O 'EFEITO AQUABRAS" NA PETROBRAS

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
A Presidenta Dilma Rousseff tomou, literalmente, uma ducha de água gelada e ficou mais PT da vida ainda com a divulgação, pela revista Exame, de que a Petrobras tem extraído, em média, para cada barril de petróleo, um barril de água, na Bacia de Campos – que responde por 80% da produção nacional. Não vai ser fácil demonstrar aos investidores que a produção da Petrobras volte a subir, para diminuir as perdas dos acionistas.
O “fenômeno Aquabras”, confirmando a queda de produção da Petrobras, não será o único a impactar o nervoso mercado nesta terça-feira, quando a petroleira divulga seu balanço e o Plano Estratégico 2030. A famosa defasagem nos preços dos combustíveis – manobra do controlador governo – e o câmbio serão novamente motivo da gritaria dos investidores. Estima-se que o lucro líquido da companhia deve ficar entre R$ 20 bilhões e R$ 23 bilhões em 2013 – bem menos que os R$ 21,18 bilhões de 2012 – que foi o pior resultado em oito anos.
Geólogos advertem que o pouco investimento em novos poços, declínio natural e má gestão de reservatórios explicam a queda de produtividade de óleo, enquanto a quantidade de água nas plataformas passa de 1,5 milhão de barris/dia – conforme dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP). A corrida pela autossuficiência – conto do vigário do governo Lula –, injetando-se mais água nos poços para acelerar a produção antes do tempo, pode ter causado o efeito “Aquabrás”
O fenômeno da “Aquabras” chegou a ser apontado no último relatório do HSBC sobre a estatal de economia mista. Luiz Carvalho, analista do banco britânico, escreveu: "Seguindo uma tendência dos últimos seis meses, o excesso de produção de água como um subproduto se tornou um sério problema na Bacia de Campos."
O Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) calcula que a Petrobras teve uma perda de R$ 1 bilhão com a importação de gasolina e diesel no quatro trimestre do ano passado, considerando o valor gasto e a receita obtida com a venda no mercado interno. Sem poder reajustar a gasolina e o diesel, a Petrobras tem elevado os preços de outros produtos que não afetam diretamente o índice de inflação. Já há reclamações da industria de papel e celulose (por causa dos reajustes de solventes e ureia) e navios de cabotagem (sobre os reajustes dos preços do bunker, óleo combustível de navio).
Além dos resultados abaixo do esperado, a Petrobras vira alvo de denúncias de corrupção. Investidores vão entrar com ações judiciais em Nova York para cobrar explicações sobre escândalos como a refinaria de Pasadena, a compra de plataformas dos holandeses, os prejuízos com a refinaria Abreu e Lima, os contratos suspeitos de superfaturamento no Complexo Petroquímico de Itaboraí, a Gemini, o caso BB Milenium e tantos outros que darão dor de cabeça ao governo, e devem levar dirigentes da companhia á barra dos tribunais nos EUA.
Revanchismo orçamentário
Adivinha qual foi o ministério que teve o maior corte orçamentário na tesourada dada pelo Guido Mantega, na semana passada?
O da Defesa: perdeu R$ 3,5 bilhões.
A dotação aprovada para os militares caiu de R$ 14,79 bilhões para R$ 11,29 bilhões.
Sinal de que, em termos de penúria, tudo ainda fica pior que dantes no quartel do Abrantes...
Périplos tupiniquins
Do médico Humberto de Luna Freire Filho, sempre cutucando a turma do Palhaço do Planalto:
“A dona Dilma, em sua penúltima viagem a Europa, fez uma farra em terras Lusitanas e retornou por Cuba onde inaugurou a maior obra de seu governo; o porto de Mariel. Será que, após alugar o papa para garoto propaganda da copa, ela não voltará por Caracas? Afinal o seu amigo Maduro está em maus lençóis e uma reunião entre os dois, sob as bênçãos de um passarinho, possa por a revolução bolivariana nos trilhos”.
Privadas dos governantes
De Mário Dente, refletindo sobre o dilema do capimunismo tupiniquim:
“O governo federal parece preferir as empresas estatais. Pode colocar nelas grande número de 'cumpanheros' e os amigos ganham muito por participar das reuniões dos "conselhos". O ramo petrolifero criou enormes e lucrativas empresas em outros países e, aqui, está perdendo dinheiro e sua gasolina é de baixa qualidade porque não tem concorrentes. Compare-se como estão Embraer e Vale, privatizadas, e suas situações quando estatais. Quando os dirigentes de empresas não adotam decisões que podem, afetar o próprio bolso, não se preocupam se são as certas ou erradas pois eventuais perdas são da Viúva. Veja-se a situação da infra estrutura rodoviária, ferroviária, portos e aeroportos que só após dez anos de governo petista começaram a ser privatizados. Os significados do título deveriam ser trocados: as estatais são privadas dos governantes”.
Efeito Friboi

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