerados liberais, conservadores ou, se quiserem, da direita democrática.
Lula deveria ter a honestidade de declarar que, na sua opinião, crítica boa é crítica nenhuma e que, para ele, exemplo de imprensa independente é aquela que o governo petista pode comprar.
A única coisa chata para essa gente é que a imprensa que se vende não vende e a que vende não se vende.

NO BLOG DO CORONEL
Mentira em dose dupla: Dilma visita ferrovia já inaugurada, mas que não funciona. Só para fazer cenas para TV.
Ferrovia Norte-Sul: a ferrovia da roubalheira e da corrupção, inaugurada três vezes por Lula e Dilma, deveria estar pronta em 2010. O prazo passou para 2015, pelo dobro do preço orçado.

A presidente Dilma Rousseff visitou ontem a Ferrovia Norte-Sul em Anápolis (GO), obra que ela e Lula já inauguraram, mas que até agora não entrou em operação. O trecho em que a presidente visitou teve sua construção iniciada em 2008. Em 2010, o ex-presidente Lula foi duas vezes entregar obras concluídas e neste ano a presidente Dilma já fez o mesmo. 
No entanto, nenhum trem com carga jamais circulou pelo trecho que liga Anápolis a Palmas (TO). Isso porque, depois de pronto, não foi escolhida uma empresa para cuidar da segurança e da manutenção dos trilhos e oferecer trens para o transporte. Sem manutenção e segurança, os trilhos já começam a ser roubados. O mesmo ocorreu em 2011, quando a ferrovia também foi abandonada e sofreu deterioração. 
Dilma minimizou os atrasos que a obra tem enfrentado. De acordo com ela, essa será uma das grandes realizações de projetos de infraestrutura, porque funcionará como uma "espinha de peixe", ligando os principais pontos de produção do país. "Ela será uma das grandes realizações porque funciona como uma espinha de peixe. Irá integrar todo os sistema de transporte brasileiro", afirmou Dilma em uma coletiva. 
Como não há cargueiros funcionando, Dilma embarcou em uma locomotiva com seis comboios, utilizados no transporte de material para a construção da ferrovia. Ela percorreu cerca de 4 km.
Segundo Edson Tavares, diretor do Porto Seco de Anápolis, já há várias empresas interessadas em fazer transporte de carga pela estrada. Segundo ele, a Vale, que opera o trecho entre Palmas (TO) e Itaqui (MA), já pediu para operar o trecho até Anápolis, e o pleito está em análise pelo governo. Segundo ele, esta solução seria a mais rápida para que a linha efetivamente pudesse funcionar. "Alguns cargas teriam um custo de transporte reduzido em 30%", afirmou Tavares. 
Mesmo realizando a vistoria na condição de presidente, ela aproveitou a oportunidade para gravar imagens para o programa eleitoral. Ela destacou a decisão de investir mais em ferrovias para ampliar o sistema de transportes no país: "Saímos do modal somente de rodovias para os diversos modais: ferrovia, hidrovia e todo esse sistema de porto", disse. Mas o plano do governo está atrasado: o programa de concessão à iniciativa privada de 12 mil km de novas estradas de ferro, lançado em 2012, empacou e nenhum trecho foi concedido até hoje. (Folha)

Vaccari, tesoureiro do PT, confirma que "visitava" o doleiro Youssef. Assunto: segundo a PF, dinheirama da Petros.
Ao centro, Vaccari em início de carreira. Todos começaram juntos rindo à toa com as negociatas da Bancoop, que deu calote em milhares de bancários.
Vaccari, hoje. Fugindo de oficiais de Justiça e no topo da pirâmide do esquema financeiro do Partido do Mensalão.

Um mês antes de a Polícia Federal realizar prisões e buscas da Operação Lava Jato, o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, esteve na sede de uma das empresas usadas pelo Alberto Youssef num esquema bilionário de lavagem de dinheiro, segundo as investigações. 
Questionado sobre sua presença na GFD Investimentos, em São Paulo, Vaccari admitiu conhecer Youssef e que foi ao local para encontrá-lo. Disse que foi embora ao saber que o doleiro não estava.
O petista afirmou "não ter relacionamento" com o doleiro, mas não explicou a razão pela qual foi procurá-lo. 
O relatório de investigação da PF reproduz o registro de entrada e saída de Vaccari na sede da GFD na manhã do dia 11 de fevereiro deste ano. A Lava Jato foi deflagrada em 17 de março, quando cinco doleiros foram presos, entre eles Youssef. "Conheço o sr. Alberto Youssef, mas não tenho nenhum relacionamento com ele. Na data citada estive no local, mas fui informado de que ele não se encontrava", disse Vaccari àFolha, que não detalhou o motivo da visita, mesmo após novo questionamento da reportagem. A PF diz que irá apurar o motivo da visita. 
Vaccari passou pelas catracas do prédio como visitante às 10h27 e saiu quatro minutos depois, conforme tabela reproduzida pela PF no inquérito da Lava Jato. Ao deixar registrado seu RG na recepção, informou que visitaria a empresa de Youssef. 
Homem de confiança do ex-presidente Lula e ligado ao ministro Ricardo Berzoini (Relações Institucionais), Vaccari é responsável pelas contas do PT desde 2010. Conhecido por ser discreto, é acusado pelo Ministério Público de participar de desvio de dinheiro na Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), em 2002. O petista diz que é perseguido por promotores. 
Com sede no segundo andar de um prédio no bairro Itaim Bibi, a GFD Investimentos não tinha "atividades comerciais de fato", segundo depoimento da contadora Meire Poza, que prestava serviços à empresa e revelou à PF detalhes do esquema comandado por Youssef. "A GFD recebia recursos de construtoras em contrapartida à emissão de notas fiscais, sem a respectiva prestação de serviços", disse Poza à PF. Ela falará nesta quarta (13) ao Conselho de Ética da Câmara, que apura ligações entre Youssef e o deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA). 
Ela contou que foi para a GFD a convite de Enivaldo Quadrado, que se apresentava como diretor financeiro da empresa. Ele foi condenado no julgamento do mensalão por ter usado sua corretora para abastecer o esquema de compra de apoio parlamentar do primeiro governo Lula. 
Quadrado trabalhava na sede da GFD até a PF desvendar o esquema de Youssef. Em seu relatório, a PF afirma também que Quadrado citou o nome de Vaccari num e-mail de fevereiro de 2012 que tratava do Petros, fundo de previdência da Petrobras. Em razão dessa mensagem, a PF suspeita que o petista possa ter intermediado negócios entre o Petros e empresas de Youssef, como mostrou a Folha na última terça. Nesta terça (12), Vaccari reafirmou que não conhece e nunca esteve com Quadrado. "Também não fiz qualquer tipo de intermediação entre a GFD e o Fundo Petros", disse por meio da assessoria do PT. (Folha)

NO BLOG ALERTA TOTAL
Lava Jato pode descobrir onde foram parar US$ 7 bilhões em fundos da Petrobras com bancos e corretoras
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Onde foram parar cerca de US$ 7 bilhões aplicados nos fundos BB Millenium 6, Vênus e Marte – pertencentes à Petrobras? O maior mistério da República Sindicalista do Brazil, que chegou a ser investigado e providencialmente abafado (pelo um acordo sancionador RJ 2010/9547) com a Comissão de Valores Mobiliários, agora pode ser desvendado pelas investigações que seis promotores federais fazem na Operação Lava Jato – que apura operações de lavagem de dinheiro que podem passar de R$ 10 bilhões. O escândalo faz os Mensalões petista (que puniu alguns) e tucano (ainda rolando na Justiça) parecerem roubo de galinha.
Se o MPF for realmente fundo na caixinha preta das finanças da Petrobras, a partir das 1832 contas correntes da empresa controladas pelo ex-diretor de “Abastecimento” Paulo Roberto Costa, mantido preso por ordem da 13ª Vara Federal em Curitiba, pode ser descoberto o destino oculto de bilhões aplicados nos fundos da Petrobras – reclamado por investidores minoritários. Se as investigações forem adiante, principalmente nas subsidiárias BR Distribuidora e PFICO (Petrobras Internacional Finance Company), que respondem por até 30% do faturamento da Petrobras, pode se tornar insustentável a permanência no cargo do diretor financeiro Almir Guilherme Barbassa – poderoso nome sempre poupado e preservado. 
A temperatura vai subir no inferno político e financeiro porque os seis promotores que cuidam da Lava Jato estão se debruçando sobre operações de US$ 4,4 bilhões suspeitas de lavagem de dinheiro em três grupos de instituições financeiras: bancos brasileiros que mantêm contas de doleiros, corretoras e bancos que executam operações de câmbio supostamente baseadas em falsas transações de importação e exportação e bancos internacionais que mantêm contas no exterior supostamente para empresas de exportação de fachada. Notícia mais agourenta para os petralhas em um dia 13 de agosto, impossível...
A ação investigativa inicial já atinge poderosos bancos daqui e de fora: Citigroup de Nova York, Santander de Madri, HSBC Holdings de Londres, além dos nacionais Itaú Unibanco Holding e Bradesco. Segundo o MPF, os bancos não estariam facilitando o trabalho... O caso pode complicar ainda mais para o governo se os promotores avançarem sobre o Banco do Brasil, onde operavam a maioria das contas controladas por Paulo Costa. Fica mais feio ainda se abranger a BBDTVM – subsidiária integral do Banco do Brasil que chegou a ser presidida por um antigo ocupante do conselho fiscal da Petrobras, Nelson Rocha Augusto, considerado homem de confiança do ex-ministro Antônio Palocci Filho – que anda meio sumido do noticiário ultimamente...
O Juiz federal Sérgio Fernando Moro, carinhosamente conhecido nos bastidores judiciais como o “Homem de Gelo”, cancelou as proteções de privacidade para as informações bancárias relacionadas à Operação Lava Jato. Assim, a equipe de seis experientes procuradores federais, que já atuaram no escândalo do Banestado, agora focam nos bancos e corretoras, nas suas relações com empresas de fachada e os negócios sob suspeita de Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. A dupla e seu grupo são suspeitos de desviar pelo menos US$ 445 milhões entre junho de 2011 e março de 2014 por meio de 3.649 operações que incluíram fundos da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, segundo um processo criminal aberto em 22 de abril.
Os investigadores da Lava Jato se debruçam sobre provas de desvios de recursos na Petrobras entre 2009 e 2014. O foco recai sobre contratos superfaturados para empresas que fornecem serviços, direta ou indiretamente, para a Petrobras, com a colaboração e intermediação de Paulo Roberto Costa. O maior temor do governo é que o doleiro Youssef repita o que fez no escândalo do Banestado. Condenado a sete anos de prisão em 2004, ele fez um acordo de delação premiada. Se puder repetir o feito agora, o estrago político tem tudo para se configurar (com ou sem trocadilho infame) em uma Perda Total (PT). Paulo Roberto Costa já teria lançado o factóide segundo o qual, “se falar tudo que sabe, não tem nem eleição”...
Os advogados Antonio Augusto Figueiredo Basto (de Youssef) e Nélio Machado (defensor de Paulo Roberto Costa) proclamam que seus clientes são inocentes. Mas o MPF procura provas para sustentar a acusação preliminar de que Paulo Roberto Costa, que comandou a gestão de abastecimento e refino da Petrobras entre 2004 e 2012, auxiliou a suposta organização de lavagem de dinheiro de Youssef. A tese é que “Paulo Roberto” (como é chamado pela presidente da Petrobras, Graça Foster) teria se aproveitado de seu cargo para obter contratos fraudulentos da Petrobras mesmo depois de ter sido demitido.
O impossível, em toda essa história, é acreditar que Paulo Costa tenha agido sozinho. Questão também intrigante é: como ele tinha 1832 contas correntes do sistema Petrobras sob seu controle pessoal? Afinal, Paulo Roberto Costa não era o diretor Financeiro, mas apenas o de “Abastecimento”... Por isso, a bomba tende a estourar no colo de Almir Guilherme Barbassa, responsável pela área financeira da estatal de economia mista e de várias de suas subsidiárias, incluindo a PFICO – que agora também entra no pente fino da Lava Jato.
Os desdobramentos do escândalo podem obrigar a presidenta Dilma Rousseff a substituir toda a diretoria da Petrobras, inclusive sua amiga e apadrinhada Maria das Graças Foster, antes que o assunto afete seu desempenho na campanha reeleitoral. Por enquanto, Graça está publicamente prestigiada por Dilma. Mas a situação fica inteiramente sem graça, caso o Tribunal de Contas da União tenha de pedir o bloqueio das contas de diretores da empresa, por causa do caso Pasadena. Como Graça era diretora de Óleo & Gas na época da compra da refinaria texana, pode ter seus bens e contas bloqueados junto com outros “companheiros”. Isto ocorrendo, seu afastamento precisa ser automático – conforme já pregou até o Advogado-Geral da União, Luis Inácio Adams.
Agora, a atuação, sem interferência política, do juiz Sérgio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, e dos membros do Ministério Público, tende a desvendar um bilionário escândalo nunca antes visto na História do Brasil. Esse é o real e maior temor do governo Dilma Rousseff – que tem os problemas na Petrobras como seu ponto de maior fragilidade. O mercado sabe que é transparente como o petróleo bruto a gestão financeira das empresas do sistema Petrobras – na qual uma opera como cliente da outra, sem fiscalização real de acionistas minoritários. Conselheiros de administração e fiscais não demonstram independência real em relação ao governo da União (acionista controladora da empresa). Os conflitos de interesse com o governo anulam os mecanismos de controle interno da companhia e ferem seu código de ética.
Vale repetir por 13 x 13, até cansar: Se o Brasil operasse em condições minimamente éticas, o estouro de uma operação policial, como a Lava Jato, fatalmente geraria um processo de impeachment da Presidente da República. Ainda mais por que ela comandou o Conselho de Administração da Petrobras e também porque a atual presidente da empresa, Maria das Graças Foster, é uma indicação pessoal da própria Dilma Rousseff. Além disso, quem manda na Petrobras é o seu acionista controlador, o governo da União. Dilma não tem como se dissociar dos problemas na empresa. Só por milagre ela escapará de uma ação judicial movida, fora do Brasil, por investidores da Petrobras. E, também, pode sobrar para seu mentor e antecessor Luiz Inácio Lula da Silva...
O Alerta Total já vinha antecipando que a necessidade de investigar, com detalhes, os negócios de Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef iria obrigar os investigadores da Operação Lava Jato a fazerem uma devassa em três verdadeiras caixas pretas da Petrobras: a BR Distribuidora, a Refinaria Abreu e Lima e a PFICO (Petrobras Internacional Finance Company). Agora, é esperar como grandes bancos, empreiteiras, corretoras e poderosos políticos vão ficar depois que a devassa começar, para valer, por ordem do juiz federal Sérgio Fernando Moro.
A grande expectativa do mercado é: quem, poderoso, vai sentar como réu na 13ª Vara Federal?
(...)

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